𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑫𝑬𝒁𝑬𝑺𝑺𝑬𝑰𝑺🌕

Theo Raeken

O dia está lindo hoje.

Eu e o Liam estamos indo para o mercadinho comprar chocolates e salgadinhos, ele me chamou para a sua casa hoje para eu mostrar a ele um novo quadrinho. Nós lemos alguns quadrinhos juntos esses dias, ele pareceu gostar bastante, mas foi bem divertido ler algumas páginas enquanto recebia alguns beijos.

— Está tão calor — Liam disse enquanto caminhávamos um ao lado do outro.

— Quando eu era criança, nos dias de calor a minha mãe sempre me levava para a piscina na casa da minha tia — digo.

— Uma piscina agora seria perfeita — ele falou.

Caminhamos pela calçada, as pessoas passam raramente por nós.

— E se fossemos para o cinema mais tarde? — eu perguntei.

— Hoje?

— Sim.

— Eu adoraria, mas eu tenho que ajudar no restaurante.

— Eu posso pedir para a sua mãe te deixar sair — digo, Liam abre um pequeno sorriso.

— Você faria mesmo isso?

— Uhum, se for preciso até com o seu pai eu falo.

Liam ri um pouco.

Olhei ao redor, vi que não há muito movimento na rua, não há ninguém atrás de nós, então arrisco um ato breve.

Aproximei minha mão da mão do Liam e toquei seu dedo mindinho com meu dedo indicador. Liam olha para mim rapidamente, ele reprime um sorriso e afasta a sua mão, olhando ao redor.

— Aqui não — ele diz baixo.

— Eu espero que possamos ficar sozinhos de novo — digo, vendo as bochechas de Liam ficarem vermelhas. Ele é fofo.

— Você e o Corey conversaram, não é? — ele mudou de assunto, vejo sua expressão envergonhado.

— É, ele sabe de umas coisas... — digo.

Eu e o Corey tivemos uma oportunidade de conversarmos enquanto o Liam trabalhava no restaurante, eu não sei direito como chegamos nesse assunto, mas ele me contou sobre algumas coisas que ele já passou na escola por ele ser gay, os meninos não tem piedade com ele, também sei que meus amigos já fizeram mal a ele e eu apenas fiquei olhando ao invés de ajudar.

Agora eu entendo como isso pode ser cruel, não é justo que ele sofra tanto por gostar de garotos. Corey também me disse que ele não gosta do Liam, pelo menos não como mais do que um amigo, eu confesso que eu me incomodava com a amizade dos dois porque pensava que ele não era uma boa pessoa e que estava com más intenções com o Liam, mas eu percebi que ele não é assim uma má pessoa como eu imaginava.

Nós tivemos uma conversa e agora eu entendi porque o Liam disse que ele sabe muito sobre alguns assuntos...

— Eu não falei? Ele entende muito disso — Liam falou.

— Liam! Ei, Liam!

Olhamos na direção onde o nome de Liam foi chamado e vimos Mason e Nolan dentro de uma quadra de futebol perto da praça onde estamos.

— Mason, Nolan! Eu não acredito!! — Liam pareceu animado enquanto andava na direção dos dois e eu o segui.

— Há quanto tempo! Você mora por aqui? — Nolan perguntou.

Liam se aproximou e cumprimentou os dois, eles olharam para mim e me cumprimentaram também, mas pareciam um tanto surpresos.

— Eu moro há três quadras daqui, na verdade estou indo ao mercado com o Theo — ele respondeu.

— Mercado? Eu conheço um mercado muito bom que fica aqui pertinho — Mason disse.

— Sério? Onde fica?

— É o mercado do irmão dele — Nolan disse.

— É o que fica naquela esquina? — eu apontei.

— É sim! Você já foi lá?

— A minha mãe sempre me pede para comprar algumas coisas lá porque o preço é ótimo — digo.

— Eu sou o maior freguês — Nolan falou.

— Na verdade você come de graça lá — Mason diz e Liam ri — se vocês quiserem eu posso levar vocês até lá.

— Na verdade eu quero sim — Liam diz.

Eu queria passar um tempo só com ele...

— Beleza, vamos lá então?

— Vamos!

Começamos a caminhar, dessa vez os quatro juntos. Vejo Nolan puxar assunto com Liam sobre futebol e ele se interessa no assunto enquanto falam sobre isso.

— Eu vou aproveitar para checar se a nova edição do quadrinho chegou — Mason disse.

— Você lê quadrinhos?

— Sim, você também lê?

— Sim! O que você está lendo no momento? — eu perguntei.

— Espada Selvagem de Conan.

— Não brinca? Eu também! — digo — você leu a última edição?

— Sim! Cara, eu nem acredito que ele ganhou aquele super poder.

— Mas isso com certeza vai ajudar ele a derrotar o leão dos magos de uma vez por todas.

— Se ele derrotá-lo, ele finalmente vai ganhar a espada dos deuses.

É tão bom finalmente conversar com alguém que entende.

— O que mais você lê? — Mason me perguntou.

— Eu leio...

— Chegamos — Nolan acabou me interrompendo.

Atravessamos a rua e paramos em frente a um mercadinho com as paredes do lado de fora pintadas em um verde escuro.

— Eu gostei do desenho — Liam diz, apontando para a parede onde estava desenhado uma mulher muito bonita.

— É maneiro — digo.

— É, né? Entrem aí — Mason entrou primeiro e nós o seguimos — Martin!

— Mase! Trouxe visita? — um homem do outro lado do balcão disse. Ele tem um cabelo legal.

— Esses são meus amigos da escola — Mason falou — esse é o Liam e esse o Theo, o Nolan você já conhece bem.

— E aí, meninos?

— Oi, senhor. A sua loja é muito legal — Liam disse.

— É mesmo, o desenho lá fora é muito legal — digo.

— Obrigado, e por favor não me chamem de senhor, por incrível que pareça eu acabei de sair da faculdade — ele disse de um jeito brincalhão.

— O que tem para mim hoje, Tim? — Nolan passou para o outro lado do balcão.

— Nada, seu ladrãozinho de balas — Martin deu um peteleco na testa de Nolan, o que foi bem engraçado — fiquem a vontade, garotos.

Liam foi até um corredor e eu o segui.

— Mason, a tia June disse que você não vai lá há um tempo — ouço o irmão dele dizer.

— Eu estou evitando ir para lá, você sabe como o tio Jaime implica comigo.

— E se a gente chamasse eles para o restaurante? Eles poderiam almoçar lá, já faz um tempo que não nos vemos... — Liam falou.

Ele parece querer muito isso, afinal, eles também são amigos de Liam e eles não se vêem desde que as férias começaram.

— Seria bem legal — eu falei e o vi sorrir.

Se ele está sorrindo, então está feliz. Se ele está feliz, eu também estou.

...⌛...

— Mãe, cheguei.

— Voltaram bem na hora do almoço!

O Mason e o Nolan são engraçados, nós voltamos juntos para o restaurante e na rua eles ficavam sempre implicando um com o outro, o Liam parece gostar da amizade deles.

Será que ele vai contar para eles sobre ele ser bi?

Mas eles devem pensar mal sobre isso, todos pensam.

— Esses aqui são o Mason e o Nolan, são amigos da escola. Eu chamei eles para almoçar, tudo bem? — Liam perguntou para a sua mãe.

— Claro, querido — ela sorri — tudo bem com vocês? É bom ver que o Liam está fazendo tantas amizades na escola nova — ela falou.

— Tudo bem, sim senhora. O Liam nos disse muito bem da sua comida — Mason disse.

— Eu espero que vocês gostem.

— Eu estou adorando apenas pelo cheiro — disse Nolan.

— Venham comer, pegue uma mesa — ela disse.

— Eu vou guardar essa sacola lá dentro, eu já volto, mãe — falou Liam — Venham, eu quero mostrar meu quarto para vocês.

Vi eles se afastando enquanto conversavam e só agora percebi que estava olhando para Liam com um sorriso nos lábios. Olhei para a mãe de Liam e ela estava olhando para mim.

— Obrigada — ela disse de repente.

— Como é?

— Obrigada por ser amigo do meu menino — ela sorri fraco — ele não tinha muitos amigos na escola antiga, mas agora ele está bem mais animado com a amizade de vocês.

— A senhora não precisa me agradecer, o Liam é uma pessoa incrível, é muito bom ser amigo dele.

— Posso te pedir uma coisa, querido? — ela se aproximou um pouco e suspirou.

— Pode sim.

— Cuida dele quando eu não estiver por perto?

— Eu... eu cuido sim, senhora. Pode deixar comigo.

Ela sorri.

— Senhora, pode trazer mais molho de tomate? — um cliente a chamou em uma das mesas.

— Eu já estou indo!

— A senhora precisa de alguma ajuda?

— Na verdade, eu preciso sim. A Lydia não veio trabalhar hoje porque está acompanhando sua mãe em uma consulta médica, e meu marido... bom, meu marido está por aí.

— Eu posso ajudar sem problemas — digo.

— Leve alguns pratos naquela mesa, por favor. Venha comigo até irei te guiar.

— Claro.

Ajudei a mãe de Liam com o que ela precisava, não demorou para Liam voltar com Mason e Nolan, então ele escolheu uma mesa para nós e nos sentamos lá enquanto eu e Mason voltávamos a conversar sobre quadrinhos e Nolan tentava equilibrar o saleiro sobre a sua testa.

O pai de Liam chegou, ele nos olhou de uma maneira ruim quando nos viu na mesa, ele falou alguma coisa para Liam e entrou na cozinha.

— Theodore Raeken, você por aqui de novo?

Olhei para trás e Corey estava entrando no restaurante.

— Você não larga mesmo do seu bo-

— Oi, Corey! — Liam se apressou em dizer — nós vamos almoçar, você já comeu?

— Ainda não — ele diz — eu vim trazer uma coisa.

— Oi, Corey — Mason diz enquanto Corey se aproxima da mesa.

— Mason, oi! Tudo bem?

— Tudo sim.

— O que é isso? — Nolan apontou para as mãos de Corey onde ele segurava um saquinho de cor vermelho.

— Eu vim trazer para o Liam, eu não gosto, mas ganhei na cidade, então vim ver se ele iria gostar — Corey entregou para mim.

— Bolinhas de gude? — eu perguntei.

— É sim, eu acho isso tão sem graça.

— Santo senhor Jesus, eu tenho uma coleção em casa — Nolan disse e eu entreguei para ele.

— Ótimo, então já tem um dono.

— Senta aí, cara — digo.

— É, senta aí. Vou trazer mais um prato — Liam falou.

Não demorou para Liam voltar e se sentar ao nosso lado junto com Corey, nós almoçamos enquanto conversávamos, eles agem como se já fossem amigos há muitos anos, são tão próximos e conversam sobre tantas coisas, eu me sinto até um pouco perdido aqui no meio.

— Liam, venha aqui — o pai de Liam o chamou.

— Eu já volto.

Liam se levantou e caminhou até o seu pai.

Depois que nós fizemos aquilo na cama dele, eu não consegui não reparar mais em Liam, em seu corpo, em como ele é bonito...

— O pai dele parece ser tão rude — Corey disse mais baixo.

— E ele é — digo.

— O meu pai é do mesmo jeito — Nolan disse.

— A minha mãe é bem mais brava que meu pai — Mason falou.

— Eu já volto — digo, pegando alguns pratos que estavam na mesa e me levantando para levar para a cozinha.

— Eu não quero que você traga esse tipo de gente aqui, entendeu? — eu pude ouvir o pai de Liam dizendo a ele enquanto passava perto deles.

— Como assim, pai? Eles são meus amigos.

— Não se tem amizade com esse tipo de gente, Liam. Onde já se viu? Aquele menino parece mais uma menina, além do outro menino, sabe que gente assim são todos bandidos, não sabe?

Meu Deus...

Deixei os pratos na cozinha e quando voltei pude ver a expressão no rosto de Liam, ele estava bravo, indignado.

— Pai, por que está dizendo isso? O senhor não pode falar assim deles, nem ao menos os conhece.

— O restaurante é meu e eu não quero eles aqui dentro, entendeu?

Liam não diz nada, apenas dá as costas ao seu pai e volta para a mesa pegando o restante dos pratos e levando para a cozinha.

— Cadê o meu relógio? — o pai de Liam gritou de repente, chamando a atenção de todos nós, principalmente de alguns clientes que estavam no restaurante — eu deixei ele bem aqui! — ele apontou para o balcão.

— O que aconteceu? — a mãe de Liam veio da cozinha, em seguida Liam.

— Eu deixei o meu relógio aqui em cima e ele sumiu! — o mais velho falou bravo.

— Você tem certeza que não deixou em outro lugar?

— Claro que não, mulher! Eu sei onde coloquei. Alguém pegou e eu sei muito bem quem foi.

— Pai...

— Cala a boca, Liam. Você, moleque! — o mais velho apontou em nossa direção, mas ele estava apontando para apenas um de nós — foi você, não foi? — ele saiu de trás da bancada e caminhou até nós.

— Eu?

— Não se faça de desentendido, eu sei muito bem como são as gentinhas da sua raça!

— Pai, por favor! — Liam foi apressado até ele.

— O senhor está me acusando? — Mason perguntou, se levantando.

— Eu sei que foi você.

— Como assim? O Mason não saiu daqui, nós estamos comendo faz tempo, ninguém saiu daqui e eu tenho certeza que ninguém faria isso — Corey falou.

— Cala a boca, sua bichinha!

— Pai, pare com isso, por favor.

— Não fale assim com os amigos do Liam — foi a vez de sua mãe dizer.

— Calem a boca! — ele gritou — eu quero o meu relógio, e se esse moleque não me devolver eu vou chamar a polícia!

— O Mason não roubou nada, estamos todos juntos — eu digo.

— O senhor poderia estar acusando qualquer um daqui desse restaurante, mas você está acusando apenas o único menino negro daqui — Mason disse, claramente bravo com isso.

— Não, meu bem... não é nada disso — a mãe de Liam tentou dizer, mas foi interrompida.

— Então você admite que gente como você tem a mão leve.

— Pai, pare com isso! O Mason não roubou nada, por que está o acusando desse jeito?

— Gente como você deveria estar no inferno! — Nolan falou.

— Seus atrevidos! — o mais velho tentou ir para cima dos meninos, então eu e Liam tentamos o impedir.

— Pare com isso, não seja ridículo, pare! — a mãe de Liam gritava enquanto o mais velho com sangue nos olhos tentava a todo custo ir para cima dos nossos amigos.

— Pai! Chega!

— Eu não quero nenhum de vocês dentro do meu restaurante de novo, entenderam? Nenhum de vocês.

— Com todo respeito, senhora. Mas eu nunca voltaria em um lugar onde tem um homem desse tipo, você vai para o inferno por isso! — Corey disse.

— O único que vai para o inferno é você, seu depravado, bichinha de merda!

— Cale a boca — Liam disse, ele empurrou seu pai com tanta força que ele se afastou cambaleando para trás — nunca mais fale assim com eles, eles são meus amigos, você não tem o direito de tratá-los dessa maneira, não tem direito de tratar ninguém assim!

— Seu moleque — ele chegou perto estendendo a mão para cima de Liam e eu fiquei entre os dois o impedindo de fazer o que ele queria.

— Não encoste nele — digo.

Ele me olha com raiva, com ódio. É o mesmo olhar que o meu pai me olha.

— Vocês vão queimar no inferno... todos vocês! — ele gritou, antes de sair do restaurante.

Isso foi horrível.

...⌛...



Liam Dunbar

— Eu tinha oito anos quando vi o meu tio sendo preso acusado por ter roubado um mercadinho. Nós estávamos na calçada da casa da minha tia, a família estava lá porque era uma noite quente, então decidimos ficar um pouco ao ar livre. Passaram dois homens correndo na rua, não fazíamos ideia do que se tratava, então continuamos ali, eu estava brincando com o meu irmão com bolinhas de gude, minha mãe, meu tio, minha tia e meu pai estavam conversando e bebendo cervejas, se passaram exatos oito minutos, a polícia chegou junto a uma mulher, a mulher era a dona do mercado, então ela nos viu e apontou para o meu tio, ela jurou ter sido ele que roubou o mercado, e a partir disso eu só me lembro de muitos gritos, choro, medo, raiva... levaram o meu tio e disseram a seguinte frase "foi ele, aquele homem preto roubou o meu mercado". Essa foi a maior injustiça que eu já presenciei, mas eu já vivi na pele coisas que vocês nem imaginam, essa não é a primeira e não será a última vez, e o que me deixa revoltado é saber que ninguém recebe uma punição por isso.

— Meu Deus, Mason... — Corey disse baixo, enxugando uma lágrima no canto do olho.

Nós viemos para a casa do Corey, seus pais não estão em casa e ele disse que poderíamos ficar um pouco.

Eu me sinto muito mal pelo que aconteceu no restaurante, todas aquelas coisas que o meu pai disse foram horríveis, eu me sinto envergonhado por ele ter dito tudo aquilo, talvez tenha sido culpa minha também, se eu não tivesse convidado os meninos, o Mason não teria passado por isso.

— O seu tio conseguiu sair da cadeia? — Theo perguntou.

— Ele saiu há dois anos, passou uma longa parte da vida dele dentro da cadeia por um crime que ele não cometeu.

— Mason, me desculpa — eu digo.

— Liam, não é culpa sua.

— É sim! Se eu não tivesse levado vocês lá, ele não teria dito essas coisas horríveis para você, você não teria passado por uma coisa tão ruim.

— Você não tem culpa pelo seu pai ser uma má pessoa, Liam. Infelizmente existem muitas pessoas assim no mundo.

— Mas não deveria — Nolan disse.

— Me desculpa...

— Não chora, Liam — Mason se aproximou e segurou a minha mão.

Ele é tão forte, ele consegue me acalmar mesmo tendo passado por uma coisa tão ruim assim.

— A porra do mundo é injusto, os inocentes são os que mais sofrem, os brancos acham que são melhores que eu, que a minha família, que os meus amigos... o mundo é assim, cheio de injustiça. Eu só espero que um dia isso mude.

— Nós deveríamos fazer algo para mudar isso.

— Não tem o que fazer, Theo.

— Mas precisa ter o que fazer, não é justo com você, não é justo com ninguém.

— Enquanto isso não pode ser mudado, saber que vocês e minha família estão ao meu lado já é importante para mim.

— E nós vamos estar aqui sempre — digo.

— Valeu, gente... será que a gente pode não falar mais disso?

— Vocês estão com fome? — Corey fungou — eu estou.

— Tem comida na sua casa? Podemos preparar alguma coisa — Nolan sugeriu.

— Boa ideia — Liam disse.

— Venham, tem queijo guardado, qualquer coisa fica bom com queijo — Corey se levantou do sofá.

Mason e Nolan se levantam também, eles vão para a cozinha enquanto vejo Corey iniciar alguma conversa.

Olhei para Theo e ele foi rápido em segurar a minha mão e chegar mais perto.

— Não é culpa sua.

— Eu sei, mas...

— O Mason disse que não foi sua culpa, confia nele — Theo disse.

Eu suspirei.

Theo acariciou a minha mão e segurou dando um beijinho.

— Posso te abraçar? — eu perguntei.

— É claro.

Eu me aconcheguei nos braços de Theo e ele me acolheu muito bem. O abraço dele é o melhor.

— O meu pai é tão cruel.

Silêncio.

— Theo, me beija?

Ele se afasta do abraço para olhar para mim.

— Você...

— Quando você me beija, eu me sinto melhor.

Vejo ele abrir um sorrisinho.

— Eu gosto de beijar você — Theo tocou o meu queixo com o polegar e eu sorri fraco.

— E eu gosto quando você me beija.

Theo não demorou, ele me beijou no mesmo instante.

Sua boca contra a minha se move devagar, nós já estamos melhores nisso, acho que passamos a treinar bastante desde o dia que nos tocamos.

Tocar o Theo... meu Deus.

Sentir ele me tocando, Jesus...

Theo me beija usando a língua, assim é bom.

Também uso a minha língua, Theo suspira, sua mão vai para a minha cintura, nosso beijo se torna afoito, sua mão desce para a minha coxa, ele aperta um pouco.

Deus...

— Gente, vocês gostam de...

Nolan parou de falar quando entrou na sala e nos viu, eu e Theo nos afastamos rapidamente e Nolan deixou cair no chão o pote de pasta de amendoim.

Meu Deus, isso não deveria ter acontecido.

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