Capítulo 53 - 87! Modos!
Notas Iniciais
Meu Deus gente, mas já 40k? Como assim? Quanto tempo eu dormi? Eu estava lavando o cabelo :3 Não é querendo me achar não, mas eu tenho os melhores leitores sim! *-*
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Não sei ao certo por quanto tempo ficamos nos beijando atrás daquela estrutura branca e alta, só sei que em determinado tempo, a Mel utilizou suas duas mãos para afastar o meu rosto do dela, assim, parando aquela fusão de línguas e compartilhamento de saliva. Aliás, como a minha raça ainda não descobriu essa delícia chamada "beijo"? Logo depois, ela levou uma das mãos à minha barba, onde ficou fazendo uma sutil massagem, como se tivesse adivinhado que estava coçando naquela mesma área... Fêmeas, sempre videntes!
— Acho que eu mereço um pedido de desculpa — cobrei, enquanto retomava o fôlego.
Embora eu tenha disfarçado, aquelas palavras que ela disse me feriram de uma força, que eu jamais imaginaria que fosse possível. Mas não pela palavras em si, já ouvi coisa pior. Coisa muito pior. O que doeu foi o fato das palavras terem saído da boca dela.
Nunca pensei que ser resumido à apenas aparência, fosse tão ruim.
Proorz! Acho que o Nepo me contaminou com a sua frescura de afeminado!
— Ah, é? E pelo quê, alien?
— Como pelo quê? Pelas coisas que me disse mais cedo!
A terráquea curvou as sobrancelhas, em uma expressão de pesar.
— Então, sobre isso... se você tivesse me deixado falar, eu teria pedido desculpa na mesma hora. — Deixou a minha barba de lado para mexer no meu cabelo. — Me perdoa?
— Com uma condição. — Ergui um dedo.
— Ok. Diga logo. — Ficou na ponta dos pés para dar um beijo no meu nariz, o qual eu iria devolver, no entanto, ela retornou à posição inicial e o beijo, acabou parando em sua testa.
Ri, do desencontro.
— Me faça companhia na festa.
No mesmo instante, a Mel franziu o cenho durante um leve inclinar com a cabeça.
— Você quer voltar pra lá? Por quê?
Pelo tom, ela também não gostou dessa festa. Se o meu pai tivesse pedido para eu organizá-la...
— Querer eu não quero, mas preciso agradar o velho.
— E no que a minha presença ajudaria nisso? Ele me odeia.
Tem razão, porém era o único jeito de eu aguentar a festa mais maçante que já compareci. Ganha até daquela que fui obrigado a ir nos castelos alheios, enquanto criança.
— Não vou conseguir ficar lá sozinho sem falar alguma besteira e você é o meu calmante, claro, desde que se sente longe do Nak'e. Depois do que eu disse ao meu pai, preciso ter cuidado com as palavras.
Ela acabou me perguntando o que eu havia dito a ele, nisso, contei sobre o nosso desentendimento ao descobrir que ele tirou o meu acesso do quarto dela, o qual gerou aquelas palavras que impediam o meu pai de sequer olhar nos meus olhos. Confesso que só parei para pensar na gravidade delas, após eu ser ferido também por palavras.
— "Quando estou com raiva, falo as coisas sem pensar e depois me arrependo" — ela tentou imitar a minha voz. Me segurei para não gargalhar. — Viu? Até decorei.
Preferi ficar em silêncio em meio à carícias nos cabelos e rosto dela. Essa era a verdade mesmo. Acredito que tudo que um ser fale no momento de fúria, não deva ser levado a sério.
— Do mesmo jeito que você chamou o Nepo de aberração e criado — completou.
Por que ela estava com essa mania de enfiar o Nepo no meio das conversas? Já que gosta tanto dele, por que não o adotava? Se bem que isso me faria pai dele... melhor não.
— Então ele já foi chorar para você? Novidade.
— Você se arrependeu, Zaphy?
Não respondi, em vez disso, a puxei pelo braço, saindo de trás da estrutura e seguindo de volta à festa.
Quem me conhece sabe o que eu estava fazendo com uma fêmea, quando saio de um canto escondido com ela. E isso me incomodou bastante ao ouvir e saber que a causa do burburinho, era exatamente sobre o que fizemos. Não que eu não quisesse que soubessem de nós, mas não quero exibi-la dessa forma.
Fomos até a mesa. A terráquea sentou-se em frente a Jeayh e eu ao lado do Nak'e. Óbvio que ele não gostou e eu adorei que a Mel fez isso por vontade própria. Olhei pro meu pai, porém eu parecia estar invisível para ele.
Esse drama já estava me irritando.
— Suas vestimentas são muito... agradáveis, humana.
Me arrependi de ter voltado à mesa, só em ouvir essas palavras dele.
— Obrigada...? — Mel franziu a testa, me olhando.
Como se isso fosse amenizar o fato dela ter agradecido!
— Você sabe que ela é mais nova do que a sua filha, não sabe? — consegui falar descontraidamente.
Segurar a mão da terráquea que estava em cima da mesa, ajudou a me controlar. Sem querer, olhei para a Jeayh e encontrei seus olhos confusos e fixos em nossas mãos. E eu bem que entendia. Esse meu lado carinhoso era estranho até para mim.
— Calma, Príncipe — riu. — Só estou tentando ser amigável com a criadora da cura.
Sei muito bem o tipo amigável que você queria ser.
Virei o rosto na direção da terráquea antes que eu dissesse alguma besteira, por fim beijei sua cabeça. Mel passou a mão no meu rosto, em seguida me enviou um "relaxa" mudo. Difícil relaxar quando um velho asqueroso deixava nítido que cobiçava a minha fêmea!
— Conte-me mais sobre você. — O Rei da Segunda levou sua taça à boca, dando um longo gole durante o seu olhar dirigido à terráquea.
— O que quer saber? — ela perguntou de uma forma educada demais.
Nak'e ficou pensativo. Já eu entrelacei minha mão com a dela, e no impulso, a levei até a minha boca para deixar um beijo. Ouvi um pigarro do meu pai. Mas fazer isso era a única forma de me controlar e não explodir com esse maldito Rei!
Meu corpo já estava esquentando!
— Primeiro beba um pouco para que fique mais divertida. — Entregou uma taça vazia a Mel. — Não queremos que quebre outra cabeça — seu tom foi humorado, enquanto guiava a garrafa de Vorghat para encher a taça.
Taça essa que foi arremessada no chão por mim, junto com a garrafa.
— Se tentar embebedar ela outra vez, eu...
— 87! Modos!
Me calei após o grito do meu pai.
Pior do que desrespeitar o Rei da sua Potência, é fazer isso com o Rei de outra Potência. Já vi muitos serem presos por muito menos.
— Precisava disso, Zaphy? — a terráquea murmurou, no entanto, preferi não responder.
Rindo, não sei do quê, Nak'e pegou no meu braço. Usei todo o meu autocontrole para não quebrar cada um de seus dedos um pouco enrugados.
— Desde que se case com uma vuxliana... Ou várias, depende do seu apetite — riu e olhou para a filha. — Saiba que não vejo problema em se distrair com estrangeiras. Na verdade, entendo perfeitamente. — Depois, olhou para a terráquea.
A Mel me olhou com os olhos apertados, de certo esperando que eu dissesse algo.
Tornei a fitar o Nak'e, de um jeito mais sério.
— Primeiro, não estou me distraindo com ela. E segundo, por que teima em falar sobre casamento?
No mesmo instante, ele me olhou de uma forma muito confusa e a Jeayh, quase se engasgou. Virei o rosto para encontrar o meu pai esfregando os olhos com os dedos de uma só mão.
Entendi.
— Não sei o que o meu pai falou, mas eu não estou procurando uma esposa!
Então todo aquele humor do Nak'e desapareceu feito mágica.
— Bom, isso que eu chamo de uma situação desagradável — falou ele, após dar uma breve olhada para a filha. — Acho que devemos ir, querida.
Meu pai levantou-se imediatamente, de modo que acabou derrubando um objeto prateado no chão, o qual com pressa, apanhou e o guardou dentro da roupa.
— Não quer conhecer a cura? — começou, ele — O humano pode lhe apresentar o laboratório.
Pai, não dê ideia!
— Agradeço, porém temos que organizar a nossa viagem de volta à Vux.
Isso, vá logo embora.
— Boa viagem — tentei ser educado, pelo menos com a Princesa — Foi bom revê-la, Jeayh.
— Revê-la? — A terráquea e o Nak'e falaram ao mesmo tempo.
O motivo da pergunta da terráquea eu compreendi, no entanto, a Jeayh não disse ao pai que já me conhecia? Por quê?
— Não sabia que se conheciam — falou Nak'e, olhando para a filha.
— Faz muito tempo, pai — seu tom soou trêmulo, aparentando nervosismo.
Com isso, o olhar dele ficou ainda mais apertado em um rosto tenso. Qual o problema de eu já conhecer a filha dele? Ao guiar a minha atenção para a Mel, a vi encarando as próprias unhas. Melhor quieta do que me batendo.
— Eu não me lembro de receber uma visita do Príncipe em nosso castelo, e nem de levá-la à Primeira Potência em minhas reuniões, exceto por... — se calou, ficando preso em pensamentos.
— Exceto por? — terráquea e suas curiosidades. — Continua.
— Tem certeza que não querem conhecer o laboratório? — meu pai tornou a se pronunciar, porém, aparentemente só eu o ouvi.
Não sei o porquê, mas eu não estava gostando do rumo daquela conversa.
— Lembro-me que há alguns anos, o Rei Zaphy 86 foi até à nossa Potência para participar de uma fusão, a qual acabou não dando certo, contudo, isso não vem ao caso... O fato é que coincidentemente nesse mesmo período, você... — se dirigiu a filha. — disse que iria passar alguns dias na casa dos Dukvorgs, porque a filha deles estava doente.
Pois é, ela mentiu para me ver. Qual é o problema disso? Todo adolescente mente.
— Pai, isso faz muito temp...
— Cale a boca! Eu ainda estou falando!
Não me contive e levantei de forma brusca.
— Precisava gritar com ela assim, rahtzy?
— 87, não se intrometa e sem palavrões! — Meu pai bateu com sua taça na mesa. Me admira não ter quebrado.
Voltei a me sentar. No mesmo instante, a terráquea se remexeu no banco, entretanto, continuou calada. Não sei se era um bom sinal esse silêncio todo.
— Não acredito que eu pretendia te entregar a ele, Jeayh! Como pôde não me contar que foi por causa dele?
A Jeayh se encolheu, constrangida. Eu só queria entender o que estava acontecendo ali.
— Além de tudo ele nem quer se casar com você! — Nak'e começou a alisar a própria testa, pensativo.
Olhei em volta, notando que praticamente todos que estavam na festa, se encontravam concentrados no que ocorria na mesa da Realeza.
Proorz, que frescura! Não tenho paciência com essas palhaçadas.
— Quer sair daqui? — perguntei, contudo, a Mel não me respondeu.
O Nak'e por sua vez, respirou fundo antes de fazer menção de abrir a boca de novo.
— Naquele mesmo ano, após você voltar para casa, ficou um bom tempo sem sair do quarto, deprimida. Cheguei a pensar que estivesse sido contaminada pelo vírus, até você... Mas era tudo por causa dele! — Apontou para mim.
Jeayh abaixou a cabeça, sem dizer nada.
Não precisava olhar para o meu pai para saber que ele devia estar me trucidando com os olhos.
E eu ainda não sabia o que tinha feito de tão bárbaro.
— Tenho certeza que não foi bem assim. — Tentei desfazer todo aquele drama desnecessário.
Se isso fosse verdade, por que ela não demonstrava raiva quando me olhava e sim, justamente o contrário?
— Foi pior, querido Príncipe Zaphy 87. Ela tentou se matar... — suspirou. — e só tinha quinze anos!
— Pai, pare por favor — a voz da Jeayh soou muito baixa. Não sei se por ter sido dita dessa forma, ou por conta dos meus ouvidos terem bloqueado quase todos os sons externos.
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Notas Finais
Irei tentar postar o próximo amanhã ou sábado ❤-❤
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