ㅤㅤㅤ𝑖. 𝗁𝖾𝗅𝗅𝗈, 𝖻𝗋𝗈𝗍𝗁𝖾𝗋𝗌!
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𝖲𝖤𝖠𝖲𝖮𝖭 𝖮𝖭𝖤, 𝖤𝖯𝖨𝖲𝖮𝖣𝖤 𝖮𝖭𝖤
𝟬𝟭 ▹ 𝗛𝗘𝗟𝗟𝗢, 𝗕𝗥𝗢𝗧𝗛𝗘𝗥𝗦!
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ㅤ ㅤㅤ ㅤ ENTERROS SÃO MÓRBIDOS, essa era uma verdade absoluta que Charlotte acreditava desde que Ben morreu.
Não que ela tivesse participado de muitos outros, mas tinha um certo costume de ir à cemitérios e passear por túmulos de desconhecidos enquanto imaginava como teria sido sua vida caso Sir Reginald Hargreeves não tivesse lhe adotado. Ou, pelo menos, como seria o mundo se ela tivesse morrido no lugar de Ben.
Vez ou outra, quando era sortuda o suficiente ━ ou azarada, depende do seu ponto de vista ━, ela tinha a chance de ver um grupo de pessoas reunidas enquanto se despediam de um caixão era enterrado ao lado de muitos outros, que seriam seus companheiros pela eternidade até que, algum dia, a Terra seria destruída pelos humanos. Parecia estranho para Charlie pensar em seus irmãos reunidos e chorando enquanto seu corpo era enterrado, como acontecia constantemente naquele local. Era ainda mais era estranho pensar neles como irmãos, dada a falta de comunicação entre ambos lados. Elu havia tentado manter contato com Diego após os dois irem embora da academia, mas ficava difícil com ela viajando o tempo todo. E então, anos mais tarde, pensou em entrar em contato com Vanya, algumas semanas após o lançamento de seu livro, mas temia que sua irmã fosse desligar achando que Charlotte queria criticar ao invés de elogiar ━ o livro não havia sido muito favorável para o seu lado, mas ei, era o ponto de vista da escritora, elu precisava respeitar.
E também, toda essa coisa de viver no anonimato em um país sem extradição com os Estados Unidos fosse uma possível barreira em nossa comunicação, sabe? Com todo o problema que causei durante meu tempo lá e etc.
Mas a quem eu quero enganar?
Mesmo que eu estivesse por perto e eles soubessem exatamente onde me encontrar, eu descobriria a morte de Reginald Hargreeves da mesma forma: através de jornalistas estúpidos atrás de seus cinco minutos de fama. Mesmo tendo quase 100% de certeza de que Pogo tem minha localização salvar em algum lugar daquele cérebro bizarro e inteligente, ele não entraria em contato. Não sei, ele é estranho, nunca sei dizer o que se passa na cabeça dele.
Sentada no banco traseiro do taxi, a loira analisava a entrada da academia, sem se dar conta de que parecia ainda maior após tantos anos. Elu queria poder entrar e explorar o lugar livremente enquanto bebia, diretamente da garrafa, um daqueles whiskeys caros que Reginald mantinha guardados no bar da sala de estar e nunca tomava, mas estava nervosa com a possibilidade de repassar novamente todas aquelas memórias da infância. Mas do que se deveria esperar ao retornar para a casa de seus pesadelos? Uma festa?
Estranhamente, elu tinha a sensação de que Vanya pensava a mesma coisa, uma vez que Número Sete ficou parada na entrada do prédio por alguns minutos antes de adentrar, ainda que os olhos aguçados da assassina notasse hesitação.
Mas Charlie iria entrar na mansão, iria fazer o mesmo que a irmã. Em algum momento, claro.
Além disso, era vergonhoso ser a possível primeira pessoa a chegar depois de sumir por treze anos.
Pagando o taxista com um gorjeta gorda devido ao tempo que eles estavam parados naquela rua, Número Oito pegou a bolsa pela alça e saiu do veículo, atravessando a rua enquanto mantinha seu olhar no portão de entrada da mansão. Elu sentia seu estômago doer, mas se recusava a reconhecer aquilo como um sinal de ansiedade, preferindo julgar a comida da companhia aérea ━ que estava incrível.
━━ Deus, até parece que eu tô entrando na caverna do dragão... ━━ resmungou baixo.
Mexendo levemente seus dedos, o portão principal foi aberto, fechando-se lentamente enquanto elu passava. Seus olhos encaravam o guarda-chuva na vidraria da porta, lembrando da marca que havia em seu pulso. Charlie havia pensado em arrancar, mas eles eram considerados pensamentos intrusivos e sumiam no momento em que ela tomava o primeiro gole de álcool.
Respirando fundo, ela alisou o macacão em busca de algum amasso ou poeira antes de levar a mão à maçaneta e abrir a porta, desviando o olhar para o interior, que não parecia ter mudado muito, se sua memória estava correta. Mas ela com certeza não esperava dar de cara com Vanya, Diego e Allison assim que entrasse, mas Charlotte era capaz de controlar metal, não seu destino ━ se pudesse, Reginald estaria morto há muito tempo, acredite.
━━ ...não é o seu lugar. Não depois do que fez. ━━ Diego falou enquanto ia para a escada e sumia no andar superior, sem reconhecer a presença da irmã na porta de entrada.
━━ Sério que vai querer falar sobre isso hoje? ━━ Allison rebateu enquanto Vanya mantinha a cabeça baixa, parecendo desconfortável com a discussão que acontecia. ━━ Ótima escolha de roupas para a ocasião, aliás.
Aposto que estão falando sobre o livro.
━━ Pelo menos tô usando preto. ━━ o homem resmungou, fazendo Allison suspirar com a resposta recebida.
━━ Uau, parece que cheguei em boa hora. ━━ a loira falou com um sorriso em lábios, chamando a atenção para si enquanto se aproximava da mesa que estava no centro do hall de entrada. ━━ Não quero atrapalhar a discussão de vocês, então, por favor, continuem com as provocações ou o que quer que isso seja.
As duas se viraram para fitar a recém-chegada, trocando um rápido olhar de confusão antes de fitar a loira novamente.
Charlie estava ali.
Charlotte Hargreeves estava de volta à Umbrella Academy.
━━ Charlotte...
━━ Allison.
━━ Você veio.
━━ É o que parece. ━━ Oito deu de ombros, os três ficando em um silêncio esquisito por alguns segundos antes delu limpar a garganta e gesticular com as mãos. ━━ Bom... esse lance de reencontro tá sendo ótimo até agora, uau! É como se fossemos uma daquelas boyband inglesas que se reúnem depois de...
━━ Charlotte... ━━ Allison chamou baixo.
━━ ...quase se matarem e aí todos fingem que está tudo bem porquê estão com trinta anos e é vergonhoso estar com ressentimentos! ━━ ela riu fraco, balançando a cabeça. ━━ Mas sério, vai ser uma vitória se chegarmos ao fim do dia sem nenhum assassinato por causa do livro da Vanya. Eu poderia apostar, mas pra quê fazer vocês perderem dinheiro, certo? Não que vá ser um problema pra Allison. Aposto que a carreira no cinema tá indo bem.
━━ Charlotte! ━━ Allison murmurou em protesto, sabendo que tal assunto não era a melhor opção de papo-furado. ━━ Você não tá ajudando. Por que não vai lá pra cima perturbar outra pessoa, hm?
Charlotte olhou para as duas com os lábios apertados antes de espiar por cima do ombro de Vanya e ver Grace sentada no sofá da sala de estar, com os olhos fixos em algo. A loira trocou olhares com Allison uma última vez antes de apertar os lábios em um sorriso torto e acenar levemente, subindo as escadas.
Seus sentimentos em relação à Grace sempre foram confusos. Charlie não a detestava, mas também não sentia nada de positivo sobre o robô; chamá-la de mãe, como Diego fazia e provavelmente ainda faz, parecia... estranho. Ela entendia que ele havia encontrado nela alguém que cuidava dele e se importava, principalmente à respeito de sua gagueira, mas era diferente para a Número Oito ━ talvez porquê não teve a mesma experiência que o irmão.
Em seus olhos, Grace era apenas uma babá que mantinha a casa e as crianças em ordem para que Reginald não precisasse se importar com nada além dos treinos. Ela não estava viva, ela não tinha sentimentos. Grace era apenas uma caixa de engrenagens que tinha a capacidade de falar e andar. Ela era vazia, como Reginald esperava que todas as crianças fossem.
Felizmente, as maçãs caíram longe da árvore.
No primeiro andar, a loira passou os dedos entre a sobrancelha, hesitante em andar por aquele corredor. Por alguma razão, ela tinha medo de passar pelos quartos de Cinco e Ben. Talvez fosse culpa de seu irmão Klaus, que havia lhe contado uma história sobre fantasmas que assombram as casas onde moravam e ela ficou com aquilo na mente desde a infância. Talvez fosse porquê ela odiava aquele lugar.
De qualquer forma, maldito Klaus!
Soltando um baixo gemido enquanto visualizava seu destino no fim do corredor, elu deu alguns passos antes de olhar para o lado e ver Diego encostado na entrada do quarto de Reginald Hargreeves, parecendo observar algo lá dentro. A curiosidade falou mais alto e antes de notasse, elu estava se dirigindo ao cômodo do falecido, ouvindo a voz do Número Dois lá dentro.
Ela se perguntou se ele estava falando sozinho, mas ao parar na porta, Charlie notou que estava completamente errada. Ela congelou, observando Diego falar com seu outro irmão, Luther. Para quem antes era apenas um adolescente magrelo, ele estava mais alto e musculoso, mas musculoso de uma forma que parecia difícil de pessoas normais ficarem.
━━ Como você cresceu, Luther. ━━ Diego disse, admirado.
Charlie balançou levemente a cabeça ainda em surpresa, dando um passo para adentrar o quarto e cumprimentar os dois. O piso rangendo chamou a atenção dos dois, que pareciam ocupados demais em matar o outro com olhares. Observar aquilo era divertido e lhe fazia lembrar da adolescência deles, mas com a paciência que eles não tinha e com a situação em que se encontravam, Charlotte temia que eles pudessem progredir a discussão passiva-agressiva e aquilo não faria nenhuma favor à ela quando sua teve súbita curiosidade sobre a morte de Reginald e queria ter mais informações. E pela forma que Luther estava ali dentro antes mesmo de Diego, era fácil de saber que ele tentava descobrir uma causa.
Isso não lhe impediu de fazer uma piada.
━━ Me pergunto se Klaus também teve uma repaginada no look. Mas, urgh, seria estranho, principalmente porquê essa coisa de forte e musculoso não combina com ele. ━━ elu sussurrou, a cabeça inclinada ao observar as mudanças óbvias em seu irmão. ━━ Mas eu também não achava combinar com você. Que engraçado, não é?
━━ Charlotte. ━━ Diego murmurou. Era a primeira vez que ele a via desde que fugiram após o velório de Ben.
Ela se recompôs ao ouvir a voz dele, erguendo levemente a sobrancelha enquanto dividia sua atenção entre os dois homens, abrindo um sorriso largo. Charlotte queria poder ir até Diego, o abraçar e pôr o papo em dia, talvez até pedir desculpas pela maneira que eles acabaram se separando, mas a tensão do quarto e a presença de Luther não lhe deixava confortável o suficiente para cumprimentos calorosos.
━━ Olá, irmãos! ━━ ela acenou para os dois, deixando sua bolsa cair perto da porta. ━━ Também é ótimo ver vocês dois após tanto tempo. Não achei que "a gangue se reúne novamente" fosse um termo que eu usaria algum dia, mas a vida está cheia de surpresas, incluindo esse funeral.
━━ O que você tá fazendo aqui?
━━ Uma pessoa morreu, Luther! Tenha mais respeito com os sentimentos dos outros. ━━ ela repreendeu enquanto fingia ofensa, andando pelo cômodo antes de parar perto da janela, espiando entre as cortinas. ━━ O desgraçado ainda ficou com a melhor vista. ━━ resmungou, pondo as mãos no bolso do macacão e se virando para eles.
━━ Então, depois de todos esses anos, você decidiu voltar logo agora? ━━ Luther questionou, ainda surpreso com a presença da irmã ali, que sentou-se na ponta da cama e o observava com os lábios apertados, parecendo pensar.
━━ Fiquei sabendo que você também esteve viajando por aí... tem algo a ver com isso? ━━ elu apontou para os ombros do homem, desviando da pergunta feita. ━━ Criou músculos, sinistro... mas não é um sinistro-legal, é um sinistro-esquisito. Se você entende o que eu digo. Mas, claro, sem querer ofender você nem nada. ━━ ela fez uma careta, inclinando-se na cama e encostando o braço no colchão, parecendo confortável demais no provável leito de morte de Reginald. ━━ Não queremos você dando uma de Hulk por aí, seria bem ruim pra imagem do velhote-
━━ Tá, já chega, sai daí. ━━ ele resmungou, segurando-a pelo braço para que ela saísse da cama. ━━ O que vocês estão fazendo aqui mesmo, hein? ━━ ele perguntou novamente, mais firme.
Diego suspirou e fitou a irmã com um estranho olhar que ela não conseguiu decifrar; talvez fosse decepção, talvez fosse irritação por sua atitude infantil. Durou apenas um momento e ele logo se virou para Luther, tirando do bolso um papel dobrado com a atitude mais cínica que ela já havia visto.
━━ O laudo da autópsia. ━━ ele estendeu a folha, puxando levemente o braço com um riso antes de deixar que o maior pegasse o papel.
━━ E como conseguiu isso?
━━ Eu dei um jeito de entrar no escritório do legista. ━━ Diego falou enquanto sentava na poltrona que havia no canto, enquanto Charlotte continuava parada próxima da parede, observando a interação com curiosidade sobre onde aquilo levaria; seria bem melhor se deixassem as coisas claras sobre a morte do velho o mais rápido possível para que eu possa ir aproveitar do bar enquanto os outros não chegam. ━━ E a surpresa é que a morte de nosso pai foi... normal. Uma simples insuficiência cardíaca.
━━ Irônico pra alguém que era obcecado com nossas dietas. ━━ Charlotte sussurrou, sentando-se novamente na cama enquanto Luther analisava a folha e as fotos anexadas à ela. A loira estendeu a mão e Luther entregou à ela com certa relutância, mas logo retornou sua atenção para Diego enquanto a irmã lia o relatório.
━━ Tá, e daí?
━━ Por que você tá aqui, inspecionando as janelas? ━━ Diego questionou, fazendo com que a loira desviasse a atenção das fotos de Reginald morto e criasse sua própria suspeita para o comportamento de Luther. Estava claro como água e elu não sabia como havia sido tão idiota por levar todo aquele tempo para entender.
Luther provavelmente achava que um deles matou Sir Reginald Hargreeves.
Bom, isso com certeza vai me ferrar cedo ou tarde, considerando minha linha de trabalho.
━━ Você encontrou ele primeiro? ━━ Luther indagou.
━━ Foi Pogo.
━━ É, eu falei com o Pogo. Ele disse que não achou o monóculo do papai.
━━ E o que significa?
━━ Luther, se você esperava receber aquilo de herança, eu preciso dizer... é um pouco brega demais e não combina com você. ━━ Charlotte zoou baixo, revirando os olhos e cruzando as pernas em cima da cama, ainda lendo o laudo.
━━ Você não consegue levar nada à sério, não é? Vocês sequer lembram de ter visto nosso pai alguma vez sem aquele monóculo? ━━ ele pausou por um momento, esperando por uma resposta que era óbvia. ━━ Não. Ou seja, alguém pegou ele. Sendo assim, talvez ele não estivesse sozinho na hora em que morreu.
Diego pareceu ter se cansado daquela conversa, já que levantou e se aproximou de Luther lentamente. Charlie conseguia notar que o Número Dois estava ressentido com algo, elu só não conseguia dizer se era com Reginald ou se estava sendo causado por algo mais.
━━ Não tem nenhum mistério aqui. Nada pra se vingar, nada pra resolver. É só um velho triste que bateu as botas numa casa grande e vazia. ━━ ele apontou para a cama, sem desviar o olhar do mais alto. ━━ Bem como ele merecia.
━━ Vai embora. ━━ Luther ordenou entredentes. Número Oito, que apenas ouvia quieta, ergueu os olhos da folha e observou os dois quieta, sem entender qual o problema de Luther, porquê ele defendia tanto a honra de Reginald.
━━ Você é quem manda, irmão. ━━ Diego respondeu em um sussurro, dando meia-volta e saindo do quarto sem olhar para nenhum dos dois.
O que era ruim porquê fazia Luther prestar atenção em mim.
Para a sorte de Um e Oito, Charlotte não estava com humor para ser o centro do caos naquele momento. Ela desceu da cama com um suspiro dramático, se aproximando de seu irmão e batendo as folhas de papel contra o peito do maior, seus lábios pressionados em um sorriso de lado.
━━ Eu tenho que ir embora também ou você vai me dar permissão pra ficar até o funeral, Número Um?
Ele a fitou por um momento, respirando fundo antes de pegar a folha e fotos e sair do cômodo, sem se incomodar em respondê-la.
Na falta de uma resposta negativa, Charlotte levou aquilo como um sim.
Mas ela iria ficar, de qualquer forma.
contagem de palavras: 2691
001. sim, a personalidade dela é ser teimosa
e fazer piadas inadequadas, qual o problema?
002. mas falando sério, o que vocês acham
dela? ela é minha comfort oc e tem muita
inspiração em mim (fazer piada sobre o
mundo acabando enquanto tá na fossa),
mas isso não priva ela de fazer merda
(como, por exemplo, fazer piada
enquanto tá todo mundo se fodendo).
próximo capítulo provavelmente vai dar
uma raiva dela, mas eu não julgo.
003. não esqueçam de curtir e comentar!
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