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NÃO REVISADO !
Park Jimin.
Os dias foram se passando desde aquela reunião informativa na minha casa e as coisas começaram a ficar muito estranhas. Descobrir que meu pai estava de volta já era uma tragédia ao meu ver, porém saber que ele está envolvido com coisas perigosas e que isso envolve a minha segurança e a de Namjoon, me deixava muito assustado, mas eu não podia demonstrar fraqueza agora.
Não quando tem um serzinho muito importante dentro de mim e que vai precisar de todo carinho e atenção do mundo.
Descobrir que estou grávido de uma maneira que eu jamais esperava, mexeu com todos os sentimentos que eu nem imaginava que eu tinha.
Quando o médico me disse que eu precisaria me alimentar direito e tomar algumas vitaminas me senti aliviado, mas a surpresa veio quando ele suspendeu o uso de meus medicamentos controlados para ansiedade pois eu estava grávido.
Sim, grávido, prenho, buchudo, sim eu estou carregando um bebê dentro de mim.
Eu vou ser pai! O melhor, pai de um filho do Jungkook.
Eu não sei o que está acontecendo comigo pois a ideia de que irei ser pai, ainda não entrou na minha cabeça. Mas saber que carrego um pequeno ser dentro de mim, enche meu coração de felicidade. Agora mais que nunca precisarei tomar cuidado com o ser que se autodenomina meu pai que está solto por aí.
Eu e Jeon tivemos uma longa conversa sobre eu voltar a empresa e reatar nosso relacionamento. Ele simplesmente decidiu sozinho que estamos juntos novamente e confesso que no fundo achei bonitinho, mas também meio invasivo pois ainda não tivemos uma conversa definitiva sobre nós.
Jungkook está usando a desculpa da gravidez para reatar nosso namoro e isso me deixa um pouco triste, porque eu não sei se ele quer voltar comigo somente pela criança ou se gosta realmente de mim pelo o que sou.
Outra longa conversa que tivemos foi sobre eu voltar a empresa, pois o alfa está obcecado pela minha segurança e pela minha saúde. Expliquei milhares de vezes que estou grávido, não doente.
Sua mãe quase infartou quando descobriu que seria avó, foi onde começou a sessão de tortura sobre eu comer de duas em duas horas e de dormir pela tarde. Já estou vendo que irei ficar imenso de tanto comer!
Desci do táxi indo em direção a empresa, ainda mais que estou proibido de andar na minha moto por Jungkook e pelo médico da família dele. Chegando na recepção dou de cara com o veneno em pessoa.
— Olha só quem resolveu aparecer por aqui – Hyein já foi destilando seu veneno.
— Para sua infelicidade, meu anjo, eu trabalho aqui. Sabe o que é? Trabalhar, coisa que você não sabe o que é, já que sua função é só buscar cafezinho e fazer fofoca pelos corredores.
— Hum – fez uma expressão de deboche – Como você está transando com o dono da empresa, imaginei que você não precisaria mais ocupar o seu cargo.
— Hyein, vê se entende uma coisa logo – disse chegando mais perto dela – Eu não estou transando com o dono dessa empresa, eu estou namorando com Jeon Jungkook, quer você queira ou não, vai ter que me engolir mesmo assim.
— Namorando? – me olhou espantada.
— Está surpresa por que? Falei alguma coisa que você já não saiba? Ah, verdade, ainda não falei – coloquei uma mecha de cabelo para trás da orelha – Além de ser namorado de Jeon Jungkook, eu ainda serei pai do filho dele.
— Ah, pare de sonhar tão alto, Park, você nã– parou de falar enquanto eu passava a mão na minha barriga enquanto sorria ironicamente em sua direção – Não pode ser...
— Tchau, amorzinho!
Joguei um beijo no ar para ela enquanto eu entrava no elevador dando um tchauzinho para ela, que ainda me olhava de queixo caído. Vai ter muita gente que vai precisar me aturar ou surtar aqui dentro, porque se tem uma coisa que eu faço é não dar o braço a torcer para essa cambada de puta.
Saí do elevador e dei de cara com a minha mesa toda organizada do jeitinho que gosto e para me deixar ainda mais feliz, um enorme buquê de rosas vermelhas em cima da mesa.
Peguei o buquê e cheirei as rosas, sentindo meus olhos arderem em lágrimas de emoção. Ah, hormônios de grávidez, sempre me fazendo chorar feito um cabrito. Tinha um bilhetinho de Jungkook me desejando um ótimo retorno ao trabalho e que me ama muito.
Sorri feito um bobo e tratei de colocar minhas flores em um vaso atrás da minha mesa. Joguei minha bolsa na gaveta da mesa e comecei meus trabalhos enquanto o elevador abriu revelando uma Jeon Jin–ri muito séria vindo em minha direção.
— Bom dia, senhora Jeon, aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupado.
— Meu filho, já disse que pode me chamar de Jin–ri. Me diga você, como está você e meu netinho maravilhoso que carrega aí dentro? – perguntou dando um meio sorriso em direção a minha barriga.
— Estamos bem, obrigado. Mas a senhora me parece preocupada, posso ajudá–la em alguma coisa?
— Pode, meu filho está?
— Um minuto que só verificarei se ele está na presidência – disse pegando o telefone e ligando pra sala dele até ele atender – Jeon, sua mãe está aqui e quer falar com você, ela está indo até aí.
— Tudo bem, meu amor, aguardo ela – disse e desligou.
— Já está na sala, Jin–ri, por favor – apontei para a porta para que ela seguisse.
— Obrigada, querido.
Logo vi Jin–ri desaparecer em direção a sala de Jungkook e a Maria fofoqueira que habita em mim está em cólicas por dentro querendo saber o que aconteceu, mas deve ser um assunto de família então não devo me meter.
Peguei meu tablet e fui verificando a agenda de Jungkook entrando em contato com alguns fornecedores e agendando reuniões.
Meu celular vibrou na mesa em uma ligação desconhecida e eu sabia muito bem quem era. Meu estômago deu algumas voltas por ele ainda querer contato comigo e a revolta que sinto depois de saber o que ele está fazendo e o porque voltou e eu sentia mais ódio por ele não se mancar e parar de me procurar.
Eu deveria atender e dizer para ele me esquecer, fingir que estou morto e enterrado junto com a minha mãe, mas não darei esse gostinho a ele.
O fim dele está próximo e eu posso sentir isso.
O elevador abriu mais uma vez revelando uma pessoa vindo e dessa vez é Yoongi, e o que mais me preocupou foi sua expressão séria em minha direção.
O que deu nessa gente hoje? Foram no banheiro e esqueceram de puxar a descarga? O telefone tocou e quando eu ia atender Yoongi me interrompeu.
— Nem atende que é ele te chamando, vem!
Peguei meu tablet, meu celular, arrumei meu blazer e saí em direção atrás de Yoongi que carregava seu notebook nas mãos. Yoongi empurrou a porta com força sem bater antes e eu entrei atrás curioso e preocupado ao mesmo tempo.
— Impossível isso, mãe!
– Eu que te digo que é impossível, Jungkook. Desde que seu pai morreu isso nunca aconteceu. Você precisa investigar a fundo porque é grave, a empresa pode levar uma multa altíssima por isso – Jin–ri falava séria demais em direção ao filho – Não temos muito tempo, temos que saber quem é e punir. E você sabe o jeito.
— Merda! – Jungkook rosnou baixo – Como isso aconteceu, Yoongi?
— Vou abrir o sistema agora e verificar isso.
— O que aconteceu? Posso ajudar em alguma coisa? – disse trêmulo pois nunca vi três pessoas com olhares tão sombrios assim.
— Pode! Por favor, olhe todas as saídas de caixa e os pagamentos dos patrocinadores do desfile desse ano, meu filho, e me diga o que você vê.
Jin–ri me pediu e eu tratei logo de entrar no sistema em meu tablet. Pedi para Jungkook colocar a senha com sua digital pois era uma coisa sigilosa que eu tinha o privilégio de controlar somente quando ele me pedia, e hoje está sendo um dia e pelo jeito as notícias não são boas. Verifiquei todas as saídas e cada pagamento consta em análise.
— Aqui os pagamentos constam em análise – disse ainda olhando as páginas.
— Em análise? – Yoongi disse olhando para a tela do notebook dele – Só que do saldo da empresa tem uma saída de mais de três milhões de dólares, alguma coisa está errada, mas logo irei saber esse erro.
— Isso quer dizer... – disse sabendo da resposta.
— Fomos roubados – Jungkook disse muito sério – E por alguém de nossa confiança. Precisamos saber quem é.
— Tem alguma idéia de quem seja? – perguntei.
— Sim, mas precisamos ter certeza e pegar no pulo. Foram milhões de dólares desviados da empresa e só alguém que tinha o acesso de todas as contas e as movimentações.
— Jungkook, o caso é mais sério que imaginávamos – Yoongi disse com a raiva estampada em no rosto – Foram desviado mais vinte milhões da conta da Suécia, e isso não poderia ter acontecido.
— Não pode ser! – Jeon gritou.
— Só quem estava cuidando da conta da Suécia era–
— Os contadores do Adams! Merda, mil vezes merda!
— E agora? – perguntei apavorado, uma vez ouvi Jungkook comentar que lá fora existia umas pessoas da barra que trabalhava para ele na Suécia, mas não pude ouvir direito sobre e também nunca me ousei a perguntar sobre o assunto.
— Temos que descobrir quem está nos roubando, ou vão atrás do Adams e a coisa não vai acabar bem – Jin–ri falou séria.
— É uma pessoa que está próxima a nós, e tenho certeza que deixou rastros. Mas irei descobrir – Yoongi disse convicto.
— Irei ajudar, se precisar passarei a noite aqui verificando arquivo por arquivo – o falei.
— Ótimo! Confio em você e no Yoongi para descobrirem quem está fazendo isso, precisamos de respostas em uma semana ou isso irá virar uma bola de neve – Jungkook disse.
— O que você precisa? – perguntei a Yoongi.
— Que você vá até o arquivo discretamente e pegue todos os arquivos, pastas, pen drives com toda a documentação do desfile desse ano. Precisar levar para casa para ver se você acha alguma coisa e me ligue se precisar.
— Certo – me virei em direção a porta quando Jungkook me chamou.
— Meu amor? – disse vindo em minha direção – Tome cuidado – colocou as mãos no meu rosto – Vamos manter o máximo de sigilo possível pois o assunto é muito sério e por favor, tome cuidado pois você carrega um ser nosso aí dentro – nisso me deu um selinho demorado – Pega meu carro e vai para sua casa com os documentos. Aqui vai dar muita bandeira.
— E eu vou precisar conversar com os caras – Jin–ri disse.
Os caras? Quem são os caras?
Acenei com a cabeça e sai em direção ao elevador. As minhas pernas tremiam e minhas mãos suavam, em preciso ficar calmo e não ficar nervoso agora, pois tem algo gravíssimo acontecendo e precisamos descobrir quem está roubando Jungkook.
Meus pensamentos estão a mil pois sei que Jungkook tem contatos fortíssimos lá fora e isso não pode chegar a mídia, isso seria a catástrofe da empresa.
Cheguei no andar onde estão os arquivos, olhei para os lados mas para a minha alegria não tinha ninguém pelos corredores. Tirei os meus sapatos que continham um salto e fui na ponta dos pés para a sala dos arquivos indo direto para a sessão onde são guardadas todas as documentações do desfile.
Ao chegar perto da gaveta, ouço alguns sussurros e me arrepio dos pés à cabeça. Tento controlar minha respiração para que não me descobrissem aqui e me fizessem um monte de perguntas, mas como sou curioso, resolvi ficar em silêncio para descobrir quem estava dentro do arquivo e me surpreendo ao ouvir a voz de Hyein.
Cheguei mais perto e concluí que ela estava falando ao telefone só que muito baixo.
— Eu já fiz o que você queria, agora quero minha parte e sair dessa! – disse baixo – Cara, isso vai sujar para o meu lado, você não entende? Eu que tenho todos os acessos – acessos de que? – Eu desviei dinheiro de uma conta que não poderia ser mexida e você diz que foi uma coisa fácil? – não acredito – Olha aqui, seu bastardo de merda, não me venha dar ordens agora, eu que estou me arriscando, se eles descobrirem que fui eu que desviei esse dinheiro todo–
Não pude mais ouvir o resto pois com a enxurrada de informações, deixei meus sapatos que eu segurava cair no chão fazendo barulho fazendo com que Hyein se virasse em minha direção assustado.
Assim que se deu conta que eu eu que estava em sua frente, escondeu o celular atrás das costas.
— Vou perguntar uma vez só – disse chegando bem perto dela – Com quem você está falando no telefone?
— O que você ouviu? – tentou soar firme, mas eu sabia que ela estava com medo.
— Me responda, Hyein! Com quem está falando ao telefone?
— Não é da sua conta, Park!
— Ah, não é da minha conta saber que foi você que desviou o dinheiro da empresa? Você está muito fodida! Por que fez isso? Para quem? Anda, fala!
Hyein me olhava com ódio e desprezo, mas se mantinha em silêncio. Eu esperava tudo dela, menos que ela tivesse inteligência o suficiente para desviar milhões de uma empresa multimilionária. Só que ela não contava que seria descoberta assim.
— Já que você quer assim...
Disse olhando em seus olhos e quando ia pensar em me virar para sair da sala de arquivos, um braço forte, mas muito forte mesmo, me apertou em volta da minha cintura e um pano com um cheiro fedorento tapando minha boca e meu nariz. Eu me debatia e tentava gritar, mas a coisa que me segurava por trás era forte a beça e eu só conseguia ver reflexos da Hyein rindo da minha cara.
Eu não sabia o que eu tinha feito aqui na terra para eu pagar essa dívida tão cara.
Minha mãe morreu, meu pai me abandonou e agora vou ser morto por uma pessoa que eu nem consigo ver o rosto. O pior disso tudo é saber que vou morrer sem poder conhecer o rostinho do meu filho e dar uma surra nessa vagabunda que roubou a empresa que tanto a ajudou.
A troco de quê?
Quando eu era pequeno, nunca tive medo do escuro, mas esse escuro que está diante dos meus olhos, esse sim eu estou com medo, pois não saberei se depois daqui eu iria acordar ou adormecer para sempre.
Em segundos eu já não sentia mais a atmosfera à minha volta.
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