Anos 90

Olá, como estão? Trago mais uma história para vocês haha <3 espero que gostem e que apreciem a leitura, não se esqueçam de votar e comentar haha, isso deixa o escritor (a) mais feliz, alegra o nosso dia, assim como acredito que vários livros aquecem o coraçãozinho de vocês, não é? Beijos e se cuidem, até o próximo capítulo!


1990 — Brasil, Cataguases.

Diana estava sentada na calçada em frente a sua casa, ela costumava ficar pensando na vida, ou ao menos tentando pensar na vida, quando se sentia entediada.

A garota de 1,61 cm de altura, cabelo da cor castanho escuro, longo e ondulado naturalmente, olhos castanhos escuros, lábio cheio com o formato pequeno, com pequenas sardas ao redor do nariz, 16 anos, dona de uma personalidade gentil e extrovertida.

Estava no mundo da lua, era o que sua família, e amigos costumavam dizer sobre ela, Diana era uma sonhadora, às vezes ela se orgulhava disso, e em outras, detestava, era como uma qualidade em certos momentos e um defeito em outros.

Morava no bairro Granjaria, sua casa era bem comum para a época em que vivia, de acordo com sua classe social, era de família humilde, mas não lhe faltava comida em casa.

Passavam por algumas dificuldades financeiras, mas nada que tenha afetado sua família para o pior, vivia em uma casa simples e acolhedora. Ela não tinha metade das coisas que queria, e não comia tudo o que gostaria, mas tinha o básico, o essencial para eles.

Sua família, composta por pai, mãe, e uma irmã de 18 anos, eram unidos, mas com problemas como qualquer outra.

Seu grupo de amizade morava no mesmo bairro, e se conheciam desde crianças, eram cinco integrantes ao todo, a própria Diana, Laura, Tomás, Guilherme e Gabriel. Os cinco sempre foram muito unidos, e conhecidos por algumas pessoas do bairro como o "Quinteto Fantástico".

Os cinco eram da mesma classe social, e estudavam na mesma escola pública, que ficava no próprio bairro.

Diana não percebeu quando foi chamada por Laura, sua amiga, foi preciso que a garota cutucasse o braço da amiga. A garota se virou para o lado com os olhos esbugalhados, e sorriu alegremente ao ver a amiga, que estava sentando-se a seu lado.

— Ai, Diana... como sempre no mundo da lua! — exclamou Laura, sorrindo.

— Desculpa... eu estava pensando em algumas coisas.

— Como o quê? — Laura estava curiosa sobre os pensamentos de sua sonhadora amiga.

— Em quem será o meu primeiro namorado... sabe, eu fico imaginando como ele é, onde ele vive, o que ele está fazendo neste exato momento, que ainda não me encontrou? — ela disse em um tom de voz um pouco alto, e riu timidamente.

Diana era extrovertida, mas havia momentos em que ficava tímida e insegura, como qualquer outra garota.

Antes que Laura pudesse responder, Tomás e Guilherme, que estavam atrás das duas amigas, começaram a rir bem alto, e a voz de Guilherme ecoou pelos ouvidos de Diana, que se virou para vê-los.

Assustada com a presença dos dois amigos, ela não havia os, notado, mas dessa vez, Laura também não.

— Seu futuro namorado? Não nos faça rir, Diana! Quem seria o louco que namoraria você? — zombou Guilherme, sem deixar de rir.

Diana apertou os punhos, e deu um empurrão de leve, na perna do amigo, que havia passado para frente das duas amigas, para vê-las e debochar o quanto quisesse.

— Seu ogro! Acha que eu nunca vou namorar, é? Sou muito bonita, viu... — Diana respondeu na defensiva, por dentro, ela estava com raiva do amigo, ela o adorava, mas Guilherme era o que mais a zoava, e isso a irritava profundamente. Tinha momentos em que ela o via, e arrumava um jeito de fugir dele, só para não escutar suas brincadeiras que a tiravam do sério.

Diana não sabia como era ter um irmão, só tinha uma irmã, mas acreditava que ter um irmão era como ter um Guilherme na vida. Uma vez, imaginou ter um irmão como o amigo, o tempo todo dentro de sua casa, implicando com ela, e foi a pior coisa que já havia imaginado na vida, mas se bem... que não fazia tanta diferença, já que os amigos quase sempre viviam um na casa do outro.

— Não zoe a Diana dessa forma, cara... — Tomás defendeu a amiga.

Dentre os três amigos do grupo, Tomás era o mais próximo de Diana, os dois se davam muito bem, talvez pelo fato do garoto apresentar uma personalidade mais tímida, ele era bem tranquilo e evitava brigas desnecessárias. Estava sempre disposto a ajudar os amigos, todos o adoravam por ser gentil, um bom garoto.

— Para de ser puxa saco da Diana... — Guilherme brincou, com uma risada fraca no final da frase.

Diana se levantou e envolveu o pescoço de Tomás com carinho.

— Fala para esse ogro, o quanto sou bonita? — ela falou baixo no ouvido dele.

Tomás sentiu um arrepio pelos braços, mas tentou não demonstrar seu nervosismo com a aproximação repentina da amiga.

— A Diana é linda, ela vai arrumar um namorado logo — ele disse e sorriu timidamente.

O sorriso de Diana se alargou pelo rosto, e beijou o rosto do amigo, toda feliz.

— Obrigada, meu amigo! — exclamou, e encarou os olhos de Guilherme, que havia cruzado os braços.

— Aposto que você o obrigou a falar isso... ele faz tudo o que você manda. Isso não vale — Guilherme resmungou.

— Ela realmente é linda — Tomás falou um pouco envergonhado, Laura riu ao escutar Tomás.

— Sim, Guilherme, nossa amiga é linda, para de implicar com ela — Laura defendeu a amiga, colocando a mão na barriga, que estava doendo de tanto rir da situação.

Diana sorriu e de repente, de dentro de sua casa, saiu Gabriel, que os olhava sem entender o que estava acontecendo.

— Pensei que você já havia saído da minha casa... vocês três estavam lá dentro? Por isso, chegaram de mansinho sem eu perceber? — Diana perguntou.

Quando havia sentado na calçada de sua casa, não se lembrou de que seus amigos estavam em sua casa.

— Eu também estava na sua casa, amiga — Laura respondeu divertidamente.

— Isso que dá viver no mundo da lua, Diana... — Guilherme não perdeu a nova chance de implicar.

— Vocês ficam tanto tempo na minha casa, que eu até perco a noção de quando estão ou não estão — Diana tentou se defender.

— Onde está sua irmã? — Gabriel perguntou sobre Nanda, a irmã mais velha de Diana.

— Por que você quer saber onde está a Nanda? — Diana fez outra pergunta, ela o encarava confusa, esperando pela resposta do amigo, já fazia algumas semanas que Gabriel perguntava sobre Fernanda, no início a garota não ligou, mas agora estava começando a ficar incomodada com o súbito interesse do amigo em sua irmã mais velha.

— Eu... quero pedir ajuda a ela, para me ensinar matemática, sabe, ela é boa com os estudos... — Gabriel respondeu um pouco nervoso.

— Era isso? Por que não contou antes? Quer que eu peça para ela te ajudar?

— Pode deixar, eu pergunto pessoalmente depois...

— Nanda conseguiu um emprego recentemente, por isso não para mais em casa, ela volta só na hora do almoço e as 17:00 chega do serviço. Se quiser falar com ela, venha depois das 17:00 — Diana explicou.

— Ah, sim... obrigado, irei vir sim.

Guilherme e Tomás encararam Gabriel, os dois sorriram para o amigo, que no momento, fingiu que não sabia o motivo dos risos debochados dos dois garotos.

O quinteto estava conversando e rindo durante a tarde de uma sexta-feira, eles adoravam as sextas-feiras, isso significava o grande e esperado "final de semana", tinha algo melhor do que isso, quando se passava a semana toda estudando na escola?

Eles estudavam de manhã, mas ainda assim, a escola consumia algumas tardes, principalmente quando havia trabalhos escolares, deveres de casa e provas para se estudar, isso porque ainda estavam em março.

O ano escolar era longo, e eles sabiam muito bem disso, mas não tinham do que reclamar, era divertido ir à escola, viver aventuras ao lado dos amigos. Apesar de virem de famílias mais humildes, seus pais queriam que os filhos estudassem até o final do ensino médio, e que conseguissem uma forma de fazer uma faculdade no futuro, por mais difícil que parecesse para pessoas como eles, na década de 90. Era um sonho dos pais, de verem seus filhos estudados e com uma vida melhor no futuro.

Nem todos os adolescentes tinham a mesma sorte que eles, alguns filhos precisavam sair da escola cedo, para ajudar os pais a colocar dinheiro em casa, mas eles eram privilegiados, seus pais tinham como objetivo fazê-los estudar, mesmo que não tivessem muito.

Eles combinaram de ir sábado a noite a uma discoteca nova, que havia se instaurado na cidade há poucos meses. Eles nunca haviam ido, mas estavam ansiosos para isso, desde que ficaram sabendo da novidade, eram menores de idade, e não poderiam entrar, por isso, estavam bolando um plano para conseguirem passar sem serem barrados.

— Como vamos entrar sem sermos pegos? E se pedirem nossa identidade? — Laura começou a entrar em desespero, a garota estava preocupada.

— Não se preocupe, eu tenho um amigo do colégio que faz identidades falsas, eu já havia conversado com ele há algumas semanas sobre isso, e ele já está providenciando a nossa identidade falsa, eu dei algumas fotos de rosto de vocês para ele, lembram que pedi as fotos? Era para isso. Amanhã cedo ele vai nos entregar as identidades, e aí entramos fácil — Guilherme se gabou, e sorriu orgulhoso de seu plano.

— Uau... que ideia brilhante! Mas e se eles descobrirem que é falsa e der problemas para nós? — Diana começou a sentir medo de que desse muito errado.

Guilherme revirou os olhos. — Não seja medrosa, Diana... as identidades vão dar certo, ele já fez para alguns alunos da nossa classe, e eles conseguiram entrar, por que, com a gente seria diferente?

— Sério? Não sei... se meus pais descobrirem, estou morta! — Laura exclamou, com os olhos esbugalhados.

— Os nossos também, mas precisamos arriscar não é? Se quisermos ir à discoteca, e nos divertir, vai ser preciso fazer isso — Guilherme respondeu, sem mostrar medo de ser descoberto.

— Somos crianças fingindo ser adultos... — Laura disse baixinho, sua voz demonstrava insegurança.

— Vocês duas são muito cagonas... confiem em mim, vai dar tudo certo — Guilherme falou, confiante. Tomás se sentou ao lado de Diana, pegando na mão da amiga.

— Está preocupada de que dê errado, não é? Não precisa ir se não quiser, eu fico com você, ou podemos ir a um lugar normal, juntos... — Tomás falou baixinho, ele não queria que os outros escutassem.

Diana sorriu e encaixou os dedos na mão do amigo. — Estou preocupada sim... quero ir, mas se você não for, não terá graça. Vai com a gente, não é?

— Claro, é melhor irmos juntos. Mas não se preocupe, está bem?

— Eu me sinto muito mais segura quando estou com você — ela confessou, e deitou a cabeça no ombro do amigo.

Tomás ficou imóvel, sempre ficava nervoso e com o coração acelerado quando Diana se aproximava dele.

Ele sabia que gostava dela, mas estava ficando cada vez mais forte, a cada dia que se passava. Seu maior medo era que ela percebesse e se afastasse dele, os dois cresceram juntos, todos eles, aliás, ele tinha medo de que Diana pudesse achar estranho seu sentimento, tinha medo de que isso estragasse o grupo, a amizade dos cinco.

Ele sabia que Diana não tinha segundas intenções com ele, mas costumava se perguntar se, ao menos, a menina sentia alguma atração por ele, em momentos como esses, no qual os dois se tocam, um simples entrelaçar de mãos o deixava nervoso e mais apaixonado.

Guilherme olhava para os dois amigos, e em segundos começou a falar.

— Vocês dois não vão amarelar, amanhã, não é? — ele perguntou para Diana e Tomás.

A garota levantou a cabeça para olhar Guilherme.

— Claro que não, seu chato — respondeu Diana, em um tom alterado.

— Não vamos amarelar — completou Tomás, ele estava atordoado com seus sentimentos e pensamentos a mil por hora.

— Ótimo, acho bom mesmo. Vocês dois são um caso perdido — ele implicou, novamente.

Diana mostrou a língua para Guilherme e todos riram, mais uma tarde comum, para o quinteto fantástico nos anos 90.

Os anos da juventude de ouro, uma época que não se voltava mais, um tempo, em que tudo era puro, e diferente, no coração dos cinco jovens.

Anos 90... você consegue se recordar?


Agradeço a Fernanda Ribeiro, por esse aesthetic maravilhoso 🥰❤️

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