Capítulo 17 - Você é tão...
Zaphy
Levantei da cama nervoso pois não tenho mais como fugir. Eu tenho que levar a terráquea ao laboratório hoje. Mesmo a terráquea não tendo dito se quer ou não que eu continue com ela lá, decidi que não aceito outro no meu lugar.
Não depois dos últimos acontecimentos.
Acabei enrolando bastante no banho e na área de alimentação para tentar evitar o inevitável. Eu não quero vê-la pois sei que não conseguirei me controlar. Eu perco completamente a sanidade quando estou perto dela.
Saí da área de alimentação e segui para o quarto dela. Chegando à porta, hesitei por um momento antes de abrir.
Por que estou tão angustiado? Ou seria ansioso? Nervoso também se encaixa. Nem sei como nomear essa desgraça que estou sentindo!
Abri logo a maldita porta. A encontrei sentada no banco, mexendo em seu aparelho eletrônico. Fiquei parado segurando a porta sem dizer nada. Ela, também em silêncio, levantou assim que me viu e guardou o seu objeto.
Agora que está em pé, reparei que está usando uma roupa diferente. Mesmo com seu pano branco por cima, posso ver que a roupa por baixo é justa na cintura, com algumas ondas em baixo e vai até o meio de suas coxas. Deixando suas pernas parcialmente à mostra. Primeira vez que a vejo vestida assim.
Proorz, terráquea! Assim fica mais difícil me controlar.
Mal entramos no laboratório e ela já se dirigiu até a bancada, apressada. Sentei e liguei o laipro. Mas eu não consigo me concentrar em nada nele quando tenho ela, na minha frente, para olhar. Desliguei ele e fiquei a observando, indo de um lado para o outro, mexendo nos equipamentos, enchendo os vidros com líquidos de diferentes cores, sentando, levantando...
Sentando, levantando...
Não creio que fiquei excitado apenas em vê-la sentar e levantar do banco, banco este que deveria ser eu! Só posso estar ficando louco!
Desculpa terráquea, não consigo mais me segurar.
Levantei e caminhava até ela, mas parei no meio do laboratório quando vejo meu pai e o Dashni passarem pela porta.
Isso só pode ser coisa de alguma entidade suprema me livrando de fazer besteira.
— Novidade sobre os combustíveis? — perguntei.
— Infelizmente não. — Meu pai se aproximou de mim. — Apenas quero saber o que houve ontem. — Deu uma breve olhada para a terráquea e voltou a me fitar, esperando uma explicação.
Fiquei pensando no que dizer. Percebi que o Dashni me analisa com a mesma intensidade. Não posso dizer que a terráquea disse a verdade pois ela teria que explicar como soube. E se meu pai descobrir que ela mantém contato com sua raça, capaz dele querer castigá-la.
Ou coisa pior.
— Foi a armadilha que o humano citou, que fez isso? — Ele apontou para o meu braço.
Olhei sutilmente para a terráquea, e a mesma também me olha curiosa.
O jeito é mentir.
— Não. — Pigarreei, procurando as palavras. — Houve um defeito na micro-nave, precisei consertá-la em movimento. — Não menti, de certa forma.
Não sei bem o que causou o defeito no turbo. Mas tenho quase certeza que foi a armadilha dos terráqueos.
— O que provocou o defeito?
Que rahtzy, pai! Pare de fazer perguntas, parece a terráquea!
— Foi erro meu. — Cocei a cabeça, envergonhado.
Mesmo que eu não tenha culpa alguma, é difícil admitir uma falha à um pai rígido.
— Erro do melhor piloto nesta nave. — Balançou a cabeça em negativa e virou-se na direção da terráquea. — Então tudo não passou de uma mentira. Por qual motivo?
Notei que ela, obviamente, não sabe o que responder. Após um momento de silêncio, Dashni aproximou-se dela.
— Responda o que o Rei lhe perguntou, humana nojenta! — Bateu com a arma sobre a bancada, ecoando um som agudo na sala e fazendo-a pular de susto.
Minha vontade é fazê-lo engolir essa arma de todas as formas possíveis. Mas não posso fazer isso na frente do meu pai e arriscar que ele suspeite de algo.
Caminhei um passo na direção deles.
— Se eu fosse você, não chegaria tão perto assim do vírus. — Apontei para os vidros com líquidos coloridos em cima da bancada.
— O vírus está aí? — Cobriu o nariz e a boca, correndo até a porta, em seguida. — Por que não me avisou, sua verme inútil?
Respirei fundo, me controlando para não torcer o pescoço dele.
Meu pai me observou, depois levou seus olhos até a terráquea. Então seguiu até a porta também.
— Agilize a criação desta vacina, antes que você perca a utilidade para mim. — Saiu do laboratório, seguido pelo miserável do Dashni.
Voltei para o banco e suspirei aliviado. Por que estou me preocupando tanto com ela?
— Ainda acha que ninguém vai me matar? — seu tom soou irritado.
Honestamente? Não tenho mais certeza.
Sem receber uma resposta, ela levantou-se e seguiu até a outra bancada. Fiz o mesmo. Fiquei bem perto, às suas costas, para poder sentir seu cheiro. Que logo se manifestou, me dominando.
Preciso tanto tê-la de novo.
— Pelo visto você conseguiu pensar em algo.
— Pelo visto não sou tão inútil, alien.
A terráquea respondeu tão depressa, que me pareceu prever o que eu ia dizer.
Segurei em sua cintura e puxei seu corpo contra o meu, enfiando meu rosto em seus cabelos. Ela rapidamente tentou se livrar das minhas mãos, mas resisti.
— Pare com isso, terráquea. — falei sobre o seu ouvido.
— Pare você, Zaphy!
Conseguiu se soltar de mim e caminhou até a bancada de costume. A segui, parando ao seu lado, sem tirar os olhos dela.
Mas a minha impaciência já está se manifestando.
— Vai ficar fazendo manha até quando? Só para eu saber se devo continuar ou ir atrás de outra.
Rapidamente seus olhos de duas cores voaram até os meus.
Com fúria. Olhos assassinos.
— Pois vá atrás de outra! Quem está te segurando? — falou daquele jeito que eu odeio.
Por que você tinha que gritar, terráquea?
Segurei seu pulso com força e a virei, deixando-a de frente para mim.
Agora você acabou de me irritar.
— Me solte!
Não movi um músculo.
— Não, eu não vou te soltar, Mel — falei enquanto a puxava para mais perto, sem aliviar a pressão da minha mão em seu braço.
— Zaphy, me deixe em paz — desta vez falava baixo, fechando os olhos — Por favor.
A soltei imediatamente. Ao fazer isso, ela abriu os olhos e eu desviei do olhar dela. Antes eu tinha duvidas, mas agora tenho certeza. Ela se arrependeu. Talvez eu devesse fazer o que pediu e deixá-la em paz.
Voltei a encará-la, vacilante, mas voltei.
— Vou pedir para o Nepo ficar no meu lugar. — Segui até a saída do laboratório.
— Não.
Parei diante da porta, sem me virar.
— Chamo outro, então. — A abri.
Sei que eu não queria outro no meu lugar, mas se ela não me quer por perto, chamarei alguém. Porém ficarei sondando o laboratório vez ou outra.
— Zaphy! — gritou, seguido de um suspiro. — Pare.
Fechei a porta com força e caminhei até ela, quase correndo.
— O que você quer, terráquea? — comecei a gritar também — Me explica porque não estou entendendo, nada!
Ela ficou me fitando com o olhar inquieto. Parece que quer dizer algo mas está sem coragem.
Dei mais um passo.
— Diga, o que você quer? — perguntei agora com mais calma.
— Eu quero isso. — Voou até mim e colocou as duas mãos no meu rosto. — Abra a boca... — Chupou meu lábio inferior. — E feche os olhos. — Depois o superior.
Eu pensei em perguntar o porquê disso, mas estou com pressa de saber o que ela irá fazer. E quando fiz o que pediu, ela colocou sua língua dentro da minha boca, fazendo movimentos com ela e chupando meus lábios. Outras vezes, mordendo de leve.
Seus lábios macios e molhados que se encaixam nos meus, e a respiração quente dela entrando na minha boca, está me causando uma sensação desconhecida.
E deliciosa.
Não sei o que é isso, só sei que estou adorando. Segurei em sua cintura, coloquei a minha língua dentro da boca dela e comecei a tentar imitá-la.
A sensação só melhorou.
Quando finalmente consegui estabelecer uma sequência com a língua, em conjunto com a dela, como se fossem um par de aves, voando sincronicamente no céu, a terráquea se afastou.
Abri os olhos, desaprovando a interrupção.
— Você aprendeu rápido. — Passou a língua no seu lábio inferior, avermelhado. — Gostou?
Não respondi, apenas puxei seu rosto com as duas mãos e voltei a grudar nossas bocas com rapidez. Voltamos a fazer aqueles movimentos com a língua, de uma forma mais urgente. Senti que o ar estava me faltando mas não quis parar para respirar. Fui andando com ela, sem olhar para aonde, desviando do que aparecia no caminho.
Até colar com as costas dela em algo.
Abri os olhos, sem separar nossas bocas, e notei que tínhamos caminhado até o outro lado do laboratório, parando em frente à um dos pilares. E novamente ela voltou a se afastar. Tornei a invadir a sua boca com a língua.
— Calma, alien. Preciso respirar — falou cansada sobre meus lábios.
Me afastei deles, apenas para me dirigir ao seu pescoço. Desci minhas mãos até sua cintura, ao mesmo tempo em que ela com as suas, agarrava meus ombros. A girei e tirei depressa seu pano branco. Girei-a novamente e fiquei encarando a sua outra roupa.
Tão diferente, tão instigante... Mas eu quero você sem ele.
— Zaphy, não rasgu...
Acho que ela leu meus pensamentos.
Rasguei, descendo o pano pelos seus ombros e deixando-o cair no chão.
— Não acredito que você gastou o meu vestido ao meio!
Encarei ela nos olhos e fiz o mesmo com o pano furado que envolvia os seus... Agora que sei o nome... Maravilhosos seios. Envolvi um deles com a boca e o outro apertava com desespero.
Essas duas coisas macias e quentes me tiram do sério.
— Você me deve um vestido de 300 libras e um sutiã de 100. Somente para te informar. — sua voz já dá sinais de ofegância
— Posso pagar com outra coisa? — falava entre chupadas no seu seio.
Riu e gemeu ao mesmo tempo.
— Dê o seu melhor, então.
Meu membro já está latejando.
— Solte o cabelo, agora!
Após seus cabelos caírem sobre os ombros, enfiei meus dedos entre eles, agarrando-os na nuca e puxando sua cabeça para trás, enquanto saboreava o seu pescoço com toda a minha fome.
Estou obcecado por essa fêmea!
Em seguida ela começou a puxar os meus cabelos e a gemer baixo. Desci uma mão até seu traseiro, por baixo do fino tecido, apertando aquela parte macia, puxando seu corpo para mais perto do meu. Rasguei esse pano também, a deixando completamente nua e livre para mim.
Não sei para que os terráqueos usam tantos panos.
— Eu só quero avisar que cobro juros. — Levantou a minha camisa.
Me afastei para tirá-la, jogando-a logo no chão. Parei por um momento para admirá-la. Estou ficando louco por ela! Não é só vontade de possuí-la, eu poderia ficar só a olhando assim que já estava bom.
Terráquea, o que você fez comigo?
— Suas roupas você não rasga. — Deu um tapa no meu ombro, rindo.
— Porque é você quem deve rasgar. — Pisquei, rindo também.
— Interessante. — Passou a língua no seu lábio.
— Interessante. — Ataquei sua boca com força.
Ela espalmou meu peito e me afastou.
— Deixe eu te olhar um pouco. — Guiou suas pequenas mãos até o meu corpo. — Você é um perigo, alien — murmurou.
Depois grudou sua boca no meu peito, me chupando e mordendo. Subiu seus lábios até o meu pescoço, fazendo o mesmo na pele dele.
Já estou ficando dolorido, quase explodindo lá embaixo. Mas isso aqui está delirante. Mal consigo ouvir os batimentos dela pois os meus estão ensurdecedores. Quando ela desceu novamente e passou a ponta da língua no meu mamilo, cheguei no meu limite e voltei a prensá-la no pilar.
— Já deixei você brincar demais, terráquea. — Desci a minha calça. — Agora é a minha vez.
Me abaixei e passei cada braço por trás de cada joelho dela. Levantei-a, abrindo suas pernas e me posicionando entre elas. Segurei em seu quadril e recuei um passo para que ela afastasse parcialmente o corpo do pilar, mantendo os ombros e a cabeça no mesmo.
Comecei a penetrá-la sem aviso e com força. Fazendo-a soltar um gemido alto e agarrar com as duas mãos, o pilar atrás dela.
— Quieta! — falei fitando a sua boca irresistível.
Me viciei nessa boca também.
Me inclinei e aproximei nossos rostos, olhando-a nos olhos, aqueles olhos provocantes, ao mesmo tempo em que apertava o seu quadril, me enterrando nela com precisão, ardor, necessidade.
— Que saudade que eu estava desse corpo... — sussurrei, a fazendo sorrir.
Então fechou os olhos e dirigiu uma mão até meu ombro, fincando suas unhas e me causando uma dor excitante. Conforme eu mantinha o ritmo alucinante, seus gemidos foram ficando cada vez mais altos. Uni nossas bocas na intenção de abafá-los.
— Mais baixo terráquea, alguém vai acabar nos ouvindo — falei sobre o ar pesado que saía da boca dela.
— A culpa é toda sua — falou ainda de olhos fechados, mordendo o meu lábio com força.
Mordi o dela também.
— Terráquea, você é tão...
Apetitosa? Não, não é essa a tradução da palavra.
— Tão o quê? — murmurou ofegante.
Saborosa? Também não é. Que idioma difícil esse dos terráqueos.
— Espere. Estou traduzindo a palavra.
Quando achei a palavra que eu queria, aproximei minha boca do ouvido dela. Ela por sua vez, desceu a sua até meu ombro e mordeu com vontade.
— Tão gostosa — soprei contra seu ouvido, voltando a grudar nossas bocas em seguida. — Você me deixa alucinado, terráquea.
Senti que ela estava chegando ao seu orgasmo, então acelerei o máximo que consegui para acompanhá-la.
— Zaphy... — gemeu alto. — Ai meu Deus...
Mas desta vez eu deixei que gemesse.
Após mais duas estocadas, ela relaxou e diminuiu a pressão das suas unhas no meu ombro, envolvendo o meu pescoço e desmoronando nos meus braços.
Ela nunca me espera.
Logo depois foi a minha vez de sentir a onda de prazer, acompanhada de espasmos, tomar conta do meu corpo e a minha consciência ser perdida por alguns segundos.
Soltei suas pernas, mas quando vi que ela estava sem forças para ficar de pé, a segurei pela cintura.
— Cuidado, terráquea. Não vá cair — falei rindo, enquanto ainda tentava recuperar o fôlego.
— Então não me solte — sua voz saiu baixa e fraca, abafada pelo meu pescoço.
Não irei te soltar nem que peça, porque agora você é definitivamente, minha!
Sentei ela na única área vazia na bancada ao lado e subi a minha calça. Depois peguei suas roupas do chão e entreguei para ela. Talvez eu não devesse ter as rasgado mesmo. Mas eu fico louco quando toco nela, não consigo me controlar.
— O que eu vou fazer com isso? — Levantou a roupa rasgada, me olhando com uma sobrancelha arqueada.
— Nem está tão rasgada assim. — Minto, está sim.
Sentei no chão e bati duas vezes nele, entre as minhas pernas, após descansar as costas no pilar.
— Venha, terráquea.
Depois que ela colocou a roupa com a parte rasgada para trás e o pano branco por cima, muito inteligente inclusive, a terráquea sentou na minha frente, entre as minhas pernas e deitou a cabeça sobre meu peito. Acariciava seus cabelos com uma mão e com a outra, a sua barriga.
— Com você é diferente — falei contra os seus cabelos, inalando o perfume deles.
— O que é diferente?
— Ele se encaixa melhor. — Puxei ela pela barriga, roçando-a no meu membro. — É mais apertado... — Afastei o cabelo dela e mordi de leve sua orelha. — e gostoso. — sussurrei a ultima palavra.
Talvez seja pelo fato dela ser menor, mais baixa, do que as fêmeas da minha raça. Tudo nela é pequeno e eu adoro isso.
Ela virou-se, apoiou suas mãos no meu peito e grudou nossas bocas. Coloquei a minha no topo da cabeça dela e embrenhei meus dedos em seus cabelos, puxando-a para mais perto. Ela foi se afastando, segurando meu lábio entre os dentes e soltando devagar.
— Tenho a mesma sensação que falou, com a sua boca. — Passou a língua sobre meus lábios, depois passei a minha no mesmo local, para absorver a saliva que ela deixou. — A sensação é diferente e mais gostosa. — Voltou a devorar a minha boca em seguida.
— Só isso é diferente pra você? — falei entre os movimentos lentos das nossas línguas.
Novamente ela se afastou.
— Não. Tudo o que você faz comigo, causa um efeito diferente em mim. — Passou o polegar no canto da minha boca. — E não me refiro só às coisas boas.
Esse final me deixou um pouco culpado.
Levei as minhas mãos até o rosto dela, depois coloquei seus cabelos atrás de suas orelhas, para poder ver o rosto melhor. Percebi que ela começou a encarar o meu braço machucado.
— Está doendo? — Deslizou a mão sobre o curativo.
— Agora não.
— Foi a armadilha?
— Provavelmente. O defeito na micro-nave deve ter sido causado pela força que puxava-a para o chão.
— Mas como foi?
— Tive que colocar o braço dentro do motor em movimento.
— Você é maluco. — Arregalou os olhos, mais do que já são.
— Melhor perder um braço do que morrer. — Afastei os cabelos de sua testa, para analisar o ferimento. — E só para avisar, eu castiguei o Dashni.
— Quem é Dashni?
— O magrelo que fez isso. — Toquei no curativo dela. — Foi ele, não foi?
— Uhum. — Deitou sua cabeça na curva do meu pescoço enquanto dedilhava os pelos do meu rosto. — Achei que ele fosse me bater hoje de novo, e se batesse, eu ia revidar.
Dei um minúsculo sorriso com a valentia.
— Não na minha frente. — Segurei o queixo dela e levantei seu rosto. — Nunca mais faça eu me sentir rejeitado por você — falei sério, olhando-a nos olhos.
— Eu nunca te rejeitei, Zaphy. — Colocou a mão sobre o meu rosto. — Mas agora...
Nossos olhares foram simultaneamente atraídos para a porta que acabara de se abrir.
— Rahtzy. — murmurei, levantei e peguei minha camisa do chão. — O que você quer, Nepo? — Vesti ela rapidamente.
Ele fez menção de sair mas acabou fechando a porta e caminhando até mim. A terráquea ficou logo atrás, ao lado da bancada.
— Só vim dar o recado que acabou de chegar. — Limpou a garganta. — O problema com os combustíveis foi resolvido. Você não precisará mais ir roubá-los dos humanos. — Olhou brevemente para a terráquea e voltou os olhos para mim.
— E foi resolvido como? — Cruzei os braços.
— A Quarta Potência está partindo e não usará todo o seu estoque. Irão passar aqui em dois dias e nos dar o seu combustível reserva.
Por que eu não me surpreendo com isso? Todas as potências tem essa obrigação de ajudar a minha. Não só por sermos a primeira, mas por ser a mais bem vista por todos. Com a única intenção de ficar em evidência. E a Quarta Potência é uma das mais desesperadas por atenção.
— Isso é ótimo. Conseguimos aguentar dois dias?
— Bom, o piloto é você, Zaphy. Eu não entendo dessas coisas.
— Tecnicamente não sou mais. — Caminhei até o banco, sentando nele e colocando o pé sobre a outra perna.
— Por quê? Você é o melhor piloto na nave. — Seguiu até mim. — Não pode simplesmente sair.
— Meu pai não quer que eu me comporte como um empregado. E para melhorar a minha situação, tive que fingir que sou um péssimo piloto. — Olhei para a terráquea.
Que me devolveu um olhar surpreso.
— Tudo bem. Então eu nem precisava ter te contato. — Se afastou, indo em direção a saída.
— Não, você fez bem em me contar. — Levantei e fui até ele. — Pelo menos alguém me mantém informado nesta nave. — Coloquei a mão no seu ombro.
Nepo assentiu e caminhou até a porta.
— Nepo... — chamei.
— Eu não vi nada, Zaphy. — Saiu em seguida, do laboratório.
Segui até a terráquea, que já está em frente a sua bancada habitual, balançando um vidro fino com um líquido azul dentro.
Abracei ela por trás.
— Você gosta muito de pilotar?
— Adoro.
— Quer que eu conte a verdade sobre a armadilha para o seu pai?
— Não. Você teria que explicar muita coisa e ele já havia me proibido antes disso. — Coloquei meu queixo no ombro dela. — Para me recompensar por ter mentido, por que você não trabalha pelada, na vacina? Tenho certeza que a visão de lá do meu banco será como você diz... interessante. — Mordi o lóbulo da orelha dela.
— Pare de safadeza, alien. — Riu. — Aliás, estou trabalhando em uma cura agora.
— E qual a diferença? — Virei ela para mim.
— A vacina serviria apenas como uma prevenção. Já a cura, servirá também para quem já estiver infectado.
— Acho que preciso realmente retirar a frase a qual te chamei de inútil. — Sorri, sem jeito.
— Ah, você acha? — Beliscou a minha barriga. — Mas eu prefiro que isso fique em segredo. Não quero dar falsas esperanças a ninguém. Pode ser?
Apenas assenti.
O dia terminou e a levei até seu quarto.
— Não durma cedo — falei enquanto ia fechando a porta.
— Por quê?
— Porque o teu dono está mandando.
Fechei a porta.
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