Decima setima hora

       Duda estava animada na Torre de Seul, olhando as lojas com interesse, mesmo que muitas delas já estivessem fechadas por já ser tarde.

        Observei com carinho a animação dela enquanto pensava conmigo mesmo como seria bom não ter que deixá-la ir, como seria bom se pudesse ficar com ela para sempre.

—  Hobi, olha só essa loja! – Disse Duda,  me puxando pelo braço.

— Que loja é essa? – Perguntei curioso. — Deve ser nova. Não lembro dela.

—  É uma loja de cartões postais! – Respondeu Duda, animada. – Eu quero comprar um para a minha mãe.

— Claro, vamos entrar! – Respondi sorrindo.

      Duda escolheu um cartão postal bonito e saímos da loja contentes. De repente, Duda viu uma cabine de fotos nas proximidades e me arrastou para dentro.

— Vamos tirar fotos, Hobi! – Disse ela, empolgada. — Só algumas vai. Sempre quis fazer essas coisas de dorama.

— Não íamos  fazer a sessão em casa?

— E vamos, mas estas aqui são engraçadas.

— Dud's  você está me deixando mal acostumado.

— Eu? Mais eu não estou fazendo nada demais.  Por que ficaria mal acostumado.

— Vou querer você todos os dias. Fonte imediata de alegria. - Ela me da um saquinho no braço e se volta para a cabine.

       Começamos a fazer poses engraçadas juntos, rindo e se divertindo como dois adolescentes.

— Você é muito  doidinho.

— Se bao for assim não tem graça.

      Quando as fotos saíram,  ficamos analisando cada uma, dando risadas das poses mais engraçadas.

— Vamos! - Passei o braço em volta de sua cintura e comecei a andar. — Que tal aquele sorvete agora?

— Adoro!

     Felizmente no andar térrio, tem ima sorveteira. Duda pede uma casquinha dupla de chocolate e amendoim. Eu prefiro o bom e velho morango.

       Nos sentamos nas escadarias do lado de fora. Eu tenho tantas coisas que quero perguntar. Estou muito curioso sobre a infância de Duda.

— Que tal um jogo. Você Você conta alguma lembrança engraçada de infância e eu te conto uma das minhas.

— Bem, eu me lembro de uma vez em que meus sobrinhos estavam brincando de tiro ao alvo com uma casinha de vespas – Disse Duda, rindo. – Eu estava lá para cuidar deles, e pensei que eles estavam... se lá,  andando de bicicleta. Mas quando eu fui ver, quase tive um treco.  Tentei parar a brincadeira, a casinha se desprendeu e eu levei muitas picadas!

       Eu não sabia se ria ou se ficava com pena dela.

— Nossa, Duda, deve ter doído muito!

— Doeu mesmo – Concordou Duda, fazendo uma careta. — Mas, sabe, é uma dessas histórias engraçadas que a gente guarda na memória e acaba contando depois.

       Concordei com a cabeça, pensando em como Duda era uma pessoa incrível, com tantas histórias e experiências de vida para compartilhar. Quando voltou a olhar para ela, viu aquele sorriso travesso em seu rosto.

— Tá me olhando assim porque?

— Sua vez. Uma história de infância pela outra.

— Ta... Deixa eu ver. Ah! - Comeco a rir assim que me lembro do fato.

— Conta, conta. - Duda parece uma criança que vai ganhar um doce.

— Não sei se você sabe mais eu detesto o barulho dos talheres  batendo no prato. Nunca gostei. Então minha mãe sempre me serviu tudo cortado.

— Eu sei desse fato.

— Então, quando eu tinha uns 11, talvez 12 anos, minha irmã apareceu em casa com uma amiga por quem eu tinha uma queda. Ela ia almoçar conosco e eu queria parecer "normal" então pedi a mamãe que não cortasse a carne. Queria tentar sozinho.

— Corajoso. - Ela brinca.

— Nem tanto, quando comeceu a ouvir o barulho da faca,  entrei e pânico e sai correndo da mesa. Nunca mais tive coragem de olhar na cara da menina. Passava a milhares de quilômetros  se conseguisse.

— Se eu estivesse lá, iria cortar pra você. - Foi uma resposta tão simples, tão sincera que me deixou aquecido.

— Eu tive uma ideia. - Me levanto e estendo as mãos para que ela venha comigo.

— Que ideia pequeno gafanhoto? - Ela questiona de maneira divertida.

— Quero que você tenha a experiência completa de viver o sonho coreano. Bom, pelo menos aquilo que eu conseguir te mostrar até amanhã.

— E essa experiência  aí consiste em...

— Vamos caminhar por Itaewon e depois por Hongdae e quem sabe ainda bao te levo a Gangnam.

— Seu plano é  bater perna no meio de uma multidão de gente? - Duda me olhou desconfiada.

— Tá com medo?

— Eu? Você é  celebridade aqui. E sim, não quero ter meus cabelos arrancados.

— Ninguém vai arrancar seus cabelos ou me reconhecer. Oh mulher Exagerada.

— O sujo falando do mal lavado.

— Quem está sujo? - Pergunto confuso.

— Deixa isso quieto e vamos antes que eu desista dessa doideira.

      Eu estou empolgado com a ideia de dar um passeio por Itaewon, o bairro badalado de Seul, faz um certo tempo que bao vou até lá. Enquanto caminhávamos pelas ruas movimentadas,  olhava para seus arredores com admiração, maravilhado com as lojas de roupas elegantes e restaurantes sofisticados. Duda, porém, estava um pouco apreensiva, olhando em volta com cautela.

— Hobi, você não está preocupado que alguém possa reconhecê-lo aqui? Não queremos causar um alvoroço na cidade.

— Relaxa, Duda. Eu estou usando um boné e óculos escuros. Ninguém vai saber quem eu sou.

       Passamos por inúmeros clubes e bares animados, ouvindo as batidas pulsantes da música que emanava do interior. Apontei para as luzes brilhantes e as fileiras de pessoas dançando animadamente. — Olha só! Esse é o famoso clube Octagon, e ali é o NT. E eu ouvi falar sobre esse lugar aqui, o Cakeshop. É super legal!

      Duda apenas me olhou , maravilhada, mas sentindo-se um pouco deslocada no meio de toda essa multidão. — Hobi, eu me sinto um bicho do mato aqui. Todo mundo parece tão bonito e sofisticado, e eu sou apenas uma garota simples do interior.

      Comecei a rir colocando a mão no ombro dela. — Você é ótima, Duda. Não há necessidade de se sentir intimidada. Apenas divirta-se e curta o ambiente.

       Ela acenou com a cabeça e deu um sorriso nervoso, mas depois relaxou e começou a se sentir mais à vontade.

— Tudo bem, você tem razão. Vamos explorar um pouco mais e ver o que encontraremos.

     Caminhando lado a lado comigo, Duda não conseguia acreditar no que via diante de seus olhos. A rua parecia nunca acabar, repleta de pessoas magníficas em roupas estilosas e cabelos perfeitos.

—Meu Deus, Hobi! - Ela exclama. — Não sabia que aqui era tão...bonito. - Ela tentou ajustar a roupa que usava e se esquivou com delicadeza dos olhares que recebia dos transeuntes.

     Enquanto caminhávamos emfrente a um bar, uma das mulheres que estava em pé do lado de fora se aproximou de Duda, pondo a mão em sua cintura e puxando-a para si mesma. — Ei, garota, você parece estar solitária por aqui. Quer um drink? Você acha que poderíamos nos divertir juntas? - Disse a desconhecida com um leve sotaque.

      Duda me  olhou, desconcertada, mas quando a moça a apertou mais, ela se afastou com delicadeza. — Ah, desculpe, eu estou só com meu amigo aqui. Nós estamos apenas passeando e conhecendo um pouco melhor este lugar.

       A moça acenou com a cabeça, desapontada, e voltou a sua posição anterior. Vi a cena toda e, de repente, me aproximei de Duda, segurei seu rosto entre suas mãos e a beijei profundamente. O beijo foi tão intenso ao ponto de causar um tremor involuntário em nós dois.

      Duda se afastou com os olhos arregalados e eu  ri, feliz com a expressão chocada dela.

— Que foi isso?

— Desculpa, Duda, mas não posso deixar de proteger o que é meu.

— Sou sua?

— Até essas 24 horas acabarem, sim! E quero que dê total atenção a mim. Lhe darei o mesmo.

      Duda riu, agarrando meu braço. — já disse que sou sua, Hobi. Vamos continuar a caminhada antes que comece a chover mulheres em cima de mim. Imagina quantos beijos ia ter que me dar. 

       Caio na gargalhada imaginando a cena. Me sinto tão leve e feliz. Vamos apenas ser um do outro por mais algum tempo.

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