Arquivo 21
Após ver a terrível cena de G morto sobre sua cama, F estava sentado ainda abalado na sua sala de estar com seus amigos, enquanto os peritos analisaram seu quarto. Um silêncio massacrante perdurava na sala até J começar a falar.
- Esse M é um monstro! Vocês viram, o corpo do G foi destruído, como ele fez isso?
- M não fez isso, armaram para ele. - Disse F seco sem fazer contato visual com ninguem. - Sei que você está confusa e me sinto na obrigação de te explicar o que está acontecendo já que você se envolveu nisso.
Em um tom de voz quase sussurrado ele contou o que já havia dito diversas vezes em uma versão resumida para que ela entendesse o que estava passando. Desde quando o havia tirado daquele galpão e presenciado aquele cenário a garota estava completamente preocupada com o que ocorria, ela merecia uma explicação. E se todos eles sumissem? Primeiro V, agora G... E se a cada avanço ocorresse uma perda? Será que no fim ele teria outra chance?
Após terminar de explicar tudo, a menina que ainda parecia descrente colocava uma mecha de seu cabelo rosa para trás da orelha, tentando estudar aquela situação agora que havia informações demais, ela parecia não acreditar muito, mas logo depois da confirmação de R, e a história começou a fazer sentido para ela. A cabeça de F doía ao tentar imaginar como M estava naquele momento, ele parecia não conseguir pensar em outra coisa, mas algo o intrigou, esse tempo todo Z estava quieto até aquele momento.
- Eu me lembro... - disse Z como se fosse para si mesmo.
- Como é? - perguntou R.
- Eu me lembro o que aconteceu quando chegamos na frente da casa de M naquela noite... Havia uma viatura impedindo a gente de prosseguir. Nós descemos do carro e...
- E o que? - perguntou F. E então ele começou a sentir como se estivesse alguém o observando,ele olhava para os lados mas não havia ninguém ali. Olhando para cima pôde ver... Uma câmera os observando, e como num lampejo se lembrou da voz que tinha escutado no telefone de seu trabalho, "quando o quinto dia chegar eu estarei te olhando", ele ainda tinha o número daquela ligação gravada em seu celular e precisava tentar descobrir mais tarde quem o estava tentando alertar, e sobre o que... Mas no momento tinha outras preocupações.
Olhando para as outras extremidades das paredes também viu mais câmeras discretas que os encaravam silenciosas, F se levantou percorrendo a casa toda enquanto observava cada parede da casa. F suava frio, tudo começava a fazer mais sentido agora... "Você foi observado". Quando aquilo havia aparecido ali?
F chamou sua mãe e perguntou por que havia câmeras na casa deles, e ela respondeu que era parte de uma nova política adotada para prevenir acidentes e desastres, que todas as residências agora teriam assistência 24 horas por dia do governo do país, que havia sido uma sábia atitude do governo. Além disso também iriam ser instalados postos policiais em alguns quarteirões para ajudar caso algum alarme soasse.
- E quando foram instaladas essas câmeras ? - perguntou F.
- hoje cedo, antes de G chegar.
- E a nossa privacidade? Já passou pela sua cabeça que esses instaladores podem ter sido os causadores da morte de G?
- Meu filho sei que ainda está muito abalado e triste pela perda, todos nós estamos, mas eles saíram antes dos dois chegarem. Estamos seguros agora!
F não acreditava no que estava ouvindo. Em que momento aquela política havia sido criada? Em que momento todos começaram a aceitar tão bem atitudes políticas extremas, tão invasivas. A mãe dele saiu de lá. Todos permaneciam no sofá.
- precisamos sair daqui! - disse F ao apontar para as câmeras .
Seus pensamentos ainda não pareciam ter aceitado o que estava acontecendo, como as pessoas aceitaram aquela implantação de governo tão rapidamente sem nenhum tipo de contestação? Sem greves e manifestações. F estava novamente no centro da praça, com R, J e Z, uma pequena base que parecia ter sido construída a pouco tempo estava ali de pé, três policiais olhavam para todos vistoriando tudo. Algo começava a perturbar F. Toda essa vigilância, o episódio com M, a forma com que V estava, apesar de ter a mesma aparência tinha mudado completamente. A terrível morte de seu amigo...
A voz de Z quebrou o silêncio.
- Eu tenho que falar... Antes que eu esqueça de tudo!
Todos voltaram sua atenção para o rapaz que parecia pensativo.
- Na frente da casa haviam carros policiais bloqueando a passagem. Um dos policiais me colocou contra o carro, outro levou a R para dentro de uma viatura, e você... Um policial foi até você, apontou a arma na sua testa e então...
- Atirou! - disse F. - Foi a última lembrança que tive daquele dia. O som do tiro.
- Não! - F foi surpreendido pela afirmação de Z.
- O que?
- O som do tiro não foi o da arma dele. Alguém atrás de nós atirou no policial, salvando você... Não consigo lembrar quem... Mas saímos da estrada e entramos na floresta, começamos a correr sem rumo... Até você esbarrar em... Não! A gente tinha descoberto algo naquele dia. Após esbarrar naquilo.
Os olhos de F estavam vidrados, agora ele lembrava daquela pequena parte que havia sido esquecida mas com alguns borrões ainda indecifráveis para ele. Alguém o havia salvado naquele dia. Ele, R e Z haviam esbarrado em algo na floresta. Porém os policiais continuaram a seguí-los e eles tiveram que fugir. Mas como eles haviam perdido a memória?
- Em que esbarramos? - perguntou R.
Z ficou sem palavras. E então F tornou a falar.
- M está correndo perigo. Precisamos fazer algo para tirá-lo da prisão onde ele está .
- Está louco? Ajudar alguém a sair da prisão? Seríamos perseguidos, seríamos fugitivos. - disse J
Um dos policiais que estava na base se aproximou perguntando se eles precisavam de ajuda. O olhar intimidador do policial fez F estremecer. J sorriu gentilmente para ele e disse que estava tudo bem. Porém J falou algo que ninguém ainda havia reparado... Em volta da praça haviam edifícios não muito altos e ela disse que dava para ver que em cada um deles havia alguém... Como se estivesse esperando o momento exato para algo...
F havia reparado que tinha algo estranho acontecendo, mas só reparou quando seu celular vibrou e viu uma mensagem na tela.
"Saia de onde você está agora! Vocês estão correndo perigo, você está cercado!"
Capítulo BÔNUS!!! Agora vai começar a pegar fogo hein galera, aguenta coração 🥰 E quem aí tá curtindo as revelações que estão começando a surgir? Não consegui segurar a ansiedade de lançar o capítulo só amanhã e acabei liberando um capítulo BÔNUS hoje, mas fiquem tranquilos que a programação segue normal e amanhã tem mais capítulo. Ansioso pelas reações !!! Obrigado galeraaaa! Beijos fui!
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