cap. doze

Nox estava parada em frente à porta, seu corpo escorado no batente enquanto seus olhos fixavam-se nas costas nuas de Harry Osborn. O ambiente estava impregnado por um peso opressor desde que, naquela manhã, a notícia da morte de Norman Osborn fora transmitida mundialmente por todos os canais de televisão. A gravidade do momento parecia preencher cada canto daquele quarto silencioso.

— Harry? — chamou, sua voz baixa e suave, distinta de qualquer tom que ele estivesse acostumado a ouvir.

Por um instante, Harry permaneceu imóvel, absorvido por seus pensamentos. Em vez de responder com palavras, ele estendeu o braço na direção de Nox, um convite silencioso para que ela se aproximasse. Sem hesitar, ela deu alguns passos adiante, o tecido de seu pijama de linho acariciando levemente sua pele enquanto se movia. Ao alcançá-lo, ela permitiu que ele a puxasse para perto, envolvendo-a em um abraço firme e carregado de emoção.

A cabeça de Nox repousou contra o estômago nu de Harry, seus dedos delicados se enredando nos cabelos dele em um gesto terno e reconfortante. Ele fechou os olhos, permitindo-se afundar no toque gentil dela, um refúgio da dor esmagadora que o consumia.

O silêncio era quase palpável, quebrado apenas pelo som suave de suas respirações. A luz fraca do sol, filtrada por uma fresta na cortina, iluminava seus corpos semi nus, criando um contraste entre a serenidade do momento e a turbulência emocional que os cercava.

— Ele sempre foi... complicado — murmurou Harry, sua voz finalmente rompendo o silêncio. — E agora... ele se foi. E eu não sei o que sentir.

Nox continuou acariciando seus cabelos, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— Ninguém sabe o que sentir em momentos assim, Harry. Você não precisa ter todas as respostas agora.

Ele soltou um suspiro pesado, como se estivesse tentando liberar parte da dor que carregava. Seus braços apertaram-se ao redor dela, buscando conforto em sua presença.

— Achei que, quando isso acontecesse, eu sentiria raiva. Alívio, talvez. Mas tudo o que sinto é... vazio.

— Isso é compreensível — respondeu Nox, sua voz suave como uma brisa. — Perder alguém, mesmo que fosse complicado, é sempre uma perda. Dê a si mesmo o tempo para entender o que sente.

Harry assentiu levemente, sem abrir os olhos. Eles permaneceram ali, envolvidos em um momento que transcendia palavras. O mundo lá fora continuava a girar, mas dentro daquele quarto, o tempo parecia suspenso, permitindo que os dois encontrassem um pouco de paz em meio ao caos.

Aos poucos, Harry se afastou apenas o suficiente para olhar nos olhos de Nox. Havia gratidão em seu olhar, misturada com tristeza e um vislumbre de esperança. Ele segurou o rosto dela com delicadeza, seus polegares traçando linhas suaves em suas bochechas.

— Obrigado por estar aqui — disse ele, sua voz carregada de sinceridade. — Eu não sei o que faria sem você.

Nox sorriu, um gesto pequeno, mas cheio de significado.

— Sempre estarei aqui, Harry. Você não precisa enfrentar isso sozinho.

E com essas palavras, eles voltaram a se abraçar, encontrando força um no outro enquanto o mundo continuava a mudar ao seu redor.

[...]

 Deitada na cama, Nox sentia os dedos de Harry deslizarem por sua pele, acariciando cada pequena parte de seu corpo como se ela fosse uma obra de arte viva, a coisa mais preciosa refletida nos olhos azuis cristalinos dele. O toque era ao mesmo tempo suave e reverente, como se ele quisesse memorizar cada detalhe dela.

Nox mantinha os olhos fechados, entregando-se completamente à sensação. Um suspiro profundo escapou de seus lábios quando sentiu a leve pressão dos beijos de Harry descendo por seu estômago. A risada dele ecoou pelo quarto, baixa e rouca, uma reação à maneira como ela se contorcia levemente sob seu toque.

— Você é uma deusa — murmurou Harry, sua voz carregada de adoração enquanto subia para ficar mais próximo dela. Seus olhos azuis fixaram-se nos dela, os tons cristalinos refletindo uma mistura de desejo e carinho. — Eu poderia fazer estátuas suas.

Nox abriu os olhos, um brilho de divertimento e luxúria dançando em seu olhar verde. Ela arqueou uma sobrancelha, um pequeno sorriso se formando em seus lábios.

— Estátuas? No plural? — perguntou, sua voz carregada de um tom provocativo.

Harry inclinou-se, roçando o nariz contra o dela antes de deixar um beijo demorado em sua testa.

— Você merece mais do que uma — ele respondeu, os dedos traçando suavemente a linha de sua mandíbula. — Você merece o mundo.

Por um momento, eles ficaram assim, apenas olhando um para o outro, o silêncio preenchido por algo mais profundo que palavras. Nox sentiu o calor se espalhar pelo peito, uma sensação de segurança e adoração que apenas Harry parecia capaz de proporcionar.

Ela estendeu a mão, tocando o rosto dele, os dedos desenhando os contornos familiares que ela conhecia tão bem.

— E se eu não quiser o mundo? E se tudo o que eu quiser for você? — disse ela, sua voz suave mas cheia de intenção.

Harry sorriu, um sorriso que iluminou todo o seu rosto, mas que também carregava um peso de emoção.

— Então eu te dou a mim — ele respondeu, inclinando-se mais uma vez, seus lábios capturando os dela em um beijo lento e profundo, que falava de promessas silenciosas e sentimentos que palavras nunca poderiam expressar.

As horas passaram sem que eles percebessem, o mundo exterior desaparecendo enquanto permaneciam envolvidos um no outro. Cada toque, cada palavra sussurrada era como uma confissão, um lembrete de que, para eles, nada mais importava além daquele momento compartilhado.

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