capítulo único

JJ estava concentrado na latinha de refrigerante em sua frente, ele a segurava em cima da mesa como se sua vida dependesse disso e encarava como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Mas na verdade ele estava apenas tentando evitar o que acontecia ao seu redor.

Ele estava com os pogues no restaurante dos pais da Kiara, ouviu quando o pai dela reclamou ao que eles chegaram porque estava cansado de dar comida de graça a eles. John B conversava com Pope sobre algo que JJ nem ao menos fazia questão de prestar atenção e Sarah estava na mesma com Kiara.

JJ estava nervoso, ele sempre ficava assim quando tinha que encontrar seus amigos logo depois de ver Rafe, e era isso que estava acontecendo agora. Os dois passaram a noite juntos e pela manhã JJ teve que sair para se encontrar com seus amigos, já passava da hora do almoço quando os pogues se encontraram no restaurante e por algum motivo JJ não conseguia tirar da mente a sua noite de ontem.

Ele e Rafe estão juntos, na verdade é mais uma foda casual do que "estar juntos", ok, talvez eles sejam ficantes, ficantes fixos para ser mais exato. Ficantes fixos que passam a maior parte do tempo juntos, às vezes apenas curtindo a companhia um do outro porque se apegaram tanto que tal presença o faz relaxar. Mas é apenas isso.

— O que você acha, JJ? — ouviu Pope dizer seu nome e olhou para ele rapidamente.

— O que?

— Sobre o barco.

John B e Pope olhavam para ele agora. Ele não fazia ideia do que eles estavam falando.

— Pode repetir? Tipo, a última parte e um pouco da primeira...

— Você não ouviu nada do que a gente disse, não é? — John B disse, com um tom de irritação na voz.

— O JJ anda todo esquisito — Pope falou.

— Ele sempre é esquisito — Kiara agora prestava atenção neles, assim como Sarah.

— Ele está mais do que o normal, raramente presta atenção na gente e mal conversa quando estamos juntos.

— Eu estou com sono — se apressou em dizer — passei a noite acordado.

Em partes não era mentira.

— Você deu a mesma desculpa da última vez também — Sarah comentou.

"Porque eu estava transando com seu irmão da última vez também". Ele pensou e quase deixou escapar.

— Por que estão falando de mim? Por que não falamos sobre o fato do Pope ter perdido o BV semana passada?

JJ falou e Kiara e Sarah riram enquanto Pope arregalava os olhos.

— O que? Eu já perdi o BV de faz muito tempo... — disse rapidamente — o JJ está fugindo do assunto porque deve estar escondendo alguma coisa.

— Ele deve estar namorando — John B deduziu.

— Meu Deus, faz todo sentido! — Kiara ficou empolgada com a ideia de repente — ele está todo estranho porque não quer que a gente saiba. É óbvio.

JJ negou com a cabeça e tomou um gole de refrigerante.

— Vocês deveriam arrumar alguma coisa para fazer ao invés de ficarem deduzindo coisas sobre mim — ele coloca o refrigerante em cima da mesa — deveriam se preocupar com barco que...

Ele foi interrompido quando de repente duas mãos bateram na mesa sem muita força, mas o ato repentino fez JJ levar um baita susto e olhar para o lado, se assustando ainda mais com quem estava ali.

— Sarah, preciso da chave da caminhonete — Rafe disse.

— Porra que susto — JJ disse baixo, levando a mão até o próprio peito.

Rafe estava com as duas mãos apoiadas na mesa e estava bem ao lado de JJ que tentava raciocinar o que aconteceu em segundos. Ele nem viu quando Rafe entrou no restaurante.

— Foi mal — ele olhou para JJ e seus olhos se encontraram, ambos precisaram desviar o olhar ou iam acabar sorrindo.

— Vaza daqui, Cameron — John B falou, sem muita paciência.

— Eu vim pegar a chave da minha caminhonete, você é surdo, pogue? — disse com desdém.

— Mas você disse que eu podia ficar com ela o dia todo hoje — Sarah protestou.

Ninguém na mesa estava muito confortável com a presença do kook ali.

— Mudei de idéia, surgiu uma coisa e eu preciso dela — ele estendeu a mão para ela — se puder agilizar eu agradeceria. Esse lugar fede a pogues... — disse mais baixo e recebeu o olhar irritado de todos a mesa e um pisão discreto no pé por JJ, que sabia que o mais velho estava ali apenas para provocar.

Por um momento JJ reparou no braço de Rafe apoiado a mesa e em sua mente veio imediatamente como as veias ficavam exatamente daquele jeito quando Rafe estava em cima dele com as mãos apoiadas ao lado do seu corpo enquanto ele mete fundo dentro dele. JJ precisou tomar um gole de refrigerante para disfarçar o rubor em suas bochechas.

— Se você veio caçar confusão é melhor vazar antes que eu perca minha paciência — John B falou.

— Idiota... — Pope murmurou.

— Vai me emprestar ela no próximo fim de semana — Sarah tirou a chave do bolso — e aprenda ter bons modos, Rafe — ela entregou a chave para ele.

— Obrigado — sorriu forçado e saiu para longe, porém antes de sair ele deixou um pequeno pedaço de papel discretamente jogado no colo de JJ que fingiu não ver quando Kiara franziu a testa e abriu a boca para falar alguma coisa.

— Eu tô morrendo de fome — JJ disse.

— Eu também tô — John B disse passando a mão em sua barriga.

JJ conseguiu desviar daquilo engatando em um assunto sobre comida e pareceu funcionar, em um momento que todos estavam comendo, JJ conseguiu ler o bilhete de Rafe que dizia para ele o encontrar depois na parte de trás do restaurante.

Foram longos minutos para JJ, ele se sentia culpado em estar tão ansioso em sair de lá logo para encontrar Rafe, mesmo que eles tivessem passado a noite juntos e acordado um ao lado do outro, JJ ainda queria sair de onde estava para correr para os braços de Rafe de novo.

Ele nega aquele sentimento até onde pode, mas chegou a um ponto que nem ele sabe mais o que significa aqueles efeitos que o Cameron causa nele.

Foi depois de comerem e JJ agradecer mentalmente Pope por sugerir dar uma volta de barco, que JJ inventou uma desculpa qualquer sobre precisar fazer o jantar que ele foi de encontro com Rafe. JJ sabia que há um tempo seus amigos desconfiavam que ele está saindo com alguém, desde que eles não desconfiem que essa pessoa é Rafe, JJ não se importa.

— Você demorou.

— É bom te ver também — JJ sorriu ao ver que Rafe estava sentado no chão debaixo da sombra de uma árvore. Assim como combinado, ele estava na parte de trás do restaurante e JJ sabe que ele precisou esperar muito até que ele saísse do restaurante.

— Quero te levar para um lugar — Rafe disse, se aproximando de JJ.

— Não acha que seria um problema para você ser visto com um pogue dentro do carro? — JJ provocou, vendo ele dando um passo para frente e JJ mordeu o próprio lábio.

— Seria um problema se esse pogue estivesse com meu pau na boca — disse, alternando o olhar entre os lábios e os olhos de JJ.

JJ riu e passou a mão pelos cabelos.

— Não tem ninguém por perto, entra no carro — Rafe pediu, JJ foi despreocupado até a caminhonete e entrou se sentando no banco da frente e batendo a porta.

Rafe foi logo em seguida, entrando e se sentando no banco do motorista e encarnado JJ fuçando no porta luvas.

— Coloque o cinto.

— Peça com gentileza.

— Põe a porra do cinto.

— Tenta de novo — JJ provocou, encontrando um protetor labial lá dentro e abrindo para sentir um cheiro de morango e fazendo uma careta.

— Coloque o cinto, querido — sorriu falso, e JJ revirou os olhos e fingiu que não ouviu.

Rafe se inclinou e puxou o cinto, ele ficou próximo de JJ e o loiro quase esqueceu como respirava quando sentiu a respiração de Rafe perto de sua orelha.

— Coloque o cinto, loirinho — disse baixo, rente ao seu ouvido.

JJ mordeu levemente o lábio quando sentiu uma mordida no lóbulo de sua orelha e abriu um sorrisinho quando Cameron se afastou.

Ele puxou o cinto e o prendeu enquanto Rafe fazia o mesmo com um sorrisinho brincando em seus lábios.

— Vai me sequestrar? — JJ perguntou ao que a caminhonete começou a se movimentar.

— Você iria adorar, mas não.

— Não demore muito ou vai passar do seu horário de dormir.

— Vai se foder — Rafe riu.

JJ gostava do som da risada dele.

O caminho durou cerca de quarenta minutos, JJ percebeu que a estrada ia para algum lugar da ilha que ele nunca esteve antes, mas era bonito.

Eles conversavam durante o trajeto, falavam sobre coisas bobas e aleatórias, JJ ficava todos bobo quando paravam em algum sinal e Rafe segurava em sua mão para deixar um beijo. Rafe havia mudado e JJ admirava aquilo, claro, as mudanças não vieram por completo porque ele sempre provocava os pogues quando tinha a chance e vice versa, mas JJ adorava aquela versão de Rafe quando estava com ele, aquele parecia seu verdadeiro eu.

Rafe estacionou o carro próximo a um píer, o lugar em volta era calmo e silencioso, tudo que podia ser visto era o sol se pondo refletindo na água. A tonalidade era linda, JJ já havia visto o sol se pondo várias vezes, mas ali naquele ponto específico parecia ser ainda mais perto e intenso.

— É lindo — JJ disse sem tirar os olhos.

— É, muito lindo — Rafe disse com um sorriso bobo enquanto olhava para JJ.

— Eu nunca vim aqui, como você descobriu?

— Depois de uma briga com o meu pai eu dirigi sem rumo pela cidade, foi surpreendente eu não ter morrido pela velocidade que eu estava, mas eu encontrei esse lugar — Rafe tirou o cinto de segurança — se tornou um bom lugar pra fugir dos problemas, nem que fosse por um segundo.

— Eu gostei.

[ . . . ]

— Hum... elefante.

— Não.

— Dinossauro?

— Não.

— Já sei, então é um sentimento.

Os dois estavam no carro, o sol já havia ido embora e estava escuro ao redor, nenhum dos dois queria ir para casa, então pularam para o banco de trás e dividiram uma caixa de donuts que Rafe havia comprado para esse momento específico. Agora estão com a luz do carro ligada, JJ está deitado no peito de Rafe e os braços do mais velho abraçavam o loiro, por algum motivo, JJ conseguiu convencer Rafe de jogar um jogo com ele, com certeza foi o tédio que o fez aceitar, não tinha nada a ver com ele adorar fazer as vontades do Maybank, não mesmo.

— Sim — Rafe respondeu.

— Hum... é um sentimento bom ou ruim?

— Depende do ponto de vista.

— Saudade — JJ diz.

— Não.

— Tristeza.

— Não.

— Dor de dente.

— Não? — Rafe ri.

— Você sente isso por mim?

— Sim.

— Como é o nome daquela sentimento? Quando você está completamente obcecado por alguém... — JJ finge estar pensando e Rafe ri.

— Seu exibido. Tem só mais duas chances ou perdeu.

— Não existe essa regra no jogo.

— Eu acabei de inventar.

— Você é insuportável.

— Olha só quem fala.

— Há quanto tempo você sente isso por mim?

— Bem antes da nossa primeira foda.

JJ sorri de lado.

— Tesão.

— Acertou, parabéns.

— Cadê meu prêmio? — JJ olhou empolgado para Rafe.

Rafe adorava como ele ficava entusiasmado com esses jogos.

— Foi você que deu a ideia do jogo, eu não tenho nada aqui.

— Está me devendo um prêmio.

— Posso te dar um prêmio agora, na verdade — Rafe disse, tendo uma ideia — se você adivinhar o que é.

— Gostei, eu quero! É um objeto?

— Não.

— É uma comida?

— Não.

— Uma parte do corpo?

— Sim.

— Uau... hum... pé, mão, nariz... — JJ começou a resmungar — nada disso faz sentido, por que você me daria um joelho?

Rafe ri.

— Vou te ajudar para sermos mais rápidos. É da cintura para baixo.

— Ah... então é grande?

— Pra caralho — Rafe falou e JJ riu.

— É grosso? — JJ sentiu seu rosto esquentar.

— Sim — Rafe passou a mão pela coxa do loiro.

— E... — JJ virou para ele, seus olhos se encontraram e JJ mordeu o lábio vendo o olhar de Cameron, a forma que ele o encarava o deixava quente — tem um gosto bom?

O mais velho sorri.

— Me diz você, amor — JJ sentiu seu corpo arrepiar pelo apelido — você sempre me engole tão bem.

A mão de Rafe foi para o rosto de JJ onde ele acariciou sua bochecha com o polegar, ele desceu lentamente para o seu queixo enquanto ainda se encaravam e passou o polegar pelo lábio de JJ, o loiro colocou a pontinha da língua para fora tocando na língua do mais velho e fazendo Rafe sorrir de lado quando ele chupou a pontinha do seu dedo com uma carinha de inocente.

Rafe se aproximou e substituiu seu dedo por seus lábios, juntando com os lábios de JJ em um beijo calmo, o mais velho acariciava sua bochecha durante o beijo, suas línguas se encontraram devagar. JJ afastou o beijo apenas para subir no colo de Rafe.

Outro beijo se iniciou e dessa vez era mais intenso, as línguas se moviam mais rápido, a busca por contato era intensa, as mãos de Rafe foram para a bunda do loiro onde ele apertou, causando um arfar baixo.

— Você deveria me dar o prêmio de uma vez — JJ rebolou devagarinho no colo dele, ambos gemeram pela fricção causada em seus membros excitados.

Outro beijo se iniciou, duas mãos subiam pelo corpo de JJ, Rafe depositava beijos por seu pescoço enquanto o mais novo gemia baixo, deixando o Cameron maluco.

Não demorou para que roupas estivessem espalhadas pelo carro, todo que se ouvia lá dentro eram gemidos e barulho dos corpos se chocando um com o outro, JJ subia e descia no colo de Rafe enquanto sentia uma ardência gostosa dentro de si, seu corpo subia e descia com agilidade e Rafe sorriu enquanto admirava seu garoto sentando tão bem no seu pau, ele ficava tão lindo assim.

— Porra, JJ.

As mãos grandes de Cameron estavam na cintura de JJ o ajudando com os movimentos, seus olhares se cruzavam de maneira intensa, seus corpos suados eram como um só naquele ritmo gostoso.

— Rafe... Rafe...

JJ tombou a cabeça para trás, ele sentia seu corpo cansado, quase gozou enquanto Rafe o abria com os dedos, agora sentir sua próstata ser acertada daquela maneira era bom, fazia seu corpo ficar fraco e tremer.

Percebendo que o ritmo estava diminuindo, Rafe segurou na cintura dele e forçou a cintura para cima começando a foder o loiro mais rápido, acertando sua próstata repetidas vezes.

— Caralho, você é tão bom — Rafe disse quase como um rosnado.

JJ sentiu seus olhos reviraram quando gozou, ele veio sem se tocar, enquanto Rafe ainda metia nele. Rafe gozou dentro do loiro chamando pelo seu nome e assim JJ desmoronou em seu peito, ambos ofegantes.

Ficaram em silêncio por um longo tempo, até suas respirações normalizarem.

Nesse tempo Rafe se pegou pensando, na verdade, há um longo tempo ele vem pensando nisso, em como ele poderia se acostumar facilmente com JJ por perto cada vez mais.

Era um pouco assustador como JJ fazia bem para ele, em alguns meses ele se tornou o motivo da sua felicidade. Aquilo assustava mesmo.

JJ era seu porto seguro.

— Loirinho — Rafe o chamou e JJ levando a cabeça para encará-lo.

Aqueles olhos azuis eram lindos.

Rafe levou o polegar até sua bochecha e acariciou.

— Você quer namorar comigo?

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