♡˖꒰008𝐎𝐧𝐝𝐞 𝐨 𝐒𝐢𝐥𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐨 𝐅𝐚𝐥𝐚 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐀𝐥𝐭𝐨
Capítulo oito
Silêncios que gritam
★
' Because the truth can be more painful." . . ❜
Já haviam se passado cinco dias desde o acidente. Cinco dias de tortura silenciosa, presa a uma cama de hospital, com nada além do som dos monitores e as conversas abafadas dos corredores para me fazer companhia, além é claro da minha mãe e irmão. Agora, finalmente, a espera tinha acabado.
Eu estava sendo liberada — claro, com uma lista rigorosa de recomendações médicas que pareciam mais um lembrete constante de que minha vida nunca voltaria ao normal. Se antes eu já vivia com limitações, agora havia um peso ainda maior sobre mim.
— Pronta para ir, querida? — A voz da minha mãe era doce.
Assenti, oferecendo um sorriso que tentava ser convincente. Sem dizer mais nada, segui seus passos pelo corredor iluminado.
Respirei fundo assim que saí do hospital, sentindo o ar frio e úmido de Forks invadir meus pulmões. Era o tipo de clima que me fazia querer me encolher embaixo de uma coberta com uma xícara de chá, mas hoje, mesmo o desconforto parecia uma espécie de liberdade.
Anthony estava estacionado na frente, com o motor ligado, claramente tentando disfarçar a impaciência enquanto mexia no volante. Suponho que mamãe tenha pedido a ele pegar o carro.
Com a ajuda dela, subi no banco de trás do carro. Não que eu realmente precisasse de ajuda, mas vi a preocupação estampada no rosto dela. Era mais fácil simplesmente aceitar.
— Finalmente, Ada! — Anthony começou, enquanto dava partida no carro. — Não aguento mais ter que ir para a escola sozinho, sem minha pequena irmãzinha para me fazer companhia.
Sorri, revirando os olhos de leve. Esse era um dos raros momentos em que mamãe o deixava dirigir com ela no carro, o que só mostrava o quanto o dia era especial.
— Você só está com saudade porque precisa de ajuda para escrever sua redação de História da Arte. — Minha resposta veio acompanhada de uma risadinha, e observei o rosto dele se contorcer em uma expressão de falsa indignação. Até mamãe não conseguiu segurar a risada.
Apesar da breve conversa, o carro logo mergulhou em um silêncio. Não era desconfortável — pelo contrário, parecia um acordo tácito entre nós, como se cada um precisasse de um momento para organizar os próprios pensamentos.
Eu não estava exatamente em condições de ser falante. Por mais que me esforçasse, algo dentro de mim parecia travar, especialmente com a ideia de estar em um carro novamente.
O simples balanço da estrada já era suficiente para me deixar inquieta, então fiz o que pude para desviar minha mente, tentando me agarrar a lembranças boas. Meu violino. Deus, eu sentia falta de tocar.
Quando finalmente chegamos em casa, uma onda de alívio me envolveu. Meus olhos deviam estar brilhando, porque, pela primeira vez em dias, senti uma fagulha genuína de felicidade. .
— Finalmente... — murmurei, enquanto me jogava no sofá macio.
— Me diga, que boatos se espalharam pela escola desde o acidente? — perguntei, deixando a curiosidade escapar. Anthony, sentado ao meu lado, logo abriu um sorriso animado.
— Bem... na verdade, tenho sido constantemente interrogado pelos nossos colegas sobre o seu estado. Mas os boatos? Ah, esses são uma obra-prima de criatividade.
Uns dizem que você perdeu as duas pernas e está se recusando a voltar para a escola. Outros têm certeza de que você está completamente desfigurada. — Ele balançou a cabeça dramaticamente, e não consegui evitar a risada que escapou.
— Eles são realmente criativos. — Mamãe apareceu na sala com impecável timing, entregando a cada um de nós uma xícara de chocolate quente. Perfeito. Ao primeiro gole, soltei um gemido de pura satisfação. Depois de dias de chá e suco de laranja no hospital, aquilo era praticamente ambrosia.
— Ah, mãe, nem queira saber — disse Anthony, colocando a mão no ombro dela, em um tom conspiratório que me fez rir de novo.
Depois de terminar o chocolate quente, decidi ir para o meu quarto. Assim que entrei, meus olhos foram direto para ele: meu violino, repousando onde o havia deixado. O peguei com cuidado como se fosse um velho amigo que eu não via há anos.
— Eu estava com tantas saudades de você... — sussurrei, sentindo minha voz tremer levemente.
Posicionei o arco com delicadeza e comecei a tocar uma música que havia composto meses atrás. A melodia era familiar, como um abraço acolhedor, e conforme os primeiros acordes preenchiam o ar, fechei os olhos.
De repente, nada mais existia. Não havia hospital, nem dores, nem o peso sufocante do acidente ou o avanço implacável da minha doença. Apenas eu e as notas flutuando no espaço, carregando tudo o que eu não conseguia dizer em palavras.
Quando terminei, uma lágrima gelada escorreu pelo meu rosto. Não era tristeza, mas um tipo raro de felicidade. Eu estava viva. Contra todas as probabilidades, eu estava aqui — e naquele momento, isso era tudo que importava.
[...]
— Pare de ser um mau perdedor, Anthony. — Cruzei os braços e encarei meu irmão, que ainda tentava me convencer de que eu havia trapaceado no xadrez.
— Eu sei que você roubou, irmã! — retrucou ele, fungando dramaticamente, como se estivesse à beira de um colapso. Meu Deus, esse garoto era uma novela ambulante.
— Hora de dormir, crianças. Amanhã tem escola. — A voz firme de mamãe cortou o momento, e ela lançou um olhar significativo para nós dois.
— Melhor mesmo mãe. A Ada estava trapaceando. Boa noite. — Anthony saiu da sala com ares de indignação teatral, desaparecendo no corredor antes que eu pudesse rebater.
— Ele ainda é um péssimo perdedor. — Mamãe comentou, rindo.
Assenti, me lembrando de como, quando éramos crianças, eu costumava deixar Anthony ganhar só para evitar as lágrimas e os dramas. Claro, isso não durou muito. Depois de um tempo, comecei a achar que ele precisava aprender a lidar com derrotas — por mais hilárias que fossem suas reações.
— Boa noite, mãe. — Lhe-dei um sorriso e fui para o meu quarto.
Vesti meu pijama quente e confortável, o tipo que parece um abraço em forma de roupa, e me deitei na cama. Já tinha tomado os remédios que o Dr. Cullen receitou, e a ausência da dor era uma bênção. Me aconcheguei entre os cobertores, sentindo a maciez me envolver, e o sono não demorou a chegar.
[...]
Edward Cullen ainda se perguntava por que estava ali. Desde o acidente de Adalynn Collins, ela havia se tornado um pensamento persistente, uma presença silenciosa em sua mente que ele não conseguia afastar. Era irracional — desconcertante, até — estar tão preocupado com alguém que ele mal conhecia.
O alívio veio quando Carlisle confirmou que a garota estava se recuperando bem. Mas, mesmo assim, algo o mantinha inquieto. Agora, ele estava ali, oculto pela escuridão, empoleirado em um galho de uma árvore que dava visão direta para o quarto dela. A distância parecia segura, o suficiente para ele ouvir as batidas suaves e ritmadas de seu coração.
Esse som o tranquilizava mais do que deveria.Edward sentiu o impulso de se aproximar, de ver o rosto dela mais de perto, apenas para ter certeza absoluta de que ela estava bem, que teria uma noite de sono tranquila.
Ele se recusava a admitir o quanto aquilo significava para ele. Na mente, tentava se convencer de que tudo era apenas uma questão de responsabilidade, de compaixão.
Ele relembrou a noite no hospital. Havia ido até lá apenas para verificar sua condição, ou pelo menos era o que dizia a si mesmo.
Ficou à sombra do quarto, observando-a respirar, cada movimento suave do peito reforçando que ela estava viva. Quando sua mãe retornou, ele desapareceu tão silenciosamente quanto chegara, mas não sem uma pontada de frustração.
E agora estava de volta, incapaz de ignorar a necessidade de confirmar que
Adalynn Collins estava, de fato, bem. O que isso significava, ele não sabia. Mas naquele momento, ouvir o coração dela em um ritmo calmo e constante parecia suficiente para silenciar, ao menos por um instante, a confusão que se agitava dentro dele...
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