A regra do jogo
Na madrugada, por volta das 02h19 da manhã, Marco dirigia seu carro azul ciano por uma colina que ficava no meio da estrada, não era muito alta, porém era muito perigosa já que não estava nos mapas, qualquer um pode ficar ali.
Ele estava sério, impassível, parecia capaz de dar um tiro em qualquer pessoa que aparecesse em sua frente, e eu torcia para que essa pessoas não fosse eu.
O carro rodopiou na lama molhada pela forte chuva que caia naquela hora. Ao estacionar o carro perto do tronco de uma árvore, Marco teve de andar por uns dois quilômetros, debaixo daquela chuva, apenas com um capuz marrom cobrindo-lhe a cabeça.
Depois de andar mais ou menos dois quilômetros, Marco encontrava-se ofegante, porém muito esperançoso, já que, em sua frente, Pietro e Enrico o aguardavam com duas pessoas com as mãos atadas e sacos velhos na cabeça, eles realmente tinha conseguido fazer o que ele havia pedido.
- Olá, pai. - Disse Enrico maliciosamente, os cabelos encharcados colados na testa.
- Vejo que conseguiu trazer o que eu pedi.
Enrico sorriu, mostrando a pessoa que tentava se livrar do aperto das amarras.
Naquele momento, eles estavam exatamente no pico da colina.
As duas pessoas que estavam amarradas, na frente de Marco, eram nada mais, nada menos, do que Sidney e sua recente namorada, Melissa.
Marco sorriu, não um sorriso qualquer como o de uma criança que acabara de receber um doce, mas sim um sorriso macabro.
Sid estava com uma mordaça verde na boca quando Enrico tirou-lhe o saco da cabeça, seus olhos expressando pura fúria e angústia.
Marco ajoelhou-se e retirou a mordaça de Sidney, ordenando:
- Tirem a mordaça da garota.
Pietro, que vestia um casaco no estilo college, retirou o saco da cabeça de Melissa, revelando uma garota angustiada. Ao retirar a mordaça de seus lábios, a garota arfou, ansiosa por soltar um grito, porém, achando muito arriscado, esforçou-se para manter o estridente e atormentador grito de desespero em sua garganta.
- Qual o seu nome? - Marco perguntou, direcionando-se à garota.
-Marco, deixe-a fora disso! - Exigiu Sid.
Marco, com um aceno de cabeço, ordenou que Enrico desse um soco no maxilar de Sidney, e assim foi feito.
- Não. - Disse Mel, entrando em prantos.
Com outro aceno de cabeça, Pietro agarrou os escuros cabelos da garota.
- Repetirei a pergunta. - Disse Pietro no ouvido dela. - Qual o seu nome?
Melissa olhou para Sidney, com medo de não responder a pergunta e ele, bem lentamente, fez um movimento de sobrancelha que, na mente dela, significou como um sinal para que não revelasse seu nome verdadeiro.
Marco fez o mesmo aceno de cabeça na direção de Enrico e, agora, um soco na maçã do rosto de Sidney tinha sido feito, estourando seu lábio menor, fazendo sangue escorrer pelo canto de sua boca.
- Não! Pare por favor! - Gritou Mel, desesperada.
- Acho que você não entendeu o jogo, nenhum dos dois entende.
- Jogo? - Sidney disse, entre gemidos dolorosos.
- Sim, Sidney, o jogo. Tudo é um jogo, eu lhe dou as regras e, se você não joga de acordo com as mesmas, irá sofrer as consequências. A minha primeira regra do jogo foi para você afasta-lo de Emily, faze-lo desaparecer, senão você sofreria junto à uma pessoa que amasse e eu, sendo um homem de palavra, só estou cumprindo meu dever.
Marco sorriu e virou um tapa na cara de Melissa.
- Diga-me seu nome! - Ele berrou.
Melissa era forte e, por entre o ardor do tabefe, respondeu:
- Laura.
- Fale direito. - Disse Pietro. - Nome completo.
- Laura dos Santos. - Disse ela entre lágrimas.
- Faça-a deitar. - Ordenou o homem carrancudo.
Pietro bateu nas costas dela e, instantaneamente, a face dela entrou em contato com a grama rala.
- Para! - Berrou Sidney, levantando-se, furioso, batendo no estomago de Enrico e começando a correr, ainda de mãos atadas, na direção de Marco. Pietro se colocou na frente e lançou o corpo de Sidney no chão, apenas com um movimento.
Enrico se recompôs e correu na direção de Sidney, arrancou o irmão de cima dele e começou a espanca-lo, esfolando o rosto dele com seus punhos furiosos. Sid deu um chute no saco de Enrico, que saiu de cima dele, dando-lhe a chance de gritar:
- Mel, corra! - Mas aí ele percebeu o que tinha acabado de fazer, ele havia dito: Mel, ao invés de Laura, ele revelou o verdadeiro nome de sua mada, mostrando que ela estava mentindo.
- Acho melhor não fazer isso, docinho. - Marco agora apontava uma arma na direção dela. A chuva começava a amenizar. - De um passo e você morre.
Mel agora estava ofegante e desesperada e, assim, não percebeu quando Pietro esgueirou-se por trás dela e virou-lhe uma bofetada no rosto. Ela caiu e voltou a chorar, apoiada em seus braços e com as mãos enfiadas na grama. Seu shorts azul já todo imundo de barro,
- Acho que eles estão começando a entender o jogo, - disse Marco a seus filhos - livrem-se deles. - E, em seguida, ele fez um sinal para que seus filhos fossem direto para casa depois que finalizassem o serviço.
Enrico sorriu para Pietro e disse para Sidney:
- Tenha uma boa noite. - Então ele o lançou barranco abaixo. Sid rolou e esfolou o braço direito além de distender o joelho e, por sorte, não caiu na estrada.
- E a senhora - disse Pietro - poderia nos dar um pouco de diversão. - Ele retirou sua camisa.
- Nem tente encostar um dedo em mim! - Disse ela, dando uma joelhada no abdomem de Pietro, retirando todo seu folego. Ela virou-se para correr, porém, Enrico apareceu em sua frente, agarrando-a pela cintura e jogando-a na grama novamente. Ele a pegou pelos braços e, igual fizera com Sidney, lançou-a do barranco. Ela bateu a cabeça numa rocha e ficou inconsciente, ficando parada um pouco ante de onde o corpo de Sidney havia caído.
Pietro e Enrico ficaram se entreolhando.
- Eu não me sinto tão bem fazendo isso cara. - disse Pietro, sentindo uma pontada de arrependimento. - Acho que eu fui levado pelo o momento e tals, sem falar que eu sei que se não fizermos esse tipo de coisa o pai nos mata.
A chuva apertava novamente, parecia que o dia continuaria chuvoso.
- Eu faço isso porque quero, quero ter certeza que serei o próximo herdeiro.
- Não tenha certeza, irmão, ainda tem o Hugo, sem falar na nossa "querida irmã" Emily, ela é a preferida, talvez por que ela lembre a mamãe.
- Ela não vai ganhar de mim.
- Sinto muito, irmão, mas eu não posso lhe garantir isso.
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