006
Não importa o quanto dói, primeiro você se afasta para se amar como prioridade.
Eles dariam um tipo de ordem geral, e todos deveriam estar juntos, ladrões e reféns. Pedido, ou melhor, ordem, de Berlim.
Rio se dispôs a ajudá-la a andar, um de seus braços rodeando sua cintura, enquanto a deixava passar o seu pelos ombros dele, acabou deixando a garota sentada nas escadas, antes de ir para perto de seus colegas, Amara, no entanto, não ficou sozinha por muito tempo, já que Tóquio se sentou ao lado dela minutos depois.
"Vai ser muito ruim?"
—— Não tenho ideia —— a mais velha disse assim que leu a pergunta, soltando um suspiro cansado. —— Berlim é instável.
"Doido?"
—— Quase psicopata.
Amara engoliu em seco ao entender as palavras de Tóquio, de repente se lembrou que aquilo era um sequestro, e que por mais que dois deles tenham sido gentis com ela, aquilo poderia não significar nada.
Era a teoria do perigo mudando. Ele na verdade não diminuía, você apenas se acostuma e deixa de achar tão ruim.
Anne e os outros foram colocados em filas novamente, todos estranhando que a Kim mais velha estivesse sentada ao lado de um dos assaltantes, sem tempo para pensar muito, já que o líder deles começava um discurso, que os dividiu, para a franzir na testa de quem não entendia o porque da divisão, principalmente ao sentir que Tóquio estava irritada por algum motivo.
—— Não sou nenhum dos dois —— a movimentação de Anne fez Amara estreitar o olhar em sua direção, ainda mais atenta aos próximos passos.
—— Rio vai levar você e sua irmã para um lugar diferente, certo?
Amara focou o olhar no assaltante que acenou, enquanto também a encarava fixamente, a Kim não entendeu o que tinha sido dito, mas sabia que envolvia ela.
Rio tentou sorrir para ela, indicando não ser algo ruim, e isso a acalmou um pouco.
Anne se mantinha com um biquinho de insatisfação nos lábios, os olhos confusos e irritados, observando como Rio quase carregava a irmã, um dos braços dele em torno da cintura da menor, que andava em pequenos pulos, a mais nova não entendia como aquilo havia acontecido, só sabia que aquela aproximação a deixava desconfortável.
Ele abriu uma porta de vidro, e sentou a garota machucada no grande banco estofado do local, olhando ao redor em seguida, comunicando que ficariam ali, estranhando ao notar o olhar da estudante do ensino médio grudado em si.
—— O que foi? —— perguntou com tédio.
—— Até que você é gatinho, pra um assaltante —— aquilo o fez rir em deboche, não se importando com a frase, apenas voltando o olhar para a única garota no local, que importava para ele.
—— Sua irmã é maluca —— comentou devagar, engolindo em seco quando viu que ela encarou sua boca para o entender —— Vou deixá-la descansar —— continuou, tentando esconder o quanto ficou desconcertado em tê-la tão perto —— tome os remédios e depois trago algo para que você coma —— ele sorriu quando ela acenou rapidamente, muito fofa —— Vou estar sempre vigiando, pelas câmeras —— apontou para uma acima deles, ganhando outro acentir —— Tenho que ir. Okay?
—— Okay! —— sinalizou sorrindo, ela também puxou o pequeno papel novamente, escrevendo da melhor forma possível.
"Ela não mentiu quando disse que é bonito"
Desta vez ele levou o elogio a sério, o coração eufórico, Amara o achava bonito e só isso importava.
Quando o garoto armado saiu da sala, ainda sorrindo, e deixando as duas irmãs para trás, Amara colocou os dois comprimidos na boca, tomando um gole de sua garrafinha de água, que ganhará de Tóquio pouco antes de ser levada, ela se sentia cansada, o pé ainda dolorido, e sabia que os remédios aumentariam seu sono em breve, então usando do restante de sua energia, sem qualquer indicio de querer falar com a irmã, apenas se deitou no banco, da melhor forma possível, fechando os olhos.
Sem capturar uma pequena fagulha de inveja passar pelos olhos de Anne, aquela era a primeira vez em toda sua vida, que alguém priorizou Amara a ela, não estava acostumada a aquilo.
Um garotinho do pré-escolar, com uma namoradinha, que trocavam desenhos bonitos todos dias. Era assim que se sentia.
Rio estava muito sorridente quando pegou sua bandeija de comida, e foi para perto de Tóquio que o olhou de canto de olhos, em uma pergunta silenciosa de o que estava acontecendo.
—— Amara disse que sou bonito...
—— Disse? —— perguntou com as sobrancelhas arqueadas.
—— Bem —— começou tentando concertar —— escreveu, mas é a forma de dizer dela. Certo?
A mulher apenas revirou os olhos, saindo dali em seguida, com medo do que poderia acontecer caso seu companheiro comece a ter sentimentos por uma das reféns.
Rio no entanto voltou a sorrir, balançando a cabeça com Shake it off em sua mente, ele achou estranho, mas estava animado.
Anne andava de um lado para o outro, as vezes olhando para a irmã que dormia, encolhida contra a parede do estofado, no momento ela lia um livro, totalmente entediada, as vezes bufando com muita raiva da situação em que se encontrava, parando com isso quando mais uma refém foi colocada ali.
E um plano de cooperação começava.
Ela acenou de forma desordenada para a câmera, chamando a atenção de Rio, que decidiu ir verificar a sala, Anne pediu para ir ao banheiro, ao mesmo tempo em que Amara acordava com sede e fome.
A Kim se levantou mancando, suas pernas ainda desorientadas, afinal mal acordará. Sentiu o coração saltar e suas mãos tremer quando Rio passou um braço por sua cintura novamente.
—— Não pode levantar desse jeito —— brigou lentamente, seus olhos parando no bilhete que ela levantava. —— Vamos...
"Me leva também"
Anne mesmo que muito confusa e irritada, agradeceu a irmã, que atrasava Rio, ao ter que ser quase carregada, colaborando com o plano, mesmo que não soubesse.
Acendendo um cigarro, Rio bufou entediado, esperando as irmãs saírem do banheiro. Achando estranha a demora de Anne, que não tinha qualquer problema ou machucado a impedindo de sair rapidamente.
O assaltante deixou o cigarro de lado, quando Amara saiu da cabine pulando, indo para a pia. Ele balançou a cabeça em negação, e içou seu corpo para se sentar em um dos bancos ali.
—— Já disse para não pular assim —— ralhou brevemente, achando engraçado como ela o encarava suavemente, e olhava sua boca, para ler o que dizia. —— seu cadarço...
Amara sentiu as pernas ficarem fracas e agradeceu mentalmente estar sentada, quando pela segunda vez o homem se ajoelhou apenas para a ajudar, ela não mentiu quando disse que o achava bonito, principalmente quando sorria, de uma forma estranha Rio mechia com seus sentimentos.
Ela puxou o pé para si quando o laço foi terminado, mas não por dor ou incômodo, e sim por não saber como agir diante dele.
Ainda agachado, ele levantou a cabeça para olhar para a mulher, encontrando os olhos dela já presos nele, sem notar acabou soltando um riso quase convencido, antes de se inclinar para cima, o rosto para mais próximo do dela, Amara sentiu, assim como ele, o hálito de ambos se misturando e o arrepio coletivo que aquele contato causou, e fechou os olhos ansiosa, querendo que ele a beijasse.
E ele iria.
Rio passou uma pequena mecha dos cabelos de Amara para trás da orelha, sorrindo quando a viu também se inclinando ao seu toque, cercou o rosto pequeno e lindo da garota com suas mãos, emoldurando e o mantendo parado, enquanto umedecida seus lábios com a língua e também fechava os olhos, pronto para finalmente saber como era a beijar, quando sentiu algo que não deveria.
Especificamente o cano frio da arma contra sua cabeça.
Eita família 👀
Até daqui a pouco 🙃
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