𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝘄𝗼 | começo da eternidade.
CAPÍTULO DOIS.
── ❝começo da eternidade.❞
Após tudo o que aconteceu na clareira, Lilith não perdeu tempo com explicações ou despedidas. Com um movimento suave, mas firme, ela segurou a mão de Emmett e puxou-o para junto de si. Sem dizer uma palavra, ela começou a correr com ele a uma velocidade sobrenatural, tão rápida que a paisagem ao redor deles tornou-se um borrão de cores e formas. Emmett, que geralmente adorava correr, sentiu-se em parte intrigado e em parte fascinado por aquela mulher que, de alguma forma, dominava até o ritmo de sua própria velocidade.
O silêncio entre eles era absoluto, exceto pelo som do vento cortando o ar ao redor. Emmett não perguntou nada, apenas confiou na direção que ela escolheu, algo em seu instinto dizendo-lhe que, naquele momento, o melhor era deixá-la liderar.
Quando finalmente pararam, estavam no topo de uma montanha isolada, cercados por árvores imensas e com uma vista espetacular de vales cobertos de neblina. A luz da lua iluminava o cenário, criando uma atmosfera quase mágica. Lilith soltou a mão de Emmett e caminhou até a borda do penhasco, onde parou, olhando para o horizonte com uma expressão indecifrável.
Emmett a observou por um momento, tentando entender o que estava passando pela mente dela. Ele estava acostumado a ser direto, a dizer o que pensava, mas algo em Lilith o fazia hesitar. Ela parecia tão intocável, tão misteriosa, que ele não sabia ao certo como iniciar uma conversa.
Finalmente, ele quebrou o silêncio.
── Por que me trouxe aqui? ── perguntou ele, sua voz ecoando levemente no vazio ao redor. ── O que está acontecendo, Lilith?
Ela não respondeu imediatamente. Em vez disso, inclinou a cabeça para trás, fechou os olhos e respirou profundamente, como se estivesse absorvendo a energia da noite. Quando finalmente falou, sua voz era calma, mas carregada de algo mais profundo.
── Precisava de um momento longe daquela confusão ── disse ela, sem olhar para ele. ── A clareira estava cheia de emoções, cheia de decisões impensadas. Queria um momento para respirar... e para entender você.
Emmett franziu a testa, confuso.
── Entender a mim? ── ele perguntou, dando um passo em direção a ela. ── O que há para entender?
Lilith finalmente se virou para encará-lo, seus olhos negros brilhando na luz da lua. Havia algo em seu olhar que fazia o coração de Emmett acelerar, algo que ele nunca tinha visto antes.
── Você é meu companheiro ── disse ela, com uma simplicidade que contrastava com a intensidade de suas palavras. ── E ainda assim, somos completamente diferentes. Preciso saber se podemos realmente funcionar juntos. Preciso saber se vale a pena.
Emmett piscou, surpreso. Ele nunca imaginou que ouviria essas palavras dela, tão diretas e vulneráveis de certa forma. Ele deu outro passo em direção a ela, até que estavam a poucos centímetros de distância.
── Vale a pena, Lilith ── disse ele, sua voz firme. ── Não sei como funciona isso de companheiros de alma ou o que significa exatamente, mas sinto que vale a pena. Eu sinto isso desde o momento em que você apareceu.
Lilith observou-o por um longo momento, como se estivesse tentando decidir se acreditava nele. Então, finalmente, um pequeno sorriso curvou seus lábios.
── Talvez você esteja certo, grandalhão ── disse ela, sua voz suavizando um pouco. ── Mas ainda assim, eu gosto de testar os limites. E você, Emmett Cullen, será o maior teste de todos.
Antes que ele pudesse responder, ela se afastou novamente, olhando para a vista da montanha. Emmett percebeu que Lilith era um enigma, e ele estava mais do que disposto a gastar sua eternidade desvendando cada pedaço dela.
Lilith quebrou o silêncio novamente, sua voz baixa, mas carregada de um peso imenso. Ela estava voltada para a vastidão da noite, mas Emmett podia sentir a intensidade de suas palavras como se fossem dirigidas diretamente a ele.
── Eu sou velha, muito velha ── começou ela, sua voz carregando um tom de melancolia que Emmett não esperava. ── Mais velha do que qualquer coisa que você já viu ou possa imaginar. O ser mais velho que existe nesta Terra.
Emmett ficou em silêncio, observando-a, sentindo a profundidade nas palavras de Lilith, mas sem saber como responder. Ela parecia ser mais do que uma vampira poderosa — ela era algo ancestral, algo que transcendia o tempo de maneiras que ele não compreendia.
Ela olhou para ele por um momento, como se pesasse a reação dele antes de continuar.
── Esse... é o meu castigo ── disse ela, de forma quase vaga, como se as palavras estivessem vindo de um lugar profundo e pessoal. ── Vagar pelo mundo, ver todas as coisas que mudam enquanto eu permaneço a mesma. Sem nunca morrer, sem jamais poder deixar esse ciclo de dor e solidão.
Lilith deu um passo atrás, seus olhos agora voltados para as estrelas que cintilavam acima. A expressão em seu rosto era uma mistura de resignação e algo mais, algo que Emmett não conseguia identificar, mas sentia fortemente.
── Eu pensei que nunca teria alguém, que sempre estaria sozinha. Como uma espécie de punição, uma condenação eterna.
Ela deixou as palavras pairarem no ar, um silêncio pesado tomando conta do ambiente enquanto Emmett tentava entender o que ela estava compartilhando. Ele nunca imaginou que uma vampira tão imponente tivesse uma história tão carregada de sofrimento.
Finalmente, Lilith se virou para ele, e seus olhos fixaram os dele com uma intensidade avassaladora.
── E agora, eu tenho você ── disse ela, quase como uma constatação, como se estivesse ainda tentando processar o significado disso. ── Eu... não entendo como isso aconteceu, como você apareceu em minha vida, mas uma coisa é certa: agora que você está aqui, jamais vou deixá-lo ir. E espero que você entenda isso.
Emmett não sabia o que dizer, mas sentia uma mistura de compreensão e respeito por ela. Ele sabia que, por mais que fosse sua companheira, Lilith não era alguém fácil de lidar — e também não queria que ela fosse. Ela tinha sido moldada pelo tempo, pelas experiências e pelas dores que só alguém com sua longevidade poderia conhecer.
Lilith deu um sorriso enigmático, mas dessa vez não era apenas um sorriso de confiança ou malícia. Havia algo vulnerável nele, algo que ela raramente deixava transparecer.
── Eu sou egoísta demais para algum dia deixar você ir ── ela continuou, sua voz agora mais suave, mas sem abrir mão de sua firmeza. ── Então, se você está se perguntando, sim, eu sou egoísta o suficiente para querer você ao meu lado para sempre.
Emmett engoliu em seco, sentindo o peso de suas palavras. Era como se Lilith estivesse oferecendo a ele uma parte de sua alma — algo tão profundo e complexo que ele nunca poderia compreender por completo. E ainda assim, ele sentia uma conexão com ela, algo que era mais forte do que qualquer coisa que ele já havia experimentado.
Lilith deu um passo mais próximo de Emmett, seus olhos não mais enigmáticos, mas, de certa forma, vulneráveis, como se estivesse revelando uma parte de si mesma que raramente permitia que os outros vissem.
── Eu sei o que estou dizendo, Emmett ── ela sussurrou. ── Não me peça para mudar. Eu sou o que sou, e não posso mudar isso. Se você deseja ficar comigo, então, saiba que será para sempre. Se você for embora... se algum dia decidir ir embora, eu... Eu não sei o que faria. Eu não sou boa com despedidas, mas acredite, você nunca será capaz de me deixar se decidir partir.
Havia algo inconfundível na maneira como ela falou, uma promessa implícita e um aviso claro. Ela não cederia, ela não o deixaria ir. E, de alguma forma, isso deixava Emmett mais confuso e fascinado. Ele nunca pensou que sua eternidade seria preenchida com alguém tão imponente e complexa quanto Lilith, mas agora, sentia que não poderia imaginar a vida sem ela ao seu lado.
A sensação de inevitabilidade pairava entre eles, como uma força invisível, mas forte, que os unia de maneiras que ele ainda não conseguia compreender completamente.
Emmett olhou nos olhos de Lilith, sentindo a sinceridade e a intensidade em suas palavras, e, sem hesitar, respondeu com firmeza, sua voz cheia de uma certeza que ele nunca imaginou que teria.
── Eu seria um completo louco se algum dia pensasse em ir embora ── disse ele, o olhar determinado. ── Eu prometo, Lilith, que jamais partirei.
Aquelas palavras saíram de sua boca com uma naturalidade assustadora, como se já estivessem presas em seu coração desde o momento em que ela entrou em sua vida. Eles mal se conheciam, mal sabiam sobre as histórias um do outro, mas algo muito profundo dentro dele sabia que aquela promessa não precisava de explicações. E talvez fosse exatamente isso que os tornava tão conectados. Emmett nunca havia feito uma promessa tão forte, tão imutável, mas com ela, com Lilith, tudo parecia fazer sentido.
Era estranho, ele sabia. Eles tinham vivido tantas vidas, tantas experiências separadas, e ainda assim, ali estavam, fazendo promessas de amor eterno, como se o tempo e as distâncias não significassem nada. Eles ainda estavam apenas começando a entender um ao outro, mas a ideia de construir algo juntos parecia inevitável, como uma força natural que não podia ser negada.
Lilith olhou para ele, sua expressão ainda difícil de decifrar, mas havia uma leve suavidade em seu olhar. Talvez fosse a primeira vez que ela realmente acreditava em algo que não fosse sua própria solidão. Ela não sabia o que o futuro traria, mas algo em Emmett a fazia acreditar que talvez, finalmente, ela não estivesse tão sozinha quanto pensava. Ele a havia escolhido, sem questionar, sem hesitar. E aquilo, por mais incomum que fosse, era mais real do que qualquer coisa que ela já experimentara.
── É... estranho, não é? ── disse Emmett, com um sorriso, quase rindo da situação. ── Nós nem nos conhecemos direito, mas já estamos fazendo promessas de amor eterno. Mas eu não me importo.
Lilith, por um momento, apenas o observou, e então, sem dizer uma palavra, um sorriso quase imperceptível surgiu em seus lábios, como se ela estivesse finalmente aceitando essa conexão, esse vínculo que os unia, apesar de tudo.
── Não precisa de explicações, Emmett. Não para nós. ── A voz dela era suave agora, cheia de uma sinceridade inesperada. ── Só seres sobrenaturais entendem a complexidade de ter um companheiro. A intensidade dos sentimentos... não é algo que se possa compreender de imediato, mas com o tempo, você saberá. Nós, os imortais, sabemos que o que temos é algo raro. E é isso que faz com que valha a pena.
Ela deu um passo para mais perto dele, quase tocando-o, sentindo o calor que emanava dele. Era uma sensação única para ela, que havia se acostumado a andar sozinha durante tanto tempo. Agora, com Emmett, tudo parecia ter um propósito maior, algo que ela nunca havia esperado.
Emmett olhou para ela, e pela primeira vez em muito tempo, ele se sentiu em paz com algo. Com tudo. Ele sentia que essa conexão não era apenas um acaso, mas parte de algo maior. Algo que os uniria para sempre.
── Eu entendo, Lilith ── disse ele, sua voz cheia de emoção. ── Eu não posso explicar, mas eu entendo. E sei que isso é o que importa.
Os dois ficaram ali, em silêncio, absorvendo o peso de suas palavras e a profundidade de seu vínculo recém-formado. Não havia necessidade de mais promessas, mais explicações. Eles tinham a eternidade à frente, tempo mais do que suficiente para se conhecerem, para descobrirem o que o futuro prepararia para eles.
E, enquanto o vento sussurrava nas árvores ao redor, e as estrelas brilhavam como testemunhas distantes, Emmett e Lilith souberam, naquele momento, que aquilo era apenas o começo de algo imenso e indestrutível.
Lilith e Emmett se sentaram em silêncio no chão, as costas contra a base de uma árvore, como se o mundo ao redor de ambos tivesse parado de girar. A noite estava lentamente desaparecendo, e a luz suave da aurora começava a tingir o horizonte de cores suaves. Lilith, ainda ao lado de Emmett, apoiou sua cabeça no ombro dele, um gesto simples, mas que carregava uma intimidade profunda que ambos estavam começando a compreender.
Eles não falavam, apenas estavam ali, compartilhando um momento de calma, observando o mundo ao redor deles transitar entre as sombras da noite e a luz do novo dia. Era algo que transcendia as palavras, uma paz inesperada que ambos nunca haviam experimentado com alguém. O vento leve acariciava suas peles imortais, e, por um breve momento, parecia que o tempo havia se esticado para eles, dando-lhes a oportunidade de simplesmente ser.
Emmett sentiu a suavidade do cabelo de Lilith contra seu pescoço e percebeu que, ao contrário dele, ela não emitia o brilho peculiar que caracterizava os vampiros da sua espécie. Ela não brilhava como diamante ao primeiro toque do sol. Ele se lembrou de suas próprias reflexões brilhando sob a luz, algo que sempre o fascinou e que o fez se sentir único entre os vampiros. Mas Lilith... ela era diferente.
Ele não pôde deixar de perguntar, curioso, mas com um tom suave.
── Eu achei interessante, Lilith... você não brilha ao sol. Nunca vi um vampiro como você.
Lilith levantou a cabeça do ombro de Emmett e olhou para ele com um sorriso enigmático, seus olhos brilhando com algo entre mistério e sabedoria.
── Não, eu não brilho ── ela respondeu com uma leveza na voz. ── Eu sou como você, Emmett. Eu sou... diferente. Como já te disse, eu sou a única da minha espécie. Não há outro vampiro como eu. Nunca houve.
Emmett olhou para ela, a expressão cheia de curiosidade.
── Mas, e se houvesse outro vampiro da sua raça? Ele também não brilharia, certo? ── ele perguntou, interessado em saber mais sobre ela e sua natureza.
Lilith pensou por um momento, observando o céu enquanto os primeiros raios solares surgiam no horizonte, tingindo o mundo com a luz dourada da manhã. Seus olhos, sombrios e profundos, refletiam a serenidade da paisagem.
── Sim, é provável que ele também não brilharia ── disse ela, sua voz calma. ── Mas, como você sabe, não há outro transformado como eu. Eu sou a única, e isso, de certa forma, é o que me torna única. Não sabemos o que aconteceria se houvesse outro da minha raça. E, francamente, não sei se algum dia saberemos.
Emmett permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de Lilith, as complexidades que ela trouxe consigo, e ao mesmo tempo, o desconforto de saber que ela carregava essa solidão. Ela estava sozinha em sua própria existência, única de um modo que ele nunca imaginara.
Ele a olhou com mais atenção, sentindo uma admiração crescente pela vampira diante dele, com sua história única, seu mistério e sua força. Ela era um enigma, mas ele queria estar ao seu lado para descobri-la, para entender tudo o que ela era.
── Você é única, Lilith ── disse ele, de uma forma que soava quase reverente. ── E, talvez, isso só a faça mais incrível.
Ela olhou para ele com um sorriso discreto, como se suas palavras tocassem algo profundo dentro dela, algo que ela raramente permitia que os outros vissem. O brilho da luz solar começou a se intensificar, mas Lilith permaneceu ali, imutável, enquanto Emmett continuava a brilhar suavemente ao seu lado, sua pele iluminada pelos primeiros raios dourados.
O silêncio entre eles voltou, mas não era mais vazio. Era o silêncio do entendimento, do vínculo que começava a se formar, algo que nem o tempo nem o sol poderiam apagar.
Enquanto o sol começava a tomar seu lugar no céu, tingindo tudo ao redor com seus primeiros raios dourados, o silêncio entre Emmett e Lilith se fez novamente, mas dessa vez, ele estava carregado de algo mais pesado, mais sombrio. O que estava prestes a acontecer pairava no ar, como uma tempestade se formando no horizonte.
Foi Lilith quem quebrou o silêncio desta vez, a voz dela profunda e firme.
── Eu não vou participar da guerra, Emmett ── ela disse, sem rodeios, sua expressão séria. ── Mesmo que sejamos companheiros, mesmo que o destino tenha me trazido até você... eu tenho meus princípios, e não posso ir contra eles.
Emmett olhou para ela, seu olhar agora refletindo uma compreensão silenciosa. Ele sabia que Lilith era imbatível em seus próprios ideais e que tentar forçá-la a algo que fosse contra sua natureza não faria sentido. E, ao mesmo tempo, ele sabia que isso não mudaria o que eles tinham. Não mudaria quem ela era para ele. Mas, ao mesmo tempo, a guerra estava se aproximando. Ele teria que lutar, teria que estar ao lado de sua família, e aquilo parecia inevitável.
── Eu entendo, Lilith ── disse ele, a voz cheia de sinceridade. ── Eu jamais pediria para você fazer parte de algo que você é contra. Isso é algo que respeito profundamente.
Eles permaneceram em silêncio por um momento, observando o céu clarear mais a cada instante. Emmett sentia que a tensão da situação, a aproximação da guerra, estava consumindo seus pensamentos. Mesmo sabendo que Lilith não estaria ao seu lado nesse conflito, ele não podia deixar de pensar em sua família, nos laços que os uniam, e na obrigação de protegê-los.
── Mesmo assim... eu tenho que lutar, ao lado da minha família ── ele continuou, com um suspiro. ── Não posso deixar de fazê-lo. Mas sei que nem todos estão felizes com isso. Alguns de meus irmãos e irmãs... não compreendem por completo o que está acontecendo. E o que estamos prestes a enfrentar.
Lilith o olhou com uma expressão calma, mas que carregava uma sabedoria que ele sabia que vinha de uma longa existência. Ela sabia o que ele estava passando, o dilema de estar entre o amor pela família e a dor de saber que nem todos estavam prontos para enfrentar o que viria.
── Guerra nunca é simples, Emmett ── ela disse, sua voz mais suave agora. ── Ninguém sabe realmente o que é lutar até que se veja no meio dela. E mesmo quando se está em guerra ao lado de quem se ama, há sempre as consequências. Você sabe disso melhor do que qualquer um.
Ele assentiu, a expressão carregada de preocupação. Ele sabia que, mesmo com toda a força que sua família possuía, havia uma linha tênue entre a sobrevivência e a destruição. E os sentimentos envolvidos, os laços entre eles, tornavam tudo ainda mais complicado.
── Mas o que posso fazer, Lilith? ── Emmett perguntou, a dúvida em seus olhos. ── Eu não posso simplesmente ficar de fora enquanto minha família se arrisca. Não posso deixar os outros lutarem sem eu estar lá para proteger.
Lilith observou-o, os olhos escuros como a noite, e ela o compreendeu de uma forma que poucas pessoas poderiam. Ela sabia o que ele sentia, sabia da dor que ele carregava. Porém, também sabia que ele tinha a coragem de lutar, e isso não poderia ser questionado.
── Eu entendo, Emmett ── ela disse, e seus olhos brilharam por um momento com um toque de ternura, algo raro nela. ── Só tenha em mente que, em toda guerra, há perdas. Há escolhas que nunca podem ser desfeitas. Eu não posso me envolver nisso, porque eu já vi o que as guerras fazem. E sei que você, por mais que queira proteger sua família, vai ter que lidar com as consequências de tudo isso.
Emmett sentiu um nó se formar em seu estômago. Ele sabia que Lilith tinha razão. A guerra traria sofrimento, traria perdas, e ninguém, por mais forte que fosse, poderia escapar disso. E, ao mesmo tempo, ele sabia que ele não poderia fazer nada para impedir o que estava por vir. A luta pela sobrevivência seria inevitável.
── Eu só espero que, quando tudo acabar, todos ainda estejamos aqui ── Emmett disse, sua voz baixa, cheia de uma tristeza que ele não conseguia esconder. ── Mesmo que a guerra nos mude, espero que possamos ficar juntos.
Lilith não respondeu imediatamente, mas quando o fez, sua voz estava carregada de uma suavidade que raramente demonstrava.
── Não há garantias, Emmett. Mas, no final, o que importa é o que você escolhe fazer enquanto a luta acontece. E o fato de você estar aqui, ao meu lado, já me diz mais do que mil palavras.
Com isso, os dois ficaram em silêncio mais uma vez, observando o sol agora alto no céu, brilhando com força. O futuro estava incerto, mas algo dentro deles dizia que, independentemente do que acontecesse, eles estariam prontos para enfrentar juntos o que o destino lhes reservasse.
Emmett então envolveu Lilith com os braços, puxando-a para mais perto e abraçando sua cintura com delicadeza, como se quisesse protegê-la de todo o peso do mundo que pairava sobre eles. Ela se acomodou em seus braços, descansando a cabeça contra seu peito, e os dois ficaram ali, em silêncio, enquanto o sol brilhava sobre eles, aquecendo suas peles imortais.
Seus pensamentos estavam distantes, perdidos nas incertezas do que o futuro traria, nas batalhas que se aproximavam e nos dilemas que ambos carregavam. Mas, naquele momento, nada disso importava. O que importava era o fato de que eles estavam juntos, compartilhando aquele espaço, aquele momento. A guerra, as lutas, os perigos... tudo parecia distante enquanto olhavam o horizonte, onde o céu e a terra se encontravam.
Lilith, com sua eterna solidão e mistério, e Emmett, com sua força e lealdade à família, agora estavam entrelaçados de uma forma que nem o tempo poderia desfazer. O vínculo que começava a se formar entre eles era poderoso, como uma corrente invisível que os conectava de maneira que eles ainda estavam começando a entender. Mas, no fundo, ambos sabiam que aquele era apenas o começo.
Eles estavam iniciando uma nova jornada, uma jornada que, por mais desafiadora que fosse, os manteria unidos. O elo entre eles, mais forte do que qualquer palavra, mais profundo do que qualquer explicação, jamais seria quebrado. Eles haviam encontrado algo único, algo que transcendeu as regras e os destinos que pareciam traçados para todos os outros. O destino deles estava agora entrelaçado, e nada poderia separá-los.
Emmett olhou para o horizonte, onde o céu estava tingido de tons de laranja e rosa, enquanto o mundo ao redor deles continuava sua marcha inevitável. Mas ali, naquele momento, ao lado de Lilith, ele sabia que, independentemente de tudo o que viria, eles enfrentariam juntos. E aquilo, por mais simples que fosse, era mais do que o suficiente.
O início de suas vidas juntos estava apenas começando, e, no fundo, ambos sabiam que não havia mais volta. O caminho à frente poderia ser cheio de obstáculos, mas o que realmente importava era que eles agora estavam lado a lado, e esse elo era inquebrável.
Simplesmente Lilith já deixando claro pra Emmett que ele jamais poderá fugir dela.
3788 palavras.
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