Capítulo 06 - 814 Milhas

Summer

Despertei na manhã seguinte com a luz do sol entrando através da janela da cabine, me arrumei, e assim que estava minimamente composta, fui para o vagão-restaurante.

Jamie já estava acomodado em uma das mesas, aproveitando o café da manhã de cortesia que recebemos por todo inconveniente.

— Bom dia — ele ofereceu um sorriso mínimo.

— Feliz véspera de ano novo. — Eu me acomodei à sua frente.

Ele sorriu de maneira mais espontânea, bebericando sua xícara de chá.

— Se quiser tomar café da manhã, é melhor se apressar. Avisaram que chegaremos à cidade de Eberdeen em vinte minutos.

— Pensei que demoraria mais.

— Você demorou para acordar.

Eu suspirei, me lembrando de minha mala revirada em cima da cama. Senti seu olhar questionador sobre mim ao me levantar.

— Você não comerá?

— Acho que isso vai ter que bastar. —  Peguei uma garrafinha de iogurte da frente de seu prato — ainda tenho muito o que arrumar.

Meia hora depois estávamos parados na plataforma de uma antiga estação, olhando para uma floresta coberta de neve do outro lado da plataforma.

Nós estamos no fim do mundo!

— Bem-vinda à Dinamarca — ele zombou.

— Que horas o trem vai passar?

— Daqui a duas horas — ele checou o horário.

— Você acha que vai dar certo?

Nossa única esperança era um voo que sairá de Hamburgo para Londres às 16h. Com sorte, chegaríamos na cidade com meia hora de antecedência e conseguiríamos embarcar.

— Com a nossa sorte? Duvido. — Ele gargalhou.

— Isso é muito motivador — respondi com um sorriso mínimo — Nós ficaremos aqui por duas horas, ou…

— Vamos, você precisa comer algo. Você acabará desmaiando antes do trem chegar — ele meneou a cabeça, tentando conter um sorriso.

Seguimos pela estação deserta em direção à saída. Eu não acredito que estamos na Dinamarca!

— Se eu não te conhecesse, diria que você está preocupado com meu bem-estar, Jamie — provoquei o rapaz enquanto o seguia.

— Estou preocupado em acabar em uma prisão dinamarquesa por tentar embarcar em um trem com uma mulher desacordada — Jamie zombou.

— Você admitiu que não me deixaria para trás — cantarolei, deixando de lado todo resquício de que me assolava.

Eu precisava acreditar que nosso plano daria certo.

Caminhamos lado a lado, arrastando nossas malas pela cidade pacata. Não havia muito movimento naquele horário, mas conseguimos descobrir com um funcionário da estação como chegar ao único restaurante da cidade, que por coincidência também era a única pousada.

Nós nos acomodamos em uma mesa vazia, abrindo o cardápio em seguida.

— Me diz que você fala dinamarquês — eu encarei o rapaz a minha frente

— A meu ver, você está mais perto da Dinamarca que eu — ele me encarou.

— Como assim? Meu pai é turco e minha mãe é escocesa! E eu vivo na Califórnia há tanto tempo que me considero uma turista em ambos os países.

— Bom, meus pais são ingleses e eu me casaria com uma chinesa — ele apontou.

Uma senhora na casa dos sessenta anos se aproximou de nossa mesa com um sorriso cordial no rosto. Ela começou a falar em seguida, aumentando nossa confusão.

— Desculpe, nós não falamos dinamarquês — procurei alguma maneira de me comunicar com ela.

— Nós estamos aqui pela comida — Jamie tentou ao ver a mulher nos observando com o cenho franzido.

— Hey, isso não é educado de se dizer — ralhei com ele em um sussurro.

— O quê?

— Falar que estamos aqui apenas pela comida. Ela pode se ofender.

— Você acha que ela pensa que viemos aqui para ficar sussurrando feito idiotas ou para comer? — ele devolveu enquanto a mulher parecia perdida em nosso pequeno embate.

Ela voltou a falar, parecendo ansiosa para conseguir nos atender.

— Escolhe qualquer coisa no cardápio e vamos tentar a sorte — eu sugeri, apontando um dos pratos para a mulher, que abriu um sorriso satisfeito.

Jamie deu de ombros, fazendo o mesmo. Nós a observamos se afastar em silêncio.

— Eu espero não ter pedido nada de absurdo.

— Nada pode ser pior que eu já enfrentei em Hong Kong, então não estou preocupado.

— Isso tem cheiro de uma história promissora.

— Já fui obrigado a comer sopa de cobra em um jantar de negócios. E era um dos restaurantes mais caros de Hong Kong — ele explicou, me causando uma careta de repulsa.

— Eu vou ficar feliz se não encontrar nenhuma cobra no meu prato, então.

O celular dele começou a tocar, me lembrando que eu mesmo não avisara ninguém sobre minha situação. Eu o ignorei em sua chamada enquanto buscava a conversa com minha mãe.

" Oi"

"Onde você está? Você disse que chegaria pela manhã."

"Você acreditaria se eu contasse que vim parar na Dinamarca por acidente?"

"Você está aonde???"

Eu procurei ignorar a conversa que Jamie estava tendo com quem quer que fosse, eu nem entendia chinês, ou seja lá qual fosse a língua que ele falava. Ele não demorou para encerrar a chamada, suspirando audivelmente ao colocar o celular sobre a mesa. 

— Algum problema?

— O mesmo dos últimos dias — ele deu de ombros.

— Vaca dissimulada?

— Parece que ela está colocando todas as minhas coisas para doação na rua — ele forçou um sorriso para disfarçar todo o desconforto que sentia.

Eu senti meu sangue ferver com aquela informação. Como aquela mulher tem coragem de agir assim com o homem com quem iria se casar? Tudo porque ele perdeu um emprego?

Nossos pedidos foram finalmente entregues à nossa mesa, me deixando aliviada ao encarar um prato de ovos mexidos com cogumelos, café preto e uma espécie de creme de queijo com geleia de pêssego.

— Jamie, seja sincero. Você era feliz? — Eu questionei.

Ele parou um pouco, remexendo a comida em seu prato.

— Eu pensava que sim. Eu estava apaixonado pela minha noiva e tinha um bom emprego.

— E agora?

— Eu tenho outra perspectiva da situação. Eu vejo que meu relacionamento com Meilin não era tão saudável quanto eu imaginava. Afinal, não tem como ser saudável se a pessoa com quem você está pensa apenas em si mesma e te afasta dos seus amigos e família.

Ele suspirou, parecendo ter perdido o apetite.

— Pelo menos agora você pode recomeçar. Sei que foi uma merda o que aconteceu, mas você ainda pode conquistar muita coisa, e encontrar a pessoa certa.

— Eu suponho que sim — ele respondeu após me avaliar por um segundo — Eu só quero chegar logo na casa de minha mãe.

— Eu compartilho o seu sentimento — eu zombei.

Seu celular voltou a tocar, exibindo uma chamada de vídeo na tela. Ele estava pronto para recusar, quando segurei sua mão.

— Você deveria atender.

— Pra quê? Pra ver ela jogar tudo o que eu tenho no lixo?

— Pra mostrar que ela pode fazer o que for, mas não vai te derrubar. Você vai superar isso e reconquistar sua vida — eu garanti.

— Julgo que no momento eu apenas lhe mostraria o grande fracasso que sou — ele forçou um sorriso.

— Confia em mim — eu pedi.

Ainda relutante, ele atendeu a chamada. Uma voz estridente soou do outro lado da tela, falando palavras incompreensíveis para mim.

Jamie tentava interrompê-la, mas a mulher falava tão depressa que não dava nenhuma chance a ele.

Foi quando me levantei e rodeei a mesa, me colocando atrás do rapaz, me abaixando, envolvendo seu pescoço com meus braços, depositando um beijo em seu rosto. Sua surpresa só não foi maior do que a de Meilin.

— Oi, você é a Meilin, certo? — Eu ofereci meu melhor sorriso.

— Jamie, quem é essa? — a mulher praticamente rosnou.

— Summer Monroe — eu me apresentei sem dar a ele a chance de resposta — eu só queria agradecer a você.

— Me agradecer? Pelo quê? Ter me livrado de um peso morto? — sua expressão se tornou perplexa.

— Bom, sim. Se não fosse você, eu não teria conhecido esse homem incrível, carinhoso, engraçado que é o Jamie — eu voltei a beijar seu rosto, sentindo sua mão envolver a minha, que descansava em seu peito.

— Mas…

— Graças a você eu estou tendo os melhores dias da minha vida viajando com ele pela Europa — eu voltei a sorrir, encarando a pequena mulher que estava sem reação do outro lado da tela — a Dinamarca é um país incrível, estamos em uma cidadezinha super romântica. Então, mais uma vez, obrigada.

— Não me agradeça até descobrir o grande…

Eu não deixei que ela terminasse, encerrando a chamada em seguida.

— Agora é a hora que se você não tem mais nada para tratar com ela, você bloqueia o número e segue a sua vida. É hora de se reerguer.

Ele avaliou o que eu disse por um momento antes de seguir minhas instruções, bloqueando o número da ex noiva.

Eu retornei para meu lugar, voltando a me concentrar em minha comida, me sentindo satisfeita por conseguir ajudá-lo.

Nós voltamos para a estação faltando algum tempo para a chegada do trem, o lugar estava tão deserto quanto quando chegamos, mas algo chamou nossa atenção no painel de viagens programadas para o dia.

— Mas que porcaria é essa? — eu pisquei atordoada diante do letreiro que avisava que nosso trem havia passado há dez minutos.

— Eu vou tentar descobrir o que aconteceu — ele suspirou, deixando sua mala ao meu lado antes de ir até o guichê de venda de passagens.

Eu não acredito que perdemos o trem! Nossa passagem dizia que passaria apenas daqui a quinze minutos!

É impossível tanta coisa dar errado simultaneamente!

Jamie retornou após alguns minutos, parecendo desanimado.

— Ele falou que o horário na passagem é apenas uma estimativa. Como isso é possível em um país tão evoluído!?

— Quando o próximo trem vai passar?

— Apenas amanhã.

É isso, nós não vamos conseguir. Chegamos tão longe para passar o ano novo presos em uma cidade de fim de mundo na Dinamarca!

Toda a irritação que senti no início da viagem retornou com força. Que droga!

Eu peguei minha mala e a arrastei com passos obstinados em direção à saída do prédio, o deixando para trás.

Eu peguei meu celular para tentar ligar de uma vez para minha mãe, ladeando um córrego parcialmente congelado que separava a estação do pequeno centro da cidade.

— Summer, espera — ouvi Jamie chamar.

Eu nunca devia ter aceitado entrar nessa história, deveria ter esperado por um voo!

— Ótimo, nem sinal tem nesse fim de mundo — eu ergui meu celular, tentando melhorar a recepção enquanto tentava ligar para minha mãe.

— Lá na pousada a recepção é melhor, vamos conseguir quartos também — ele apontou a pequena ponte que cruzaria o córrego a alguns metros de distância.

— Eu não quero a droga de uma pousada, eu quero falar com a minha irmã!

Tudo bem, ele não era o culpado pelo que aconteceu, mas naquele momento eu estava tão irritada que não conseguia pensar em nada racional.

— Summer, pára um pouco — ele pediu, alcançando meu braço para me segurar.

Eu tentei me livrar dele, mas apenas serviu para que eu derrubasse o celular. Eu observei o aparelho deslizando em câmera lenta em direção à água, parando junto a margem congelada do córrego.

— VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO COMIGO!

Era como se o mundo tivesse parado ao meu redor.

O celular estava ali, tão perto e, ao mesmo tempo, tão inacessível.

— Summer, me desculpe.

— Para de falar e me ajuda — eu devolvi com rispidez, iniciando a pequena descida até a margem do córrego.

— Você enlouqueceu?

— Minha vida inteira está nesse aparelho, eu não posso deixar ele ali!

— Summer, você pode comprar outro quando chegarmos a Londres.

— Você não entende!

Eu revirei os olhos, me agachando para tentar alcançar o aparelho. Com minha visão periférica notei algumas pessoas se juntarem a Jamie, curiosas pela situação.

Só mais um pouco e eu consigo…

Eu tentava ignorar o frio que envolvia minha mão e meus joelhos por estarem em contato com a neve, mesmo usando calças grossas e luvas.

Eu tentei trocar a mão de lugar, mas foi um erro, já que me apoiei em um local congelado que fez com que meu braço escorregasse, tirando totalmente meu equilíbrio.

Não tive tempo para pensar antes de sentir a água congelante em contato com meu rosto, e em questão de segundos, me vi submersa. Ouvi a voz de Jamie gritando meu nome pelo que pareceu uma eternidade.

A sensação congelante era dolorosa, e nenhuma roupa, por mais grossa que fosse, era capaz de me proteger daquele frio cortante.

O córrego em si não era profundo, quando consegui me levantar, a água chegava pouco acima de meus joelhos, mas em nada diminuía o efeito devastador do gelo em contato com meu corpo.

De alguma maneira, consegui me arrastar para margem, onde os braços de Jamie me envolveram imediatamente, me levando para longe da água.

— Summer, Summer. Você está bem? — ele passou a mão em meu rosto, desgrudando os fios de cabelo do meu rosto.

— F-frio, e-está muito frio— era difícil manter minha voz firme quando eu mesma não conseguia deixar de tremer.

— Droga, você vai congelar — ele murmurou.

Jamie se apressou em retirar a minha jaqueta e a outra blusa de lã que eu usava por baixo, me deixando apenas com uma camiseta de manga comprida que também estava ensopada.

— O que…

— Você precisa se livrar desse excesso de roupa molhada — ele explicou — eu preciso te esquentar!

— No meio da rua? — eu me esforcei para manter a voz firme, apesar dos tremores e do frio aumentar a cada segundo.

Eu nunca senti nada como aquilo, era como se qualquer fonte de calor houvesse sido retirada do meu corpo.

Sem pensar muito, Jamie me envolveu com seus braços, me pegando no colo. Ele atravessou a ponte, indo em direção à pousada, onde a mesma senhora que nos atendeu antes nos recepcionou e conseguiu compreender a situação.

Não demorou até que estivéssemos em um quarto, as pessoas que assistiram minha queda ajudaram Jamie a trazer as malas, e ele as revirava sem nenhuma cerimônia.

— Eu posso fazer isso.

— Como? Você não para de tremer! Aqui, isso parece quente.

Ele tirou um conjunto de dentro da mala, fazendo eu revirar os olhos.

— É o meu pijama — eu me abracei, em busca de um pouco de calor.

— É quente — ele meneou a cabeça — Vem aqui, eu vou te ajudar.

Eu estava prestes a negar e pedir que ele me deixasse sozinha, mas eu sequer conseguia me mover direito.

Engolindo meu orgulho, eu permiti que ele começasse a me despir, tentando me impedir de corar. Jamie tentou agir de maneira natural enquanto se livrava de minhas peças de roupas. Ele me deixou apenas de calcinha, se virando de costas para pegar o pijama e uma toalha que deixara em cima da cama.

— Você está louco para olhar, não é? — Eu bufei quando ele se virou para mim, notando seu esforço em manter seus olhos presos em meu rosto.

— Bom, você me viu ontem, e se estivéssemos na mesma situação, eu não perderia tempo. Mas como estou tentando ser um cavalheiro e te ajudar…

— Olha de uma vez — eu revirei os olhos.

Seu olhar percorreu meu corpo enquanto eu me livrava da calcinha molhada, um pequeno sorriso surgiu em seus lábios antes dele se aproximar.

— Estamos quites — eu murmurei com a voz ainda trêmula — posso tomar um banho?

Ele recobrou seu senso de urgência, me secando com agilidade, parecendo se esquecer de minha atual situação.

— Não, o choque térmico não seria bom. Nós precisamos te esquentar, por dentro e por fora.

Jamie me ajudou a me vestir, me levando para a cama em seguida, onde Pernilla, a filha da dona da pousada — que por sorte, falava nossa língua — deixou dois cobertores. Ele me acomodou ali, me enrolando com os cobertores.

Minha situação era deplorável, eu ainda estava morrendo de frio, mas me sentia bem com todo o cuidado que ele estava tendo comigo.

Nós ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia um do outro, quando Jamie se levantou para atender alguém que batia na porta. Ele retornou com uma garrafa térmica e uma xícara, a enchendo com um líquido quente.

— Aqui, é chá-verde. Você precisa se aquecer por dentro também.

— Você também se molhou — Eu apontei para as calças que ele vestia.

Ele tinha se livrado da grossa jaqueta assim que entrou no quarto.

— Eu vou me trocar — ele deu um sorriso mínimo, parecendo aliviado por eu estar me aquecendo.

— Sua mala está ali — eu o provoquei, recebendo um olhar astuto em troca.

Ele abriu a mala pegando uma calça, indo em direção à porta do banheiro.

— Se eu não te conhecesse, pensaria que você quer me ver sem roupa, Summer.

— Não seria nada inédito para mim — zombei, sentindo um calafrio percorrer meu corpo, me obrigando a beber mais um pouco de chá.

Jamie soltou uma pequena risada antes de se fechar no banheiro, eu não pude conter um sorriso, voltando a me concentrar na bebida quente em minhas mãos.

Toda a irritação e frustração que eu sentia antes foi substituída pela gratidão que eu sentia por todo o cuidado que Jamie estava tendo comigo.

Aquilo era oficial, por mais que eu tenha ficado triste por decepcionar minha irmã mais uma vez, não vai adiantar ficar me lamentando pelos cantos.

Jamie saiu do banheiro depois de se trocar, se acomodando na cama ao meu lado.

— Você está bem?

— É claro que não, eu estou morta de frio depois de cair em um lago congelado — eu escondi um sorriso.

— Vamos te aquecer mais — ele se levantou, indo até à lareira que ficava no canto do quarto.

Eu o observei enquanto acendia o fogo, assim que ficou satisfeito com as chamas, ele voltou para a cama, me levando para perto das chamas.

Ele me sentou no tapete felpudo que tinha na frente da lareira, se acomodando ao meu lado em seguida.

O calor das chamas e dos cobertores eram reconfortantes, e quando eu pensei que não poderia melhorar, ele me abraçou.

— Se sente melhor agora? — ele questionou com o queixo apoiado no topo de minha cabeça

— Me desculpa pela explosão de antes — eu pedi, aproveitando aquele momento.

— Eu sei que você está frustrada por todo o fiasco dessa viagem, você estava ansiosa para chegar em casa — foi sua resposta.

Eu me afastei um pouco para olhar em seus olhos.

— Você também estava, e nem por isso agiu como um idiota.

Ele acariciou meu rosto, me oferecendo um breve sorriso.

— Eu sei que você ainda tinha esperanças de conseguir chegar a tempo.

— Você não?

— Desde que descobri para onde estávamos vindo ontem, eu aceitei que provavelmente passaria o ano novo na Dinamarca com você — ele deu de ombros, ainda acariciando meu rosto.

Não sei dizer ao certo quem deu o primeiro passo, mas em segundos seus lábios estavam sobre os meus, me aprisionando em um beijo doce. Sua mão continuava acariciando meu rosto, enquanto sua língua explorava cada centímetro de minha boca com devoção.

Aquilo com certeza era algo que eu deveria ter feito antes, talvez assim, tivéssemos evitado tantos desencontros desde que embarcamos nessa aventura juntos.

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