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                          𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀

Uma dor de cabeça insuportável me fez acordar. Me sentei na cama sem entender onde eu estava e como havia ido parar ali.

Levei as mãos até as têmporas e massageei, fechando os olhos pela dor que eu estava sentido.

Senti um movimento da cama ao meu lado e abri os olhos, olhando na direção. Era Victor.
Fiquei muito confusa, como e por que ele está aqui?

Bom, talvez eu tenha ligado pra ele durante a noite e ele veio, até porque Victor não queria ter ido passar o natal com sua mãe.ele disse que queria ficar comigo, mas iria por consideração.

Me levantei e fui direto para o banheiro. Escovei os dentes e tomei uma ducha gelada, quase morri de frio mas pelo menos melhorei um pouco.

Sai do banho, enrolei uma toalha na cabeça e outra no meu corpo. Fui  até meu guarda roupa e coloquei minhas roupas íntimas, uma blusa de manga, um suéter por cima e uma calça legging que é forrada por dentro.

Escutei meu celular tocando na escrivaninha e fui até lá, pegando ele e colocando na orelha assim que atendi. Era Luca.

——— Boa tarde, Luca. ——— falo e abro um sorriso de lado.

——— Boa tarde, Babi. Está tudo bem por aí? Você melhorou? ——— ele perguntou.

——— Melhorei sim, tomei um banho gelado e me fez sarar um pouco. ——— respondi. ——— Deixa eu te perguntar uma coisa...é que eu não lembro de muita coisa de ontem. Ainda estava aqui quando Victor chegou? Se sim, como ele veio parar aqui. ——— perguntei sorrindo.

——— Na verdade não sei como ele foi parar aí, mas eu tinha acabado de te colocar pra deitar e ele entrou no quarto, achou que eu estava me aproveitando de você e deu dois socos na minha cara. ——— Luca explica e meu sorriso fecha na hora. ——— Juro que não estava fazendo nada com você, Babi, só te ajudando.

——— Eu sei. Mil desculpas por ele ter feito isso, Luca.

——— A culpa não foi sua, está tudo bem, sério.

——— Preciso desligar, até logo. ——— me despedi e desliguei o celular.

Fui em direção ao Victor e dei um tapa em sua testa, fazendo ele acordar assustado e me olhando confuso.

——— Aí. O que é isso, Bee? ——— ele perguntou e se sentou na cama, passando a mão pelo cabelo bagunçado.

——— Bateu no meu amigo? Que tipo de problema você tem? ——— cruzei meus braços.

——— Maluca! Me acordar desse jeito pra falar de um merda igual ele.

——— Um merda? Você nem conhece ele. Veio de New York até Summerville só para fazer bosta, igual você sempre faz!

Ele se levantou. ——— Igual sempre faço? Eu acho daora' que você nunca fala das coisas boas que faço por você.

——— Ah, Claro. Porque em um momento desses, eu puta com você, vou ficar babando o seu ovo.

——— Você é ridícula. ——— ele se aproxima de mim, deixando nossos rostos perto um do outro. ——— Defende todos ao seu redor, quando na verdade deveria ficar do meu lado.

——— Ficar do seu lado com uma coisa dessa? Não sou burra, Victor!

——— O que ele estava fazendo aqui? Você ficou com saudades e chamou seu namoradinho pra te fazer companhia, foi?

——— Claro que não! Ele voltou do México e minha amiga convidou ele pra vir, não foi eu.

——— Mas pelo jeito você amou, estava toda animadinha quando eu te liguei, aí eu chego aqui e você está no quarto com ele?! Não fode. Atitude de puta do caralho!

Automaticamente acertei sua bochecha com um tapa, no mesmo segundo Victor fez o mesmo comigo.

Minha visão ficou turva e eu caí sentada na cama, com a cabeça baixa. A toalha havia caído e meu cabelo molhado estava em meu rosto.

Meu rosto estava ardendo e o meu maxilar doendo, logo pude sentir o gosto de ferro na minha boca, indicando que havia cortado.

Pisquei desacreditada e as lágrimas que estavam acumuladas começaram a cair pela minha bochecha.

Sai do meu "transe" quando batidas soaram na porta do meu quarto.

——— Pessoal, está tudo bem aí? Ouvi alguns barulhos. ——— minha mãe perguntou do outro lado da porta.

Encarei Victor e me levantei, pronta para abrir a porta mas fui agarrada por trás e empurrada na parede, com uma mão tampando minha boca.

——— Está tudo bem, sim. Bárbara ainda está dormindo. ——— ele falou alto para minha escutar.

——— Tá bom. ——— minha mãe respondeu e escutei os passos dela se afastando.

Meu olhar estava fixo no de Victor, ele tirou sua mão da minha boca lentamente. Ele ainda me prensava na parede.

——— Me desculpa...——— ele cochichou e limpou o sangue que já começava a escorrer no canto da minha boca. ——— Por favor, me desculpa.

Empurrei ele pra trás e caminhei até o banheiro, cuspindo o sangue na pia e enxaguando minha boca.

Caminhei até minha penteadeira e comecei a passar uma maquiagem no machucado dos lábios e na marca da mão na minha bochecha.

——— Me desculpa. ——— ele repete, sentado na cama e com a cabeça entre as mãos.

Eu estava em choque, simplesmente não conseguia dizer nada. Não sei o que fazer. Estou perplexa.

Quando terminei de me maquiar, penteei meu cabelo e calcei meus chinelos.

——— Vou ajudar minha mãe a preparar o jantar de Natal. ——— falei e sai do quarto, fechando a porta e descendo pra cozinha.

Alguns parentes meu haviam chegado. Ajudei minha mãe até onde pude.

Eu estava sentada no sofá, com alguns primos ao meu lado e o Victor sentado do outro lado.
Seu olhar estava longe, ele olhava para o teto, pra parede e pro chão.

Meus primos estavam jogando vídeo game e estavam se divertindo com aquilo. Quem não estava se divertindo era eu!

——— Bárbara, seu pai chegou. ——— escutei minha mãe dizer e me levantei, indo até o Hall.

——— Oi, papai. ——— abracei ele fortemente. ——— Eu estava com saudade de você.

——— Eu também estava, minha princesa. ——— ele deixou um beijo no topo da minha cabeça. ——— Então, sua mãe me disse que seu namorado está aí. Me apresente.

——— Okay. Ta bom. Espera um pouquinho aqui. ——— fui até a sala e Victor direcionou seu olhar até mim. ——— Meu pai quer conhecer você, vem.

Victor se levantou e me acompanhou até o hall, onde meu pai nos esperava.

——— Oi. ——— Victor cumprimentou e abriu um sorriso de lado, estendendo a mão rumo ao meu pai.

——— Olá, garoto. ——— meu pai apertou sua mão e sorriu. ——— Victor, né?

——— Sim.

——— Muito bom te conhecer. Vou deixar vocês sossegados e vou conversar com seus tios. ——— ele disse e se afastou, deixando nós dois em um silêncio desconfortável.

——— Bárbara...——— Victor me chamou e tentou me tocar, porém me afastei.

——— Não. ——— dei as costas e voltei pra sala, me sentando ao lado da minha prima e voltando a conversar com ela.

O jantar logo foi servido, todos comeram e ficaram aqui em casa até umas dez da noite, depois foram embora.

Estava apenas eu e minha mãe. Victor havia saído a uns doze minutos. Não sei pra onde foi.

Fiquei um tempinho sentada com minha mãe na sala e depois subi pro meu quarto. Me deitei na minha cama e coloquei um filme, porém não consegui concentrar.

Só pensava no meu maxilar doendo e no motivo disso estar acontecendo.

A porta do meu quarto se abriu e minha mãe se apoiou no batente.

——— Estou indo sair com as minhas amigas. Volto tarde. ——— ela avisou e caminhou até mim.

——— Tudo bem. ——— minha mãe deixou um beijo em minha testa e saiu do quarto, fechando a porta.

Em algum momento eu cochilei e acordei quando ouvi barulhos aqui dentro do meu quarto.

Era Victor. Ele estava com uma garrafa de vodka na mão e apoiado na minha cômoda. Victor havia derrubado alguns produtos meus e estava tentando levantá-los.

——— Você está bêbado? ——— perguntei e ele me olhou.

——— Não. ——— disse com a voz embargada, indicando que ele estava sim bêbado.

Me sentei quando ele derrubou novamente as coisas.

——— Vem deitar, Victor, anda! ——— ele negou com a cabeça e eu bufei, me levantando e indo até ele. ——— Vamos.

Tirei a vodka da sua mão e puxei seus braços até que ele estivesse deitado na cama.
Victor estava esparramado, tirei seus tênis e cobri seu corpo.

——— Odeio quando você fica assim. ——— falei e dei a volta na cama, me deitando ao seu lado.

——— Foi inevitável, Bee...——— ele choramingou. ——— Estou me sentindo um lixo por ter te dado aquele tapa.

Fiquei em silêncio e me ajeitei na cama, levei a mão até o interruptor e desliguei a luz, deixando o quarto todo escuro.

——— Você não vai me desculpar? Não vai falar comigo? ——— ele perguntou, falando tudo embolado.

——— Vamos conversar amanhã, quando você estiver sóbrio. ——— falei.

——— Eu estava com saudade de você, não demos nem um beijo...——— senti sua mão em minha bochecha. ——— Vem aqui.

——— Victor, não...——— peguei sua mão e tirei do meu rosto. ——— Não complica mais as coisas. Vamos dormir.

Ele ficou em silêncio, não me respondeu. Depois de um tempo escutei seu ronco baixinho, que indicava que ele havia dormido.

Puxei a coberta até que estivesse tampando meu ombro e peguei no sono também.

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