#12
☞ " #012/ Bebida .', ও
Ela nem lembrava o que havia conversado com qualquer um da festa, só sabia que estava ali, no meio de tudo, se apoiando no balcão enquanto observava os outros dançarem. Mas não conseguia se livrar daquela sensação de que ele estava sempre presente — Ollie. Mesmo que ele não estivesse mais na sua linha de visão, ele ainda ocupava os espaços em sua mente, como um eco que não parava de se repetir.
Com o copo vazio em mãos, Lexie fez um esforço para se levantar, mas o chão parecia tremer levemente sob seus pés. Ela riu sozinha, tentando se convencer de que estava só um pouco alterada, nada sério.
Mas quando ela olhou para as outras pessoas dançando, suas pernas começaram a vacilar e ela se apoiou na mesa mais próxima. Era como se o mundo tivesse desacelerado, mas ao mesmo tempo, girasse de uma forma hipnotizante. Seus pensamentos se embaralhavam, e o que era para ser uma distração momentânea agora a fazia se sentir ainda mais desorientada.
"Eu devia parar...", pensou, mas então o copo estava lá, cheio novamente, e ela não pensou duas vezes antes de dar outro gole. O líquido desceu queimando pela garganta, mas não de um jeito ruim. Era quase confortável.
Quando alguém bateu no seu ombro, ela se virou com um sorriso largo, mas a visão estava um pouco turva demais para que ela pudesse reconhecer a pessoa imediatamente.
— E aí, você tá bem? — a voz veio com um toque de preocupação, e Lexie apenas riu, sem conseguir segurar o riso alto e meio bobo.
— Claro que sim! Eu tô ótima! — respondeu, quase como se estivesse se convencendo de que tudo estava sob controle. Mas quando ela tentou dar um passo, seus pés não acompanharam o ritmo e ela tropeçou, quase caindo de cara no chão, se apoiando com a mão na mesa para não perder o equilíbrio.
Ela soltou uma risada mais alta dessa vez, olhando ao redor para ver se alguém tinha notado. Claro que sim. E aí ela viu ele. Ollie. Não era possível, não podia ser.
Ele estava parado ali, à distância, observando-a com uma expressão que ela não conseguia decifrar. Aquilo a fez parar por um segundo, como se o tempo tivesse voltado a correr normal, mas apenas por um instante.
— Ollie! — ela exclamou, talvez mais alto do que o necessário, chamando sua atenção enquanto começava a andar em direção a ele. Seus passos vacilavam e ela quase derrapou no piso, mas ela não se importava.
Ollie franziu o cenho, parecendo se preocupar, e deu um passo em sua direção, mas Lexie não conseguia fazer nada além de rir sem parar.
— Você está... meio fora de controle, Lexie — ele comentou com uma leve risada, tentando se aproximar para segurá-la antes que ela caísse.
Mas Lexie deu um passo para trás e fez um gesto dramático com a mão, como se tivesse que se convencer de alguma coisa.
— Eu não sou assim, eu sei. Mas... eu só... eu só não sei o que fazer com isso, Ollie. — Ela não sabia se ele estava entendendo ou se estava apenas assistindo à sua confusão de uma maneira quase paciente, mas suas palavras saíram desordenadas.
A bebida tinha deixado suas emoções mais à flor da pele, e, sem querer, ela estava desabafando mais do que queria.
Ela podia ver o desconforto no rosto de Ollie, mas isso só a fez sentir ainda mais a necessidade de se aproximar dele.
— Lexie, você não está pensando direito — ele tentou novamente, com um tom mais sério. Mas ela só queria afastar os pensamentos, queria que ele não visse o que ela estava sentindo.
— Eu só... eu só queria que você me visse, sabe? Só queria... que fosse eu, em vez daquela garota — ela soltou, sem perceber que estava deixando transparecer tudo o que estava se passando em sua mente.
Os olhos de Ollie pareceram brilhar com uma surpresa momentânea, mas logo ele olhou para o lado, como se fosse buscar as palavras certas.
Lexie sentiu um nó na garganta e, para disfarçar, soltou mais uma risada nervosa. Ela não conseguia lidar com aquilo, com as palavras que estavam saindo sem controle, como se a bebida tivesse aberto uma porta que ela nem sabia que estava trancada.
— Eu... eu sou só amiga, né? É isso que eu sou — disse, mais para si mesma do que para Ollie, enquanto se afastava um pouco dele. Ela não queria que ele visse mais disso. Não agora.
E então, sem mais nada para dizer, Lexie virou-se e se afastou, tropeçando um pouco, mas sem se importar. Ela só queria sair daquela festa, sair de tudo, e talvez encontrar uma resposta para tudo o que não conseguia entender.
Mas, antes que ela pudesse dar mais um passo, a escuridão da confusão a engoliu de vez.
[...]
Ollie. Foi no momento em que ele estava indo para a saída, já decidido a voltar para casa, que ele a encontrou. Não foi difícil perceber que ela estava bêbada.
Lexie estava caída no sofá da sala, completamente desleixada, com os cabelos bagunçados e a cabeça jogada para o lado. O copo vazio ao seu lado era mais um sinal de que ela provavelmente havia tentado afogar alguma coisa dentro dela.
Olhando ao redor, Ollie percebeu que a festa já estava diminuindo. Algumas pessoas estavam indo embora, outras se espalhavam pelos cantos, mas o irmão de Lexie, Franco, estava em uma conversa animada no jardim, e Ollie sabia que, se deixasse Lexie ali, alguém iria perceber que ela estava em um estado não exatamente ideal para voltar sozinha.
Ele se agachou ao lado do sofá e, por um momento, ficou ali, olhando para ela.
Ollie suspirou, passando a mão pelo rosto. Ele não queria incomodar ninguém, especialmente seu amigo. Se ele soubesse que a irmã estava nesse estado, a situação ficaria muito mais complicada. Ele não queria que isso se espalhasse.
— Lexie... — ele murmurou, tocando levemente o ombro dela. Ela se mexeu, dando um gemido abafado, mas não acordou.
Ele hesitou por um segundo, depois, com cuidado, a levantou, mantendo a cabeça dela apoiada em seu peito.
Com um esforço considerável, a levantou mais, ajustando-a em seus braços para conseguir levantá-la sem fazer muito barulho.
A rua lá fora estava calma, o ar fresco da noite batia suavemente contra sua pele enquanto ele caminhava em direção ao seu carro.
Era um pouco complicado colocá-la no banco do passageiro, já que ela estava completamente desacordada, mas Ollie conseguiu ajeitá-la sem que ela caísse. Ele fechou a porta do carro com cuidado e então se sentou no banco do motorista, respirando fundo, tentando manter a calma.
.
Quando ele finalmente chegou à casa de Lexie, ele fez o possível para não acordá-la ao tirá-la do carro. Levou-a até a porta da frente com cuidado, sentindo o peso dela em seus braços. Evan não estava à vista, o que lhe deu um pequeno alívio, mas ele sabia que tinha pouco tempo.
Ele entrou pela porta dos fundos, onde Franco nunca costumava passar, e a colocou com suavidade no sofá da sala. A casa estava em silêncio, e o ambiente parecia tão tranquilo comparado ao caos da festa. Ollie sentou-se ao lado dela por um momento, observando-a de perto, enquanto ela ainda dormia pesadamente.
Quando Lexie acordou, tudo parecia girar. Ela não sabia onde estava, nem como tinha chegado ali. O primeiro sentimento que dominou seu corpo foi uma dor de cabeça latejante, como se seu cérebro estivesse tentando escapar da sua cabeça. Ela abriu os olhos lentamente, tentando focar, mas tudo parecia turvo e distante, como se estivesse olhando para o mundo através de uma névoa espessa.
— Lexie... você está bem? — a voz dele a trouxe de volta para a realidade. Ela tentava se lembrar o que havia acontecido, mas a lembrança da festa estava em pedaços, fragmentada.
— Eu... eu não... — Ela tentou se levantar, mas o mundo parecia balançar debaixo dela, e o estômago deu uma reviravolta.
Ollie se levantou rapidamente, mais atento do que ela imaginava. Ele parecia preocupado.
— Fica calma, você está bem. — Ele a ajudou a se erguer, mas ela mal conseguia manter os olhos abertos. Uma onda de náusea tomou conta de repente, a morena meio loira engoliu em seco, sentindo a boca amarga.
— Eu não tô... bem... — Lexie murmurou, agora com a sensação de que o chão estava subindo para encontrá-la. Ela tentava se concentrar, mas o que ela sentia no estômago parecia muito mais urgente.
— Ei, você precisa ir até o banheiro. — Ollie disse, pegando-a pelos ombros com cuidado, mas com firmeza.
— Não... eu não consigo... — Lexie tentou resistir, mas a sensação de que iria vomitar a dominava. Ela começou a se inclinar para frente, sem conseguir controlar. Ollie a segurou mais forte, e então a guiou até o banheiro com passos rápidos, mas gentis.
Ela mal conseguiu alcançar a pia do banheiro antes de se agachar, colocando as mãos sobre a borda enquanto o estômago finalmente cedia. O alívio, quando veio, foi imediato, mas a fraqueza tomou conta dela. A dor de cabeça aumentou, e ela estava suando, a respiração entrecortada.
O mais Velho segurou seu cabelo, massageando suas costas de leve. Quando ela terminou, sentiu-se tão exausta que quase desabou ali mesmo.
— Você vai ficar bem — disse suavemente, mas ela não conseguiu responder. Apenas se recostou na parede, sentindo o estômago ainda agitado.
Ela olhou para ele com um olhar confuso, tentando processar a sensação de desconforto.
— Ollie... — Ela começou, a voz baixa, quase desesperada. — Eu... eu preciso tomar banho. Não consigo... ficar assim.
Havia uma petulância no jeito como ela pediu, como se tivesse perdido o senso de limites ou de vergonha, tudo impulsionado pela mistura de confusão e bebida.
Ollie a olhou com um semblante sério, mas não com desdém. Ele parecia estar lutando com algo dentro de si, tentando encontrar a resposta certa.
— Não, Lexie. — Ele disse firmemente, e a resposta foi imediata. — Você não está em condições de tomar banho sozinha agora. Está bêbada, e... eu não vou deixar você sozinha, não assim.
— Mas... você não pode só me ajudar? — ela insistiu, a voz cheia de uma certa petulância embriagada.
Era como se ela não conseguisse compreender que ele não queria estar em uma situação tão... íntima.
Ollie a olhou, os olhos nublados de preocupação. Ele sabia que não podia ceder àquilo, não naquele estado.
Ele não queria fazer parte de algo que ela poderia se arrepender depois, e sabia que ela não estava em condições de tomar decisões claras.
— Não, Lexie, não é uma boa ideia. — Ele colocou as mãos nos ombros dela, mais para garantir que ela não desmoronasse do que para afastá-la de fato. — Você vai ter que esperar até estar sóbria, e eu vou ficar aqui com você até você melhorar.
A recusa foi clara, mas o jeito como ele a segurou, como se realmente se importasse com o que ela estava sentindo, fez com que ela se aquietasse por um segundo.
Talvez, em seu estado, ela não estivesse em condições de entender completamente, mas uma parte dela sabia que ele estava certo. Ela não estava em condições de se cuidar sozinha.
— Tudo bem... — Ela murmurou, quase como se estivesse derrotada pela própria fraqueza, e então se recostou contra a parede, sentindo as pálpebras pesadas.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top