¹⁵|Você deveria ter medo de mim

    Khalil Filho da Puta Idiota Fodido Blackburn espancou a minha bunda, me fez implorar para receber um orgasmo para ele poder negar e me colocou de lado como se eu fosse um brinquedo que ele ficou cansado de brincar.

     A raiva que estou sentindo dele não cabe em mim enquanto bato a porta do meu apartamento com força e chuto meus saltos.

     Minha bunda está dolorida e eu evitei o máximo me sentar na festa, mas eu tinha saltos de dez centímetros nos meus pés e fui obrigada a descansar. A mesma coisa aconteceu no caminho para o meu apartamento. Foi Anthony quem me trouxe e ele ficou perguntando porque eu não parava de me mexer e fazer cara feia. 

     Eu vou matar aquele idiota!

    Khalil Blackburn está oficialmente morto.

     Paro de matá-lo mentalmente quando percebo algo errado. Meu apartamento está escuro. Eu sempre deixo a luz da cozinha acesa por causa de Warrick. E falando nele, meu gato também não veio me receber e eu sei que ele não fugiu porque deixei todas as janelas fechadas. Não só isso está errado, mas há um cheiro estranho no ar.

      Perfume de homem.

     Todos os meus instintos ganham vida. Há alguém no meu apartamento. Um homem. Meu primeiro pensamento é que é o meu perseguidor, mas ele não tem esse cheiro. E ele não fuma, pois também há um ligeiro cheiro de cigarro no ar… Não cigarro, mas…

     Charuto.

— Espero não ter feito você esperar — digo ao escuro quando a realização bate em mim.

    De algum lugar da minha sala, Alexander Vega ri.

— Um pouco, sim. — Sua voz rouca e poderosa ainda é familiar e me causa um arrepio.

     Então de repente, meu apartamento se ilumina e eu encontro seus olhos azuis cristalinos cheios de maldade. É como ter oito anos de novo e olhar para o bicho papão que assombrava meus sonhos. Só que esse é bem real e muito mais letal e perigoso.

     Mantenho meu corpo relaxado, ignorando que foi ele quem me ensinou a nunca mostrar fraqueza na frente dos meus inimigos. Assim como também ignoro seus olhos varrendo meu corpo com um olhar que não tem nada a ver com avaliar seu adversário. Não que eu seja sua adversária ou até mesmo inimiga.

— Você não mudou nada — comenta após sua inspeção. Seus dedos ágeis estão acariciando Warrick, que está em seu colo.

    Finjo não ouvir e caminho até a minha cozinha de modelo americano, o que significa que ainda posso vê-lo quando abro a geladeira. Também vejo pelo canto do um dos seus capangas agora posicionado na porta, bloqueando a saída.

— Eu ofereceria alguma coisa, mas você já parece acomodado. — Ponho água em um copo para mim e depois de fechar a geladeira, me encosto no mármore da ilha, bem perto do meu conjunto de facas. Apenas para o caso.

     Alexander se levanta, ajeitando seu terno branco, e Warrick pula do seu colo, vindo correndo para perto de mim. Bom garoto.

     De pé, Alexander tem entre 1,78 e 1,80. Eu não me intimido por isso, no entanto, nem quando ele dá passos lentos até mim. Quanto mais perto, mais eu vejo que o tempo não mudou quase nada nele. Seu cabelo, antes completamente castanho escuro, hoje está acinzentado e com alguns fios brancos, igual sua barba. Mas tenho certeza que algumas pessoas o achariam bonito e um bom partido. Claro, se não soubessem do seu trabalho.

— Minha protegida — Alexander diz ao parar na minha frente, seu tom carregado de orgulho e melancolia.

     Tento não me encolher.

— Alexander.

     As rugas em seu rosto suavizam quando ele ri.

— Vamos, não me chame assim. Você sempre me chamou de Alex.

— Eu não tenho mais dezesseis anos. — Coloco meu corpo na ilha e me afasto dele. Alexander não perde isso.

— Não, você não tem. Agora você é uma mulher adulta que não precisa mais da minha proteção. — A amargura na sua voz é palpável.

— Você parece aceitar isso melhor agora do que no passado. — Ele sabe do que estou falando: quando decidi ir embora aos dezenove anos, Alexander não reagiu muito bem. Foi a primeira vez que eu realmente temi pela minha vida. — De qualquer forma — digo porque não quero prolongar sua "visita" —, você não deveria ter invadido o meu apartamento.

— Eu soube que você queria falar comigo. Resolvi facilitar as coisas.

     Como você é bondoso, penso, mas guardo o comentário sarcástico para mim.

— O que você sabe sobre o passado da minha mãe?

    Alexander fica quieto. Posso estar imaginando, mas seu olhar sobre mim parece mudar.

— Ela era enfermeira antes de começar a trabalhar como empregada doméstica…

— Não. Eu quero dizer antes da gente vir morar em Chicago. — Minha mãe comentou apenas uma vez, quando eu era criança, que morávamos em outro lugar antes. Acho que foi quando percebi que eu não tinha memórias dos meus aniversários anteriores ou qualquer coisa.

— Por que essa súbita curiosidade?

     Dou de ombros.

— Eu não posso querer saber?

      Seu olhar diz um grande e gordo "não". Ele sabe que há algo mais nisso, ele me conhece. Mesmo que onze anos tenham se passado, ele vai saber se eu estiver escondendo algo ou mentindo. Eu odeio que ele tenha esse poder sobre mim, mas esse homem foi meu mentor, querendo eu ou não.

— Eu quero saber se tenho outra família. — Dou de ombros. Não estou mentindo, apenas omitindo algumas partes. — Eu quase fui atropelada outro dia e isso me fez pensar. Minha mãe não costumava falar do meu pai ou da sua família. Fiquei pensando se ela não estava… escondendo alguma coisa.

      Alexander é como um cão farejando a minha mentira, mas acho que nem ele pode dizer se estou mesmo falando a verdade. Para ser um bom mentiroso, você tem que colocar um pouco de verdade na mentira que conta. Ele pode não estar acreditando totalmente em mim, mas o suficiente para não me colocar contra a parede e exigir a verdade por completo.

— Sua mãe nunca me falou nada. Ela sempre foi uma mulher muito reservada, como você sabe.

     Eu sei, mas não procurei Alexander para ele me dizer coisas das quais já estou ciente. O que significa que agora estou frustrada por trazer esse homem de volta para minha vida e ele nem mesmo ter algo útil para me dizer.

— Mas posso investigar.

     Trago meus olhos de volta para ele. Ele vai investigar? Eu sei que com os recursos que ele tem, fará um trabalho melhor do que o meu.

     Mas nada é de graça nessa vida.

— Em troca de quê?

— Não posso fazer isso em nome dos velhos tempos? Você foi a minha melhor aprendiz.

     "Aprendiz", claro. A garota de dezesseis anos para quem ele ensinou como usar uma arma e onde atirar primeiro. Como esfaquear alguém de um modo fatal e como lutar. Não sou hipócrita o suficiente para não reconhecer que de certa forma, isso me salvou. Se não fosse por todo o "treinamento" que tive, estaria morta assim que deixei Alexander e sua proteção. Uma garota de dezenove anos sozinha nas ruas não sobrevive sem nenhum treinamento de combate ou armas a não ser que precise vender seu corpo – o que graças a Deus não precisei. Felizmente eu tinha as duas coisas necessárias, além de táticas de enganação.

     Agora me pergunto onde eu estaria se não tivesse ido embora. Quantas "missões" eu já teria feito até então? Quantas pessoas mais eu já teria matado em nome dele?

      Eu não quero saber. Dei as costas aquela vida justamente porque não queria descobrir.

     Mas agora estou nas mãos de Alexander outra vez e não acredito nessa baboseira de que ele só irá me ajudar porque eu era muito boa em obedecer e fechar meus olhos para suas crueldades.

— Não vamos fazer esse joguinho. Dê o seu preço, Alex. — Uso seu apelido propositalmente e sou recompensada por um mínimo sorriso.

— Um jantar.

      "Por enquanto" são as palavras não ditas. Por enquanto tudo o que ele quer de mim é que eu vá há um jantar com ele. Mas e depois? Ele sabe que se eu fui atrás dele, é porque estou desesperada. Ele vai usar esse fato contra mim. Eu sei. Se ele descobrir alguma coisa, ele irá segurar isso na ponta do anzol e eu, como um peixe faminto e idiota, vou morder a isca. Então ele vai me engolir.

     Mas mesmo assim você irá aceitar.

     Eu não disse que não iria, mas pelo menos não estou embarcando nisso cegamente.

— Um jantar, então.

     Seu sorriso se alarga.

— No complexo. Mandarei o dia e o horário quando conseguir as informações.

— Ótimo. — No silêncio que se segue, eu acrescento: — Eu preciso dormir.

     A minha mensagem é clara, mas Alexander me ignora, voltando a me avaliar.

— Teve uma noite agradável?

— Fecha a porta quando sair.

     Surpreendentemente, ele não ignora minha indireta dessa vez.

— Tenha uma boa noite, Kate. Nos veremos em breve.

     Ignoro o arrepio que sobe pela minha espinha e não retribuo nem o seu sorriso e nem o seu aceno. Apenas observo ele e seu capanga irem embora. Assim que a porta é fechada, corro até lá e garanto que ela esteja trancada, e pela primeira vez me pergunto porque nunca coloquei travas de segurança.

     Vou até a janela na sala e espio atrás das cortinas quando a BMW acelera na rua e some de vista.

     Ainda estou olhando quando sinto algo nos meus pés e dou um pulo, quase pisando em Warrick.

— Desculpa, filho. — Pego ele no colo e acaricio seu pelo. — Os últimos dias têm sido loucos, não é?

     Fico na janela por mais um tempo até ter certeza que o carro não vai voltar.

☠️

     Eu amo dançar. Amo boates. Amo baladas.  Amo me arrumar para uma noitada. Amo beber vários drinks. Amo beijar na boca. Amo sexo.

     Por isso eu não poderia estar em outro lugar senão na Kiss & Sex, minha segunda boate preferida. Faz séculos que não venho aqui, principalmente porque sou preguiçosa e odeio ficar em filas, então só venho quando é com alguém que conhece alguém que irá liberar a nossa entrada rapidamente. Como aconteceu essa noite.

— Quero um Lagoa Azul — digo meu pedido ao barman depois que minhas amigas dizem os seus.

— Estou feliz que você aceitou vir com a gente — Lilah comenta. As luzes coloridas da boate iluminam seus cachos loiros e sua maquiagem colorida.

— Como se Kate fosse recusar uma entrada fácil na Kiss & Sex — Francesca – ou apenas Frankie, como a chamamos –, diz. Ela está certa, eu nunca recusaria uma noite nessa boate sem precisar enfrentar a fila de virar o quarteirão.

      Eu costumo sair com as duas sempre que estamos livres. Lilah e Frankie são donas da academia que eu frequento. Também são casadas, e segundo elas, misturar negócios com prazer só fez a união entre as duas ficar mais forte.

     Eu as conheço há cinco anos, desde que me mudei para o meu atual apartamento e descobri a academia há apenas dois quarteirões da minha casa. Elas até me deram uma chave há dois anos para que eu fosse lá quando quisesse, geralmente de madrugada quando minha mente está muito acelerada para que eu consiga dormir. Então fico lá até a exaustão acabar comigo e eu só ter forças para caminhar os dois quarteirões de volta para o meu apartamento.

      Depois de pagar nossas bebidas, conseguimos uma cabine e ficamos batendo papo. É o nosso "aquecimento".

      Então, após mais ou menos meia hora, a diversão finalmente começa e nós vamos para a pista.

     Essa noite eu quero esquecer até o meu nome, se possível. Não por causa da bebedeira, mas porque eu estarei embriagada pela diversão, a dança, as pessoas e principalmente, a minha liberdade. Por isso eu danço e rio com as meninas pelo que parece ser horas, submersa nessa bolha.

     Ocasionalmente, alguns homens se aproximam de nós, mas nós dispensamos. Elas pelos motivos óbvios, e eu porque não estou afim. Ainda. Não me decidi se quero levar alguém para o meu apartamento hoje. Já atraí muitos olhares desde que cheguei, muito disso por causa da minha roupa: uma saia preta colada e uma blusinha prata cintilante que é segurada por duas correntes, uma ao redor do meu pescoço e outra nas minhas costas, que estão expostas por causa do modelo da blusa. Me sinto gostosa pra caralho e nem citei meus saltos pretos com detalhes dourados.

     Então não me surpreendo que tenho chamado atenção. Eu até gosto, com tanto que não cheguem perto sem serem convidados. Meus saltos são bonitos, mas eu não me importaria de sujá-los com o sangue de algum idiota.

     Ainda estou dançando quando sinto algo na minha pele. Não algo, mas uma sensação. Eu conheço essa sensação. É ele.

     Meu perseguidor está aqui.

     Começo a olhar em volta, mas não vejo nada. Talvez eu esteja imaginando. Não tive notícias dele desde quarta-feira depois que deixou a planta, e hoje é domingo. E eu estou em uma boate, como naquele dia. Tentei não pensar nisso enquanto me arrumava mais cedo, mas não posso impedir o pensamento agora que estou aqui e essa sensação permanece.

     Mesmo assim, tento me distrair, fingir que ele não está lá, mas então sinto seu corpo colar no meu e suas mãos agarrarem meus quadris.

    É ele. Não sei como eu sei, mas essa certeza é tão densa que me faz congelar.

    Procuro pelas meninas, mas Lilah e Frankie estão dançando e algumas pessoas se colocaram entre nós quando congelei e parei de acompanhá-las.

— Por que você parou de dançar, pequena Vênus? — Seu sussurro rouco me causa um arrepio enquanto meu coração dispara.

     É a primeira vez que ouço sua voz. É tão baixa que quase não ouço com todo o barulho, mas consigo ouvi-lo porque está falando no meu ouvido.

— Dance, minha Vênus. — Não é a ordem que me chama atenção, ou o fato de ele ter um apelido para mim, mas algo que não notei antes: ele tem sotaque. É quase imperceptível, mas eu ainda percebo. Quem é esse homem, afinal?

     Tento virar para olhá-lo e acabar logo com isso, mas seu aperto em meus quadris aumenta ao ponto de me machucar se ele não parar.

— Não.

     "Não". Não? E se eu gritar, o que ele vai fazer? Pregar as mãos de todo mundo aqui? Cortar minha garganta e fugir?

     Ainda posso virar meu rosto, meu pescoço está doendo por não fazê-lo, mas…

     Mas o quê? Esse homem te perseguiu! Ele faz isso há anos, você está ficando louca?

      Provavelmente, porque eu danço. Eu finjo. Literalmente dou uma de louca e esqueço que estou dançando, me esfregando, no homem que provavelmente irá me matar no final dessa noite.

     Ele pode tentar.

     Meu perseguidor fica parado, suas mãos em meus quadris me acompanhando enquanto eu rebolo descaradamente contra ele ao som da música. Quase não ouço, na verdade, por causa do meu coração acelerado, da adrenalina. Eu fecho meus olhos e pego suas mãos, arrastando-as sobre meu corpo. Elas são grandes e sinto os calos nelas quando roçam em meu estômago por debaixo da blusa.

     Minha pele pega fogo. Deixo minha cabeça cair em seu peito e me esfrego contra a dureza nada sutil em minhas costas. Ele está duro. Por minha causa. Essa percepção me incendeia e por um momento realmente esqueço quem ele é – principalmente porque não sei quem ele é. Agora, ele é um homem qualquer que está excitado com a minha performance, que não se envergonha do que estamos fazendo em uma boate lotada porque isso aqui já não é mais uma dança e sim uma pegação descarada.

      Eu acho que solto um gemido quando sinto seus dentes em minha orelha. Ele me morde e depois acha seu caminho até o meu pescoço, que ele dá o mesmo tratamento rude.

     Porra, sinto minhas coxas ficarem escorregadias. Não só pelo suor, mas porque não estou de calcinha, então se ele colocar a mão por dentro da minha saia, ele vai encontrar minha boceta molhada para ele. Por causa dele.

     E assim como estou ciente do seu corpo, meu perseguidor também está ciente do meu pois ele parece saber exatamente o que está acontecendo e o que fazer sobre isso.

     Abro os olhos quando sinto-o se afastar. Antes que eu use esse tempo para recuperar meu juízo, ele pega minha mão e começa a me conduzir entre a multidão. Mesmo assim, não vejo seu rosto. Seu capuz está levantado e acho que ele está de boné, mas não tenho certeza se está com a máscara de caveira. Olho para as pessoas que abrem caminho para nós, mas suas expressões não são de susto ou estranheza. Na verdade, elas mal olham para ele.

    Então ele está sem máscara, você pode se soltar e tentar ver o rosto dele.

    Sim. Eu posso fazer isso. Eu posso…

     Mas você não quer, não é?

      Cala a boca.

     Eu sei para onde ele está me levando sem precisar pensar muito. Não é para um banheiro ou para o beco ou para o seu carro. Lugares onde ele pode fazer o que quiser comigo e ninguém vai ver ou ouvir.

     Não, meu perseguidor me leva para uma das alcovas da boate.

     É por isso que esse lugar é conhecido: as alcovas espalhadas pela boate, consequência da construção antiga, que apesar de reformada, não tirou os corredores um pouco estreitos. Não há saída e cada alcova cabe uma dúzia de pessoas, mais ou menos. A iluminação é mínima e proposital, dando às alcovas um toque sombrio e de anonimato.

     Perfeito para o meu perseguidor que vive nas sombras, me observando, e agora está me levando diretamente para o seu lugar de domínio.

     Algumas pessoas estão se pegando, não se importando e aproveitando o anonimato que as alcovas tem a oferecer.

     Meu perseguidor me leva até o final do corredor e antes que eu tenha a chance de tentar ver seu rosto, ele me coloca contra a parede, com minhas costas contra seu peito outra vez.

     Apoio minhas mãos nas paredes de tijolos e inspiro fundo quando suas mãos serpenteiam por debaixo da minha blusa e agarram meus seios nus pela falta do sutiã. Arqueio meu corpo contra o dele enquanto meu perseguidor rosna em meu ouvido. O som de pura satisfação masculina enviando uma vibração diretamente para o meu clitóris.

     Porra, eu estou mesmo deixando esse homem, esse perseguidor psicopata, me tocar? E em público? Mesmo que ninguém esteja prestando atenção em nós agora.

     Mas apenas a possibilidade de alguém estar olhando te excita.

— Pequena Vênus… Você está louca para que eu te foda aqui mesmo, não é? — Meu perseguidor sussurra em meu ouvido, como se estivesse lendo minha mente. — Que vagabunda sua suja você é.

     O choque me faz virar o rosto para encará-lo, mas sua mão está lá, me pressionando contra a parede.

— Não olhe para mim. Você entendeu?

    Faço que sim e minha pele roça no tijolo. Vai ficar vermelho depois.

      Eu não me importo. Eu não me importo porque suas mãos estão explorando meu corpo de novo enquanto ele balança seus quadris contra mim, como se estivesse me fodendo por trás. Imaginar que deve ser assim que estamos parecendo me faz gemer.

     Minha boceta lateja enquanto meu perseguidor beija e morde meu pescoço, uma das suas mãos ainda agarrando meu seio. Com a outra, ele está enfiando dois dedos na minha boca. Eu os chupo e gemo ao redor deles, ávida, completamente fora de mim.

     Eu sei que irei me arrepender disso mais tarde, mas quando ele tira os dedos da minha boca e enfia por dentro da minha saia, não encontro nenhum arrependimento que me faça parar o que ele está prestes a fazer. Pelo contrário, eu me entrego a ele, fechando os olhos quando sinto seus dedos tocarem meu clitóris dolorido. Eu me esfrego contra sua virilha, desejando que fosse seu pau e não seus dedos a entrarem em mim.

     Meu perseguidor ri do meu desespero, o som enviando arrepios por todo o meu corpo.

— Você deveria ter medo de mim, pequena Vênus, mas aqui está você, encharcando meus dedos… — Seus dedos estão me penetrando e nós dois gememos com a facilidade que isso acontece.

     Sei que estou corando, mas não é de vergonha. É de desejo. Eu deveria ter medo dele, mas tudo o que sinto é desejo. É tão forte que me deixa desnorteada enquanto seus dedos bombeiam para dentro e fora de mim. "Quem é ele?", "Por que estou deixando ele me tocar?", "O que ele vai fazer comigo quando acabar?", "Eu acabei de assinar minha sentença de morte?". Todas essas perguntas somem e tudo o que importa é como ele está fazendo eu me sentir,  como ele está me dando prazer.

— Isso, goze nos meus dedos, minha Vênus. Porque da próxima vez essa boceta estará tomando o meu pau.

      Oh, Deus, sim. Por favor.

     Tenho lutado para não gemer, mas seus dedos passam a apertar meu mamilo ao ponto de doer e eu não consegui me controlar quando a dor se mistura ao prazer causado pelos seus dedos que estão fodendo minha boceta. Seus lábios estão em todo o meu pescoço, minha orelha, meu maxilar, beijando e mordendo; marcando. É isso que ele está fazendo, me marcando e me reivindicando como sua.

      Isso provavelmente não deveria me excitar, mas é o que acontece e eu empurro mais meus quadris contra os seus, sentindo seu pau. Literalmente me dá água na boca e a imagem dele na minha boca me faz abrir os olhos, pronta para pedir isso a ele, mas paraliso quando encontro o olhar de uma garota a poucos passos de nós. Ela está com um cara, que está beijando seu pescoço enquanto a mão dele… Desço meu olhar até onde definitivamente a mão dele está: entre as pernas delas, assim como meu perseguidor e eu.

     E ela está nos observando. Totalmente vidrada e sem vergonha alguma. Mesmo quando percebe que foi pega no flagra, ela não desvia o olhar.

     Procura a vergonha e a vontade parar o que o homem atrás de mim e eu estamos fazendo, mas não encontro. Me excitou antes apenas a possibilidade de ser observada, mas saber que tem alguém, de fato, olhando pra gente, para o que estamos fazendo… É mais do que excitante, porra.

— Minha putinha gosta de ser observada? — A risada sussurrada do meu perseguidor preenche meu ouvido e quase quebro o contato visual com a garota quando os dedos dele atingiram aquele ponto delicioso e carente dentro de mim. — Eu deveria saber… Minha pequena Vênus, você não faz ideia…

     Um grunhido assustador deixa sua garganta e eu aperto minha boceta em volta dos seus dedos, o que só faz o seu aperto em meu seio aumentar até eu estar choramingando pela dor. De repente, um terceiro dedo é acrescentado, me alargando, me arrebatando e eu seguro o olhar daquela desconhecida que está presenciando toda a minha ruína. Os lábios dela se entreabrem e me pergunto se ela também está perto do seu orgasmo, se será tão forte a ponto de devastá-la.

     Um som deixa meus lábios, pode ter sido um gemido ou um grito, não tenho ideia, mas então a pressão dos seus dedos se torna intensa demais. Indo tão profundamente dentro de mim… Os olhos daquela garota se concentram mais embaixo, como se ela pudesse ver os dedos do meu perseguidor me fodendo impiedosamente, como se ela soubesse que a pressão com que ele segura meu mamilo é ao mesmo tempo dolorosa e prazerosa de um jeito que ninguém nunca conseguiu fazer e que é assustador que logo ele saiba o que é preciso para que eu me perca totalmente. Porque é isso que acontece. É demais. É bom pra caralho.

     E eu gozo pela primeira vez nos dedos do meu perseguidor enquanto sou observada por uma desconhecida.

    

☠️


Oooii! Obrigada pelos 4K🖤!

Sobre esse capítulo... oq vcs acharam??

Tropa que acha a Kate maluca👉🏽

JSKSKSKS. ENFIM, espero que tenham gostado❤️🖤💋.

Terça-feira tem capítulo ☠️🙏🏼


Votem
Comentem
Compartilhem
E me sigam aqui e no Instagram
Meu perfil: autora.stella
2bjs, môres♥

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top