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- Ainda não acredito que você está aqui. - Harry correu o dedo de cima para baixo pelo braço de Tomlinson.

Era verdade. Louis Tomlinson estava ali. E ele estava ali deitado, em frente dele, depois de ter viajado 12 horas para estar ali. Ali com Harry. E era ótimo. Para os dois.

- Eu estou. - Louis sorriu. - Vamos, me diga como é Paris! - Louis falou empolgado.

- Te mostro amanhã. - Harry sorriu.

- Você não está aqui de férias... - Louis ensinou.

- Eu posso tirar um dia para você. - Harry desmanchou o sorriso. Realmente ele não estava ali de férias.

E Louis sabia disso. E sabia que se eles fossem ver Paris no dia seguinte e algo mudasse no estado da mãe de Harry para pior ele nunca se ia perdoar por Harry não estar lá. Mas como se diz isso docemente? Sem pensamentos negativos?

- Como ela está...? - Louis se juntou ao corpo de Harry, abraçando-o de lado.

- Igual.

A mesma resposta. Quanto mais tempo?

- Quando é o seu voo de volta? - Harry suspeitou que haveria um.

- Dois dias. - O sorriso de Louis caiu também.

- Dois dias em Paris com você. - Styles não reclamou. Dois dias era melhor do que o vazio que teve até agora. - E você acha que te vou levar a um hospital?

- É sua mãe. Eu não me importo. Eu não vim visitar Paris, eu vim visitar você.

- Nós não podemos visitar a torre porque passaríamos o dia na fila. Desperdício de tempo.

- Eu quero ir à ponte. - Harry ergueu uma sobrancelha, confuso. - Você sabe... Aquela com muitos cadeados.

- Você quer ir ? - Louis confirmou. - Porquê?

- Nós podemos ir?

- Sim. Mas você não prefere ir a um museu ou assim? Porque você prefere ir ver um bando de cadeados?

- Não são um bando de cadeados. E lá eu nao tenho que esperar numa fila... Certo?

- Hum, ok, você que sabe. - Harry apertou mais Louis contra si, abraçando-o de novo. - Então você está mesmo aqui?

-X-

Harry e Louis acordaram no dia seguinte com a melhor disposição de sempre.

Styles avisou a irmã que iria sair mas que havia a probabilidade de ainda a encontrar no hospital mais tarde. Ele não sabia porque Louis queria ver os cadeados se eles nunca poderiam pôr lá um. Não pelo amor mútuo. Talvez Louis quisesse pôr um no sentido de selar a amizade deles. Ele não sabia.

Mas Tomlinson sabia perfeitamente.

Ele planeou a noite toda em como iria dizer para Harry que... Talvez ele o amasse do mesmo jeito que ele ama Louis. Mas era tudo muito novo.

Mas era Paris. Eles estavam em Paris, juntos, na "ponte dos cadeados". Paris, a cidade do amor.

Eles tiveram de estacionar o carro longe e caminhar até à dita ponte. Louis caminhou por ela, bem devagar, olhando os cadeados. Harry parou um pouco depois do meio dela.

- Já viu muitos cadeados? - Harry perguntou olhando para debaixo da ponte.

- Eu os contei. Falta um.

- O quê? Isso é impossível. - Harry declarou.

Louis meteu ambas as mãos e em seguida retirou apenas uma, tirando um cadeado do bolso e mostrando-o para Harry. Harry pegou-o e rodou-o esperando ver algo. Então Tomlinson tirou a outra mão do bolso, mostrando um marcador de tinta preta permanente. Louis pegou-o de volta de Harry e foi para o lado do maior, para este conseguir ver o que ele iria escrever. Louis puxou a tampa com os dentes e segurou-a lá. Ele começou a desenhar e Harry quase caiu quando viu a primeira letra. H. Logo depois, um "+" e um "L" junto com um coração em baixo. Harry sorriu como nunca havia sorrido quando Louis sorriu e lhe mostrou o resultado.

- Onde a gente vai colocar? - Ele perguntou guardando o marcador. - Não vai falar nada?

- Você sabe que-

- Sim, claro que eu sei. - Louis antecipou-se e baixou-se, ficando de cócoras, remexendo os cadeados para achar um lugar. Ele olhou para cima e viu Harry ainda perplexo. Tão perplexo que nem se desviava das pessoas que queriam passar. Louis levantou-se segurando o cadeado. - Você não quer colocar?

- É só que...

- O quê?

Harry abanou os cachos afastando a ideia de si mesmo.

- Nada, pode colocar.

Louis abaixou-se e dessa vez Harry foi com ele, mexendo nos outros à procura de um lugar. Harry tocou o braço de Tomlinson, achando um lugar. Enquanto ele segurava os cadeados, Louis fechou o cadeado naquele pequeno buraquinho e depois se levantou sendo imitado por Harry.

- Você pensava que vinha aqui só para ver os outros? - Louis riu, voltando a mexer nos bolsos, tirando a chave pequenina do bolso. - Quer atirar? - Louis estendeu a chave mas Harry apenas fechou os dedos de Louis lá.

- O que está fazendo? - Harry questionou.

- Seguindo a tradição? Devemos atirar a chave ao rio... - Louis respondeu confuso.

- Eu sei. E você conhece a tradição? - Ele perguntou mais confuso ainda fazendo Louis confirmar rapidamente.

- Você deve pôr as suas iniciais no cadeado, fechar ele aqui e atirar a chave ao rio, selando o nosso amor. - Louis sorriu orgulhoso por não desabar ali.

- Então?

- É isso. - Louis deu de ombros, fingindo não ser nada.

- Isso...? - O celular de Harry tocou em alto e bom som e educadamente ele pediu para Louis esperar. - Aconteceu algo? - Ele perguntou a Gemma mal atendeu.

- Sim. - Ela disse.

- Sim? O quê? Mamãe está bem? - Harry questionou preocupado, fazendo o mesmo com Louis.

- Sim, Harry. Ela acordou. - Gemma disse, a felicidade na voz. Harry desligou o telemóvel e o guardou sorrindo grande. Ele entrelaçou os dedos no de Louis e começou a andar, levando Louis atrás.

- Espere! O que aconteceu? - Louis fincou os pés no chão, não querendo largar Harry.

- Você está prestes a conhecer minha mãe! - Harry falou contente.

Louis, sem pensar noutra coisa, atirou o cadeado para o rio e começou a correr com Harry até ao carro.

-X-

Quando eles chegaram ao hospital Harry nem se deu ao trabalho de estacionar direito. No caminho ele havia perguntado para Louis se ele queria continuar o que estava dizendo, levando como resposta um simples "não". Depois ele se lembrou de perguntar sobre a chave e louis apenas deu de ombros e disse "eu atirei". Harry sorriu porque tudo estava bom demais nesse dia. Ele nem podia acreditar que tinha acordado ao lado de Louis nessa manhã.

Eles adentraram o hospital de mãos dadas mas quando Harry bateu na porta do quarto 23 Louis a largou. Harry o olhou estranho mas logo Gemma estava abrindo a porta alegremente. Harry entrou imediatamente abraçando a sua mãe.

Louis não sabia a história direito. Mas ele sabia que ela e o marido haviam expulsado Harry de casa pela sua sexualidade. Depois eles se mudaram e não mudou muita coisa, pois Harry já estava sozinho de qualquer maneira. Depois disso, há três anos, Louis não sabia mais da história.

De qualquer das maneiras, Harry era uma pessoa doce e seria incapaz de jogar isso na cara da mãe.

Louis ainda estava na porta quando Gemma o puxou para dentro.

- Como chegou aqui tão rápido? - A mulher perguntou.

- Eu peguei seu carro, espero que não se importe.

- Não filho, claro que não. - Ela sorriu, o sorriso parecido com o de Harry. Louis não entendia como aquela pessoa que parecia tão boa tinha feito uma coisa como aquela. - E quem é esse menino adorável? - Ela espreitou para trás do filho, olhando Louis.

- Oh. - Harry parecia ter se esquecido de Louis. - Ele é o Louis. - Tomlinson chegou-se mais perto.

- Ele é seu namorado?

Louis não reagiu. Nem um "não" nem um "sim". Pois ele queria que fosse "sim" mas era um "não".

- Não. Não. Ele é meu amigo. - Harry esclareceu.

- Oi. - Louis decidiu falar algo e ainda pensou em perguntar como a senhora estava mas no fim ele não poderia fazer algo sobre isso.

- Vocês se conheceram aqui?

- Não. Eu não andei vagueando enquanto você estava aqui.

- Gemma me contou. - Ela suspirou, se lembrando do tempo que havia passado. - Mas vocês dois tem que ir embora daqui. Vocês tem suas vidas e eu já estou bem.

- Quando você estiver em casa, talvez.

Talvez? Como assim talvez?

Ele nem olhou Louis. Nem isso fez. Louis tentou recorrer a Gemma mas ela deu lhe um pequeno sorriso de consentimento.

Eles iriam ficar?!

-X-

Harry falou com a mãe por meia hora. Por quinze minutos agora, Louis tinha desaparecido. Ele primeiro alegou ir à casa de banho, depois já disse que ia comer. Ninguém entendeu excepto que... Era mentira. Ele não ia fazer nenhuma das duas.

Harry saiu da sala, dando alguns minutos a Gemma. As visitas acabariam às 18h agora, o que era tremenda estupidez já que agora valia a pena estar ali. Mas Harry não se concentrou nisso.

Onde estava Louis?

Ele caminhou até o bar e nada. As casas de banho mais perto do quarto... Nada. Ele caminhou até ao jardim traseiro. E ali estava ele.

Num banco, sentado com a cabeça encostada nele, as pernas meias dobradas e recostado. As mãos pousadas no seu colo. E por fim, ele estava de olhos fechados.

Ele caminhou até lá, sentou-se e pegou uma mão de Tomlinson, trazendo-a para o seu colo enquanto imitava a posição do mais velho. Louis abriu um olho, já suspeitando ser Harry. Ele fechou o olho e voltou para a posição anterior.

- Você vai ficar, não é? - Louis perguntou.

- De onde você tirou isso? Acha que eu viveria a um oceano de você? - Harry foi bem direto e sincero.

- Mas você disse que-

- Eu disse que talvez eu não fosse embora. Eu vou esperar ela ter alta e ficar uns dias com ela. Depois eu vou, não se preocupe.

- Vem mesmo? - Louis sentou-se direito no banco e Harry imitou-o de novo. Harry acenou e Louis, inesperadamente, abraçou-o. - Vou estar esperando você.

Porque isso significava tanto?

-x-

Era extremamente horrível.

Depois de eles dormirem nesse dia, a manhã seguinte eles passaram meio acordados meios a dormir, agarrados debaixo dos cobertores, manhosos.

De tarde, Harry queria levar Louis para visitar mais alguma coisa. Mas Louis Tomlinson insistiu com a vida toda que eles deveriam ir visitar a nova conhecida Styles.

No caminho para lá, Louis o questionou sobre o assunto que havia pensado no dia anterior. E a verdade é que a mãe de Harry, à um ano e meio, se separou do ex-marido e ligou para Harry, admitindo ter sido influenciada pelo marido. Ela só tinha que aceitar e ela o fez. A partir daí, Anne e Harry ganharam mais confiança e se adoravam nesse momento.

Ah pois. O que era horrível?

Depois de eles terem saído do hospital, eles mal tiveram tempo para jantar e ainda correr para o aeroporto.

Então era isso.

A despedida.

- Porque eu vim mesmo? Eu não quero ir! Eu me odeio. Sabe o quanto eu estou sofrendo? Pare de rir! - Louis bateu no braço de Styles, que ria agora ainda mais.

- Para de dramatizar.

- Styles! Você não vai sentir a minha falta? Você já não me ama mais?! - Louis dramatizou de novo. Harry puxou Louis para embater o seu corpo no dele e Louis olhou para cima com a cabeça no peito de Styles.

- Claro que eu amo. - Harry falou e os dois ali sabiam que essas palavras não eram só... Palavras.

A última chamada para o voo de Louis foi ouvida.

- Eu te amo também. - Louis sussurrou, se esticando para abraçar Harry pelo pescoço. Harry o segurou pela cintura e sorriu-lhe quando Louis se afastou e ficou ali o encarando. Styles já estava meio que habituado com toda a proximidade. Mas era tanta. - Te vejo logo. - Louis disse e rapidamente colou os seus lábios nos de Styles, ficando em bicos de pés e descendo depois para pegar a mochila e correr para o embarque.

Harry não se mexeu. Ele viu Louis entregar a mochila e o bilhete e tocou os seus lábios, se perguntando se aquilo havia mesmo acontecido.

No fim, apenas no avião, é que Louis se tocou que...

Ele tinha beijado Harry Styles.

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