capítulo vinte e três
Na manhã seguinte, a primeira coisa que fiz ao abrir os olhos foi reclamar da enorme dor de cabeça que sentia. Eu sabia que era fraca pra bebida e que a ressaca me matava no dia seguinte mas, mesmo assim, bebi
mais do que deveria na noite passada e agora pagava o preço.
-Tudo bem aí? - ouvi alguém falar e dei um pulo na cama, com o susto que levei. -Desculpa, eu não queria te assustar. - se desculpou Tom, que sentava no pequeno sofá.
-O que... o que tá fazendo aqui? - pedi tentando puxar as lembranças da noite passada da minha mente, mas me arrependi ao sentir as mãos e os lábios daquele bartender no meu corpo.
-Você apagou, eu te trouxe pro hotel e achei melhor ficar aqui. - respondeu o garoto se levantando.
-Oh, você... não precisava. - falei passando as mãos no cabelo.
-Tudo bem, eu fiquei com medo que se afogasse no próprio vômito. - disse ele apontando para o balde ao lado da minha cama.
-Oh meu Deus, Tom! Eu sinto muito, você... realmente não precisava ter feito isso. - insisti fazendo careta para o conteúdo do balde.
-Nah, eu... meio que precisava. - disse ele coçando a nuca.
Depois de alguns segundos de um silêncio contrangedor, onde nenhum dos dois sabia o que falar, Tom foi em direção á porta e se despediu.
-Bom, agora que acordou, eu tenho que fazer minha mala. Eu deixei alguns comprimidos para dor de cabeça e água aí do seu lado, acho melhor tomar. - disse ele apontando para o criado mudo ao meu lado.
-Oh, obrigada! - falei assentindo.
-Sem problemas, agora é melhor eu ir, tchau! - disse ele abrindo a porta.
-Hey, Tom! - lhe chamei o fazendo parar. -Obrigada... por ontem á noite com... você sabe?! - falei desviando o olhar, me sentindo envergonhada.
-Tudo bem! Não se preocupe! - disse antes de fechar a porta.
Assim que ouvi o barulho da tranca, me joguei de volta na cama e soltei um suspiro de frustração, que logo se transformou em uma reclamação pela enorme dor de cabeça. Indo até o criado mudo, tomei as duas aspirinas e a água que Tom havia deixado, antes de levantar e tomar um banho, afinal, eu cheirava á vômito e ainda usava a roupa da noite passada.
Depois de sair do banho e dar um jeito no meu cabelo, escolhi uma roupa pra vestir, antes de descer para o café da manhã. Como a maioria iria embora de Nova York hoje, decidimos tomar um café da manhã em equipe, afinal, essa era a última vez que estaríamos todos juntos.
-Bom dia! - falei ao me sentar ao lado de Alana.
Todos que já estavam na mesa, me cumprimentaram, antes de meu olhar caír no de Tom, que também já me olhava.
-Tudo bem? - perguntou ele e assenti.
Antes que pudessemos falar mais alguma coisa, Lana já puxava assunto comigo, sobre a noite passada, mas na realidade, se tinha uma única coisa que eu queria esquecer era aquela festa. Eu ainda conseguia sentir as mãos de Henry no meu corpo e seus lábios nos meus. Balançando a cabeça, tentando evitar esses pensamentos, me servi de uma xícara de café e um delicioso scone.
Não demorou muito para que todos tivessem terminado e voltado aos seus quartos para pegarem as malas.
Alana e Blake voltariam para Los Angeles, enquanto Harrison e Tom passariam alguns dias em casa.
Decidi acompanhá-los até o aeroporto antes de voltar ao meu apartamento. Eu sempre ouvia dizer que, quando você grava um filme e passa tanto tempo junto com uma equipe, eles acabam virando uma família e era exatamente assim que eu os via. Como uma família. Por isso, me despedir deles foi muito difícil. Blake disse que iria voltar pra Nova York um dia e eu seria seu guia turístico, já Lana me fez prometer ligar pra ela todos os dias.
O vôo para LA foi chamado e Alana e Blake embarcaram, deixando assim apenas Harrison, Tom e eu.
Quando o horário para os garotos embarcarem se aproximava, Harrison se despediu, me dando um abraço apertado e dizendo que sentiria minha falta, antes de nos deixar a sós.
Alguns segundos de silêncio depois, Tom se aproximou e segurou forte minhas mãos.
-Eu... eu não quero me despedir de você se não estivermos bem. - disse.
-Tom, eu entendo, ok? Mas... ainda é um pouco cedo pra isso. Eu... preciso e tempo. - falei engolindo o nó que havia se formado na minha garganta.
Ele assentiu e me abraçou. Tão forte que eu quase pude ouvir meus ossos quebrando. Era como se ele estivesse com medo de que, se me soltasse, eu desapareceria bem ali na sua frente.
-Eu sinto muito! - disse ele com a voz camuflada pelos meus cabelos.
-Eu sei! - respondi tentando conter as lágrimas.
Apenas a segunda chamada do vôo para Londres fez nós nos separarmos.
-Tchau Abby! - se despediu ele com um meio sorriso.
-Tchau! - falei acenando enquanto Haz e ele iam para a fila de embarque.
Ver aquele cena me doía o coração, eu sabia dentro de mim que eu precisava de tempo para perdoá-lo, mas isso não impedia a dor no peito e as lágrimas que corriam pelo meu rosto. E foi ali, o vendo ir embora e, mesmo sabendo que ele havia partido meu coração, que eu tive certeza. Eu amava Tom Holland.
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