A viagem e a praia!
Capítulo 1
Luiza não sabia o que fazer, ainda estava desnorteada, a conversa do dia anterior não saía de sua cabeça.
Ela nunca poderia imaginar que sua única filha tomaria a decisão de cometer eutanásia, ainda tinha tanto para viver, porém, ela sabia que era apenas seu coração de mãe falando mais alto!
Raven podia morrer há qualquer momento, mas a menina não desejava mais sofrer e nem ver seus familiares sofrendo junto, e isso Luiza entendia.
Olhou para o relógio mas uma vez e constatou que faltavam cinco minutos para as oito da manhã, horário em que haviam combinado de ir buscar Raven no hospital.
Pegou sua bolsa e checou a lista que devia seguir nas próximas 48 horas...
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Sonhos de Raven:
1°- Acampar;
2°- Viajar;
3°- Fazer um amigo;
4°- Cantar em uma praça;
5°- Conhecer uma Praia de verdade;
6°- Comprar uma guitarra;
7°- Arranjar confusão em uma escola.
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Luiza riu ao reler o se estava no papel, eram desejos tão pequenos e fáceis de se conseguir que ela se impressionava com a simplicidade.
Geralmente, adolescentes gostam de ir a festa, shows e e outros lugares barulhentos e viajar em grupo, não com a mãe.
O último desejo era o mais engraçado, porém preocupante, pois "arranjar confusão em uma escola" pode ser perigoso para Raven, Além de ilegal.
Pegou a chave do carro e seguiu para a garagem...
Durante todo o trajeto ela repassava mentalmente se havia se lembrado de tudo, não queria correr o risco de algo dar errado durante o acampamento.
A ideia era viajar primeiro, conhecer uma Praia e depois acampar, ao fim do dia, se encontrassem uma guitarra que fosse do agrado de Raven, a comprariam com certeza, deixariam para cantar na Praça e arranjar confusão no dia seguinte.
O problema seria fazer um amigo, não é como se simplesmente os adolescentes se tornassem melhores amigos de uma hora para outra, esse sem dúvida seria o sonho mais difícil de realizar.
Ao estacionar em frente ao hospital, contatou que Raven já lhe esperava junto com uma enfermeira.
Ela entrou no carro assim que a mãe parou e esperou que a mesma desse partida, para que sua aventura de vida enfim se realizasse.
- Bom dia, querida! - Luiza desejou enquanto depositava um beijo no rosto da filha.
- Bom dia, mãe! - respondeu rindo.
Mesmo com quase 16 anos, Raven se comportava diferente dos outros adolescentes, não possuía aquela euforia, mesmo tendo vivido isso durante anos no hospital.
- E agora iniciamos nossa viagem, rumo a aventura, aperte bem o cinto, iremos fazer uma única parada antes de acampar... - informou já pondo o carro em movimento.
- E aonde será essa parada mãe? - a menina questiona confusa.
- No quinto item da sua lista. - respondeu apenas.
Pensando por um pouco, Raven, tentava lembrar qual era o quinto item da lista, e quando a memória lhe veio, um sorriso maravilhoso e contagiante tomou conta de seus lábios.
- Finalmente irei conhecer uma Praia de verdade... - afirmou para si mesma.
O tempo passou rápido, porém a ansiedade de ambas era quase palpável.
Quatro horas e meia de viagem depois, Luiza estaciona o carro em um restaurante muito grande e de Boa aparência.
Raven que havia adormecido, desperta tentando se situar, e ao perceber que pararam para almoçar, sai rapidamente do carro.
A mãe estava no fim de uma ligação quando ela se aproximou.
- Quem era? - perguntou quase sem interesse,
- Seu pai. Ele disse que devemos ligar sempre que possível para mantê-lo informado de tudo. - respondeu.
- Antes de ir trabalhar ele passou no hospital e disse para tomarmos cuidado. - revelou dando de ombros.
Luiza deu um leve sorriso antes de voltar ao carro e pegar uma bolsa de praia.
Estranhando a situação, já que estavam em um restaurante e a mãe também pegata uma toalha, Reven questionou.
- Para quê isso? Não vamos almoçar?
Observando a confusão da filha, ela gargalhou Alto diante de tanta inocência.
- Eu prefiro almoçar numa das mesas mais próximas da Praia, mas se você prefere estar dentro do restaurante, por mim tudo bem. - informou entre risos.
Arregalando os olhos, Raven, virou para o restaurante e seguiu pelo caminho de pedrinhas que seguia pelo lado da construção.
- NÃO ACREDITO! - gritou estupefata - É maravilhoso, mãe, obrigada! - disse com os olhos marejados enquanto abraçava Luiza.
Por certo tempo, só conseguiram ficar ali, observando o mar e a areia branquinha, onde alguns turistas se divertiam...
#735
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