𝒅𝒐𝒛𝒆. almas entrelaçadas.
DOZE. almas entrelaçadas.
Theo respirou fundo, absorvendo A atmosfera carregada do dormitório de Sonserina. Cada respiração profunda era um esforço para dissipar a inquietação que pairava em seu peito. Determinação, como uma corrente elétrica, percorreu seus pensamentos enquanto ele se erguia da cama com uma urgência silenciosa. O quarto estava envolto na penumbra da manhã, apenas a luz fraca que se filtrava pelas cortinas delineava as formas familiares dos móveis e pertences dos colegas de casa. A aura de Hogwarts, repleta de magia e mistério, sussurrava ao seu redor, mas Theo estava imerso em uma batalha interna. A ansiedade, pesada como um manto, ainda se agarrava a ele, enquanto as incertezas dançavam em sua mente como sombras inquietas.
Num ritmo acelerado, ele se arrumou, escolhendo cada peça de roupa com uma precisão quase automática. Enquanto se preparava para o dia livre que se estendia à sua frente, cada ação era impulsionada pela urgência de enfrentar as questões que permaneciam pendentes com Evie.
A sala comum ainda estava mergulhada em silêncio quando ele a deixou para trás, caminhando pelos corredores de pedra fria. Contudo, em meio a esse turbilhão emocional, a certeza de que enfrentar essas questões com Evie era mais do que uma escolha - era uma necessidade inescapável - empurrava Theo adiante. Ele sabia que encontrar Evie poderia não ser uma tarefa fácil, considerando a agitação cotidiana em Hogwarts mesmo em dias de domingo, mas estava disposto a esperar o momento certo para abordar o assunto delicado. Não queria pressioná-la nem forçar uma conversa desconfortável.
"Está tudo bem, Theo? Parece que sua mente está em outro lugar hoje." , Draco perguntou, enquanto bebia calmamente seu café.
Theo ergueu o olhar para o amigo, esboçando um sorriso forçado. "Apenas algumas coisas para resolver, Draco. Nada demais."
Draco arqueou uma sobrancelha, mas antes que pudesse questionar mais, Pansy se aproximou da mesa, adicionando um toque de sarcasmo à conversa. "Ou talvez seja alguma paixão secreta. Alguma novidade interessante para compartilhar, Theo?"
Theo suspirou, ignorando a provocação de Pans. Ela provavelmente sabia de alguma coisa, porém Theodore estava cansado demais para discutir com Pansy e sua alma fofoqueira. "Apenas assuntos pessoais, nada que valha a pena discutir agora."
O domingo em Hogwarts desenrolava-se lentamente, banhado pela luz suave que penetrava pelas janelas do castelo. Fred, decidido a enfrentar o remorso que o atormentava desde a noite anterior, convidou Evie para um passeio pelos serenos terrenos do castelo. O vento sussurrava entre as árvores, criando uma trilha sonora suave para o cenário que se desdobrava diante deles. Enquanto caminhavam por caminhos tranquilos, a busca por uma compreensão silenciosa entre ambos era evidente. Evie, por sua vez, carregava consigo o peso de confusões internas, dividida entre as lembranças do beijo com Theo e a culpa que a consumia, sabendo que esse era um assunto delicado que poderia machucar Fred.
Fred quebrou o silêncio que pairava sobre eles, decidido a abordar a tensão entre eles. "Evie, sobre ontem à noite... Sinto muito por ter te deixado sozinha na festa. Eu não devia ter ido embora daquele jeito."
Evie, com um olhar sério, respondeu, "Fred, está tudo bem. Você precisava treinar para hoje, e eu entendo completamente."
O vento brincava com os cabelos deles enquanto continuavam a caminhar. Fred suspirou, tentando escolher as palavras certas. "Eu só quero que saiba que me importo muito com você, Eviezinha. Não quero que nada estrague o que nós temos." Evangeline balançou a cabeça, apreciando o vento em seu rosto.
Eles pararam sob a sombra de uma árvore, criando um ambiente mais íntimo. Fred olhou nos olhos de Evie e disse, "O que a gente tem, Evie?"
A jovem Vaillant não sabia o que falar. O que ela tinha com Fred? Eles não eram amigos, porque Evie sabia que Fred gostava dela, porém, eles não chegavam a ser nada a mais que isso. Evangeline apenas temia estar brincando com os sentimentos de Fred e se sentia culpada por isso, mas não quer dizer que falar toda a verdade para ele seria uma coisa fácil de se fazer,
Enquanto o vento frio e as folhas das árvores caiam entre eles, a luz suave do sol criava nuances nos seus rostos, refletindo a complexidade das emoções que tentavam desvendar.
"Evie." , Fred insistiu. "Por favor, fale alguma coisa."
"Eu... eu não sei, Fred. Eu gosto da sua companhia. Mas, não sei..." , Evie suspirou. "Não sei se estou pronta para..." , ela olhou para Fred, tentando observar se ele estava compreendendo onde ela queria chegar.
'Você está confusa."
"É."
Fred olhou profundamente nos olhos de Evie, suas mãos tomando suavemente o rosto dela como se quisesse segurar não apenas a atenção, mas também a confiança dela. A luz do sol destacava as expressões em seus rostos, enquanto o toque de Fred transmitia um misto de compreensão e carinho.
"Evie," disse ele suavemente, "Não importa o que aconteça, estou aqui para você. Seja o que for, quero que saiba que pode contar comigo." O calor reconfortante das palavras de Fred contrastava com a brisa fresca que dançava ao redor deles.
"Eu sei."
Fred preparou-se para entrar em campo, vestindo suas vestes de Quadribol com determinação. Evie, decidindo assistir à disputa, juntou-se a Pansy e Helena nas arquibancadas, criando uma atmosfera de expectativa enquanto aguardavam o início do jogo.
O sol pintava o céu com tons dourados enquanto a partida começava, os jogadores de Grifinória e Lufa-Lufa sobrevoavam o campo em busca da vitória. Evie, entre seus amigos, acompanhava cada movimento com interesse, mas seus pensamentos ainda estavam imersos nas questões emocionais não resolvidas que a assombravam desde a noite anterior.
Enquanto o jogo se desenrolava diante deles, Pansy observou a expressão pensativa de Evie e sussurrou: "O que está te incomodando, Evie?"
Evie suspirou, seus olhos ainda fixos no campo. "É complicado, Pansy. Muita coisa aconteceu recentemente, e eu não sei como lidar com tudo isso."
Helena colocou uma mão reconfortante no ombro de Evie. "Se precisar conversar, estamos aqui para você. Às vezes, dividir as preocupações pode ajudar a clarear a mente."
O jogo prosseguia com intensidade, mas para Evie, o verdadeiro confronto acontecia dentro dela. Entre lances acrobáticos e estratégias astutas, as dúvidas persistentes e os sentimentos entrelaçados continuavam a desafiá-la.
Pansy e Helena trocaram olhares significativos, cientes do beijo entre Theo e Evie, mas decidiram respeitar o espaço da amiga, esperando que ela mesma compartilhasse a experiência quando se sentisse pronta. Evie, por sua vez, ainda relutava em abordar o assunto com suas amigas, mantendo a história guardada em seu íntimo.
Após o jogo de Quadribol, em meio à atmosfera eletricamente carregada pelo empate crítico entre Lufa-Lufa e Grifinória, Evie sentiu um impulso incontrolável de compartilhar com suas amigas o que se desenrolou em sua vida recentemente. O rugido da multidão ainda ecoava pelos terrenos de Hogwarts, mas Evie sentia necessidade de desabafar com as amigas o que há muito tempo guardava dentro de si.
A Vaillant virou-se para Pansy e Helena. "Preciso falar com vocês sobre algo que aconteceu recentemente", confessou, seus olhos refletindo a mistura de emoções que a assombrava. Pansy e Helena, atentas à amiga, assentiram em silêncio, prontas para ouvir o que Evie estava disposta a compartilhar.
"É sobre o Theo", continuou Evie, escolhendo as palavras com cautela. "Naquela noite na festa, eu meio que beijei ele e desde então, eu... não consigo tirar isso da minha cabeça."
Pansy, sorridente, arqueou uma sobrancelha. "Então, finalmente, admite que tem sentimentos por ele?" E Helena estava tão feliz que não conseguia falar nenhuma palavra e nem esboçar nenhuma reação.
Evie suspirou, sentindo o peso da confissão. "Eu não sei. É tudo tão confuso. Eu não queria complicar as coisas entre nós, mas... sinto algo, algo que não sei explicar."
Helena, mais compreensiva, colocou uma mão no ombro de Evie. "É normal ter medo do desconhecido, querida. Mas se você sente algo, é importante enfrentar esses sentimentos e entender o que realmente está acontecendo dentro de você."
Evie assentiu, agradecendo o apoio de suas amigas. "Eu só não quero estragar nossa amizade, sabem? E se ele não sentir o mesmo? E se isso criar um abismo entre nós?"
Pansy sorriu, embora sua expressão permanecesse séria. "Evie, às vezes, precisamos correr riscos para descobrir a verdade. Seja honesta consigo mesma e com o Theo. Melhor saber o que está acontecendo do que viver na incerteza."
O conselho de suas amigas ecoou na mente de Evie enquanto ela refletia sobre as próximas decisões a tomar em relação a Theo.
Ao anoitecer, Theo decidiu dar uma volta pelos jardins de Hogwarts, na esperança de aliviar um pouco sua mente dos pensamentos obscuros de sempre. O vento gélido da noite sussurrava entre as árvores, trazendo consigo uma sensação de serenidade.
No entanto, após percorrer alguns metros para fora do castelo, Theo avistou Evie sentada em uma das pedras do Lago Negro, olhando para a água com uma expressão pensativa. Ele hesitou por um momento, respirando fundo para se acalmar antes de se aproximar.
"Oi.", disse ele, com um tom suave e cauteloso ao se aproximar dela. Seu coração batia rápido, mas ele tentou manter a calma e a compostura.
Evie levantou o olhar ao ouvir sua voz, surpresa com a presença de Theo ali. Ela o encarou por um instante, analisando suas feições e tentando ler o que estava por trás daquela aproximação.
"Oi.", respondeu ela, com um sorriso leve e um misto de curiosidade e apreensão. Ela perguntou a si mesma se aquele encontro era uma coincidência ou se ele estava ali com um propósito específico.
Theo se aproximou um pouco mais, sentando-se na pedra ao lado dela. Havia uma tensão no ar, mas ele estava determinado a esclarecer as coisas da maneira mais tranquila possível.
"Eu... queria falar sobre o que aconteceu na noite passada", começou Theo, escolhendo cuidadosamente suas palavras. Ele não queria parecer invasivo nem forçar Evie a abordar algo que a deixasse desconfortável.
Evie virou-se para encará-lo, seus olhos demonstrando um misto de surpresa e preocupação. Ela se perguntou como Theo abordaria aquele assunto delicado. E veio na mente a conversa que ela teve com Pansy e Helena, Evie deveria ser sincera com ela e com Theo.
"Eu sei que foi estranho, e acho que foi uma situação... Complicada para nós dois.", continuou Theo, tentando ser o mais sincero possível. Ele queria deixar claro que estava ali para conversar e esclarecer as coisas, sem pressioná-la.
Evie assentiu levemente, seu olhar fixo no horizonte do lago. Ela sentia um turbilhão de emoções e pensamentos, tentando processar o que Theo estava dizendo e como ela mesma se sentia em relação à situação.
"Eu não quero que isso cause desconforto entre nós ou afete nossa amizade", disse Theo, olhando para ela com sinceridade. Ele queria que Evie entendesse que estava ali para resolver as coisas da melhor maneira possível, preservando a relação que construíram ao longo do tempo.
Evie respirou fundo, sentindo seu peito arder pelas palavras de Theo. Ela olhou para ele e, com um suspiro suave, disse: "Claro... Nossa amizade."
Theo assentiu, compreendendo a delicadeza da situação. O silêncio se estabeleceu por um momento, apenas interrompido pelo suave murmúrio da água do lago. O olhar de Evie permanecia fixo na superfície reflexiva, enquanto Theodore ponderava sobre como abordar o próximo passo.
"Eu... eu não queria que as coisas ficassem estranhas entre nós. Na festa... foi impulsivo, e eu não deveria ter deixado acontecer daquele jeito", explicou Theo, suas palavras escolhidas com cuidado para não agravar as emoções já presentes.
Evie virou-se para encará-lo, seu olhar buscando entender as intenções de Theo. "Eu também não esperava que... acontecesse. Foi uma surpresa para mim também."
Theo respirou fundo, decidido a ser transparente sobre seus sentimentos. "Não quero que você sinta que precisa explicar algo, Evie. Eu entendo que as emoções podem ser confusas, e não quero pressionar você", afirmou ele, querendo aliviar qualquer tensão que pudesse pairar entre eles.
Evie assentiu, deixando seus pensamentos serem embalados pela serenidade da noite. Seus olhos, fixos na luz prateada da lua refletindo nas águas tranquilas do lago, capturavam a beleza silenciosa do momento.
Theo sentiu, de maneira sutil, que talvez a decisão de abordar a conversa com Evie não fosse sua ideia mais brilhante. Afinal, eles eram amigos de longa data, e agora, de repente, havia esse beijo entre eles. A imagem daquela noite pairava em sua mente: Evie um pouco além dos limites pelo álcool, e ele, de certa forma, seguindo o mesmo caminho. Era como se um véu de névoa cobrisse a lembrança, tornando-a mais difusa, e Theo se perguntava se a situação tinha realmente acontecido ou se era apenas um fragmento embaçado de uma noite peculiar. Contudo, não podia ignorar a tensão que se instaurou entre eles desde então. Essa única troca de carinho tinha complicado uma amizade de anos, deixando-o em um terreno incerto e desconhecido.
"Eu não quero que nada abale nossa amizade. Se precisarmos conversar mais sobre isso, estamos aqui um para o outro, certo?" sugeriu ele, buscando reafirmar o vínculo que compartilhavam.
Evangeline apenas balançou a cabeça, resignada ao silêncio que pairava entre eles. Não havia mais palavras a serem ditas. O beijo trocado com Theo trouxera consigo uma mistura de emoções, e agora ela se via diante da inusitada calmaria que sucedera o turbilhão inicial. O temor que rondava a ideia de "beijar o melhor amigo" revelou-se menos assustador do que ela imaginara. Evie percebeu que, por mais complicada que fosse a situação, havia uma certa naturalidade na conexão que compartilhavam, uma familiaridade que transcendia a amizade.
Enquanto Evie processava esse novo capítulo nessa confusão que tinha com Theo. E Theodore, por sua vez, sentia um misto de confusão e questionamentos. Ele ponderou sobre a dinâmica que tinham, o que esse beijo significava para ambos. Ainda que o álcool pudesse ter influenciado aquele momento, havia algo inegavelmente genuíno em sua ligação. Porém, ele temia que Evie não se sentia da mesma forma e enterrou bem no fundo do seu coração.
Enquanto o silêncio pairava entre eles, uma brisa suave varreu a beira do lago, carregando consigo a calma da noite. Evie quebrou o silêncio, sua voz suave cortando o ar noturno.
"Theo, não precisamos complicar as coisas. Somos amigos, certo?" Ela buscava manter a leveza, mesmo diante da complexidade do que acabara de acontecer.
Theo assentiu, mas seus olhos revelavam uma mistura de sentimentos. "Sim, amigos. Eu só não quero que isso que aconteceu afete o que temos, Evie."
Ela sorriu compreensivamente, captando a preocupação nos olhos dele. "Theo, está tudo bem. Vamos apenas seguir em frente, como sempre fizemos. Sem dramas."
Pansy e Draco observavam a interação dos amigos a uma distância segura, uma distância suficiente para captar as palavras trocadas, ou pelo menos tentativas de diálogo. Era quase triste presenciar aquela cena se desenrolando. Escondidos por trás de um arbusto próximo ao lago, Draco e Pansy trocavam sussurros, compartilhando suas observações sobre as decisões de Theo. Era evidente para ambos que Evie já havia tomado a iniciativa e enviado sinais claros a Theodore, mas lamentavelmente, ele ainda não parecia ter se dado conta disso.
Pansy lançou um olhar significativo para Draco, com uma expressão que misturava compaixão e preocupação. Ela sussurrou, "Draco, parece que Theo está um pouco perdido nessa situação. Evie deixou pistas óbvias, mas ele ainda não enxerga."
Draco concordou com um aceno discreto, seus olhos fixos no amigo em meio à conversa com Evie. "Theo precisa acordar para a realidade. Evie já fez a parte dela."
Pansy concordou, mas seus olhos também demonstravam um toque de melancolia. "Às vezes, as pessoas só enxergam o que querem ver, mesmo quando a verdade está bem diante delas. Espero que Theo perceba antes que seja tarde demais."
Na sequência dos dias que sucederam o encontro no Lago Negro, Theo e Evie se esforçavam para manter uma aparente normalidade em suas interações. No entanto, uma tensão sutil pairava entre eles, uma correnteza de emoções não resolvidas que se manifestava em cada olhar furtivo e sorriso contido.
Evie tentava, em vão, convencer-se de que o beijo fora um equívoco passageiro. Seus pensamentos se tornavam um emaranhado de confusões sempre que se aproximava de Theo. Cada troca de olhares desencadeava uma mistura de sensações que ela tentava ignorar, mas que persistia, como um murmúrio constante em seu peito.
Theo, por sua vez, buscou refúgio nos estudos e nas atividades diárias de Hogwarts, tentando criar uma barreira entre ele e os sentimentos confusos que continuavam a assombrá-lo. Cada pensamento em Evie era acompanhado por um turbilhão de dúvidas e questionamentos sobre a natureza de sua relação.
Apesar dos esforços para manterem o silêncio sobre o assunto, amigos próximos notavam a mudança na dinâmica entre eles. Optando por respeitar a privacidade do casal de amigos, decidiram não interferir, observando à distância enquanto Theo e Evie navegavam pelas águas turbulentas de suas emoções.
Em seus momentos juntos, as conversas eram tingidas por uma tentativa de normalidade. No entanto, os olhares intensos revelavam para todos o que estava acontecendo entre eles. Mesmo em meio à rotina agitada de Hogwarts, breves encontros visuais transmitiam a complexidade daquilo que não ousavam abordar verbalmente.
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