015
"She’s our friend and she’s crazy!
(Ela é nossa amiga e ela é louca!)"
Dustinzinho (meu neném) ST
Tóquio realmente não a deixou trabalhar com notas novamente, mas a levou para uma pequena tarefa consigo, onde foi devidamente apresentada a outro membro da equipe, que sorriu gentilmente para ela, quando se sentou nas escadas junto deles, ocupada na obrigação simples de guardar as armas falsas nos sacos, separando as menores das maiores.
Tão tranquilo que conseguia comer enquanto fazia, uma das últimas caixas de leite estava do seu lado, e dois dos últimos pacotes de bolinhos também, se manteve tão concentrada que não notou quando Rio apareceu no segundo piso para observar.
Ele a achava fascinante, como coisas pequenas a encantavam, os olhos super focados na tarefa obviamente tosca, dada apenas para que não se sentisse inútil, voltando a comida as vezes, sem nunca olhar para cima ou tentar entender a conversa dos dois sequestradores que se sentavam dois degraus abaixo do seu. Sendo um desses o primeiro a notar o hacker parado ali, seguindo seu olhar em direção a mais nova entre eles, sorrindo de forma esperta, deixando o rapaz desconcertado, enquanto tentava disfarçar que foi pego em meio a ação.
—— Olha só que esta apaixonado —— comentou para a companheira que levantou o olhar, sorrindo ao entender a constatação —— Você sabia? —— a mulher acenou, tranquila. —— sabe que o professor proibiu relacionamentos por um motivo...
Tóquio parou por um momento, sem sentir qualquer perigo naquela paixão, nem mesmo Berlim achou ruim, sempre brincando com a garota.
—— Acho que não precisamos nos preocupar com isso —— comentou ela olhando para Amara que tomava mais do leite, antes de guardar uma das armas.
—— Tem certeza? Nessa idade qualquer coisa vira fogo.
—— Parece estar falando por experiência própria —— a norte-coreana riu do homem mais velho que ficou nervoso e falou muitas coisas em meio a agitação —— Não precisa se preocupar, se isso passar dos limites, caso eu ache que vai nos atrapalhar —— fez uma pausa observando os dois novamente —— Eu mesma acabo com esse relacionamento.
O assunto entre eles chegou ao fim, enquanto Amara se mantinha quieta e concentrada e Rio atendia ao professor, para que mais um problema se iniciasse.
Tóquio levou Amara até o refeitório, onde poderia ajudar Misun, a ideia partiu de Rio, que observou como a Kim parecia entediada de ficar apenas sentada enquanto não entendia nada do que o professor falava.
Ela notou como a refém, que voltou dos mortos por assim dizer, parecia aérea enquanto a líder tentava a fazer descansar, e viu como a Yun queria dizer algo importante, se acovardando em segundos, e ficou ali, parada enquanto observava a outra mulher olhar para o nada, pensativa.
"O que está escondendo?"
Misun e ela não eram amigas, ainda não, apenas reféns que se encontraram em situações parecidas, então era a primeira interação de ambas, sozinhas.
A Yun leu a pergunta nervosa, os dedos tremiam, deixando claro que se tratava de algo sério.
"Misun! O que está acontecendo?"
—— Tem um policial aqui, ele está infiltrado e quer matar o tal do professor...
Amara demorou a processar aquilo tudo, sentindo as pernas ficarem fracas, o coração acelerar e a respiração travar. O plano tão elaborado da equipe poderia estar indo por água abaixo, por conta de uma distração perigosa.
—— Ele está com Denver-
Amara tossiu, sentindo um mal estar rápido tomar conta de si com a ideia de um de seus novos amigos estar sendo torturado, se agitando, e forçando sua mente a parar de surtar e agir logo.
"Me conta tudo! Agora!"
A Kim ignorou o peso da bota, e a dor pequena que causava ao andar rápido, seguindo até onde sua irmã estava com o vice-diretor do local, mal conseguia processar o desgosto de descobrir que sua caçula estava cooperando com a tortura de alguém. Um alarme tocou, indicando que tudo estava indo para o ralo, enquanto ela seguia Misun, ambas andando rápido, e mancando para a sala de materias, em busca de ajudar a Denver.
Digamos que estar com o pé torcido era uma desgraça, mas aquilo não a impedia de querer chutar o vagabundo do diretor que pegou uma ferramenta para matar seu amigo, gritando algo que não entendia sem se colocasse todo seu cérebro para trabalhar, ela pegou um cano pesado de metal em mãos quando Misun apontou a arma para o diretor, provavelmente o ameaçando, e acertou a cabeça do mais mais velho com força ao mesmo tempo em que Denver o chutava, causando um desmaio instantâneo.
Com toda a sinceridade dentro de si, a garota torceu muito para que o homem sentisse muita dor de cabeça ao acordar.
Enquanto deixava a outra mulher correr até o amigo machucado, Amara correu até a caixa mais próxima, pegando um alicate para o livrar das amarras.
—— Vocês duas não deveriam estar aqui —— entendeu que dizia confuso, em seguida de frases conjuntas que não absorveu para uma que a deixou em desespero —— a Tóquio tá em perigo.
Amara correu.
Com o pé esquerdo gritando por pausa, e ao mesmo tempo que Denver tentava se recuperar rapidamente. Usando de seu privilégio de ser uma refém diferente para passar com permissão a frente dos outros, seguindo para o segundo andar rezando para que a amiga estivesse segura ao lado de Rio.
Não se lembrava de nenhum momento sequer onde estivesse tão nervosa, sentia tanta coisa ao mesmo tempo que parecia que seu corpo iria explodir em um turbilhão de emoções, principalmente ao não encontrar ninguém na sala de supervisão. Ela suspirou nervosa e aliviada quando viu Berlim sair da sala conjunta, ainda meio enrolado e suando muito, sem se importar como havia saído dali, apenas mostrando o que veio dizer.
"Tem um agente infiltrado e ele acha que a Tóquio é o professor. Vai matá-la!"
Berlim correu com uma arma em mãos, e Amara entrou na sala sabendo que Rio estaria ali, o encontrando desmaiado, com um hematoma na testa.
Um sentimento de exaustão mental a atacou, fazendo com que soluços doloridos saíssem dela enquanto se ajoelhava ao lado do rapaz, se sentiu culpada por não correr mais rápido, não contar que sentiu que tinha algo errado com Misun, e de estar, de alguma forma, traindo sua irmã ao escolher novamente ao grupo armado. Ela abraçou o corpo ainda desacordado de Rio, sem ouvir os tiros seguidos ou os gritos dos reféns, só cansada.
Conseguiu acordar Rio após alguns minutos, que se levantou meio grogue, devido a pancada que levará na cabeça, e a Kim, desejou que o babaca do diretor estivesse ainda pior.
O infiltrado seguia vivo, palavras da própria Tóquio, ao que parecia Berlim chegou a tempo de a salvar e ainda seguiu a risca a ideia de não matar ninguém, mesmo que Amara soubesse que ele amaria o fazer. Por também atacados, porém vivos, ela limpou os cabelos de Denver enquanto o hacker cuidava de seus ferimentos, a Kim se desculpou duas vezes como o rapaz, por não ter chegado antes para o ajudar.
—— Para com isso Amara —— pediu o mais velho sorrindo para a garota, que soltou seus cabelos após estar satisfeita com o trabalho —— Você me salvou do mesmo jeito, na verdade não deveria nem ter ido até lá, não pode colocar sua vida em risco desta forma —— ditou sério, ganhando um sorriso da menor que gostou da sensação de proteção que as palavras transmitiam —— Rio, fala aí pra sua namorada! Diz a ela para nunca mais se colocar na linha de frente...
Ele no entanto só conseguia rir, achando engraçado a forma com que os dois interagiam, na verdade como todos simplesmente adotaram Amara como parte honorária do grupo, a garota que apenas riu quando os dois rapazes começaram a se zoar, parecendo mais dois irmãos do que colegas comuns de crime, uma família.
Tchau 👋🏻
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