a esperança já estava morta quando comecei a falar dela
1.
da noite sem lua,
escondida e sem ar.
das nuvens que bradam no céu,
um suspiro ameaça-me a vida
e em uma folga da brisa
me surge a esperança;
ontem fui certeza,
hoje, agora, nesse instante
as coisas que fiz
e outras que deixei de fazer
são pó que o vento
leva sem piedade
são arrependimentos
que aos poucos transbordam
em minha face, são lágrimas
lágrimas que não caíram
quando o orgulho se elevou
lágrimas que não caíram
quando percebi que por mim
minha mãe chorou
2.
o tempo vigia tudo
tudo que vem, vai ou fica
o mundo gira e leva
e se tiver sorte
ou azar
— tudo volta
3.
olhar solene e embaçado
desaba nas memórias do desagrado
a rotina do silêncio
que me fazia apontar o dedo,
agora vem aos gritos
me lembra de maneira sem fim
que o médio, anelar e o mínimo
se voltavam para mim
(culpa)
4.
mas nem todas as coisas
são do jeito como vejo
já fui tantas pessoas
tive tantos olhares
e o que mais desejo agora
é o olhar dela
para poder ver se talvez
ainda há esperança para mim
mas acho que ela choraria
e, queridos
não dá para usar
as lágrimas dos outros
para limpar as nossas feridas
Ken_F18
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