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02 𝖽𝖾 𝗌𝖾𝗍𝖾𝗆𝖻𝗋𝗈 𝖽𝖾 2011
Hannah Isabel Grimes.
As coisas fugiram do meu controle. Quando percebi, o caos já havia se instalado por todos os lados. Tiros ecoavam a prisão, mas eu não estava lá para revidar. Em compensação, a arma estava pronta para ser disparada caso alguém do grupo inimigo nos encontrasse.
Andrea tentou nos ajudar, unir as duas comunidades. Estava cega de amor, não enxergou o mal nos olhos de quem dormia ao seu lado da cama. Então, a mandamos partir novamente. Merle pousa sua mão áspera em meu ombro, me puxando para a realidade.
— senta um pouco, eu assumo a guarda por você. – ele ordena, sua estranha maneira de demonstrar afeto.
Rick me mandou com os indefesos para fora das grades da prisão, longe do campo de batalha. Merle, após ter sua tentativa de assassinar o governador falhada, ganhou um dedo amputado da mão que lhe restou. Costurei de volta, mas ele não pôde participar da batalha de hoje.
— sente-se você, dedo podre. – resmungo, continuando em meu posto de vigia. Me arrependo do tom usado ao me comunicar com o palerma, então suspiro em arrependimento. — desculpe, fui cruel.
— tem sorte de ser irmã da mulher que manda em mim. – ele murmurou, ocupando o banquinho de madeira vazio ao meu lado. Um que trouxemos de casa. — agora, pode relaxar um pouco?
Observava a movimentação dentro da prisão. A correria, os tiros, os carros. Eu deveria estar lá. Suspiro, largando meu posto, mas indicando Carl para ocupar meu lugar. Ele é ágil, não hesitaria em atirar caso alguém aparecesse. E isso foi um problema.
Merle vem ao meu encalço, se misturando ao resto de nós. Mudou seu comportamento, mas as vezes volta a ser o idiota de sempre. Entretanto, sua postura na presença de Giulia é impecável. Sempre demonstrando respeito à garota, a tratando como prioridade. Giulia mudou o Merle.
Camila estava sentada no banco traseiro da caminhonete de Glenn, a prima mais nova sendo balançada por seus braçinhos pequenos enquanto Beth abanava as duas garotinhas com uma tampa de plástico. Giulia, mesmo que conversando com Hershel, se mantia em alerta o tempo todo.
Quando os tiros pararam de soar e a calmaria pareceu prevalecer, nos permitimos respirar em alívio e sem medo. Porém, algo se mexeu na floresta e alertou à todos nós. Apontando nossas armas para uma única pessoa, um garoto em rendição nos foi apresentado.
— por favor, não atirem. – ele pediu em misericórdia. Respirava ofegante, como se tivesse corrido bastante. Parecia assustado. Era apenas uma criança. — por favor. Eu juro, eu não disparei contra vocês. Eu nem queria estar aqui, ele me obrigou.
Sua voz era desesperada, buscando por socorro. Abaixo minha arma, levantando a mão direita como um sinal para que os outros façam o mesmo. Entretanto, um disparo com silenciador me faz pular em susto. Um segundo depois e o garoto que havia se rendido estava morto. Meus olhos se arregalam ao encarar o corpo sem vida do jovem rapaz e sua marca de bala na cabeça.
Me viro para trás bruscamente, encarando meu sobrinho com incredulidade. Carl não parecia ter remorso ou arrependimento por seu ato, muito pelo contrário. Ele estava satisfeito.
— por quê diabos você fez isso? Ele ia se entregar. – questiono rudemente, puxando a pistola de sua mão no mesmo instante. — qual o problema com você?
Carl me olhou indiferente, de uma maneira que eu jamais havia visto antes. Ele me olhou com raiva.
— ele era uma ameaça, não ia se render coisa nenhuma.
Ainda encarava meu sobrinho com o olhar franzido sobre ele quando o rádio em minha cintura chiou e a voz rouca do meu irmão foi ouvida. Nos deu passe livre para voltar, mas disse que estaria indo terminar o que havia começado. Estavam indo derrubar Woodburry.
Conheço meu irmão. Ele jamais daria para trás quando se trata da nossa segurança. Rick e Daryl tocariam fogo em toda uma cidade se fosse para nos proteger. Não me surpreenderia se desmenbrassem o governador e o espalhassem por por Atlanta e o condado. Philip que se cuide, pois Rick e Daryl estão indo em busca dele.
[....]
Me concentro na quantidade de zumbis que ainda há dentro do nosso campo, juntamente da segurança de Maggie e Lara enquanto eliminam os que estão se aproximando do pátio. Ordenei que meu sobrinho cuidasse da irmãzinha e de Camila até que seu pai chegue e decida como as coisas irão funcionar. Enquanto isso, Maggie e eu tivemos o desprazer de presenciar a pequena interação entre Lara e meu cunhado maldito.
— depois do expediente, rola alguma coisa? – ele questiona, apoiando a mão enfaixada na grade, escapando de uma mordida graças à sua querida e amada ficante. — valeu ai, gata.
Rolo os olhos, atingindo um zumbi aleatório com outra flecha. Maggie têm a mesma reação, mas faz isso enquanto esfaqueia crânios.
— não tem como rolar algo se você virar zumbi, mão de algodão.
— minha mão pode ser bem pesada, Laurinha. – ele se insinua, me dando ânsia.
— Jesus! Peguem um bloco, vocês dois. Maggie e eu não somos obrigadas a ouvir seus flertes nada convencionais. Estranhos.
Uma risada em dupla é ouvida, me trazendo, de certa forma, um sentimento bom. Ouvir risadas sempre é algo bom, mas as risadas das pessoas que amamos é ainda mais doce e especial. Ainda assim, o mal ainda nos cerca. E Carol nos fez o favor de avisar que o carro de Glenn estava voltando, sendo seguido por um ônibus escolar.
Após mais de doze horas fora e sem dar notícia alguma, nossos amigos e familiares estão de volta com o que parece ter restado de Woodburry. Destranquei o portão, deixando que Maggie o puxasse até ser aberto por completo. Liberando assim, a passagem dos carros e do ônibus. A buzina chega a preocupar, mas não causa efeito nos zumbis do campo.
Tranco o portão novamente, observando Rick descer da caminhonete prata na companhia do meu namorado e Glenn. A porta do ônibus se abriu, liberando pessoas desconhecidas no pátio da prisão. Crianças, idosos e poucos adolescentes. Adultos eram quase extintos daquele grupo, exceto por alguns que já estiveram aqui antes.
Minha atenção antes focada em desconhecidos, agora foi roubada pelo homem que dorme ao meu lado. Seus braços rodearam minha cintura em uma rapidez impressionante, e quando me dei conta, seus lábios já estavam nos meus. A pouca barba que crescia em seu rosto arranha o meu, me causando um leve formigamento no queixo e bochecha. A mão esquerda pousou em meu rosto enquanto a direita seguia em minha cintura. Seu polegar percorre minha bochecha e acaricia ao redor dos meus lábios, me causando cócegas.
Daryl beija meu rosto com delicadeza, trazendo o famoso arrepio novamente para meu corpo.
— senti saudades. – ele revela em um sussurro rouco, me causando um sorriso de canto. Sua postura volta a ser ereta comigo ao seu lado quando meu irmão nos alcança. — mas posso esperar até o discurso acabar.
Estava pronta para questionar sobre o discurso, mas Rick colocou sua pose de xerife ao ficar entre nós e se virou para o povo parado em frente ao automóvel escolar. Sua voz ecoou por todo o pátio, explicando com detalhes tudo o que aconteceu e afirmando que garantia proteção, comida e uma vida digna aqui. Em troca, lhes pediu apenas uma coisa: lealdade.
Não derrotamos o governador neste dia, mas eu garanto que isto ainda irá acontecer. Por mim, por Maggie e por todas as garotas que vieram antes de nós. Querido Philip Blake, você já está morto.
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001: um capítulo light, porq eu ainda estou me recuperando das festas de fim de ano. Inclusive, feliz 2024 para todos vocês!💖
002: somos quase 120K de leituras!!!! Estou tão orgulhosa de mim mesma. Obrigada, pessoal!
003: gostaria de avisar que a partir deste capítulo, estamos dando início ao fim da terceira temporada e cada vez mais perto do segundo ato. Isso me deixa tão animada, sério.
Beijinhos da Maluzinha!!!💋
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