Arquivo 36


Logo Z retornou para junto de todos com umas sacolas cheias de biscoitos e refrigerantes, para a alegria de todos, qie estavam famintos. Já deveriam ser 07:00 horas da manhã quando todos começaram a ir para a casa de R, ela havia oferecido a casa apesar de parecer que estava evitando ao máximo tornar essa opção uma alternativa.

Mas todos se sentiam cansados, precisavam de um banho quente e trocar suas roupas.

F arregalou os olhos ao se aproximarem da casa de R, a enorme residência salmão tinha grandes portões de ferro na entrada, uma vasta visão de um jardim que antigamente parecia ter sido belo e verde; no centro um chafariz, onde um pequeno menino sobre cisnes segurava um jarro que já não mais jazia nenhum resquício de água. Continuando seguindo ela em silêncio ele viu uma estufa em uma parte afastada da casa com um vidro quebrado, uma pequena casa de caseiro e um enorme cortador de grama enferrujado ainda sobre a vegetação morta. A residência parecia abandonada, mas assim que entraram ele ficou feliz ao ver que a energia da casa ainda funcionava. F olhava espantado para a amiga, ele em nenhum momento poderia ter imaginado que ela morasse em uma mansão como aquela. Tinha tido uma vida completamente confortável e luxuosa e de repente tudo se foi...

- Não imaginava que fosse rica! - disse F não escondendo a surpresa.

- Pode ser que eu seja um pouco, depois que minha família morreu fiquei sendo a única herdeira de todos os bens... Mas de certa forma, não venho aqui tem um bom tempo.

- Então era você que morava na mansão da cidade? Pensei que fosse abandonada... - M disse circunspencionando o casarão.

- Estava... Foi aqui que minha família foi assassinada. - Disse R no salão de entrada da casa saindo de perto e segurando um leve riso ao ver as expressões de M e P.

Exceto pelo jardim morto e abandonado, a casa em seu anterior parecia que em nenhum momento havia sido abandonada, estava tudo exatamente no mesmo lugar, os cômodos, os quadros, o carpete, mas... algo parecia fora do lugar... Ela olhava para a estante da casa, lá havia vários porta retratos com fotos de sua família unida, mas...

Em todas as fotos o rosto de uma pessoa havia sido riscado de preto. R não se lembrava daquilo, havia algo fora do lugar, quem era aquela pessoa? Nas fotos ela estava com seu pai, sua mãe e irmã na neve, no natal, no jardim... E em todas as fotos havia mais uma pessoa, sempre próxima, mas como era possível? R não lembrava de mais ninguém com eles em todos esses momentos, não havia mais ninguém morando com eles além dos empregados da casa que não estavam naquelas fotos. E quem havia rasurado aquelas fotos se ninguém mais morava naquela casa há anos... Será?

R por um momento pensou em abandonar aquela casa e sairem o mais rápido possível dali com seus amigos, porém não conseguiu falar nada ao vera animação de todos, estavam finalmente descansados, finalmente a salvo. E para onde iriam se tivessem de sair de lá por um medo dela que não tinha nenhum cabimento, poderia ser apenas um receio. Mas naquele momento R também não sabia se poderia confiar nas suas lembranças, será que ela havia esquecido muito além do que esperava? Quem era ela afinal? Quem era aquela pessoa nas fotos que sempre aparecia ao seu lado colocando a mão sobre seu ombro. Todos já haviam subido as escadarias da casa para o segundo andar. Ela estava sozinha no hall da casa, mas ainda se sentia observada...

Então uma mão pousou sobre seu ombro...

- NÃOOOOOOOO! - gritou R ao se virar, tentando fugir de mãos firmes que a seguraram enquanto ela tentava se desvencilhar.

- Calma R, sou eu! - Disse Z a segurando firmemente pelos ombros a olhando nos olhos, um olhar preocupado. - Está tudo bem?

M evoltaram correndo para ver o que estava acontecendo, com essa correria 24 horas eles nunca sabiam quando poderia ocorrer o próximo ataque contra eles, acabavam ficando em estado de alerta a cada minuto que passava, principalmente depois dos últimos acontecimentos seguidos.

- Me desculpe Z, só me assustei um pouco! - disse R disfarçando o pavor que tinha tomado conta dela a pouco.

- E acabou assustando todos nós, preciso me deitar, meu corte ainda dói bastante. - Disse P no topo das escadas.

- Você tem algo que gostaria me contar?- perguntou Z a observando atentamente.

- Não, está tudo bem.

- O que houve com essas fotos? - perguntou M para R enquanto observava a estante. - Você realmente deveria ter muita raiva dessa pessoa que você rasurou o rosto.

R continou calada, não queria contar sobre suas suspeitas, queria que todos pudessem ficar calmos e sossegados, eles precisavam manter a sanidade, R sabia muito bem como o caminho para a loucura era curto e escorregadio, havia convivido com muitas pessoas sãs que ficavam tão desesperadas trancafiadas dentro do hospício que se entregavam a loucura, elas já não tinham mais saída, não tinham esperança. R sabia que a única esperança que eles tinham ali naquele momento era saber que eles poderiam lutar contra tudo aquilo, mas para isso eles precisavam reabastecer suas forças.

- Não gostaria de falar sobre isso, me desculpe. - disse R respondendo a pergunta de M.

Todos pareceram entender os motivos de R, aquelas fotos eram de sua família que havia perecido. Todos se reuniram na sala, P ficou deitado sobre um enorme sofá acolchoado, Z e M foram para a cozinha preparar os congelados que haviam conprado há pouco tempo e F ao lado de P cochilava sentado. R não se juntou a eles, ela começou a vagar pelos corredores da casa, e a cada cômodo que passava se lembrava de cenas de sua infância, na época que era feliz. Ao passar por um dos cômodos ela avistou um enorme quarto que antigamente pertencia aos seus pais, continuava tão belo como antes, R sempre admirou o grandioso quarto dos pais desde pequena, a penteadeira de madeira indiana com um grande espelho, que sua mãe passava horas em frente se embelezando, o grande tapete felpudo salmão, que combinava com os lençóis e panos que pendiam sobre a cama e sua armação, a lustrosa vidraça que permitia o casal observar as montanhas e....

...a capela.

A visão da janela do quarto de seus pais ia diretamente para a capela, que irônico - pensou R. Ela saiu de perto da janela e foi se sentar na penteadeira, soltpu os laços de seu cabelo e os deixou cair sobre suas costas, começou a pentear seus fios dourados e se olhar no espelho, então algo lhe incomodou... Pelo reflexo R viu algo que não deveria estar naquele cenário, algo sobre a cama que ela não havia notado. Ela se aproximou com o coração acelerado... Eram jornais. Mas o que mais a deixou intrigada eram as notícias sublinhadas e destacadas com caneta preta "CHACINA: Uma das famílias mais influentes da cidade de 3 é brutalmente assassinada". R não compreendia o porquê daqueles jornais estarem naquela casa abandonada, como estariam ali? E por que? Ela permaneceu remexendo os jornais, e os outros a perturbaram mais "Sobraram apenas dois sobreviventes do incidente...". R não estava compreendendo o que aquilo significava, no jornal tinha o nome de R como sobrevivente mas o outro nome estava rasurado de preto, igual as fotos da estante. Desesperadamente R continuou folheando as páginas dos jornais, muitas partes haviam sido rasuradas e rasgadas. Logo alguém bateu na porta do quarto que estava entreaberta, despertando R de seu terror.

- Não entre! Gritou R escondendo os jornais. A porta não abriu mais, R não queria que mais ninguém naquela casa além dela visse aquilo, algo estava acontecendo mas isso era coisa dela, ela não queria atormentar ninguém com seu passado pesaroso. - Por favor... Depois eu desço. Fique com os outros.

Novamente ela estava só, pegou os jornais e acabou deixando um cair. Ao se abaixar para pegá-lo algo chamou sua atenção. Era um jornal muito mais atual, do ano passado, onde tinha uma enorme foto de V. A notícia falava sobre a ganhadora de prêmios de robótica e ciência jovem, sobre como era um prodígio e como algumas de suas teorias para universidades famosas lhe rendeu diversos troféus. Sua foto havia sido circulada com a mesma caneta preta, ao lado uma anotação " O que a motiva?".  Seu rosto estava circulado, como uma espécie de alvo. Mas como um jornal tão atual estava ali junto dos anteriores? E o que eles tinham em comum? Era como se...

R guardou todos os jornais na gaveta da penteadeira, mais tarde ela voltaria para lê-los, mas por enquanto decidiu descer e se juntar aos outros. Quando ela chegou Z estendeu para ela um prato de lasanha bolonhesa. Ela se sentou e começou a devorar a comida.

- Quem foi que me chamou quando eu estava lá em cima no quarto? - perguntou R entre garfadas. - Me desculpe se pareci grossa na hora.

- Ninguém subiu as escadas R... - Disse M confuso. - Nós quatro estivemos aqui embaixo preparando coqueteis molotov, só por via das dúvidas.

O coração de R começou a acelerar, sua mão que segurava o garfo começou a tremer e sua testa suou frio. O que estava acontecendo? Será que estava ficando louca? R cerrou os punhos e engoliu o medo que tentava se apossar dela naquele momento e forçou um sorriso.

- Devo ter me confundido, estou tão cansada que acabei me confundido.

Então ignorando os fantasmas de seu passado, todas as evidências presentes e tudo o que poderia vir a acontecer futuramente, ela se juntou a eles na conversa e aos poucos começou a conversar descontraidamente.

Só não sabia ela que existem fantasmas que não dormem....


































Eitaaaaa!!! Eu amo demais esse arco da mansão da R, vocês vão amar!!! As então galera, acham que a R só está abalada ao retornar para essa casa que lhe remetem lembranças tristes ou acham que ela tem motivo pra ter medo? De qualquer forma a sequencia vem na quarta e chega rapidinho. Bjsssss pessoal!!!

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