⚸ Faça um desejo, 🇶 🇺 🇪 🇷 🇮 🇩 🇦
♯ Olá, moress! ♡ Estou aqui com essa oneshot grandinha, bora lá pra uns avisos antes de vocês lerem, beleza? 😊
♯ Não que já não esteja óbvio, mas é uma fanfic SasuHina. Ela foi feita para o evento "Nomes&Amores" do grupo no facebook Curtidores da SasuHina/BR. Em que consistia em escrever algo inspirado na primeira letra do seu nome de escritor. Como alguns de vocês devem saber, meu nick antes de vim pra cá era DEVIL WISHES, e eu escolhi literalmente meu nome todo pra escrever isso aqui, HAHAHAHA.
♯ Se você não se sente confortável lendo: violência, sexo, período medieval e assuntos demoníacos, a história não é pra você. Ressaltando, é uma fanfic +18.
♯ Tradução do título: Desejos diabólicos/Desejos do diabo.
♯ Feedback é sempre muito bem-vindo, então eu vou ficar realmente feliz se puderem votar e comentar no capítulo! 😚♡
🇧 🇴 🇦 🇱 🇪 🇮 🇹 🇺 🇷 🇦 ! ♡
Séculos atrás, quando as oferendas e rituais ainda faziam parte da cultura do Império Norian, o clã Hyuuga era conhecido pela sua forte ligação com o sobrenatural. Os membros dele eram os maiores responsáveis por manter os deuses satisfeitos e garantir a prosperidade e segurança do Império.
Norian era o reino mais poderoso do continente, conhecido pela sua abundante riqueza e beleza, além dos imensos vinhedos que produziam os melhores vinhos; e da sua culinária local extremamente saborosa. O Império era imbatível e estava há muitos anos na frente de qualquer outro povo existente. As pessoas costumavam dizer que tudo isso era fruto da grande devoção dos Hyuuga, que garantiam a satisfação dos deuses.
Por muito tempo foi passado de geração em geração os rituais secretos do clã, que precisavam ser feitos com muito cuidado, e acima de tudo, com fé. Além de serem conhecidos por sua forte linhagem sanguínea, os Hyuuga tinham uma característica peculiar que não poderia passar despercebido por ninguém: olhos incrivelmente perolados. Para os membros mais poderosos era concedido o poder da visão, que auxiliava o reino principalmente nas guerras.
Até que depois de muito tempo sendo apenas um clã de conselheiros do Imperador, os Hyuuga finalmente ascenderam ao trono. Cheios de soberba e mergulhados na histeria do poder, deixaram de lado uma tradição milenar, ousando subestimar o poder das entidades e deuses as quais eles veneraram por séculos.
Eles pensaram que continuariam seguros, só não poderiam imaginar que ira dos deuses poderia ser mais furiosa do que qualquer outra coisa.
⚸
O dia chuvoso anunciava uma tempestade que não demoraria a se alastrar pelo Império. Para alguns, isso era um presságio dos deuses sobre algo terrível chegando, já que em todos os outros anos isso era seguido de uma notícia ruim. Já para outros, não passava de uma boa oportunidade para se aproveitar do medo das pessoas e saquear o máximo possível.
O Império Norian que uma vez tinha sido conhecido por sua vasta prosperidade, agora se encontrava dominado pela guerra. A maior parte dele tinha virado um campo sanguinário de luta contra o Reino Khadour, que tentava dominar o território a qualquer custo. Os esforços do Imperador Naruto Uzumaki para um acordo de paz tinham sido em vão e a guerra continuou, totalmente desenfreada. Ao contrário de Naruto, o Rei Toneri não estava nenhum pouco interessado no fim da guerra, tudo que ele queria era mais poder e expandir o seu território.
Fome e miséria se alastravam pelo povo noriano, que já não suportavam mais os sete anos de guerra que pareciam nunca ter fim. O povo sofria e seria questão de tempo até que o Império sucumbisse a Toneri e fosse praticamente dizimado do mapa.
Na segurança do castelo mais bonito do continente, a Imperatriz Hinata observava discretamente, sentada a mesa, o último plano de ataque que seu marido fazia junto com o líder da inteligência e táticas de guerra, Shikamaru Nara. Ela se mantinha quieta, sem soltar uma palavra, o que seria facilmente confundido com desinteresse ou mesmo ignorância. O que a maior parte deles não sabia, era que dificilmente algo passava despercebido pelos olhos perolados.
Hinata Uzumaki, que um dia pertenceu ao extinto clã Hyuuga, era uma Imperatriz amada e respeitada por sua gentileza e beleza. Ela era conhecida por seu imenso coração, que desde antes da guerra, fazia questão de andar entre o povo e cuidar dele da melhor forma possível. Agora, nada disso importava, porque enquanto ela continuava ali dentro junto com a corte, bebendo vinho quente e comendo assado de carneiro, as pessoas lá foram pereciam.
— Essa será a nossa última chance — Shikamaru declarou em um tom muito sério. — A ração do nosso exército está no fim e não aguentaremos mais do que um ataque; se perdemos e cairmos em um cerco, acabou.
— Nosso informante garantiu que as tropas de Toneri estarão acima do rio, seguindo pelo Leste. Ele já está perto daqui, devemos impedi-lo antes que seja tarde demais. Custe o que custar. — Seus olhos azuis se moveram na direção da esposa por apenas alguns segundos; Hinata sustentou o olhar dele por pouco tempo, desviando para as próprias mãos em seguida. — Vou estar na linha de frente dessa vez, para garantir a moral dos nossos homens.
— Isso é muito perigoso — Shikamaru alertou, também passando os olhos brevemente por Hinata, apenas para ver a reação silenciosa dela ao se levantar da cadeira e sair pela porta. — Você é o Imperador, não pode se colocar em risco dessa forma! Não vamos poder garantir sua segurança, sabe disso!
— Eu sei! Mas eu não posso ficar aqui parado enquanto meus homens morrem. Quero está lá por eles! — Naruto colocou as duas mãos em cima da mesa com mais força que o necessário, fazendo os objetos em cima dela balançarem. Em um tom mais baixo, apertando os punhos, ele continuou: — Toneri não vai parar por nada, e ele... Está obcecado por Hinata. Não posso deixar que ele coloque as mãos nela.
Isso foi o suficiente para que o Nara não dissesse mais nada. Ele sabia o quanto o seu Imperador era apaixonado por Hinata. Imaginá-la caindo nas mãos cruéis de um rei opressor como Toneri deveria ser demais, mesmo para ele. No fim, o general apenas assentiu devagar com a cabeça e eles revisaram o plano mais uma vez naquela noite fria de setembro.
⚸
Hinata precisou de esforço para não deixar as lágrimas rolarem pelo seu rosto bonito. Ela andou depressa entre os corredores mal iluminados até parar em uma escada feita de pedra, que levava até uma espécie de porão escuro e fedido. A Imperatriz conteve o impulso de respirar fundo e, ainda no escuro, tateou com a ponta dos dedos a parede gelada suavemente, buscando por uma fenda discreta que ela sabia existir por ali. Assim que encontrou, encaixou dois dedos e empurrou; o que fez com que uma passagem secreta se abrisse, a poeira flutuando no ar.
A ex-Hyuuga abanou a mão para espantar as partículas de poeira de perto do rosto e depois entrou no recinto secreto, a porta pesada de pedra se fechando atrás dela assim que ela já estava dentro. O incenso queimava, o que deixava o aroma do lugar muito mais agradável; a iluminação era composta pelas velas grossas que estavam distribuídas pelo chão e prateleiras — e ainda nelas, havia vários potes de vidro com líquidos desconhecidos para qualquer outra pessoa. Aquele lugar seria considerado arrepiante, até mesmo bizarro, mas não para ela.
Aquele era seu lugar secreto, que usava para praticar os rituais secretos perdidos no tempo do clã Hyuuga. Antes de ser entregue para Naruto, sua única família era Neji; os pais e tios tinham morrido de uma doença desconhecida, Hanabi — que era sua irmã mais nova — morreu no meio de uma das inúmeras guerras travadas ao longo das décadas. Só tinha sobrado os dois e Neji começou a ensiná-la sobre as tradições ancestrais do clã Hyuuga e toda a história da família até aquele ponto.
O clã era assolado por uma espécie de maldição, que fazia com que seus membros morressem sempre de causas estranhas e sem explicação. Com exceção de Hanabi, todos tinham morrido de jeitos esquisitos, "acidentes", doenças desconhecidas, que ninguém sabia explicar a causa, com sintomas fora do comum.
— Muitos séculos atrás, nosso clã tinha uma forte ligação com o sobrenatural, éramos os responsáveis por fazer oferendas aos deuses e, em troca, eles faziam nosso Império prosperar. Para os mais sábios e puros de nós era dado o dom da visão, para os mais fortes a habilidade extraordinária de luta — Neji contara ao estender os longos pergaminhos com desenhos detalhistas pintados em tinta colorida em cima da mesa. — Éramos um clã místico, repleto de glória e sabedoria.
— O que aconteceu? — Hinata quisera saber, curiosa, os olhos perolados atentos demais no primo, que sorrira para ela carinhosamente.
— Sucumbimos para a ganância. O poder cegou nossos antepassados e eles pararam de fazer as oferendas, pararam de se dedicar aos deuses e pensaram que não haveria consequências. Mas isso gerou um profundo desafeto nos deuses, que lançaram uma maldição no nosso clã. Carregamos o peso da morte mais do que qualquer um e só há uma forma de desfazer a maldição.
— Como? — Ainda se lembrava como um terrível arrepio atravessou toda a sua espinha.
— Devemos pedir perdão para os deuses e voltar a fazer os rituais. Pode parecer simples, mas a verdade é que é muito complicado. Quando os ensinamentos eram passados de geração em geração, o treinamento começava desde criança, porque tudo precisava ser perfeito. Demandava muita dedicação, tanto que os sacerdotes eram escolhidos muito antes do nascimento. O poder da visão tornava possível escolhermos os melhores dentre a linhagem.
— Então quer dizer que vamos todos morrer? — perguntara, os olhos arregalados, assustada com a possibilidade. Só tinha sobrado ela e Neji, se morressem, o que seria do clã Hyuuga? Desaparecia no tempo como pó?
— Eventualmente, Hinata — Neji admitira com pesar. — Acho que é inevitável, não podemos lutar contra o destino. No fim das contas, tudo que temos são esses pergaminhos antigos e nossa própria fé.
Diferente do primo, Hinata se recusou a aceitar tal destino. Desde esse dia, ela tinha começado a ler os pergaminhos e tentado aprender cada ritual que podia. Se ela conseguisse voltar a agradar os deuses, além de poder salvar o seu clã, ainda poderia fazer com que Norian voltasse a ser o Império próspero e temido que fora um dia.
Infelizmente, Neji adoeceu e veio a falecer alguns anos depois e Hinata era a última Hyuuga. Ela sabia o que isso significava, a maldição era real e seus dias estavam contados. Sempre se perguntava quanto tempo teria. Apesar da dor da perda, ela nunca parou de estudar os pergaminhos da família, ainda tinha muita esperança; agora que estava sozinha e não tinha mais o acolhimento do seu lar, tinha que fazer tudo isso escondido, porque os norianos repudiavam o místico, tinham apelidado de bruxaria e se esqueceram das fortes raízes que um dia ajudaram o Império a crescer.
Depois da morte do primo, ela ficou sob os cuidados da família real Uzumaki e assim que completou dezesseis anos, sua mão foi entregue ao futuro herdeiro do trono, Naruto. Hinata tinha se tornado uma mulher belíssima: com seus cabelos longos e preto-azulados que caíam até o começo da sua cintura, a pele pálida com textura de pêssego, os lábios carnudos, pequenos e avermelhados. Seu corpo magro tinha ganhado sinuosas curvas, seios fartos e coxas roliças. E seus olhos exóticos, grandes, que lembravam duas pérolas brilhantes, pareciam ainda mais exuberantes.
Ela era simplesmente encantadora. Havia mais de um motivo para que Naruto fosse loucamente apaixonado por ela além da sua beleza. E Hinata o admirava mais do que qualquer coisa. Então, quando ele contou que pretendia ir até a linha de frente, colocando-se em perigo desnecessário, foi como se seu coração tivesse se afundado no peito.
— Você sabe que fazer isso é descuidado. Você pode morrer! — ela exclamara na noite anterior, nervosa, levantando-se da cama de casal. Ele tinha sido muito esperto em dar essa notícia naquele momento, mas Naruto realmente não estava preparado para aquela reação.
— Os meus homens precisam de mim! — Naruto insistira e tentou segurar o rosto dela entre as mãos calejadas pelo uso constante da espada.
— Eu também preciso! — Hinata rebateu, desvencilhando-se do toque dele. As bochechas estavam vermelhas, e não era de prazer. — O Império também!
Naruto engoliu a saliva com dificuldade e fechou os olhos por alguns segundos. Precisou se segurar para não levar o polegar a ponte do nariz e apertar ali, não queria denunciar o seu nervosismo. Ele não suportava ter que mentir para ela sobre suas motivações, mas não tinha outro jeito, já que não desejava assustá-la com as ameaças nada vazias de Toneri.
Uma semana antes um corvo tinha trago uma carta, nela o Otsutsuki tinha sido muito claro sobre suas intenções cruéis e absurdas quando ganhasse a guerra. Dentre elas, ele desejava tomar Hinata como esposa a todo custo, e poderia se dizer que o rei não era conhecido como um dos mais benevolentes, principalmente quando se tratava de mulheres. Havia boatos que suas esposas anteriores não passavam de objetos em suas mãos e que morreram sendo feitas de escravas sexuais.
O Imperador jamais poderia permitir que algo assim acontecesse a Hinata. Ele iria a linha de frente, matar Toneri com as próprias mãos e garantir que sua esposa e império ficassem seguros.
— Eu devo ir, meu amor — Naruto insistiu, dessa vez, conseguindo fazer Hinata parar de andar de um lado para o outro dentro do quarto. Segurou-a pelos braços de forma delicada, os olhos dela estavam cheios de lágrimas. Odiou ser a causa do sofrimento dela. — Eu sei que está com medo, mas eu prometo que dará tudo certo. Vou voltar vivo e nossa casa vai estar livre da guerra.
— Você não pode me prometer isso — ela sussurrou, uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto até os lábios. — Sabe que não pode.
Naruto balançou a cabeça negativamente e limpou as outras lágrimas que desceram pelas bochechas redondas e vermelhas com os polegares. Manteve as mãos ali, olhando-a profundamente, com tanto amor e devoção, para depois abaixar o rosto na direção dela e tomar-lhe os lábios com carinho em um beijo casto e apaixonado. Beijou-a no canto da boca, nas bochechas, nas pálpebras, e quando voltou a tomar distância, disse:
— É o único jeito. Ficaremos bem, vou voltar para você. — E embora ele parecesse muito sincero em suas palavras, o coração de Hinata não conseguiu ficar tranquilo.
Ouvi-lo falar novamente sobre isso em voz alta, trazia todos os pressentimentos ruins de volta e ela mal podia suportar pensar nisso outra vez. Na noite anterior, teve uma noite perturbada de sono, em que teve um pesadelo que a fez acordar suando frio e tremendo. Nele, várias mãos macabras surgiam das sombras e agarravam-na com força, impedindo-a de ir para a luz. Conseguia se lembrar da sensação perturbadora de orbes hora ónix, hora rubros a encarando de um ponto no meio da escuridão.
Só de lembrar, todos os pelos do seu corpo se enriçavam de um jeito desconfortável. Balançou a cabeça para se livrar desses pensamentos, havia outro motivo para estar naquela sala, que tinha se tornado seu refúgio em momentos de tristeza e desespero. Estar ali fazia com que se sentisse menos impotente perante toda aquela situação.
Então, Hinata retirou um dos inúmeros pergaminhos que ficavam escondidos sob uma chapa de pedra, sentou-se com as pernas cruzadas no meio do recinto e desenrolou a pele de cordeiro delicadamente. Passou os dedos com cuidado pelas pontas dobradas, sentindo a textura do pergaminho, a luz das velas tremulava e o aroma do incenso subia, dançando por todo o lugar. Ela respirou fundo quando leu as primeiras inscrições no topo; tudo estava escrito em uma língua muito antiga e secreta, feita para apenas os Hyuuga decifrarem. Neji ensinou-a um pouco e ela aprendeu o resto sozinha com uma pequena ajuda de livros antigos que encontrou enterrados nos fundos da sua antiga casa.
Era a primeira vez que lia algo sobre invocação de uma entidade. Além das letras bem contornadas, também havia um desenho no meio dele, parecia ser um homem comum, mas havia chifres na sua cabeça, que se envergavam para trás e se enrolavam nas pontas, parecidos com chifres de um bode. Não havia um rosto desenhado, embora duas esferas vermelhas tivessem sido pintadas no lugar que deveriam ser seus olhos.
Outra vez, Hinata sentiu um arrepio atravessar todo o seu corpo e, de repente, sentiu a garganta ficar seca. Os olhos perolados se atentaram a uma frase específica antes do desenho, que dizia:
Essa entidade pode conceder qualquer desejo, mas só a invocamos como último recurso. O preço em troca pode ser alto demais.
Pegou-se intrigada. Já tinha visto outros pergaminhos sobre outras entidades, mas nenhum era como aquele que estava estendido à sua frente. Inclusive, ela podia sentir uma aura quase predadora só em tocá-lo. Ele parecia muito especial e perigoso. Hinata tentou ler o restante, mas a maior parte estava borrado e a única coisa visível além do desenho e da frase em vermelho, era o ritual de invocação.
Hinata mordeu o lábio inferior estranhando a quantidade de sangue humano que era necessário para fazer o ritual. Mas antes que ficasse presa demais no pensamento, ouviu o som de passos próximos de onde estava e prendeu a respiração por um instante.
— Onde foi que ela se meteu? — Conseguiu ouvir a voz de Naruto, um pouco distante. Ele não sabia que se escondia para fazer esse tipo de estudo, nunca contou por medo da reação dele, principalmente por conta da rejeição dos norianos sobre o assunto. — Hinata?
A Imperatriz aguardou que ele se afastasse e mais alguns minutos antes de dobrar o pergaminho outra vez e guardá-lo com cuidado sob a chapa de pedra. Só depois saiu do seu esconderijo e rumou na direção dos seus aposentos, onde sabia que Naruto estaria a esperando.
⚸
No topo da torre mais alta do castelo, Hinata observava com horror o fogo devastar as terras do Império. Dali, conseguia sentir o odor pútrido de carne sendo queimada e quando fechava os olhos, jurava que ouvia os gritos desesperados do seu povo. O céu estava coberto por uma fumaça escura junto com nuvens que anunciavam uma tempestade feroz.
Se o exército de Toneri estava ali, queria dizer que Naruto estava morto. Seria questão de tempo até que as tropas inimigas chegassem ao castelo e duvidava que alguns pares de soldados seria capaz de detê-los. Os camponeses ainda lutavam e resistiam, na tentativa de defender o pouco que tinham. Hinata sabia qual seria o seu destino quando o rei chegasse ali.
Diferente do que Naruto pensava, ela bem sabia das intenções do Rei Toneri. Tinha visto a carta ameaçadora que ele mandou, em que prometia tomá-la como esposa, nem que fosse a força e que ela teria os filhos dele. Seu marido estava morto, não tinha mais sua família e nem filhos. A corte era uma piada pronta, somente interessada em obter mais poder e procurando a chance de um dia subir ao trono, o que significava que ela tampouco tinha amigos ali.
Talvez Neji estivesse certo desde o começo: não havia como lutar contra o destino.
Observando as primeiras gotas de chuva caírem, Hinata levantou o rosto para o céu e deixou-se molhar. Os lábios trêmulos não eram de frio e ela precisou de mais de um minuto para perceber que não queria terminar daquele jeito. Embora a dor da perda — mais uma vez — fosse grande demais, não era isso que desejava para si. O vestido que trajava parecia ainda mais pesado agora que estava molhado pela chuva, e ela segurou a saia com afinco ao dar a volta e descer pelas longas escadas de pedra escura correndo.
Sabia para onde deveria ir, talvez sempre soubesse.
Seu refúgio, seu esconderijo.
Sem se importar se alguém a via, Hinata empurrou os dedos pela fenda que abria a porta e assim que entrou, fechou-a. O cabelo molhado pregava no seu rosto e ela teve que fazer muito esforço para não se desmanchar em lágrimas — chorar não iria adiantar, então ela foi forte em não fazer isso no momento —, e depois procurou o que desejava embaixo da chapa de pedra.
Desenrolou o pergaminho com menos cuidado dessa vez e leu as instruções para o ritual de invocação em voz baixa. A respiração dela começou a ficar mais pesada e Hinata fechou os olhos com força, tentando não ter um colapso nervoso. Quando voltou a abri-los, havia uma determinação imbatível em seu rosto angelical. Levantou-se e começou a tirar o vestido com pressa, livrando-se do tecido pesado e molhado, também tirou as botas, a nudez abraçou-a e ela tremeu de frio.
O cabelo longo caia em cascatas até o fim da sua cintura e ela abraçou o próprio corpo antes de andar até a mesa e tirar o punhal de dentro de uma caixa ornamentada. Trouxe o cabelo para frente e segurou-o perto das pontas, onde cortou alguns fios e fez um círculo da melhor forma que conseguiu com eles. Depois, voltou a fechar os olhos para fazer um corte profundo na palma da mão; segurou um gemido de dor e soltou o ar pela boca. Com o sangue que escorria em abundância, Hinata desenhou os símbolos que estavam no pergaminho dentro do círculo com cuidado, a pele ardia e a adrenalina era tanta que seus ouvidos zumbiam.
Quando ela terminou de desenhar tudo, procurou pelo recipiente de vidro grande e grosso na prateleira que continha sangue de cordeiro e voltou para o centro do círculo. Ficou de pé ali e respirou fundo outra vez, uma, duas, três vezes. Só depois começou a proferir as palavras sagradas do ritual ao mesmo tempo em que abria o recipiente e derramava o sangue por cima da cabeça, o corpo inteiro sendo preenchido de vermelho, o cabelo pregando em sua pele. À medida que proferia as palavras, a luz vinda das velas tremulava ainda mais e Hinata sentiu algo gelado bem no estômago subir pelo seu abdómen até alcançar o peito e depois se estender pelo resto do corpo até a ponta dos dedos.
Mesmo assim, a Imperatriz não parou o ritual, continuou dizendo as palavras ao mesmo tempo que outras sensações esquisitas se abatiam sobre si. Algo quente vinha na direção do seu pescoço e jurava poder sentir um aperto insistente na lateral do corpo, unindo-se na sua cintura nos dois lados; abriu os olhos quando terminou e as velas estavam todas apagadas, o recinto engolido na completa escuridão.
Então, não tinha dado certo?
Hinata ficou parada, esperando, o som da sua respiração esbaforida era o único no ambiente, os ouvidos ainda zumbiam e sensação gelada e quente tinha ido embora.
— Faz um longo tempo desde que vi um de vocês. — Uma voz profunda e rouca soou. Um arrepio intenso atravessou todo o corpo dela. Até que ela finalmente viu, o par de olhos vermelhos no meio da escuridão, tão vivos, predatórios. Havia uma ironia pesada quando ele continuou: — Pensei que os Hyuuga tinham abandonado a vida de oferendas.
— E-eu — Hinata gaguejou, nervosa, parecia que seus membros tinham virado pedra e mal conseguia se mover. — Eu tenho um pedido.
— Claro que tem. — A voz dele ondulou de forma perigosa até chegar em seus ouvidos. Somente uma vela se acendeu sozinha e ela conseguiu vê-lo um pouco melhor. O cabelo era escuro e espetado em várias direções, a pele era tão ou mais pálida que a dela, o contorno do maxilar dele era simplesmente perfeito; um sorriso sarcástico dançava pelos lábios finos onde ele passou a língua devagar. O nariz era pequeno e afilado, as maçãs do rosto altas, as sobrancelhas finas também eram perfeitas. Não havia chifres. — Mas por que eu ajudaria um membro de um clã que renegou as tradições milenares? Que nos abandonou pensando que não haveria consequências?
Hinata se distraiu com o olhar vermelho e intenso e balançou a cabeça devagar para recobrar os sentidos. O medo ainda estava ali, querendo se apoderar dos seus músculos e pensamentos. Ela abriu a fechou a boca mais de um par de vezes, nenhum som saiu, até que puxou o ar com força para finalmente dizer em um fôlego só:
— Estou disposta a pagar qualquer preço, desde que me dê o que eu quero.
Isso foi mais do que o suficiente para chamar a atenção dele. Diferente de antes, ele abriu um sorriso que mostrava seus dentes brancos e perfeitamente alinhados. O restante das velas se acendeu e só então que a Imperatriz viu que a entidade estava tão nua quanto ela. Teria fechado os olhos, mas não conseguiu, completamente hipnotizada. Engoliu em seco com dificuldade, a saliva parecendo rasgar sua garganta.
Ele se aproximou ainda sorrindo e estava tão perto que se ela se movesse apenas mais um centímetro, seus corpos estariam se encostando. Ele era vários centímetros mais altos do que si e precisou levantar a cabeça para continuar o encarando com afinco. Os dedos dele se enroscaram em uma mecha melada do seu cabelo e ele abaixou o rosto na direção dela devagar; com a ponta da língua, lambeu a bochecha quente até o canto dos lábios dela, depois, lambendo os próprios beiços. Hinata estremeceu, entretanto, não estava mais com frio.
— Hmm. Gostei de você — pronunciou as palavras do mesmo jeito que um poeta recitava versos. — Eu não me lembro de ninguém que tenha me olhado por tanto tempo nos olhos como você está fazendo agora. — Segurou o queixo dela com a ponta dos dedos, puxando-a para si, até que seus corpos estivem grudados. — Qualquer preço?
— Qualquer um — ela garantiu em um sussurro trêmulo, todo o seu corpo gritava e reagia violentamente ao redor dele de um jeito que nunca tinha visto antes.
— Pois bem, Hinata Hyuuga, me diga o que você quer, qualquer coisa — ele proferiu, as mãos descendo pela lateral do seu corpo até se encaixarem em sua cintura. Exatamente como sentiu antes.
— Quero que a guerra acabe de uma vez por todas e que Norian continue de pé e volte a prosperar, com o Rei Toneri fora daqui.
— Você o quer morto? — ele perguntou, os dois polegares dele faziam círculos na pele nua do seu ventre.
— Quero — afirmou depois de hesitar por alguns segundos.
— E quer continuar sendo a Imperatriz desse império?
— Não precisa, desde que ele se torne o que foi algum dia.
Ele abriu outro sorriso.
— Eu realmente gostei de você, então, vou te dar essa última parte de presente — contou. — Vamos selar o nosso contrato.
A Imperatriz não entendeu muito o que ele queria dizer com contrato, mas apenas assentiu com a cabeça, ainda meio tonta por conta dos toques dele em sua pele. Ele se abaixou em sua direção outra vez e enlaçou o braço ao redor dela, mantendo-a perigosamente colada nele; para só depois tomar-lhe os lábios com voracidade, a língua úmida envolvendo a dela e brincando. Os chifres começaram a sair de dois pontos da cabeça dele, contorcendo-se grandes para a parte de trás até se enrolarem nas pontas. O toque ficou mais persistente e quente, Hinata deixou um gemido abafado escapar quando sentiu o baixo-ventre queimar de um jeito prazeroso.
Quando ele se afastou dela, um filete de saliva ficou entre eles e ele lambeu os lábios dela de forma demorada.
— Agora você é minha, Hinata Hyuuga — declarou, a voz profunda dançando entre os ouvidos dela. — Você vai dormir agora, mas não precisa ficar com medo, quando acordar, tudo vai estar do jeito que deveria.
— Qual... — ela tentou começar, sentindo uma sonolência pesada tomar conta de si, mal conseguia ficar com os olhos abertos. Com dificuldade, conseguiu terminar: — Qual é o seu nome?
— Sasuke Uchiha. — Foi a última coisa que Hinata ouviu antes de apagar por completo.
⚸
O crocitar agudo do corvo anunciou a chegada da noite. Os lobos que por ali espreitavam, uivaram quando as nuvens espessas e escuras deram lugar a lua cheia, que iluminou o céu e o gigantesco castelo real.
As cortinas longas e vermelhas cobriam as enormes janelas, impedindo que a luz da lua entrasse; os candelabros permaneciam acessos, apenas para não deixar o recinto totalmente escuro.
Hinata Hyuuga, a Imperatriz de Norian, continuava sentada a mesa do jantar, sozinha, enquanto bebericava o vinho quente. Nunca fora muito de beber, nem mesmo quando o marido estava vivo; mas apreciava o gosto das uvas fermentadas depois de um dia estressante.
Como protetora do seu Império, precisava comparecer a inúmeras reuniões, para resolver os problemas econômicos, falar sobre a safra de comida. Falavam que ela deveria se casar novamente, já que o Imperador Naruto tinha morrido em combate antes de eles conceberem um herdeiro. Hinata era a única Imperatriz da história daquele reino, que continuou no poder, mesmo sem se casar novamente, sem filhos; era a única que não tinha tido o trono tomado de si.
Chamavam-na de Imperatriz da Luz e ficou ainda mais conhecida pelo continente quando matou o implacável Rei Toneri com as próprias mãos quando ele invadia o seu império. Por sua causa, Norian tinha deixado de ser um campo de guerra e conteve o último avanço de Khadour, o que possibilitou um contra-ataque e fez com que as terras do reino vencido agora pertencessem aos norianos.
Sete anos desde a morte de Naruto, sete anos desde que Norian tinha se reerguido como o Império mais forte e próspero do continente. O povo tinha começado a acreditar que uma espécie de benção tinha caído sobre eles por causa de Hinata, que com sua beleza, devoção e amabilidade comoveu os deuses e eles trouxeram a paz para eles. O mito ganhou mais força com o passar dos anos.
A corte dizia que ela deveria se casar novamente, ter herdeiros para garantir que o Império continuasse seguro e crescendo. Só que Hinata realmente não queria se casar outra vez, estava confortável sozinha — ou quase isso — e continuaria assim até quando fosse possível. As pessoas achavam-na agradável e doce demais e, apesar disso, respeitavam-na acima de qualquer coisa. Sua palavra era lei.
Hinata suspirou; quase não tinha tocado na comida, embora fosse o seu prato favorito: cordeiro assado. Andava sem apetite nos últimos dias. Gentilmente, pediu para uma criada retirar a mesa e dividir a comida entre os outros criados, para não ter nenhuma espécie de desperdício.
Assim que se levantou, a saia do vestido, que era preta e feita da mais pura seda, deslizou por suas pernas até o chão. A cor fazia contraste com sua pele pálida, e o torso, que era coberto por um discreto espartilho vermelho, deixava suas curvas ainda mais acentuadas. A coroa negra continuava em sua cabeça, e parecia que havia sido feita exatamente para ela. O cabelo preto-azulado caia em ondas até o final das costas.
Andou pelos corredores mal iluminados, com a intenção de chegar aos seus aposentos. Já conhecia tão bem aquele caminho, que poderia fazê-lo de olhos fechados, mergulhada na própria escuridão. Sorriu um pouco ao alcançar o quarto e empurrou a porta devagar. Não se surpreendeu quando percebeu que a escuridão também predominava ali. Aprendera a apreciar aquilo com o tempo. Quando era criança, temia o escuro mais do que qualquer outra coisa, mas agora ela via isso como o seu maior e melhor refúgio.
Entrou.
O vento entrou pela janela aberta e bateu a porta. Hinata continuou parada ali e respirou fundo. Não demorou para que a forma negra se materializasse no meio do quarto, transformando-se em um homem perfeito. Os olhos vermelhos se voltaram para ela, e um sorriso pequeno brotou nos lábios dele. Era sempre impressionante como ele conseguia ficar tão elegante com as roupas mundanas dos humanos: a túnica marrom clara de mangas longas, com uma pequena abertura no pescoço, a calça escura e a capa longa que ia até os pés, com as bordas ornamentadas em caprichadas costuras feitas de linhas douradas
— Sasuke — Hinata sussurrou um cumprimento cordial que sabia ser desnecessário.
Silêncio. Os orbes dele se mantiveram nela por mais tempo do que seria considerado educado, ainda sem dizer uma palavra. Sasuke a analisava clinicamente, já sabendo que tinha algo de errado; afinal de contas, agora a alma dela lhe pertencia. Conhecia-a bem.
Hinata sustentou o olhar vermelho. Desde que eles tinham se conhecido, tinha esse hábito de ser atraída pelos olhos dele, era quase como se só com isso, Sasuke pudesse enxergar absolutamente tudo sobre si, e bem, não era mentira de todo. Por causa dele, agora sabia muito mais sobre as verdadeiras origens do seu clã. Os Hyuuga não eram devotos e nem faziam oferendas para deuses, muito pelo contrário, eles faziam pactos com demônios.
A maioria fazia acordo com demônios menores que podiam conceder desejos menores que iam desde coisas simples como pedidos em prol da família até riquezas exacerbadas. Os Uchiha eram os da mais alta casta de demônios e conseguiam realizar praticamente qualquer pedido e essa era a maior razão que o preço deles era alto demais para que alguém quisesse pagar; só alguém muito, muito desesperado recorria a eles: como Hinata tinha feito.
— Você parece preocupada — ele pontuou enquanto começava a andar pelo quarto escuro, para depois acender os candelabros nas paredes, um a um, devagar.
A Hyuuga saiu de perto da porta quando o quarto já estava completamente iluminado; Sasuke fechou a janela e as cortinas, esperando que ela começasse a falar.
— A corte está pressionando para que eu me case, eles acham que é questão de tempo até que outro reino venha nos atacar, porque sou uma Imperatriz sem herdeiros — frisou a última parte. — E por causa disso, precisarei receber alguns pretendentes.
Sasuke estreitou os olhos, o que fez com que ela estremecesse levemente. Sem dizer nada, o demônio se aproximou dela e começou com o processo já conhecido: tirou-lhe a coroa da cabeça e colocou em cima de um cômodo perto da cama. Deu a volta nela e os dedos experientes se enrolaram nas cordas que apertavam o espartilho e começou a soltá-las, uma por uma.
— Então agora você quer se casar de novo? — A voz dele chegou rouca em seus ouvidos.
— Não é o que eu tinha em mente — respondeu quando ele terminou de desatar todas as cordas e escorreu o espartilho por debaixo dos seus braços. — Sabe disso, Sasuke.
— Hmm — ele murmurou e veio para a parte da frente, dessa vez, o olhar dele se prendeu ao perolado dela.
Ele puxou as mangas do vestido de seda preta para baixo e os lábios do demônio alcançaram a pele da clavícula dela, onde depositou um beijo demorado, os dentes raspando ali. Hinata fechou os olhos e os dedos dela se embrenharam nos fios negros dele, apreciando o contato da boca dele em si. Depois ele subiu pela garganta pálida, onde lambeu do começo até o fim e mordeu o queixo feminino quase com carinho.
O tecido cedeu até a cintura onde formou um bolo, os seios ficaram nus e ela gemeu quando os mamilos se arrastaram pelo tecido macio da roupa dele. Os lábios dele se encontraram com os seus e os tomaram para si com volúpia. Hinata sentia cada terminação nervosa vibrar cada vez que as mãos de Sasuke afundavam em si. Ela não se importou quando ele desembolou o tecido na sua cintura rasgando-o em pedaços e abandonou os lábios, descendo pela garganta, ombros, entre os seios até chegar na barriga e descer a roupa íntima — que era a única coisa que a separava da total nudez.
— Então me diga o que você tem em mente — Sasuke pediu, a respiração sendo soprada na pele nua da virilha dela. Ele ficou muito perto da intimidade dela, coberta apenas por uma fina camada de pelos escuros.
— Eu... — Ele a tocou gentilmente com a ponta da língua, bem no seu botão de prazer, onde começou a rodeá-lo gentilmente; Hinata arquejou, entretanto, se esforçou para continuar, um gemido escapulindo pelos lábios entreabertos: — Não quero me casar com nenhum rei ou imperador.
— Mesmo? — Sasuke retrucou, dessa vez, separando os grandes lábios dela com os dedos para poder ter mais acesso a intimidade úmida dela. Onde deslizou mais a língua para baixo, indo de encontro a cavidade úmida e estreita. Hinata separou as pernas de boa vontade para que ele continuasse. O demônio a chupou com vontade, afundando o rosto ali sem nenhuma restrição, os dedos apertados nas nádegas redondas e femininas, puxando-a ainda mais para perto.
— Sim, Sasuke — Hinata gemeu, os olhos reviraram quando ele a penetrou fundo com a língua e fez algo como enrolá-la lá dentro.
A Hyuuga se derreteu completamente na boca dele, gemendo o nome do demônio incansavelmente bem baixinho. Os dedos dela se apertaram com muita força no cabelo dele quando Sasuke a fez separar ainda mais as pernas e fechou os lábios ao redor do seu clitóris inchado.
— Sasuke, pelos deuses. — Ele quase riu pela ironia, mas não parou, continuou lambendo e a chupando até que Hinata alcançasse o clímax da forma mais intensa possível.
Hinata precisou de muito esforço para não gemer muito alto, e teria o feito, se Sasuke não tivesse se erguido rapidamente e a beijasse na boca avidamente para que provasse do próprio sabor. Antes que pudesse se recuperar, o demônio a ergueu pela cintura, fazendo com que enroscasse as pernas ao redor dele. Ele a empurrou para a parede mais próxima e a Hyuuga resfolegou.
As roupas dele tinham desaparecido, como pó, e agora o contato era pele com pele. Tão quente que a Imperatriz mal podia suportar a proximidade estreita entre eles. Ela procurou pelos lábios dele outra vez, e ele deu o que ela queria — como sempre fazia —, e ao mesmo tempo que a beijava, deixou que sentisse sua ereção tão próxima, mostrando o quanto a desejava; o quanto a queria.
Em um suspiro profundo entre os lábios dele, já bem lubrificada por conta do intenso orgasmo que teve minutos atrás, Hinata esperou avidamente para recebê-lo dentro de si. Como se lesse os pensamentos dela, Sasuke pressionou-a ainda mais contra a parede e se posicionou em sua entrada. Separou a boca da dela e olhou-a diretamente nos olhos perolados que estavam nublados de desejo, para só depois se afundar nela de uma vez só, indo tão fundo que Hinata pensou ter visto estrelas.
O demônio recuou só um pouco para poder penetrá-la mais uma vez, mais forte.
— Não feche os olhos — ele pediu. — Olhe para mim.
Perdida na própria luxúria, Hinata também se perdeu na onda intensa de escuridão e prazer que Sasuke era. Eles se misturaram em um emaranhado descomunal de sentimentos estranhos e intensos demais, que iam muito além de um contrato demoníaco. Ele não parou de possuí-la, adorando ver como os lábios dela se abriam e se fechavam toda vez que acertava o ponto exato do seu prazer mais profundo; ou como os olhos dela passaram a procurar pelos dele de forma necessitada. Os seios balançavam contra o seu peito e ele levantou-a um pouco mais só para conseguir capturar um dos mamilos com a boca e mordiscá-lo com os dentes.
Dessa vez Hinata gritou e ele a mordeu com um pouco mais de força, só o suficiente, porque sabia que ela gostava, mas não o bastante para machucá-la. O demônio Uchiha conseguia sentir o quanto ela estava próxima de se derramar em volta do seu membro enrijecido pela forma que a intimidade dela o apertava violentamente em pulsações prazerosas; e ele ansiava por isso, porque também estava muito próximo do próprio orgasmo.
Os braços dela rodearam o pescoço e o tronco dele e ainda se encarando, Hinata finalmente veio em um gemido gostoso, seu baixo-ventre pulsando e esperando que Sasuke também gozasse. Os dedos dele se fecharam em seu cabelo e ele a beijou com selvageria, chupou a língua aveludada com afinco, para só depois em mais algumas estocadas fortes e profundas, vir em um grunhido primitivo, derramando-se inteiro dentro dela.
Ofegante, a Imperatriz distribuiu beijos suaves pelo rosto quente do demônio, que apreciava o gesto, embora nunca admitisse isso em voz alta. Sasuke a carregou para a luxuosa cama com dossel, onde a colocou ali com um cuidado exagerado e depois puxou o lençol para cobri-la totalmente e protegê-la do frio que ainda escapava pela pequena fresta da janela e balançava a cortina vermelha.
Hinata se encolheu perto dele, sonolenta, estava exausta, tanto por causa do sexo como por ter passado o dia resolvendo os problemas do Império. Sasuke a acolheu sem dizer uma palavra, os dedos macios e longos se perdendo nos fios preto-azulados e longos em uma carícia deliciosa, que a fez pegar no sono rapidamente.
Ele fez as velas dos candelabros apagarem e observou o rosto dela na escuridão, sentindo o calor tão humano que vinha dela, que seria tão puro se não fosse por ele.
Quando a viu pela primeira vez conseguiu sentir que ela era diferente de todos os Hyuuga e humanos que já tinha visto antes. Nenhum ser humano seria capaz de invocar um demônio tão poderoso quanto ele sem décadas de prática e conhecimento; e ela o fez na primeira tentativa e sozinha. Ela cheirava a medo e desespero; mas além disso, determinação. Sasuke não se lembrava de ver aquele brilho tão feroz em outra pessoa antes que não fosse seus próprios familiares.
Sempre tinha vontade de sorrir quando se lembrava da forma impetuosa que Hinata o encarava, sem nunca desviar os olhos dos dele. Ela não estava disposta a se render ao destino da maldição dos Hyuuga — que fora outra casta poderosa de demônios que jogou sobre a sua família —, e ele a admirou genuinamente por isso. Hinata sequer perguntou qual seria o preço, apenas o aceitou sem hesitar.
Os Uchiha eram pouco invocados, porque o seu preço não era pago em vida, mas sim, em morte. A maioria dos contratos demoníacos era pago com alguns anos de vida que eram absorvidos pelos demônios e os deixava mais fortes aos poucos. Já com os Uchiha era diferente; uma vez que o contrato fosse feito, a alma do contratado seria eternamente deles, condenada a ser torturada e sofrer para sempre. A quantidade de poder que era absorvida dessa forma era infinitamente maior do que alguns anos de vida de humanos mundanos; uma alma tinha muito mais poder.
E a Hyuuga tinha entregado a alma para ele de boa vontade, sem nunca parecer se arrepender de tal decisão.
Quando eles fecharam o contrato, ele possuiu o corpo dela e foi tão esquisito, porque geralmente os corpos humanos não recebiam bem uma possessão demoníaca; eram pouco resistentes e dificilmente dava para usar todos os poderes com eficiência. Entretanto, com Hinata tinha sido diferente; o corpo dela o acolheu de uma forma que ele sempre achou impossível, sem sequer resistir, sem contar que conseguiu usar todo o seu poder como se estivesse no próprio corpo.
Mais tarde descobrira que Hinata nasceu com o dom da mediunidade, mas seus pais a selaram assim que as manifestações começaram. Ela passou pelo selo quando o invocou. Itachi tinha lhe dito que humanos assim eram uma raridade, ainda mais uma tão poderosa como Hinata; e que geralmente os demônios se apoderavam desses indivíduos para ficarem mais fortes.
Sasuke não desejava mais poder. Pelo menos não dessa forma.
Ele poderia ter concedido os desejos dela e se escondido nas sombras enquanto esperava pelo momento em que ela sucumbisse, só que em vez disso, viu-se tão interessado em Hinata, que preferiu ficar ao lado dela, observando-a, cuidando-a. Os anos o fizeram ter sentimentos por ela e antes que se desse conta, Sasuke a seduziu para os seus braços até que ela entregasse mais do que a alma para ele.
Hinata tinha lhe dado o seu coração; ele era cruel, sádico e irônico, mas nunca com ela. E ela o amava. Mais do que achava possível. Será que ainda o amaria se soubesse o outro destino que a aguardava? Podia jurar que sim. Era tão pura e amável.
Talvez nunca fosse capaz de admitir em voz alta, mas também a amava; e nunca tinha amado ninguém antes.
Precisava pensar em uma forma de libertá-la do contrato de um jeito que a não colocasse em perigo.
Foi com esses pensamentos que ele voltou a sua forma de demônio e abandonou o recinto, deixando-a sozinha em seu sono profundo.
⚸
Hinata bebericou o vinho, mantendo a taça por mais tempo que o necessário nos lábios para tentar ocultar sua insatisfação e tédio diante daquele banquete horrendo. Para aquietar os ânimos da corte, resolveu aceitar ao menos a apresentação de futuros pretendentes; mesmo sabendo que seria inútil e que não mudaria de ideia sobre se casar.
Ela já tinha tudo que queria.
Bem... Quase tudo.
O terceiro pretendente da noite era Kiba Inuzuka, ele vinha de um dos reinos do Leste e era muito bonito, bem apresentável e apesar da aparência selvagem, também era cordial e gentil. Muito diferente dos dois primeiros pretendentes — que ela teria descartado de cara se aquilo tudo não fosse uma farsa —, que eram um tanto assustadores por sinal: Orochimaru e Kisame.
Ela o recebeu com respeito e se rendeu um pouco ao bom humor dele, rindo das piadas bobas e charadas inteligentes. De algum modo, Kiba lembrou-a de Naruto, só um pouco. Eles tinham aquele mesmo brilho feliz nos olhos e se importavam de verdade com o seu povo. Seria um bom pretendente no final das contas.
"Se divertindo?", escutou a voz de Sasuke soar em sua mente e a confusão foi instantânea. Já fazia mais de uma semana que ele tinha simplesmente desaparecido, deixando-a louca de preocupação e... Saudade. A Imperatriz pigarreou e se ajeitou na cadeira. "Pra quem não queria se casar, você parece muito feliz."
— Está tudo bem? — Kiba perguntou, os olhos castanhos faziam-na lembrar de filhotes fofos de cachorro.
— Claro, por que não estaria? Continue — ela pediu de forma educada.
"Eu não quero me casar, Sasuke", pensou de volta em resposta, sabendo que ele conseguiria captar. Silêncio. "Falando assim, até parece que você está com... Ciúmes."
A Hyuuga sentiu um calafrio percorrer sua espinha e um toque quente, igual a um sopro, bater em sua orelha direita. Conseguia sentir a presença de Sasuke bem ali, e se poderia arriscar, apostava que ele estava com a expressão fechada, os olhos vermelhos em brasa.
"Por que você acha que eu ficaria com ciúme de uma humana como você?", ele replicou acidamente. Sim, estava com ciúme e não iria admitir em voz alta. Também não tinha intenção de magoá-la com tais palavras, só estava bravo por toda aquela... Proximidade humana demais.
E ainda assim a magoou. Hinata respirou fundo e bebeu outro gole de vinho.
"Eu não sei, me diga você", o tom dela era magoado.
— Quer dar uma volta no nosso jardim de inverno? — perguntou para o seu convidado, que aceitou sem pensar duas vezes.
Sasuke quis grunhir, observando-a partir acompanhada daquele cara de cachorro. Não a seguiu para não ficar perto de cometer uma atrocidade; percebeu tarde demais que não deveria ter falado assim com ela. Tinha ficado fora durante uns dias, pensando em uma solução e a única que tinha arrumado parecia absurda demais, não seria o tipo de destino que achava que Hinata se encaixaria.
Em vez de ficar ali, vendo-a ser feliz com outro que não fosse ele, partiu mais uma vez. Buscaria uma forma de salvá-la.
"De você?", uma voz sussurrou no fundo da sua mente. Se não estivesse ficando louco, poderia jurar que era algo como consciência — que era pior que loucura.
⚸
Mais uma semana sem qualquer sinal de Sasuke. Embora estivesse magoada com as palavras dele, Hinata não podia mesmo evitar sentir sua falta ou se preocupar. Sabia que ele não era obrigado a ficar ali com ela — nunca tinha sido — e que provavelmente tinha pendências para resolver — ou sabe-se lá o que demônios faziam no tempo livre —, mas mesmo assim, ele nunca sumia por tanto tempo.
Sentia-se tão tola por amá-lo. Ela era humana e ele um demônio, jamais poderiam ficar juntos, não como ela desejava pelo menos. Não queria se casar, porque o perderia e não era isso que queria. Desejava continuar nos braços dele, todas as noites, o tanto que fosse possível. Não importava se isso significava que ela era um ser corrompido, uma amaldiçoada, se pudesse estar ao lado de Sasuke, estaria bem. Porém, ele não a amava; talvez ele a visse só como uma mera diversão, quem poderia dizer?
Dificilmente Sasuke externava qualquer coisa que não fosse desejo, ironia ou irritação. Quem dirá falar sobre algo tão humano como amor. Ele realmente deveria se importar pouco se deixasse de casar ou não. A apresentação dos pretendentes tinha chegado ao fim e ela ainda não tinha dado uma resposta para nenhum deles por pura educação e para manter o pequeno teatro.
O som de batidas na porta fez com que ela parasse de pentear as longas madeixas preto-azuladas e se levantasse da penteadeira. O coração bateu forte na esperança que fosse Sasuke, mas já sabia que não era, ele jamais precisaria bater na porta. Ainda assim, seguiu na direção do barulho e apertou o robe escuro ao redor do corpo antes de abrir a porta.
Não pôde evitar de arregalar os olhos ao ver a figura estranha de Orochimaru parada ali; ela estava sendo bem sucedida ao conseguir evitá-lo a maior parte do tempo. Mesmo com todo estranhamento, Hinata assumiu a postura séria e cruzou os braços sobre o busto avantajado.
— Lorde Orochimaru — cumprimentou em voz baixa. — O que o traz aqui a essa hora?
— Vossa Majestade. — Um sorriso amarelo apareceu no rosto dele, os olhos que lembravam uma cobra a fizeram estremecer. — Desculpe o incômodo, mas gostaria de ter uma conversa mais particular, por isso vim aqui.
— Certo — Hinata concordou, tendo um péssimo pressentimento sobre isso. — Não tem ninguém aqui, pode falar, milorde.
— Eu gostaria de algo mais particular, Majestade. — A expressão da Imperatriz se fechou no mesmo instante em uma máscara perfeita de seriedade e ela sentiu o sangue subir para o seu rosto borbulhante, totalmente ultrajada pela falta de educação dele.
— Como ousa? — ela sibilou não se importando em conter a irritação na voz. — Saia da minha frente, Lorde Orochimaru. Antes que eu faça você se arrepender de tais palavras!
O sorriso dele se alargou e em vez de recuar, Orochimaru puxou um punhal de um encaixe no seu cinto e avançou na direção dela. A lâmina foi pressionada contra a garganta feminina com força, mas não o suficiente para perfurar. Hinata perdeu o fôlego e arregalou os olhos.
— Temo que isso seja impossível, Vossa Majestade. Ou devo dizer: Imperatriz Amaldiçoada. — Ele a empurrou para dentro do quarto e fechou a porta com o pé. Com os olhos ainda arregalados, ela não conseguia nem piscar. — Não era bem essa reação que eu estava esperando, devo admitir. Esse seu rosto de anjo deve enganar a todos, mas eu sei a verdade, Hinata.
— Não sei do que você está falando. — Hinata engoliu em seco, os músculos do seu corpo resetando.
— Eu não sou como os outros, Hinata — Orochimaru avisou. — Eu sei o que sua família é, o que ela fez. Pensa que somente os Hyuuga faziam pactos com demônios disfarçados de entidades e deuses? Eu estou aqui, porque sei que você conseguiu algo que eu venho procurando por séculos. Você invocou um Uchiha.
— Mesmo se isso fosse verdade, o que você espera que eu faça? — ela quis saber ao mesmo tempo em que pensava em uma saída. Depois de tudo, morrer daquela forma seria inaceitável.
— Invoque-o aqui — disse em um sussurro maquiavélico.
Vendo que se fingir de desentendida não daria certo, Hinata partiu para outra abordagem:
— Você sabe bem que mesmo que eu o invoque aqui, de nada isso adiantará. Só quem faz o ritual tem direito ao pedido. — O som da risada dele ecoou pelo quarto de um jeito desconfortável, Hinata não entendeu o motivo. — Qual é a graça?
— Tão tolinha, você é mais inocente do que eu imaginava, Majestade. — Brincou com a lâmina pela pele fina da Hyuuga, até perfurá-la só o suficiente para que um pequeno filete de sangue escapasse. Ele se aproximou e lambeu o local demoradamente, para depois erguer o olhar para ela, segurando-a pelo queixo com força para obrigá-la a encará-lo. — Os Uchiha são de uma casta especial de demônios e isto você já deve saber. Mas pelo visto, não sabe que para serem invocados, precisava de um ritual feito por, no mínimo, cinco pessoas. A energia necessária para invocá-los era muita para que só uma pessoa conseguisse, por isso a quantidade de sangue humano era absurda, massssss — Enrolou a língua e soltou o queixo dela — você conseguiu fazer isso sozinha. É importante saber que Uchiha's podem conceder pedidos para mais de uma pessoa se quem os invocar permitir. Então, invoque o seu Uchiha aqui, agora.
Apesar de tudo, a Hyuuga não estava com medo. Perguntou-se se o que acontecia no momento era o reflexo da maldição que sua família carregava, se no fim era impossível escapar do seu destino. Não sabia que tipo de pessoa Orochimaru era, o que significava que não poderia confiar algo tão poderoso como um desejo de um demônio para ele. Preferia morrer do que pôr o seu império em risco outra vez; o povo já tinha sofrido demais e ela jamais permitiria que algo assim voltasse a acontecer.
— Tudo bem — ela murmurou, agora estava ciente que Orochimaru não a mataria, porque precisava dela para fazer o ritual. — Mas precisamos ir para o meu local de rituais.
— É bom você não tentar nenhuma gracinha, Majestade, senão eu vou matá-la. E acredite, não vai ser do jeito rápido e indolor — ameaçou e Hinata acreditou em cada palavra.
— Não irei fazer nada, milorde. Apenas me siga — pediu em voz baixa. Já tinha traçado um plano em sua mente, agora era só fazê-lo funcionar.
Hinata guiou-o para fora do quarto na direção do seu refúgio secreto. Orochimaru se manteve atento, aguardando por alguma espécie de peripécia, o que inacreditavelmente não ocorreu. Ela já sabia o caminho de cor, poderia fazê-lo de olhos fechados, então não se importou quando não havia mais luz no final da escada de pedra escura. Ou quando precisou descer mais até chegar no espaço apertado com mau cheiro que escondia o seu templo.
Parada ali, Hinata procurou pela fenda e empurrou para a porta abrir. Orochimaru empurrou-a para dentro sem nenhum cuidado, os olhos atentos a tudo ao redor.
— É um belo local ritualístico — ele elogiou com sinceridade. — Não me impressiona que tenha que fazer isso escondido. O que será que seu povo pensaria se soubesse que a Imperatriz deles faz contratos com demônios em vez de rezar para os deuses?
Ela sorriu pequeno; provavelmente seria executada, Imperatriz ou não.
Em silêncio, ela andou até o canto que guardava a enorme prateleira, repleta de ingredientes usados em rituais. Ele não viu isso como uma ameaça, já que sabia exatamente do que ela precisava. Colocou o pote de vidro com sangue de cordeiro em cima da mesa de madeira e puxou o cabelo para frente; os olhos perolados se voltaram para Orochimaru, esperando que ele se aproximasse com o punhal e cortasse um pedaço do seu cabelo.
Dessa vez o homem se aproximou com cautela e segurou os fios entre os dedos, cortou mais do que deveria de propósito, só para irritá-la e Hinata apertou os lábios em uma linha reta; o que só serviu para arrancar um sorriso desdenhoso dele. Ciente de que ele ainda estava atento, ela espalhou os fios em um círculo e depois deu as costas ele, ficando de frente para a mesa.
Abaixou-se para pegar o pergaminho sob a chapa de pedra e tateou ali, procurando pelo punhal cerimonial que sempre deixava ali. Orochimaru não parecia ter desconfiado da sua pequena demora, até que finalmente encontrou o cabo e segurou-o com firmeza. Puxou o punhal junto com o pergaminho de uma vez só e virou-se para ele o mais rápido que conseguiu. Hinata investiu contra ele em um golpe baixo e feroz e conseguiu acertá-lo na altura do estômago, onde perfurou; o sangue jorrou em sua mão, só que o homem não se moveu um centímetro, foi como se sequer tivesse acabado de ser ferido.
— Você não pode me matar, puta estúpida — Orochimaru sibilou, divertindo-se com a expressão embasbacada dela. — Eu estou vivo há muito tempo, não sou mais humano, mas ainda não tenho o que eu quero.
Com um puxão violento, Orochimaru a segurou pelo pescoço e jogou-a no chão bem no centro do círculo, sufocando-a. Manteve uma mão nela e com a outra tirou o punhal de onde ela tinha acertado; ele não hesitou ao enfiar a lâmina em um golpe limpo e profundo diretamente no seu ventre e depois tirar de uma vez só. Hinata gritou de dor e sentiu a cabeça girar. O sangue começou a escorrer e ela simplesmente não tinha forças para lutar, já que o aperto dele em seu pescoço não cessava.
O homem largou o punhal e com ela deitada ali, começou a usar o sangue dela para desenhar os símbolos necessários para o ritual. Aos poucos, a Hyuuga começava a perder a consciência; entretanto, voltou a despertar quando sentiu a lâmina perfurá-la de novo, dessa vez, em um ponto entre suas costelas, a lâmina atravessando o tecido e rasgando sua pele. Ela gritou outra vez e sabia que era inútil, porque o som dificilmente passava pela parede grossa feita de pedra. Sentiu o corpo inteiro queimar e os olhos ficarem molhados. Precisava ficar acordada.
Precisava.
Orochimaru terminou de fazer os desenhos e deixou-a de lado por um instante enquanto apreciava o próprio trabalho. Olhando para o teto e piscando lentamente, Hinata começou a sucumbir, a respiração vinha cada vez mais difícil e sentia muita dor ao fazê-lo. Os pulmões queimavam em brasa e já não conseguia mais sentir o tecido úmido do seu próprio sangue onde tinha sido apunhalada.
Ele ainda não tinha começado a proferir as palavras quando as luzes das velas se apagaram de uma vez só. E foi então que Hinata sentiu a presença dele, mais forte do que em qualquer outra ocasião. Sentia fúria, raiva e... Medo. Sasuke apareceu em uma nuvem escura de fumaça, os olhos faiscando em vermelho, os chifres queimando.
— Quem ousou machucar minha mulher? — A voz de Sasuke veio em um grunhido gutural e todos os potes de vidro se estilhaçaram ao mesmo tempo.
O homem encarou o demônio sem conseguir acreditar no que via. Havia tanto poder nele, sentiu os joelhos cederam sem permissão e mal conseguia olhá-lo nos olhos tamanha era sua força e aura demoníaca.
— Um Uchiha — Orochimaru balbuciou, encantado.
O olhar de Sasuke se alternou entre o homem e Hinata, que já estava começando a perder a consciência. Outro grunhido escapou de sua garganta, mais furioso do que antes, e em um movimento rápido, o demônio pegou Orochimaru do chão com as duas mãos e o empurrou com força contra a parede. O homem arquejou, mas não disse mais nenhuma palavra.
— Eu conheço você, burlando os contratos, não é mesmo, Orochimaru? — Sasuke rugiu, um vento sobrenatural dançava violentamente dentro do recinto, os cacos de vidro se estilhaçando em pedaços ainda menores. — Você queria tanto ver um Uchiha e agora vai morrer olhando para um, inseto insignificante.
Sem nenhuma piedade, Sasuke enfiou uma das mãos através do abdómen do outro e puxou de volta, as tripas dele vieram junto e começaram a escorrer grotescamente. Orochimaru não emitiu nenhum som e nem precisou, porque o demônio voltou a subir a mão e segurou a cabeça dele de forma firme, para em seguida estraçalhar completamente o crânio. Os olhos saltaram para fora ficando pendurados, e o resto da pele se esticou como uma gosma nojenta.
Sasuke soltou o corpo já sem vida do homem e correu para Hinata, que já estava muito perto de morrer. O sangue dela estava espalhado em uma poça grande ao seu redor e os olhos perolados estavam perdendo o brilho que ele adorava. Segurou-a com cuidado nos braços e em questão de apenas um segundo, apareceu no quarto dela.
Depositou o corpo molenga na cama e limpou o sangue de Orochimaru das próprias mãos antes de voltar para o lado dela e começar a dizer:
— Hinata, não feche os olhos, olhe para mim. — A Hyuuga tinha imensa dificuldade em assimilar o que estava acontecendo, Sasuke parecia tão longe. Era quase como se estivesse sonhando, com exceção que seu corpo doía muito. — Eu estou aqui agora. Preciso que você fique acordada.
— Hmm, Sas... uke? — resmungou sonolenta. — Que bom que você está aqui, senti sua falta.
— Eu sei, querida, eu estou aqui, não se preocupe. Olhe para mim, não morra, Hinata. Droga, você não pode! — disse, aflito. Nada estava indo de acordo com seus planos.
— Obrigada — Hinata agradeceu com sinceridade. Ele sabia que ela falava sobre os pedidos que concedeu a ela. — Eu te amo, Sasuke.
— Não fale isso agora, você vai ficar bem — Sasuke prometeu e rasgou o próprio pulso com a unha afiada, sangue de cor preta jorrou e ele levou aos lábios já pálidos da Imperatriz. — Vamos, beba. — Hinata afastou o rosto, tonta, quando sentiu o gosto ácido na ponta da língua, tinha gosto de morte. — Vamos, Hinata, beba.
Sasuke forçou o pulso nos lábios dela e só assim Hinata começou a beber o seu sangue. Era a única forma de salvá-la. Ele não se importava se ela o odiasse depois, desde que ficasse viva e bem. Tinha sido muito descuidado em partir sem ter certeza que ela ficaria segura e agora Hinata estava ali, à beira da morte. Finalmente tinha achado as respostas para as suas perguntas, podia livrá-la do contrato e da maldição dos Hyuuga, tudo numa tacada só, a única coisa que precisava era que ela consentisse.
Iria levá-la a um lindo templo e mostrar as escrituras antigas e abandonadas da família dela e depois contaria a verdade sobre o preço do contrato deles. Se ela não quisesse que ele desaparecesse da frente dela no mesmo instante, teria segurado o rosto lindo dela entre suas mãos e confessado seu amor mundano e pediria que se casasse com ele.
Sim. Um casamento de verdade, em que ele compartilharia o sangue dele com ela e em um ritual demoníaco a transformaria em uma Uchiha; em um demônio igual a ele. Itachi lhe disse que só seria possível se ela fosse muito especial. E bem, Hinata era. Sasuke sempre soube. Eles se amavam, então ela aceitaria, deveria aceitar.
Um Império que cultuava deuses sendo governado por demônios. Grande ironia. Mas Sasuke o faria se fosse do lado dela. Nunca tinha experimentado o amor, ainda mais um tão puro e devoto como o dela.
Precisava de Hinata.
Ela se engasgou com o sangue e os olhos reviraram, o corpo dela começou a convulsionar e Sasuke segurou-a para que não se afogasse na própria saliva e não se machucasse. Hinata continuou tremendo por um minuto inteiro, que mais pareceu como uma eternidade. Então ela gritou, muito alto, como se estivesse sob o efeito da pior dor do mundo.
Sasuke conseguiu escutar o som de passos apressados vindo do corredor junto com uma comoção, para depois as batidas na porta começarem.
— Vossa Majestade, está tudo bem? Posso entrar? — Era um dos guardas, dava para ouvir o som de outras pessoas murmurando preocupadas.
O demônio foi rápido em adquirir a voz doce dela e dizer:
— Está tudo bem, foi só um pesadelo, podem voltar a dormir. Me desculpem.
— Tem certeza que está tudo bem?
— Sim, por favor, voltem para os seus aposentos — respondeu de modo mais firme, os olhos vermelhos nunca deixando o rosto de Hinata, que agora, tinha apagado completamente.
Ele ficou ali, parado, esperando que ela acordasse. As batidas do coração dela estavam tão lentas e baixas que se não fosse por sua audição aguçada, poderia pensar tranquilamente que ela estava morta. A respiração também estava fraca e cada inspirada parecia vir com muita dificuldade.
Outra vez, Sasuke pensou as coisas não deveriam estar acontecendo desse modo. Se por um acaso ela não sobrevivesse, sofreria de arrependimento para sempre por não ter sido sincera com ela muito tempo antes. E a alma dela estaria fadada a sofrer pela eternidade. Retirou as roupas dela sujas de sangue e as queimou com as próprias mãos; depois contornou os lugares em que ela tinha sido apunhalada com cuidado, percebendo que as feridas já fechavam.
O demônio puxou o cobertor para cima para mantê-la aquecida e ficou ali, zelando pela única mulher que um dia chegou a amar.
⚸
Os sonhos de Hinata sempre foram muito vivos (os pesadelos também), neles, ela era capaz de identificar cheiros, sabores e toques. Também sentia dor e prazer de forma mais intensa do que uma pessoa normal. Era tudo sempre muito sinestésico e confuso demais; naquele momento parecia ainda pior.
Hinata abriu os olhos, a visão ainda estava embaçada e a cabeça rodopiava. Não sabia onde estava, só que era tão, tão escuro, era impressionante o fato de conseguir enxergar algo a um palmo a sua frente. Sentia o corpo muito quente, mais do que estava acostumada e ao se levantar meio cambaleante, percebeu que a nudez a abraçava. Além disso, sentia algo diferente dentro de si, algo poderoso, quase incontrolável. Os sentidos pareciam muito mais apurados e ela não conseguia entender o porquê.
Queria entender onde estava, o que estava acontecendo e porque ali era tão escuro. As memórias ainda estavam confusas demais, só que se lembrava vagamente de ter visto Sasuke em sua forma de demônio. Ao tentar se lembrar do resto sentiu uma forte pontada na cabeça que a fez recuar.
— Tem alguém aí? — A voz dela ecoou no breu.
Receosa, Hinata seguiu em frente em busca de algo. Era o sonho mais esquisito de todos os tempos. Não tinha noção de tempo ali dentro, então não sabia por quanto tempo já tinha vagado até finalmente encontrar um paredão. Ela parou na frente dele e tocou-o com cuidado; era gelado e tinha uma textura tão suave quanto seda. Quando retirou a mão, o paredão começou a se transformar em uma montanha de cristais translúcidos que lembravam um gigantesco espelho.
A Hyuuga perdeu o fôlego e nada tinha a ver com a beleza dos cristais, e sim com o próprio reflexo. Hinata olhou para si mesma, refletida ali em completo choque. Seus olhos não eram mais como pérolas, agora estavam em um vermelho brilhante e intenso, ainda dava para ver o tom leitoso de lavanda como se as cores estivessem lutando entre si. Em sua testa tinha aparecido uma inscrição em preto, desenhada de forma que lembrava galhos entrelaçados com flores que descia até o começo da ponte do seu nariz. Mas o mais surpreendente, era o par de chifres na lateral da sua cabeça. Eles eram grandes e cinzentos, começavam em suas têmporas e subiam fazendo uma curvatura para dentro, as pontas quase se encostando no final. As mãos agora tinham unhas afiadas e grandes demais, pretas.
Ela levou a mão a cabeça, incrédula, sentindo a textura áspera daquilo.
— O que...?
— Foi o único jeito de te salvar. — A Hyuuga se virou ao ouvir a voz tão conhecida, que trazia deleite aos seus ouvidos, agora, mais sensíveis.
Sasuke estava parado ali em sua frente na forma de demônio, só que ele estava um pouco diferente do que se lembrava. Agora ele tinha três riscos no queixo, o do meio maior que os demais, era como as inscrições da sua própria testa. Sasuke também tinha algo, eram dois pares de riscos simétricos, que lembravam garras de uma fera; os olhos dele brilhavam em sangue.
— O que está acontecendo? Isso não é um sonho? Onde eu estou? — Hinata quis saber, mais confusa do que antes e deu um passo na direção dele. — Sasuke?
A expressão dele era uma máscara perfeita de frieza e seriedade. Ele sequer piscou quando ela deu outro passo em sua direção.
— Não é um sonho, Hinata. Esse lugar é um dos inúmeros planos do que os humanos gostam de chamar de Inferno — ele respondeu em um sussurro rouco. — Você estava morrendo e eu não poderia deixar isso acontecer, então eu te transformei em uma de nós. Uma de mim.
A Hyuuga ficou sustentando o olhar dele por um tempo e sentiu os lábios tremerem.
— Por que você faria isso? Eu não valho nada pra você.
— Não me admira você achar isso — ele admitiu no mesmo tom que o dela.
— Se eu morresse eu não iria pagar o preço do nosso contrato? Então, por que, Sasuke? Por que você fez isso?
Dessa vez, Sasuke cortou a distância entre eles e a puxou para si em um abraço apertado. Hinata sentiu cada terminação nervosa do seu corpo responder ao toque dele e o corpo vibrou de alegria. Foi inevitável não o abraçar de volta com força, com medo que ele fosse desaparecer outra vez. Pele na pele, ele tão nu quanto ela.
— Eu jamais poderia deixar você pagar um preço tão alto, Hinata. — O rosto dele se afundou no pescoço dela, a mão enrolada no cabelo longo, preto-azulado. — Eu amo você e não permitiria que sua alma fosse condenada pela eternidade a tortura e ao sofrimento. Como o ser egoísta que eu sou, te transformei nisso, para que pudesse ficar viva e... — Afastou o rosto e olhou-a diretamente nos olhos, passou o polegar através dos lábios carnudos dela. — Comigo. Desculpe.
Os olhos dela se encheram de lágrimas e voltaram para o adorável tom de pérolas brilhantes. Ele tinha acabado de dizer que a amava. Amava-a tanto que não podia suportar ficar sem ela. Ela, que era uma mera mortal, tão mundana.
Hinata balançou a cabeça em negativa várias vezes.
— Não se desculpe. Sasuke, eu amo você, amo você — proferiu como se fosse uma prece.
Os lábios femininos se esmagaram contra os dele com violência, buscando pelo sabor dele; pela primeira vez saboreando o amor que tanto desejou. Ela não se importava com o que era agora, tudo que Sasuke tinha feito, tinha sido por ela, para que pudessem ficar juntos. Se era humana, um demônio ou uma Uchiha, não importava.
Sasuke sentou ali, no escuro, e fez com que ela se sentasse em seu colo. Beijou os seios dela com luxúria, chupando os mamilos rosados e beliscando-os com os dentes. Hinata rebolou em cima do membro dele até começar a sentir o seu Uchiha ficar duro, a própria intimidade ficando umedecida pela fricção constante entre os dois. Ele enrolou a mão com força no cabelo dela e a puxou para baixo, a ponta da ereção dele encostou na fenda molhada e ela arquejou, sentindo-o a chupar com mais vontade.
Com a outra mão, ele deu um tapa com vontade em uma das nádegas redondas e apertou, fazendo-a sentar em si de uma vez só. Sasuke meteu até o fundo e Hinata gemeu alto de aprovação ao senti-lo preenchê-la completamente, a intimidade pulsando desesperada por ele. A Uchiha começou a descer a subir no membro duro sem conseguir contar os gemidos de excitação; enquanto o demônio a apertava com tanta força que as marcas dos seus dedos ficavam na pele pálida da cintura, nádegas e costas de Hinata.
E ele foi mais rápido, segurando a cintura delineada, feita para o pecado, com as duas mãos, os dedos masculinos se afundando na pele com textura de pêssego, e começou a ajudá-la subir e descer, metendo com força. Os gritos dela o levavam ao delírio e ele gemeu junto com ela de forma animalesca, incapaz de conter a própria excitação.
— Vamos, meu bem, goze pra mim, em mim — Sasuke pediu, os lábios se arrastando pela garganta dela.
— Ah, ah, Sasuke, Sasuke! — Hinata gritou o nome dele e veio em uma onda tão intensa que o corpo dela inteiro tremeu em cima dele. Ele capturou os lábios dela entre os seus e meteu outra vez até gozar.
Continuou a beijando, a língua se enrolando na dela e chupando demoradamente. Quando se separaram, foi Hinata quem quebrou o silêncio ao perguntar:
— E agora? O que eu faço?
Ele abriu um sorriso de canto pequeno.
— Agora que você é a minha esposa, eu vou te ensinar tudo sobre ser um demônio Uchiha. E a propósito, os chifres ficaram muito bons em você. — Hinata piscou várias vezes, para depois sorrir de volta, as bochechas ficando vermelhas.
— Espero que isso seja um elogio.
⚸
— Vossa Majestade, Vossa Majestade! — Shizune, uma das criadas pessoais de Hinata, veio correndo e abriu a porta do quarto sem bater.
A Imperatriz se levantou da cama, assustada e se aproximou, segurando a criada pelos ombros com cuidado.
— Respire, Shizune, o que aconteceu? Por que a pressa? — Franziu as sobrancelhas, preocupada.
— A senhorita tem um convidado, ele está esperando que você o receba na sala do trono.
— Convidado? — Hinata perguntou mais para si mesma do que para Shizune, mas mesmo assim, ela assentiu. — Avise que eu desço em um minuto.
A criada assentiu e fez uma reverência demorada, deixando-a sozinha em seguida. Hinata perguntou quem poderia ser, ainda mais sem ser anunciado. Vestiu-se e penteou o cabelo antes de colocar a coroa negra em cima da cabeça e deixar o recinto. Em passos rápidos e silenciosos, desceu até a sala do trono que estava entupida de nobres, extasiados por algo que ela não tinha conhecimento.
Hinata sentou-se na enorme cadeira do trono, que era ornamentada com ouro e platina e esperou pacientemente, para saber o motivo de tamanha comoção. Ajeitou-se no assento e manteve os braços apoiados na cadeira. O lacaio veio até o centro do salão e pigarreou antes de dizer:
— Imperador Sasuke Uchiha do Império de Susanoo.
Ela não conseguiu esconder a surpresa quando a figura humana de Sasuke apareceu na porta da sala do trono; vestido da forma mais nobre possível em cores escuras e ornamentos de linhas prateadas em sua túnica escura. Os olhos dele não estavam vermelhos como conhecia, e sim, do mais puro ónix, pretos e brilhantes. O cabelo dele também estava maior, penteado para trás de forma elegante.
Ele andou até estar próximo do trono, o burburinho excitado do povo ao redor deles era o único som presente. O coração de Hinata batia muito rápido e forte e não tinha nenhuma reação para aquele momento. Sentindo as pernas dormentes e meio moles, a Imperatriz de Norian se levantou, os olhos perolados atentos no seu convidado.
— Como anunciado, eu sou o Imperador Sasuke Uchiha, é um prazer, Vossa Majestade. — Sasuke pegou a mão dela repleta de anéis entre a sua e a levou aos lábios, onde depositou um beijo demorado. Ela viu quando os olhos dele ficaram vermelhos, só por um segundo, antes de voltarem ao normal. E com um sorriso de canto, discreto, mas que mexia consigo mais do que tudo, ele completou: — E antes que me pergunte, estou aqui para casar com você.
Um som unânime de surpresa foi ouvido pelo salão. Hinata sorriu, a mão dela continuou entre as dele quando ela respondeu:
— Claro, milorde.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, CARALHO. Eu não acredito que eu consegui terminar, skakjsjksajksakjsakja. Ai porra, sério, estou emocionada. Preciso dizer que eu tinha essa ideia há um tempo, mas tinha muita preguiça de escrever, só que com o evento, fiquei mais motivada. Eu pensava em fazer uma longfic com isso, mas desisti, porque já tenho muita coisa pra escrever e Deus me livre de mais trabalho.
Acho que é a minha primeira fanfic tão longa com o tema de demônios e apesar de simples, eu adorei escrever cada pedaço e espero muito que vocês também tenham apreciado. Se algum dia eu decidir explorar mais esse Universo daqui e alguém se interessar, avisarei vocês.
Obrigada por terem lido, até a próxima história!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top