Arquivo 39
Z arregalou os olhos ao ouvir o que a bela jovem à sua frente tinha acabado de dizer. Como ele não havia pensado nisso antes? Várias informações rodavam na sua cabeça e ele tentava organizar todos seus pensamentos... Todos os quebra-cabeças. Agora eles tinham um trunfo, eles tinham a localização exata da pessoa que se escondia na escuridão e se fossem até lá agora descobririam quem era aquela pessoa das fotos, quem mais havia sobrevivido ao assassinato... Mas... Será que eles deviam mesmo seguir direto até o perigo?
- R... Você tem certeza que em um dos jornais que você viu havia uma foto da V circulada por caneta?
- Tenho sim... Você acha que é a V que está escondida nessa casa? - perguntou ela temendo a resposta.
- Não! Mas... R, vamos até o escritório do seu pai... preciso tirar uma dúvida!
R o olhou confusa mas logo concordou com seu olhar de determinação e força. Todos os outros permaneciam dormindo no hall. R e Z pegaram dois revólveres carregados, uma lamparina e se puseram a andar... adentrando escuridão a dentro.
O tremeluzir da luz fraca da lamparina projetava sombras horripilantes nas paredes, e em alguns momentos R se segurava para não gritar. Z seguia na frente como uma muralha, a passos rápidos e silenciosos, como uma garça.
De certa forma estar com ele ali lhe dava mais segurança. A cada cômodo que passavam R tinha a impressão de ver algo se mover... estava começando a ficar paranóica... se fosse algo Z teria visto.
- Para onde seguimos agora? - Peguntou Z quando alcançaram uma parte onde havia uma escadaria a esquerda e um corredor que seguia pela direita.
R em silêncio fechou os olhos para relembrar o caminho. Lembrou de correr pelos corredores quando pequena brincando sozinha. Lembrou de quando corria até o escritório de seu pai para mostrar seus desenhos. Ela olhou para a porta de madeira ao lado de Z e apontou para ela.
- É aqui!
Z a olhou hesitante, levantou o revólver e fez um sinal silêncioso com a cabeça para o seguir com cautela e atenção quando entrassem ali... Ela entendeu de imediato... Alguém poderia estar ali, atrás daquela porta imponente de madeira. R levantou o revólver e o seguiu... o silêncio reinava naquela escuridão...
... E então as luzes foram acesas.
Mas ao contrário das expectativas deles não havia ninguém ali. R olhou ao redor e um sentimento de nostalgia a invadiu, era ali que passava a maior parte do dia com seu pai. Haviam enormes estantes repletas de livros, uma mesa de madeira no centro do cômodo e uma mesa menor ao lado esquerdo da sala, com um tabuleiro de xadrez, que ficava próxima de uma enorme janela.
Z agora se aproximava da luneta próxima a essa janela e a observava. R não entendia exatamente o que havia chamado tanto a atenção do rapaz até se aproximar e perguntar.
- O que houve?
- Veja com seus próprios olhos...
R seus olhos na lupa da luneta e viu para onde apontava... Apontava direto para a praça em que eles quase haviam morrido. Será que Z estava pensando que...
- Não pode ser... Você acha que... - R foi interrompida por Z que a olhava com um sorriso triunfante.
- Acho que a pessoa que está nessa casa armou nossa morte duas vezes, desta casa ela observou os cenários em que faria uma cilada para nós... Achamos o chefão disso tudo R... Se você olhar a direção das outras janelas da casa verá que elas apontam para outros lugares que fomos atacados. A pessoa nos monitorava daqui, você pode ter certeza, dependendo de nossas ações hoje... conseguiremos uma resposta para tudo. Precisamos ir atrás dos outros!
- Espere! Estamos um passo a frente... Se dermos bandeira e acordarmos todos... Essa pessoa pode saber que precisa ficar em estado de alerta. Me ajude a destruir a porta do armário de papai... Talvez se conseguirmos entrar na sala secreta...
Z entendeu a mensagem na mesma hora. Ela estava certa. R se sentia eufórica, eles estavam perto do fim... será mesmo? Algo ainda lhe dizia para não baixar a guarda completamente. Logo a porta começou havia sido arrancada, eles começaram a tirar vários conteúdos aleatórios que foram postos ali dentro só para camuflá-lo de um armário comum. Então quando já não havia mais nada ali viram uma porta de ferro com um sistema eletrônico de identificação de digitais... a porta só abriria com a digital do seu pai. Tudo havia sido em vão...
- Não tem como seguirmos... - Disse R ao se sentar no chão.
- Seu pai não te disse que chegaria um dia que você poderia entrar nessa sala? - perguntou Z não se dando por vencido. Deveria haver uma forma de conseguirem aquilo.
- Sim, mas... Ele em nenhum momento cadastrou minha digital ali...
- Não que você se lembre! As vezes essa só foi mais uma memória que você perdeu... Coloque a sua mão ali, você consegue. - Disse Z terno ao segurar os ombros de R lhe passando segurança.
O corpo de R estremeceu ao sentir as mãos quentes de Z sobre seus ombros, mas ela se sentia confiante agora, devido a ele... ela estava viva agora. Ela poderia confiar nele de olhos fechados, mesmo não sabendo nada sobre ele. R seguiu até a porta e pousou sua mão sobre o painel eletrônico, uma luz vermelha passou avaliando a digital de seus dedos...
... e então liberou a entrada.
R sorriu, Z mais uma vez havia acertado. O fundo do armário se abriu como uma porta e revelou uma escadaria espiral de pedras que descia por um caminho escuro. Z novamente foi na frente e enquanto desciam luzem acendiam iluminando por onde passavam. Para onde eles estavam indo afinal? O coração de R disparava. Por que seu pai precisava de uma sala secreta? O que ele poderia ter escondido a tanto tempo de sua própria família?
Ao chegarem no fim dos degraus se depararam com uma espécie de laboratório antigo. Várias macas de ferro, televisões que ainda permaneciam ligadas e transmitiam imagens de câmeras de segurança de vários cômodos da casa. Sobre um balcão haviam diversos papéis corroídos e manchados, e ao lado uma série de utensilhos hospitalares como bisturis, seringas e outros que R não sabia identificar. Mas nada daquilo fazia sentido... Por que seu pai tinha um laboratório e ferramentas cirúrgicas?
- R vem aqui! - chamou Z do outro lado.
R passou por cortinas de plástico suspensas que serviam como divisória e logo viu porque Z a havia chamado ali...
- Ai meu Deus... Pai o que você fazia aqui?
M havia acabado de acordar, lá fora chovia fortemente, ainda era noite mas algo o incomodava... talvez o fato de estarem em uma casa com um inquilino fantasma fosse o motivo. Todos estavam dormindo... exceto R e Z que não estavam ali. M começou a temer o pior e se levantou olhando ao redor. Um tremor passou pelo seu corpo quando ele reparou que havia alguém no topo das escadas. Havia Alguém o encarando ali na penumbra... Ele tinha certeza. M pegou seu revólver e uma caixa de fósforos na mesa e acordou F e P.
- Tem alguém nos observando do alto das escadas... - Sussurrou M.
Todos se levantaram apressados, F foi direto até a mesa pegar uma arma e P soltou um grunhido de dor ao se sentar. E então fosse quem fosse a pessoa parada ali em cima... começou a descer... passo a passo... na direção deles...
Por algum motivo todos deram alguns passos para trás indo em direção as grandes portas de vidro, onde a claridade da lua iluminava em partes aquele saguão. Então se a pessoa continuasse a andar na direção deles, ela teria de se mostrar. Mas não foi isso que aconteceu. M não entendeu nada, tudo começou de uma vez só, um barulho muito forte, vidros caindo sobre eles, um choro desastroso de agonia que cortava a noite. F agarrou M e o empurrou para trás enquanto apontava a arma na direção da pessoa que havia invadido a casa.
M agora caído no chão ouvia passos fortes começarem a sumir na escuridão... O que estava acontecendo? A pessoa que os encarava estava fugindo enquanto soltava lamentos aterrorizantes...
- Eu não posso deixar ele fugir... - Disse M ao se levantar correndo sozinho na direção daquela pessoa, adentrando a escuridão. E deixando seus amigos para trás.
Os passos à sua frente estavam numa corrida desenfreada e ficava difícil para M aconpanhá-lo, o choro que saía da pessoa era perturbador... parecia uma espécie de súplica... Logo o som parou em um beco da casa, M ouviu o barulho de algo se fechando e tatepu a parede até encontrar o interruptor. Após acender a luz daquela parte da casa ele entrou no quarto ao lado e não encontrou ninguém... mas não tinha como ele ter fugido, era um beco sem saída... Então M olhou para o teto e entendeu tudo, havia um sótão ali. E ele só havia conseguido perceber isso porque não havia sido fechado direito. M puxou a porta e subiu o sótão.
O som recomeçou, só que dessa vez mais baixo e começou a ouvir pequenas frases no meio do choro.
- Eu sou um monstro... Eu não posso ser perdoado... - mais choro.
M recomeçou a sentir medo novamente. As frases foram retomadas da pessoa à sua frente.
- Eu achei que iria dar... mas... me desculpe por favor...
M retirou a caixa de fósforos do bolso e acendeu uma fagulha... Agora ele conseguia enxergar o rosto da pessoa que se escondia na escuridão.
Era um homem que deveria ter em torno de 70 anos, tinha barbas e cabelos espessos e grandes, ele se escondia com suas mãos machucadas e seus olhos eram opacos de tristeza.
- Por que está pedindo desculpas? - Perguntou M. - Quem é você?
- Eu sou o dono dessa casa... Eu sou o pai da R!
😱😱😱😱😱😱 Alguém já esperava? E essa sala secreta hein? Quem será que invadiu o hall? Será que goi uma boa idéia todos eles se separarem? Muitas perguntas, eu espero de coração que vocês estejam amando. To amando os comentarios, as teorias e as mensagens de carinho. Vocês são demais. Será que já ta perto deles desvendarem tudo? Na próxima segunda saberemos mais ❤🥰 se estiverem gostando divulguem para amigos, compartilhem, ajudem essa obra ao chegar no máximo de pessoas possíveis. E novamente obrigado pelo apoio e carinho sem vocês com certeza não seria tão especial o que faço.
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