¹³|Não é tão difícil ser obediente

    O Palace está cheio quando entro, às 21h.

     Não mudou muito desde a última vez que estive aqui, onze anos atrás. É o tipo de clube chique que toda pessoa poderosa e corrupta de Chicago põe os pés. Só consegui entrar porque tenho "contatos" aqui, mas sei que Alexander foi avisado da minha presença assim que pisei na calçada.

     Falar com aquele cara na boate finalmente me fez ver que a única pessoa que pode me ajudar, é Alexander. Eu não gosto nenhum pouco disso, mas não tem outro jeito. Aquele diário não me levou a lugar nenhum e mamãe não tinha família. Sempre, sempre fomos apenas nós duas. Sem família, sem amigos próximos… Até Alexander. E quando ele entrou em cena, ela já tinha morrido.

     Olho para cima, para as dançarinas nas gaiolas suspensas. As barras são de ferro e pintadas de preto, mas o fundo é de vidro espesso, deixando muito das garotas expostas. Elas estão usando minúsculos vestidos, mas houve uma época em que elas não usavam nada além de lingerie. Lembro de temer todos os dias que Alexander me colocasse lá.

     Mas ele sempre gostou de me manter por perto. Sua protegida. Seu brinquedo de estimação.

     Expiro entre os dentes, olhando em volta. A decoração está um pouco mais sofisticada e moderna: há lustres elegantes no teto e a iluminação é baixa, dando ao lugar uma vibração  misteriosa, enquanto as paredes são de um preto profundo, completando o visual perigoso e intimidador. Há bancos embutidos nas paredes e algumas cortinas estão puxadas na frente delas para dar privacidade aos membros que não querem ser vistos. O bar é digno de um daqueles em Las Vegas, iluminado e com um estoque visível de bebidas.

     Algumas garotas passam por mim e eu reconheço o grupo. Não por causa das garotas, mas por causa do homem que as está conduzindo. O cafetão delas.

     Ele tentou me comprar uma vez. Alexander mandou dar uma lição nele apenas pela ofensa.

      Não querendo um confronto com esse verme, eu abro caminho até o segurança alto e forte na frente de uma escada que leva a área VIP. Quem está de fora não pode ver nada, como é de costume nesses lugares, mas eu sei que ele está lá. Ele sempre está.

— Diga ao seu chefe que Kate Yamamoto está aqui — digo ao segurança. Eu não o conheço e nem ele a mim, pelo olhar indiferente que me dá.

— Ele não está.

     Bufo, olhando para a área VIP.

— Apenas diga meu nome. Você…

— Kate?

     Olho por cima do ombro e encontro um rosto conhecido.

— O que você está fazendo aqui? — Lúcio não espera eu responder e me pega pelo braço, me levando para longe do segurança. Seu aperto não me machuca, mas me diz o quanto ele quer que eu vá embora.

— Preciso falar com Alexander. Diga a ele que estou aqui. Eu sei que ele vai querer me ver.

      Lúcio não fala nada até chegar em um canto menos movimentado e onde fica o ponto cego de uma das muitas câmeras aqui. Ele fica de frente para mim, impedindo que outras pessoas me vejam por causa do seu tamanho bem maior que o meu.

      Quando eu era a protegida de Alexander, Lúcio cuidava da minha segurança e ficava comigo no complexo. Ele é apenas alguns anos mais velho que eu e me ensinou muitas coisas. Tirando meus professores didáticos, Alexander não deixava que muitos homens se aproximassem de mim. Ele dizia que homens são perigosos. Então além dele mesmo, só Lúcio podia ficar sozinho comigo.

— Ele não está.

      Começo a protestar, mas Lúcio balança a cabeça, olhando uma vez por cima do ombro antes de voltar sua atenção para mim.

— Ele precisou resolver uma coisa fora da cidade, mas ele deve estar de volta amanhã já que nunca fica fora por muito tempo.

     Sei disso. Alexander odiava sair de Chicago porque sempre há o risco de alguém querer tomar o seu "trono". Quando eu estava com ele, sempre que ele precisava sair, eu tinha que ir junto, nem que fosse pra ficar dentro do carro.

      Nada disso importa, no entanto. Alexander não está aqui e eu perdi tempo. Droga.

— O que você quer com ele, Kate? — Lúcio me olha preocupado. Ele sempre teve um carinho especial por mim. Sei que se não fosse por Alexander, ele teria tentando ser mais que meu amigo. — Você é uma das poucas que conseguiu sair, não volte. É suicídio.

— Não quero voltar. Alexander pode ter informações sobre uma coisa importante para mim. Eu não viria aqui se houvesse outro jeito, você sabe.

      Lúcio suspira, mas sabe que eu estou certa, que eu não estaria aqui se não fosse importante.

— Mas ele não está aqui, então vá embora. Vou te levar até o seu carro.

     Aceito sua proteção e deixo ele me conduzir até a saída. Mesmo que eu esteja com um sobretudo que cobre quase tudo, alguns homens ainda viram suas cabeças para mim, mas são rapidamente interceptados por Lúcio.

— Ele vai saber que você esteve aqui — diz quando entro no carro.

— Ele provavelmente já sabe. — Onde quer que ele esteja, já deve ter recebido uma foto minha, seja das câmeras de segurança ou de algum dos próprios seguranças.

     Lúcio parece que quer dizer alguma coisa, mas guarda para si ao dar uma passo para trás.

— Se cuida, Kate.

— Você também.

       Dirijo para longe do Palace no segundo seguinte.

☠️

     A festa de posse para CEO é no sábado à noite, em uma casa de eventos no centro de Chicago e apenas a elite, fotógrafos e jornalistas foram convidados.

     Eu optei por um vestido preto básico de alças finas, que cola no meu corpo. É acima dos joelhos para não parecer muito ousado e com um decote reto. Meus saltos de dez centímetros estão fielmente em meus pés, da mesma cor que o vestido. Fiz escova no meu cabelo, então ele está completamente liso e repartido ao meio. Minha maquiagem é leve e de exagerado só tem o meu batom vermelho.

     Para resumir: eu estou gostosa pra caralho.

     O anfitrião ainda não chegou, mas eu fiz questão de garantir que ele recebesse o seu smoking e coloquei um despertador na sua agenda.

     Ainda não estamos trabalhando diretamente juntos porque pedi alguns dias, mas ele não vai me deixar em paz se eu não estiver no seu escritório na segunda-feira. E eu já assinei o contrato, então não posso realmente voltar atrás.

— Ele está atrasado — Eros murmura, verificando o relógio em seu pulso pela milionésima vez nos últimos dez minutos.

— Ele ainda tem tempo — digo, mas mentalmente estou rezando para que ele esteja mesmo chegando.

— Ele só quer fazer uma entrada exagerada. Vocês todos são bons nisso — Genevieve, que está com o braço entrelaçado ao do noivo, diz.

     Sorrio ao lembrar da entrada que Khalil e eu fizemos ano passado. E não, você não entendeu errado, Khalil e eu, juntos. E em uma moto.

      Precisávamos ir à um baile beneficente e Khalil precisava de um acompanhante confiável já que na época não havia muitas pessoas de confiança por aqui. Então Eros me fez chantagem emocional e eu aceitei. Khalil me buscou no meu apartamento e nós fomos de moto. Mas na hora que chegamos lá, o Blackburn mais velho deu um show com a sua moto e eu entrei "na onda" dele, descendo da moto em grande estilo e subindo as escadas com seu braço ao redor dos meus ombros, como se já tivéssemos feito isso um milhão de vezes.

     Foi um raro momento onde não estávamos na garganta um do outro.

      E como se convocado pelos meus pensamentos, Khalil passa pelas portas e todos nós damos um suspiro de alívio coletivo.

      Pelo menos quero acreditar que é por isso que eu suspiro e não porque estou momentaneamente atraída ao vê-lo de smoking. Repito: smoking. Eu tinha certeza que ficaria ridículo nele porque, sei lá… Só ficaria, ok? Mas não está. O desgraçado está gostoso pra caralho. Pronto, falei.

     Ele até está usando um relógio no pulso, provavelmente um Rolex, como seus irmãos. Seu cabelo não está perfeitamente alinhado como você imaginaria já que ele está usando smoking e mocassins, mas está perfeitamente bagunçado como se ele estivesse saído de uma rodada de sexo alucinante.

     Essa última parte me faz franzir os lábios. É por isso que ele demorou tanto?

— Você deveria parar de pegar tanto no pé dele — Anthony diz a Eros. Ambos estão usando smoking também, mas minha reação a eles não foi a mesma.

— Eu sei — Eros responde, sua mandíbula tensa. Imagino que seja difícil para ele recuar quando precisou ficar de olho no seu irmão mais velho por tantos anos. Em nós três, na verdade, apesar de Khalil ter exigido atenção especial.

     Volto minha atenção para o irmão em questão que está conversando com Lorelei, a relações públicas da empresa. Faz um tempo que não a vejo e faço uma nota mental para marcarmos de sair semana que vem.

     Olho de relance para Anthony e não fico surpresa ao pegá-lo olhando para Lorelei. É de conhecimento público que ele já foi apaixonado por ela. E não dá para culpá-lo, a mulher é linda e está atraindo atenção, como sempre acontece quando está presente. Hoje ela está usando um terno roxo, sempre profissional. Sempre a invejei, principalmente pela sua altura – 1,78. Sério, minha vida seria mais fácil se eu não dependesse de salto alto para alcançar a altura média para mulheres.

     Mas não é apenas pela sua altura e sua postura que Lorelei Keen se destaca, mas pela sua beleza devastadora: pele negra sempre impecável e traços do rosto suaves, mas mordaz quando necessário. Seus olhos castanhos são intimidantes às vezes, mas no fundo eu sei que ela tem um coração mole por trás da camada de gelo que ela mantém sobre ele. Seu cabelo é naturalmente cacheado, mas ela varia usando ele natural, escovado, com twists ou box braids, como hoje, as tranças? de cor castanho escuro batendo na sua bunda.

      Anthony nunca me contou porque se "desapaixonou" por ela, mas imagino que tenha sido coração partido. A mulher nunca deu indícios de que sentia o mesmo que o meu amigo.

    Agora que Khalil chegou, nós nos dispersanmos para interagir. "Nós", apesar de eu ficar sempre a meio metro de Khalil. Sou sua assistente pessoal, o que significa que minhas responsabilidades com ele vão além do que um dia já foram com Eros e Genevieve. Principalmente porque eles não são alcoólatras.

     Há muito champanhe aqui. Meu lado otimista diz que Khalil não teria uma recaída na sua festa, mas é melhor prevenir do que remediar, certo?

     É assim que venho parar em um corredor da casa de eventos. Vi Khalil vindo para cá e fiquei paranóica que ele estivesse vindo se embebedar. Talvez a pressão tenha sido demais e ele queira relaxar.

      Espero muito estar errada.

      Não há ninguém nesse corredor além de algumas portas. Giro a maçaneta da primeira, mas paro ao ouvir vozes e… gemidos.

     Tarde demais. A porta já se entreabriu.

— …forte. Mais forte, Jesse — a voz ofegante é inegavelmente de uma mulher. Não há dúvidas do que eles estão fazendo.

    Começo a recuar, mas a voz do homem me faz parar.

— Segure as pernas dela, Luke.

     Luke. Jesse. Ela está com dois homens?

     Olha, eu sou a última pessoa que irá julgar a vida sexual de alguém porque sou a favor da liberdade em nome do prazer, mas uma parte minúscula minha ainda fica escandalizada pelo fato de eles estarem fazendo isso aqui.

     E essa parte minha se junta a minha curiosidade que me fazem avançar novamente e espiar pela fresta da porta.

     De fato, há três pessoas na sala mal iluminada. E a mulher está entre eles.

      Eu sei que é errado olhar, mas não faço nada para me afastar enquanto observo a mulher ser penetrada pelos dois homens. Eu a vi mais cedo, ela é uma jornalista. Ela é bonita, com cabelos escuros e um corpo esbelto. O homem que a está penetrando por trás é um advogado – lembro vagamente de ouvi-lo contar sobre seu diploma em Harvard. E o homem que a penetra pela frente é um bilionário.

     Mas não importa quem são ou quais suas funções acadêmicas. Mas sim o que estão fazendo. Que não é nem remotamente da minha conta também.

     A jornalista não está sendo nada discreta sobre seus gemidos enquanto é fodida pelos dois homens. O advogado e o bilionário estão segurando as pernas dela abertas para dar acesso a eles. Ela também está nua e seus seios saltam conforme as estocadas. Apesar da iluminação ruim, eu vejo o quanto sua boceta está molhada conforme o pau do bilionário a penetra.

— Caralho, Melanie, você é tão gostosa — aquele que falou primeiro, Jesse, diz. — Você não acha, Luke?

— Com certeza, porra.

     Engulo em seco, me recusando a reconhecer que talvez eu possa estar excitada com a cena. É tão errado… Mas me encontro contraindo minhas coxas, buscando….

— Você está espiando, Kathryn?

     Me assusto e dou um passo para trás, corando por ter sido pega espionando três pessoas transando, mas não vou a lugar nenhum porque uma parede de músculos me detém.

     Só há uma pessoa que me chama de Kathryn.

— Quer participar? — Khalil sussurra em meu ouvido ao plantar ambas as mãos em meus quadris, me impedindo de fugir dele e do constrangimento. — Você já esteve com dois homens?

      Tento novamente me afastar, mas Khalil passa um braço ao meu redor, prendendo os meus braços. Sua respiração faz cócegas em meu pescoço quando ele fala, me causando arrepios.

     Na sala, os três continuam fodendo sem fazer ideia que estão sendo observados por nós.

— Olhe para ela, se contorcendo toda enquanto goza. — Não quero, mas meus olhos são atraídos para a mulher, que está mesmo se contorcendo e gemendo… e gozando. — Está se imaginando no lugar dela? Queria estar no lugar dela, Kathryn?

     Ao invés de responder, estremeço ao sentir seus dedos deslizando pelo meu quadril… para baixo. Mordo o lábio, mantendo meus olhos na mulher o tempo todo e expulsando qualquer pensamento racional da minha mente.

— Você está molhada? — O sussurro rouco de Khalil envia vibrações para o meu clitóris. Nunca achei que as palavras "Khalil" e "meu clitóris" fossem estar na mesma frase, mas não consigo deixar de me contorcer.

— Coloque-a no sofá. Eu quero foder essa o cu dela dessa vez — Jesse ordena.

— Quer mais disso, não é, Melanie? — Luke diz quando ambos os homens saem de dentro dela.

     Melanie sorri e anue, seguindo os dois para o sofá.

— Olhe para você, respiração acelerada, pele corada… — Khalil sussurra, ainda me acariciando através do meu vestido. Eu sei que ele está duro, estou sentindo isso. Ver naquele dia no banheiro foi uma coisa, mas sentir… Fico sem fôlego. E me esfrego nele sem querer. — Eu sei, você quer isso, não quer? Você quer eu foda… A sua boceta? Seu cu?

    Sua outra mão roça em meu seio e eu arqueio minhas costas, meu corpo implorando pelo seu toque. Deus, eu nem tomei champanhe, não há razão para eu estar me sentindo tão extasiada e quente e…

     Quando Luke senta no sofá e Melanie monta em seu pau, Khalil me puxa para longe antes que eu veja Jesse penetrar Melanie por trás.

     Khalil me põe contra a parede e eu ergo o rosto para olhá-lo, ofegante. O homem à minha frente, no entanto, não parece nem um pouco tão fora de controle quanto eu ao me encarar de volta. A única prova do desejo mútuo é o seu pau duro pressionado na minha barriga e a luxúria em seus olhos.

     Por uma eternidade, ficamos nos encarando nesse corredor com o som do trio feliz ao nosso lado. Eu sei que deveria sair, fingir que isso não aconteceu, mas meu olhar fica sendo atraído para sua boca, seus lábios tão rosados…

     Que estão nos meus no segundo seguinte.

    Antes que eu possa piscar, a boca de Khalil está cobrindo a minha e ele está me beijando, roubando meu fôlego, me possuindo. Ele rouba meu ar e me dá o seu, me deixa desnorteada e me segura ao mesmo tempo. Sua mão está agarrando meu cabelo, o aperto fazendo meu crânio doer e a outra segura meu rosto, me posicionando do jeito que ele quer.

     Não há nada romântico ou amoroso nesse beijo, mas raiva e seja lá qual a outra emoção bruta que Khalil esteja sentindo enquanto devora minha boca. Eu luto de volta, tomando tanto quanto ele está tirando de mim, mas perco um pouco minha luta quando sinto seu joelho entre minhas pernas, na minha boceta. O contato me faz gemer – minimamente – quando sinto a pressão no meu clitóris. É bom. Bom pra caralho e eu me mexo um pouco, sentindo o quanto minha boceta está molhada e necessitada.

     Só mais um pouco e eu vou gozar.

    Estou perto de gozar com a ajuda de Khalil e com a sua boca na minha.

      Porra, porra, porra. Que merda é essa?

     Na outra parte do meu cérebro, também ouço: não, não, não. Não para.

      Mas eu paro. Eu paro porque isso aqui não pode acontecer. Não só porque agora iremos trabalhar juntos, mas porque ele é o irmão do Eros e… Porra. Não importa, isso apenas não pode acontecer, tá legal?

      Por isso me afasto e empurro Khalil para longe.

      Depois lhe dou um tapa na cara.

      Antes de começar a registrar que acabei de agredir o meu chefe, estou saindo do corredor.

      Tentando sair, porque um braço forte e mais longo que o meu me enlaça e me puxa para trás.

— Me solta!

    Bato no braço de Khalil, mas antes que eu consiga me livrar dele, Khalil me leva para uma sala. Não aquela com o trio, mas uma outra, vazia.

— Você acabou de me bater? — Khalil questiona, seus olhos brilhando.

— Você me beijou! É claro que te bati, idiota. — Tento passar por ele, mas Khalil está bloqueando a porta. — Sai da frente.

    Khalil não sai. Na verdade ele avança na minha direção, invadindo meu espaço pessoal. Ergo o queixo, não recuando.

— Qualquer pessoa que te visse agora não pensaria que você estava apenas há um minuto fodendo com a minha perna. — Khalil arqueia a sobrancelha e eu coro.

— Não é verdade.

— É, sim. Mas sabe de uma coisa? Eu estou bravo.

— Bem, que se foda.

     Seu sorriso é maligno. Demônio.

— Eu poderia, mas você não vai receber isso hoje. Você sabe o que acontece com pessoas indisciplinadas, Kathryn?

     Involuntariamente, a lembrança daquele dia no escritório vem à minha mente. Ele disse que eu não era um cachorro porque cachorros sabem obedecer ordens e eu não.

— Elas são castigadas — Khalil responde sua própria pergunta quando continuo calada.

— Do que você… Ei! — Dessa vez ele é mais "gentil", me puxando pela minha mão até um puff no meio de todas as outras coisas abandonadas nessa sala.

     Sem hesitar, Khalil se senta no puff e me puxa para seu corpo. Ele me curva no seu colo. 

— O que você está… Ai! — grito quando o filho da puta me dá um tapa na bunda. — Pare com isso! — Faço menção de sair do seu colo, mas Khalil põe meus braços atrás das minhas costas e os segura lá.

— Quieta. — Como naquele dia, seu tom é baixo e rouco quando dá a ordem. E meu corpo estúpido obedece. Quando vê que parei de lutar, sinto sua mão em meu cabelo, o que me lembra do nosso beijo no corredor.

     A memória se dissolve rapidamente, no entanto, quando Khalil puxa meu cabelo, fazendo minha cabeça se erguer e minhas costas arquearem. Solto um grunhido, mas fico quieta quando sinto seus lábios em meu ouvido.

— Você foi uma garota má, Kathryn. E vai ficar quieta enquanto recebe seu castigo. Entendeu?

— Você é doente.

    Sua risada perversa me causa reações que eu não esperava e finjo não notar meus mamilos enrijecidos.

— Foi você que estava espionando três pessoas fodendo, querida.

— Não importa, você…

     Khalil faz um estalo irritante com a língua.

— Eu disse que você podia continuar falando?

     Calo-me. Não quero obedecê-lo, mas há algo de errado comigo e com esse homem me dando ordens. Ele é a pessoa que eu mais detesto no planeta Terra, por que estou deixando ele falar comigo assim? Por que não estou usando tudo o que aprendi para me livrar do seu controle? A humilhação faz minhas bochechas queimarem furiosamente enquanto encaro o chão e tento não ofegar ou reconhecer como me sinto… estimulada.

— Viu? Não é tão difícil ser obediente.

— Vai se foder.

     O tapa dessa vez é mais forte e eu mordo meu lábio para não gritar.

     Khalil finalmente solta meu cabelo e eu abaixo a cabeça. Para descansar meu pescoço e não para esconder minha vergonha. Não tenho que me envergonhar de nada. É ele que está agindo feito um homem das cavernas. E eu detesto isso.

    Sinto um puxão no meu vestido e depois o ar frio na minha bunda. Ele levantou o meu vestido. E agora estou literalmente com a bunda para fora e lhe dando uma visão e tanta.

— Gosta do que vê? — pergunto secamente quando o silêncio fica insuportável demais.

— Você está sem calcinha.

— Eu não queria que marcasse no vestido. — Sinto a obrigação de me explicar, mas fico com raiva de mim mesma por dar satisfação a ele.

— Ou você estava antecipando outra coisa. — Outro tapa.

      Antes que eu tenha a chance de contestá-lo, sua mão colide com a minha bunda de novo. Eu tenho tentado ignorar a dureza que está pressionada em meu quadril, mas conforme ele me dá mais palmadas, fica difícil de ignorar… Assim como a umidade entre minhas pernas. Eu já estava molhada enquanto observava aquele trio, mas minha situação piorou. Como é possível que meu clitóris esteja pulsando dolorosamente enquanto minha bunda é espancada por esse bruto idiota?

— Não se contenha, Kathryn. — Khalil murmura depois de outro tapa. — Você está gostando disso, querida. A prova está bem aqui. — Dois de seus dedos escorregam diretamente para esse "aqui".

     Eu tremo, fechando meus olhos com força ao sentir seus dedos deslizando sobre a minha boceta molhada. Ok, encharcada. E praticamente implorando pelo seu toque. Não estou pensando quando empurro contra eles, querendo-os dentro de mim, necessitando…

— Até para ser castigada você é desobediente, não é? — Ao falar, Khalil afasta seus dedos e eu gemo de frustração. — Por que eu deveria te dar prazer se você está aqui para ser castigada?

     Ele quer mesmo uma resposta para isso? Tudo o que consigo fazer é me contorcer em seu colo, já não me importando com o fato de que estou me humilhando ainda mais. Ele já viu a prova de que estou excitada. Do que adianta negar?

     Seu próximo golpe é tão forte que faz com que eu me mova um pouco em seu colo e as sensações viajam diretamente para meu clitóris pulsante que está dolorido com todo esse espancamento.

— Responda a pergunta, Kathryn.

     Pergunta? Que pergunta? Ele está falando? Tudo o que meu cérebro semi derretido consegue pensar é em como cada tapa parece me fazer balançar e esfregar meu clitóris em sua perna. O prazer é pouco e doloroso, mas me faz ansiar por cada golpe da sua mão pesada.

— Estou decepcionado — Khalil murmura e me dá mais cinco tapas consecutivos. A falta de intervalo entre eles é precisamente dolorosa e o meu fim.

     Não aguentando mais, deixo um gemido escapar. Quero olhar para Khalil. Ele está gostando de me ter curvada sobre seu colo? Está gostando de me bater? Pelo seu pau duro me cutucando, a resposta é óbvia, mas ainda gostaria de ver seu rosto. Ele está com aquela expressão severa? Pela sua voz, ele parece chateado e posso imaginá-lo franzindo as sobrancelhas em concentração enquanto difere cada golpe na minha bunda maltratada.

      A imagem também me faz gemer.

— Você quer que eu acabe com seu sofrimento, Kathryn?

    Faço que sim, realmente não me importando em admitir. Qualquer coisa. Qualquer coisa para atingir o meu clímax…

— Implore.

— O-o quê? — ofego, abrindo os olhos.

— Você ouviu. Se não implorar, não vou dar o que você quer. Lembra-se do que eu disse naquele dia?

     “Mas tenha em mente que da próxima vez, não serei eu a implorar.” As palavras surgem na minha mente nebulosa. Ele está falando do dia que eu disse para ele implorar.

     Eu deveria ter acreditado nas palavras de Khalil.

     Porque não é ele que está implorando agora.

☠️

Quem tava com sdds de um capítulo grande hein?

QUEM DERA SER CASTIGADA PELO KHALIL, eu seria desobediente pra sempre ksksksks😏🤭

Enfim, esperam que tenham gostado! Até ♥️😘

Terça-feira tem capítulo☠️

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