𝘼 𝙁𝙄𝙇𝙃𝘼 𝘿𝘼 𝙋𝙍𝙀𝙁𝙀𝙄𝙏𝘼
Como pólvora: assim se espalhou a notícia sobre a filha da prefeita, além da surpresa de quem seria o novo prefeito, neste caso, a prefeita, ainda veio a novidade de uma filha junto, dizer que os moradores de Forks estavam em choque, beirava ao eufemismo. Em poucas horas, não havia um único habitante que não soubesse a novidade, logo, todos estavam eufóricos para conhecer as novas moradoras, mas junto com a euforia - afinal nunca acontecia algo naquela cidade - também veio a desconfiança, nem todos estavam prontos para uma mulher como prefeita. O machismo ainda era forte numa cidade esquecida como aquela, e o que já era comum em outros estados, ali era incomum, beirando à um ultraje! Pelo menos foi isso que alguns moradores mais antigos falavam, alguns poucos como o xerife Swan, tentava manter a mente aberta, acreditando que "inovação" era o que Forks necessitava.
Contudo, longe do centro da cidade, uma família um tanto peculiar via as novidades com outros olhos: para eles já era hora de algumas mudanças pelas aquelas bandas. Mas apesar disso, havia um certo receio, um dos motivos de terem escolhido Forks, era o fato de ser uma cidade pequena e pacata, mas, a maioria dos membros da família Cullen tentava ver a nova situação com bons olhos.
- Tem certeza que não viu nada sobre elas, Alice? - Esme, pergunta. A voz doce e maternal de sempre.
Alice, que lia uma revista de moda, respondeu sem desviar os olhos da nova coleção de inverno.
- Nada de relevante. Mas houve uma visão estranha hoje.
- Estranha como, Alice?
- Vi duas garotas que estavam em um carro, uma delas parecia mal, como se tivesse em uma crise de pânico ou algo do tipo, mas o estranho é que não consegui ver claramente o rosto delas. Na verdade, tudo parece desfocado.
- Desfocado? Isso nunca aconteceu antes - Observou Carlisle ao lado da esposa.
Alice finalmente tirou os olhos da revista, sorriu de lado olhando para a porta.
- Finalmente chegaram.
Logo em seguida, a porta é aberta, passando por ela, Jasper, Emmett e Edward. O primeiro citado, indo direito para os braços da esposa que já o esperava. Edward - o único solteiro do grupo - revira os olhos dourados, simplesmente cansado dessas demonstrações de afeto de seus irmãos. Emmett, notando a expressão do irmão, riu jogando-se no sofá, que pouco não quebra com o seu peso.
- Deveria arrumar uma namorada - Provocou Emmett - Ou namorado. Vamos continuar te amando, cara, independente de tudo.
Jasper riu acompanhado de Alice, que agora se encontrava confortavelmente sentada no colo do esposo. Edward gemeu interiormente com a cena, realmente cansado de ter presenciar essas cenas.
- Deveria cuidar da sua vida, Emmett - Resmungou Edward. Seguindo para seu quarto com uma expressão irritada.
Ele sempre ficava no quarto, principalmente quando os " casais" estavam todos reunidos, o que aconteceria com frequência. Ouvir os pensamentos deles era irritante na melhor das palavras.
- Inveja não cai bem, Edward - Brincou Jasper, ganhando um olhar raivoso do mais novo.
Dessa vez, até Esme e Carlisle acabam sorrindo, discretamente, diferente de Emmett e Alice.
- Idiota - Edward murmura ciente de que ouviram.
Eles sempre ouvem. Eis o problema de fazer parte de uma família de Vampiros, privacidade era algo que não tinham. Assim que Edward subiu para seu quarto, Emmett começa a contar o que ouviram na cidade sobre a prefeita e sua filha.
- Não iram aceitá-la facilmente - Diz Carlisle em um suspiro - Isso, se aceitarem.
- É uma pena, talvez ela seja uma boa prefeita - Jasper comentou.
No fundo não ligava muito, cedo ou tarde teriam que deixar Forks, mas mudanças seriam boas para os habitantes, era uma pena que fossem tão antiquados.
- Os comentários sobre a filha são piores - Emmett continua a fofoca da cidade, de repente, animado por ter algo novo acontecendo - Parece que ela é uma adolescente mimada e arrogante, uns dizem que ela é problemática e que já foi expulsa de várias escolas, por isso, a mãe aceitou assumir o cargo mesmo não participando da gestão antiga!
- Bando de desocupados - Afirma Esme.
Ela sabia bem quão "criativos" e maldosos os moradores de Forks poderiam ser. O que falam sobre sua família então... Realmente um bando de desocupados.
- Já que é adolescente, provavelmente irá estudar com vocês - Lembra Carlisle.
Jasper suspirou cansado.
- Mais uma adolescente com os hormônios à flor da pele, curiosa sobre a família Cullen.
- Me pergunto se ela é gostosa... - Murmura Emmett recebendo um olhar entediado da família.
- Não deixe Rosalie ouvir você! - Alice brinca.
Emmett sorriu sem graça, conhecendo sua ursinha, ela o deixaria de castigo por um ano!
- Logo saberemos quem realmente elas são - Carlisle falou levantando-se - Então, sejam gentis com a aluna nova. Não queremos mais comentários sobre nós. Ouviu, Edward?
Os outros presentes na sala tentaram segurar a risada. Edward, apesar de educado, acabou ganhando uma má fama na escola, todos ali de certa forma também tinham.
- Sempre sou educado - Rosna Edward do andar de cima.
- Claro que é - Ironiza Alice - Um poço de educação!
Eles ouvem mais resmungos e rosnados de Edward, mas ignoram, afinal era o passatempo favorito dos irmãos para provocar o mais novo. E apesar do clima tranquilo na casa dos Cullen, eles sentiam no fundo, que grandes mudanças aconteceriam em Forks, ficando apenas a dúvida: seriam boas ou ruins para eles.
{...}
Após devidamente instaladas em sua nova casa, Madeline observa pela janela de seu novo quarto, Georgia se despedindo dos funcionários, suspirando ao constatar que logo sua mãe estará no quarto, reclamando de seu comportamento de mais cedo. Madeline já imaginava o discurso da mãe, alguma sobre respeito e outras coisas que Madeline não prestava tanta atenção. Se ela estava envergonhada pelo o que fez? Não. Se sentisse, não seria Madeline Walsh afinal, ela estava cansada e frustrada por não ter sua piscina, pois de uma forma estranha, Madeline se sentia conectada com água, não que tivesse algum super poder ou algo do tipo, ela apenas se sentia calma, quando nadava, fosse na piscina ou mar. Ah, Madeline amava o mar, era sua maior paixão, paixão essa que compartilhava com o pai, foi Derek Walsh que a ensinou nadar, que a fez perder o medo do mar. Foi seu pai que lhe deu sua primeira prancha, que até hoje ficava guardada em seu quarto, Madeline sentia próxima do pai quando estava na água, se fechasse os olhos poderia visualizar ele ao seu lado.
Então era compreensível sua irritação, principalmente com sua mãe, ela sabia mais do que ninguém o quanto era importante para ela. A única parte boa de toda situação foi saber que aquele buraco chamado de Forks, tinha uma praia perto, uma praia com nome horrível, mas ainda uma praia.
- Espero que eu consiga surfar - Madeline suspira afastando-se da janela.
Agora era sentar e esperar o discurso da sua mãe, como presumiu não demorou muito para que Georgia batesse na porta do quarto da filha, assim que Geórgia entrou encontrou a filha em frente a penteadeira em tom de rosa, cor que era a favorita da Walsh, tudo dela tinha algo de rosa, parecendo que seu quarto acabará de sair de uma casa de boneca. Chegava a ser engraçado a obsessão da filha por essa cor, nenhuma delas sabia como surgiu a fixação, mas desde que era criança ela usava tudo naquela cor, desde da decoração de seu quarto até as roupas, sempre tinha algum detalhe rosa. E vendo o quarto da filha, percebeu que nada mudaria, o quarto era espaçoso, decorado com tons de rosa e creme, havia algumas fotos espalhadas delas juntas e Sky, mas uma se destacava, sobre o criado mudo havia uma foto de Madeline e seu pai na praia, Madeline tinha menos de dez anos, o sorriso dela era grande e brilhante, parecido como o do pai. Apesar de não parecer tanto na aparência - Madeline era quase uma copa da mãe tanto na aparência quanto temperamento - o sorriso era todo Derek, alegre e puro. Infelizmente, Georgia nunca mais viu esse sorriso na filha, às vezes, Georgia se perguntava onde estaria aquela garotinha de riso fácil e doce, e como a filha se transformou aos poucos nessa pessoa arrogante e fria.
Geórgia não disse nada a princípio, indo sentar na cama em seguida, sentindo o olhar da filha sobre si.
- Você sabe que errou - Georgia começou - mas eu também errei ao não pensar em como se sentiria, Filha. Sei que não lida bem com mudanças, eu deveria ter sido mais compreensiva em relação à piscina e...
- Realmente deveria - interrompe Madeline ainda brava.
Georgia ri.
- Eu não quero que a gente fique brigando, Solzinho. Você e Sky são as pessoas que mais amo, admito que fui impulsiva em relação a Forks e a história de ser prefeita, mas tudo que mais quero é que você fique bem, então, se você achar que não poderá se adaptar à Forks, eu renuncio à...
- Eu não gosto dessa cidade, mal passei um dia aqui e meu cabelo já está cheio de frizz por causa desse clima. - Reclamou, virando-se para mãe, um suspiro resignado que saiu de seus lábios pintados de gloss -.... Mas, eu sei que é importante estar aqui, por isso, apenas por essa razão, entendido? Irei suportar esse clima horrendo.
Georgia sorriu com as palavras da filha, apesar do gênio difícil, no fundo sua menina doce ainda estava lá.
{...}
O restante do dia passou calmo na nova residência Wash, Madeline e a mãe fizeram as pazes e tiraram a noite para fazer um Spa Day. Já passava das 5:00 da manhã, quando a jovem Wash descia as escadas em silêncio, tivera um pesadelo com o acidente de carro, quando isso acontecia ia nadar, porém, dessa vez, não havia piscina, restando apenas ir para praia mais próxima.
Ou seja, La Push.
Sério, Madeline nunca levaria a sério uma praia com esse nome. Mas havia um problema, a praia estava um pouco afastada fazendo parte de um tipo de reserva indígena pelo que Wash entendeu. A questão que ficava era: como chegaria nela? Cogitar acordar Georgia estava fora dos planos, restando então...
- Sky.
Madeline sorriu, divertida.
Quando estava dando a volta, para seguir até o quarto da amiga que ficava no final do corredor, uma luz ofuscante cegou seus olhos por um breve instante, felizmente, Madeline se segurou no corrimão em madeira da casa, ou então teria caído feio dela. Tão rápido como a luz surgiu, ela desapareceu, Madeline, piscou três vezes para se acostumar novamente ao breu da casa, olhou para frente, encontrando no topo da escada, Sky, segurando o celular com a lanterna ligada ainda, usando um pavoroso pijama de Star Wars.
- Estava tentando me matar? - Perguntou Madeline, furiosa.
- Achei que fosse um ladrão ou algum animal, já que moramos ao lado de uma floresta!
Mady revirou os olhos castanhos.
- Sorte sua que se fosse um ladrão de um cervo, teria corrido apavorado com esse seu pijama! Sério, Star Wars?
Agora foi a vez de Sky, rolar os olhos.
Madeline sempre dramática.
- Onde pensa que está indo de madrugada? Por favor, me diz que eu não estava planejando fugir, tia Georgia não suportaria e...
- Sky, silêncio!
Graças a Deus, mamãe tem o sono pesado!
- Eu estava querendo nadar...
- Não temos piscina. - Sky a interrompeu, confusa.
Paciência! Orou, Madeline.
- Nem me lembre disso - Pediu a Wash, apesar de ter perdoado a mãe, o fato de não ter sua piscina a incomodava. - Estava indo para a praia, a tal da La Push...
- Essa praia fica a quase 2 km daqui! Pretenderia ir a pé, por acaso?
Nem o sono mais pesado conseguiria resistir a mais um grito de Sky.
- Por isso, que estava voltando para ir te acordar, queridinha.
Sky abriu a boca, surpresa.
- Iria me acordar de madrugada para ser sua motorista?
Madeline assentiu, seria. Não entendia a surpresa.
- Eu te odeio!
Resmungou, Sky, mas não voltou para seu quarto, com os braços cruzados e um biquinho chateado, Sky passou por si, em direção à sala. Madeline sorriu satisfeita, Sky, podia reclamar mas sempre a ajudava quando precisava.
{...}
- Pesadelo com o acidente?
Sky perguntou, seu olhar encontrando brevemente com o da amiga pelo retrovisor. O único som no carro era o rádio que no momento tocava alguma música local.
- Eu estava presa entre as ferrugens... - Wash fechou os olhos com força, era possível ainda sentir o desespero e a dor - Papai, estava morto, olhando para mim.
As duas ficaram em silêncio, ambas perdidas em pensamento, e pelo restante do caminho, continuaram assim.
Madeline foi a primeira a ver o mar, num passe de mágica, os olhos antes embaçados por uma nuvem de dor, agora brilhavam como os de uma criança ao ver um doce ou brinquedo favorito. Sky deixou um riso fácil escapar ao vê mudança na amiga, e com uma alegria quase infantil, Madeline saiu rapidamente do carro, indo em direção ao mar como se estivesse sendo chamada pela água, uma conexão que nem a mesma conseguia colocar em palavra.
- É lindo - Madeline sorriu. Um Sorriso doce e espontâneo, tão diferente dos arrogantes e maliciosos que costumava usar.
Era um novo dia, pela primeira vez, Madeline não odiou aquela cidade e o fato de precisar ficar nela.
Capítulo 7: A Canção da Aurora
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O céu ainda estava tingido de um azul escuro, com poucas estrelas brilhando como diamantes dispersos pelo universo. Madeline parou na areia molhada, enquanto a brisa matinal dançava com as ondas e murmúrios doces que ecoavam no ar. A linha divisória entre o céu e o mar parecia se estreitar, como se o próprio cosmos desse as boas-vindas ao sol.
E então aconteceu. Um fio de luz dourada rompeu o horizonte, crescendo em intensidade a cada instante, como uma pintura celestial sendo revelada. O sol emergia majestosamente do mar, seu brilho radiante preenchendo todas as sombras da madrugada. Era como se o céu derramasse cores vibrantes, pintando o mundo com pinceladas de vida e esperança.
O mar, antes sereno e prateado, agora dançava, refletindo o esplendor do sol nascente. As ondas beijavam a praia com suavidade, como se quisessem compartilhar a beleza que testemunhavam todas as manhãs. Madeline sentia seu coração bater em compasso com essa sinfonia de luz e água, uma melodia celeste que a embalava em um abraço caloroso. Ao fechar os olhos, sentindo os pelos raios solares beijar sua face, conseguia sentir a presença de seu pai ao lado, ambos presenciando o espetáculo que iniciava toda manhã.
Cada respiro de ar salgado enchia seus pulmões com a energia vital do oceano. Madeline podia sentir a vitalidade da natureza ao seu redor, como uma onda de renovação percorrendo seu corpo. Ficou maravilhada ao ver as gaivotas douradas voarem alto, desenhando silhuetas elegantes contra o céu alaranjado, enquanto alcançava a leveza dos ventos matinais.
O sol continuava sua ascensão triunfal, tingindo a praia com uma paleta de cores indescritíveis, parecia ser o único momento que aquela cidade deixava de ser tão cinzenta e fria. Agora Laranjas e rosa intensos desenhavam-se no céu, mesclando-se com tons suaves de lilás. Madeline sentia-se envolvida pela própria paz interior, testemunhando a maravilha divina diante de seus olhos.
A cada momento, o sol anunciava a chegada de um novo dia, trazendo consigo a promessa de oportunidades e recomeços Madeline não podia evitar sentir-se abençoada por estar ali, no limiar entre duas dimensões, onde o mar encontrava o céu e a esperança se encontrava com a eternidade. A cada nascer do sol, ela se lembrava do amor de seu pai, que lhe ensinou a admirar a beleza da aurora, a sentir o mar e a buscar a felicidade plena em cada novo amanhecer.
Conforme o sol erguia-se cada vez mais alto, o mundo ao seu redor brilhava com uma intensidade inebriante. Madeline sabia que aquele espetáculo era um presente para sua alma, uma conexão eterna que ela carregaria consigo.
Meses depois trago o segundo capítulo, desculpe a demora, espero que tenham gostado, consegui trazer um grande pelo menos, boa leitura e até em breve!
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