Hobi sorriu, animado com a ideia de levar  Duda ao seu estúdio.
Durante o breve percurso ao próximo andar andar percebeu que ela estava apreensiva. Andava de braços cruzados e com o olhar vidrado no chão.

— Se continuar com essa cara vou achar que odiou dançar comigo e que está detestando o que estamos prestes a fazer.

— É  que estou suada, doida por um banho e com medo de ficar nervosa e acabar quebrando algum equipamento importante. Ou pior, deletando um álbum inteiro. - Acabei achando graça dela.

— Você é  desastrada sim, mas, também não é  um apocalipse  ambulante. É  só manter as mãos nos bolsos.

     Quando chegamos ao estúdio, a deixo entrar e observar tudo com calma.

— Que mesa interessante essa aqui.

— Ah! Isso é  uma mesa de mixagem. Foi aqui que Arson foi feita.

— Amo Arson. - Diz se aproximando da mesa. — Fiz até o desafio dela. - Complementa me deixando curioso.

— Vou querer ver isso depois. - O que pu i em resposta foi um talvez. — Vem cá! Quero te mostrar os detalhes dela.

       Nos sentamos e Duda ouviu atentamente enquanto ia mostrando cada instrumento usado na música.

— Queria ter um talento tão incrível assim. Mas não ia conseguir criar nada.

— Você pode se surpreender. Ainda a pouco você  disse que não dançava e na realidade consegue fazer muito bem. Que tal criarmos uma melodia?

— Estou inclinada a aceitar, se você me deixar mostrar um pouco do meu mundo também.

— Quer me fazer infartar?  Vai mesmo colocar esse rostinho fofo no meio do mato? - Tento argumentar.

— Não seja exagerado. Podemos ir a uma trilha perto da cidade. Nada muito radical.

— Combinado, mas, já aviso que não vou encostar em bicho algum.

— Claro! Então eu  adoraria criar uma música com você. - Ver o sorriso dela me encanta

      Estava animado para ajudar Duda a criar uma melodia usando os sons dos instrumentos favoritos dela.

— Me diga quais seus instrumentos favoritos?

— Violão, guitarra, violino, piano e bateria. - Ela responde sorrindo.

— Uau vai ser uma mistura e tanto.
Ok, Duda, cada instrumento tem seu próprio som e personalidade. Queremos misturar esses sons e criar algo único. Digo enquanto colocava algumas trilhas de bateria e guitarra na mesa de mixagem.

      Duda me observou enquanto adicionava alguns outros sons de violino, piano, violão e até mesmo um sintetizador. Esse último era para dar equilíbrio.

— Agora, vamos colocar todos esses sons juntos para criar uma melodia. Expliquei, ajustando os níveis de volume em cada trilha. — Observe como cada som interage com o outro e cria uma atmosfera única. Vamos experimentar até chegar a uma combinação que você goste. - Digo, encorajando Duda a usar sua criatividade para escolher os sons certos.

      Duda começou a sugerir sons e batidas que lembravam as músicas que ela mais gostava. Eu fui ajustando cada trilha de áudio, adicionando reverberação e efeitos para criar uma sensação ainda mais envolvente em cada uma delas.

     E assim, trabalhamos juntos para finalizar a melodia que criamos. Uma colaboração única entre dois mundos completamente diferentes, mas que juntos, produzimos algo tão belo quanto a natureza que ela tanto ama.

     Depois de algumas mudanças e interações, Nós i finalmente chegaram a uma melodia incrível.

— Isso ficou maravilhoso! Você fez um ótimo trabalho, Duda. - Disse muito orgulhoso do trabalho em equipe que acabamos de realizar.

      Meu sorriso era largo ao olhar para Duda, me sentindo incrivelmente feliz por tê-la ao meu lado. Ela parecia tão confortável, tão natural ali comigo,  que me  pergunteu como conseguia viver sem ela antes.

      Mas ao mesmo tempo, uma sensação de medo me envolvia. Eu sabia que não duraria para sempre. Logo teria que cumprir meu dever enquanto ela voltaria para o Brasil. Seríamos  separados por um mundo inteiro novamente, e isso me deixava sem saber como agir.

     Eu queria viver o momento, aproveitar cada segundo ao lado dela, mas não podia deixar de pensar que não era justo com ela. Ela merecia alguém que pudesse estar ao seu lado sempre, não apenas temporariamente.

      Eu  me perguntei se deveria dar por encerrado, para que ela pudesse seguir em frente e encontrar alguém melhor, alguém que pudesse oferecer mais estabilidade. Para que eu também não me iludisse.

      Mas então  olhei para Duda novamente e vi a alegria em seus olhos, e percebi que não podia deixá-la ir tão facilmente. Ela me fazia feliz, e era isso que importava. Não importava quanto tempo duraria, nem como as coisas terminariam. O que importava era que eu já tinha ido longe demais  e queria ficar com ela naquele momento.

— Hobi. Será que podemos ir pra casa?

— Está entendida meu anjo? - Perguntei preocupado.

— Não é isso. Na verdade eu amei cada segundo. - Duda parecia sem jeito.

— Então... Qual o problema? - Ela desvia o olhar. — Duds? - Ela se aproxima e cochicha em meu ouvido.

— Eu estou fedida. – Assim que ela terminou de falar eu cai na gargalhada.
— Tá rindo do que?

— É  que parece que não sou o único exagerado por aqui. - Digo tentando respirar e rir ao mesmo tempo.

— Eu estou falando sério.

— Deixa só eu gravar essa melodia e nos já vamos.

     Na demoramos a estar novamente em meu apartamento. Enquanto ela toma banho e tento me acalmar. Não queria ir em trilha alguma, mas tinha feito um acordo. Avisei a empresa o que faria e me enviaram dois staffs para nós acompanhar.

     Enquanto me vestia meu celular começou a tocar. Desbloqueio  a tela e vejo se tratar de Jimin.

— E aí irmão. - Digo lhe atendendo.

— Hyung você está bem? - Vejo as carinhas dos meus companheiros se empuleirando uns sobre os outros.

— Por que está perguntando isso?

— Soubemos que você vai fazer uma trilha. - Jungkook dispara.

— Quem é  você e  o que fez com o nosso Hoba? - Namjoon perguntou rindo.

— Mulher nos faz fazer cada coisa. - Yoingi comenta.

— Só quando se está apaixonado. - Tae dispara.

— Fiquem quietos que a Duda tá vindo aí. Vou desligar. Depois nos falamos.

     Ainda consigo ouvir os gritos de reclamação antes de desligar na cara deles.

   Fiquei sem palavra quando a vi. Duda Colocou suas roupas de trilha o que a deixou ainda mais atraente.

— Uau, você parece uma nova pessoa agora. - Digo tirando sarro dela.

Duda riu e respondeu:  — É o poder de um bom banho!

     Olho meio que descaradamente para ela. Havia sempre uma tensão sexual entre nós. E essa roupa está mexendo com meu imaginário.

      Me aproximei de Duda, puxando-a para perto. Nossos olhos se encontraram e senti um frio na barriga.  Um tesão quase sufocante. O ar estava carregado de desejo enquanto tomo seus lábios para mim. Exploro afoito cada cantinho que encontro e me Afasto quando sinto meu pulmão quase explodir.

       Ela sorriu, envolvendo seus braços em volta de meu pescoço, me beijando novamente. Os beijos, agora foram suaves, mas rapidamente se descontrolaram.

       Antes que a situação chegasse a um ponto crítico, Mee afasto, dando uma risada envergonhada.

— Eu sou tão covarde quando se trata de bichos, Duda. Eu realmente não quero ir em uma trilha cheia de insetos e coisas do tipo.

      Duda riu, passando os dedos em meus cabelos.

— Hobi, eu vou estar lá com você. Não precisa se preocupar, eu vou cuidar de você. - Ela cruza os braços e me olha desconfiada. — Me beijou desse jeito pra tentar me fazer desistir? - A falsa indignação dela me faz rir.

— Não. Te beijei assim por que você está muito gostosa nessas calças apertadas.

— Uau. A sinceridade do esquilo. Ela não é  apertada e que eu...

— Você tem um bumbum deliciosamente grande. Eu sei. - Lhe dei um tapinha no local que a fez dar um pequeno pulo. Ando até a mesa e pego a minha mochila, caminhando até a porta. — E então Indiana Jones, vamos ou não? - Pergunto a observando.
 
    Ela pega sua garrafa de água e passa por mim.

— Estou mais para Lara Croft meu amor. - Me deu um selinho e finalizou. — E você, está pronto pra entrar no meu mundo?

     Eu não sabia se estava realmente pronto. Contudo, eu faria qualquer coisa com ela.