025

"Lealdade acima de tudo. Isso sim, demonstra caráter."

Tóquio chamou os companheiros para uma breve reunião, estendendo o convite as duas novas integrantes, que gentilmente recusaram. Ambas precisavam de um momento, para que conseguissem reorganizar seus pensamentos.

Amara e Misun colocavam os pacote, enrolados pelos restante dos reféns, em mesas de ferro, as duas tracavam pequenos sorrisos conhecedores, de quem muito em breve, deixaria a vida antiga para trás.

Duas mulheres, vistas pela sociedade como pessoas de futuro garantido, a melhor educação que seu dinheiro pode dar, rendidas. Seus corações entregues aos sequestradores que decidiram invadir a casa da moeda, e causar um alvoroço digno de noticias mundiais.

Tomaram frente de seu destino, cansadas de seguir ordens de forma vazia, decidiram correr entre balas, carregar armas e terem seus rostos colocados em cartazes, suas cabeças valendo uma enorme recompensa.

"Sabe, não tenho ideia do que eles planejaram para depois, mas me recuso a passar tanto tempo longe de você."

—— Isso é sério? —— sorriu a Yun ao ler o que Amara escrevia, a mais nova acenou também sorrindo —— Então, a gente deveria de ver pelo menos uma vez ao ano.

"Combinado."

As amigas acenaram, antes de empurrar a mesa pesada para um canto, junto de outras mesas repletas de dinheiro.

"A gente que manda mesmo."

—— A gente que manda —— concordou a mais velha, passando um braço ao redor da cintura de Amara, que a abraçou de volta.

A Kim amava Tóquio e Nairóbi, eram mulheres fortes e destemidos, ela levaria um tiro pelas amigas, mas havia algo diferente que a ligava a Misun, talvez a enorme semelhança de suas histórias, não importava, amava a Yun com todo seu coração.

Amigas que deixariam suas vidas para trás, a comodidade do dia a dia, as bobeiras comuns como a qual seriado assistir após um dia chato. Iriam construir uma nova história, junto de homens que conheciam a poucos dias, saltariam em direção ao desconhecido, enfrentariam as maiores das escuridão, pela mais simples e inocente, liberdade do amor.

Amara jurou que nunca havia visto tanto dinheiro em um único local, vários pacotes, repletos de células novas, recém impressas. A Kim organizava as últimas fileiras junto de Berlim e Tóquio, eles apenas aguardavam que o túnel fosse finalizado, sinalizando que poderiam finalmente sair daquele lugar.

Ela tinha uma imagem formada do que seria o gênio por trás do assalto, sua mente havia imaginado uma versão mais nova do Berlim, de óculos, e sério. No entanto, notou que o Professor, transmitia paz e segurança com o olhar, ela não o conhecia, mas sabia que aquele homem era extremamente inteligente.

O Professor abraçou seu irmão assim que saiu do túnel, como já era de se esperar, sempre sorrindo, orgulhoso da equipe que formou e de onde chegaram, mesmo que tivessem baixas pelo caminho.

—— Nosso caçula —— o homem comprimentou Rio, que estava de mãos dadas com Amara, que se mantinha entre o namorado e a amiga.

A Kim teve vontade de se enfiar no buraco mais próximo, ao notar que se tornou alvo da atenção, sentiu suas bochechas esquentarem repentinamente e se xingou por parecer tão infantil, na frente do chefe de tudo.

—— Você deve ser a nossa Amara —— chamou o mais alto, enquanto, para a surpresa do grupo, sinalizava com as mãos.

Berlim acenou atrás do irmão, indicando que ela poderia confiar no homem. Amara acentiu para a pergunta, um pequeno sorriso tímido no rosto.

—— Sabia que seu nome, é de uma cidade localizada no sudoeste do Iraque? —— disse de forma animada, ganhando uma negação da mulher que franzia o cenho atenta e curiosa. —— acredito que sempre pertenceu a nossa família Amara, que bom que a temos conosco.

A garota sorriu contente, apertando a mão de Rio na sua, antes de seguir o grupo para entrar na sala de dinheiro, se sentindo, mas do que nunca, aceita.

Amara pode ver, com muito orgulho e amor no coração, a alegria e alívio do Professor, do grupo, daquela família desordenada e atípica, que não era só o dinheiro, e sim tudo o que conquistaram, e ainda conquistariam futuramente.

Dentro da casa da moeda, o clima de despedida tomava conta de todos os corações, reféns ou não.

Amara escreveu uma última despedida a Anne, e também seus pais, carregando o último desenho e pedido, feito de coração.

—— Quero que leia esta —— apontou para a carta rosa —— assim que estiver fora daqui, e está —— a folha branca dobrada —— entrega aos nossos pais quando os encontrar, o desenho é seu.

As irmãs estavam passando os pacotes para um grupo, que levava para o túnel, onde Misun havia se disposto a estar.

—— Vou sentir sua falta.

Anne não era sentimentalista, Amara a considerava egoísta as vezes, sempre pensando que o mundo girava ao seu redor, e que a mais velha tinha que a defender sempre. Mas conseguiu notar, como sua caçula havia mudado naquele assalto, talvez fosse pouco, não importava, já era um começo.

—— Durma no meu quarto agora, ele é maior —— continuou a mais velha, sabendo que teria que ser rápida —— pode retirar os desenhos e fotografias que quiser, ou guardar, não me importa mais. Só cuide bem dos meus ursinhos —— avisou sinalizando com seriedade, para a caçula que soltou um risinho —— não deixe que o papai decida seu futuro, seja teimosa e faça da vida dele um inferno.

—— Pode deixar —— prometeu unindo os mindinhos. —— Nunca mais vamos nos ver?

—— Não.

Amara e Anne Kim, irmãs que se amavam mais do que tudo, cresceram juntas, compartilhando pequenos segredos e paixões platônicas, que estavam, oficialmente, se afastando.

—— Fecha isso direito —— brigou o homem, antes de puxar os elásticos ele mesmo e ajustar o colete nela. —— desastrada.

Amara acenou, segurando um riso. Berlim ignorou a ação, entregando a Kim duas pistolas, indicando para prender nas pernas, nos cintos que Nairóbi havia dado a ela.

—— Vá logo —— indicou novamente, apontando para fora da pequena sala, no entanto suspirou, encarando o rosto dela com atenção. —— Quando é sua vida ou a de quem ama, temos a tendência humano de nos sacrificar. —— disse ganhando um aceno suave —— Atire em todos Amara, mas não morra e não deixe sua família morrer.

Ela achou que ele estava cuidando dela, a sua maneira. Passando seus braços pelo pescoço do mais velho, sentindo os dele passar por sua cintura.

Uma sensação esmagadora de despedida enchendo seu coração, a fazendo sentir os olhos marejados, Berlim se afastou na mesma hora, se recusando a olhá-la nos olhos novamente, saindo do espaço.

Amara passou no banheiro antes de achar Rio e Tóquio, ela estava andando bem mais rápido com a bota, seu cabelo amarrado para trás e a franja presa com dois grampos que achou, a parte superior do macacão estava solta, amarrando as mangas longas na cintura como um cinto.

Se sentia em um dos filmes de ação que tanto amava, mas a adrenalina era tanta, que seu peito se apertava em ansiedade, e os olhos procuravam por problemas a cada segundo. Sua vida estava em jogo, de sua família e do homem que era o amor da sua vida.

As palavras de Berlim vontando a sua mente agitada, enquanto se colocava ao lado de Rio, seus olhos capturam o helicóptero sobrevoando o teto, entendeu, que chegou a sua hora, de viver ou morrer.

Próximo capítulo é pura ação!

Temos plano de Amara.

Vingança da Amara.

Amara atirando em policiais.

E Amara com Seul.

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