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𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀
——— Eu já disse que não estou afim de conversar com ele, Carolina, será que é difícil de entender? ——— perguntei para loira que estava com o celular apontado pra minha direção.
Ignorei Victor a semana toda e ele estava me deixando quieta, mas hoje ele decidiu me perseguir o dia inteiro. Como não conseguiu nada de mim, colocou Carolina como porta mensagem dele.
——— Conversa com ele. ——— ela insiste novamente. ——— Você sabe que o Victor não vai te deixar em paz enquanto você não aceitar essa ligação...
Bufei e peguei o celular da sua mão, colocando na orelha.
——— O que você quer? ——— falei.
——— Que você pare de me ignorar! ——— ele fala do outro lado da linha.
——— Você fez a Carol sair da aula dela, vir até a minha, me fazer sair, só pra você falar isso pra mim? ——— cruzo os braços.
——— Não, não foi só por isso. Quero que você almoce comigo hoje, só pra gente conversar.
——— Não, obrigada. Eu almoço com os meus amigos.
——— Qual é, só hoje.
——— Eu não vou!
——— Me encontra no ZINC. Se você não aparecer, vou atrás de você! ——— então ele desliga.
Entrego o celular para Carolina e entro pra dentro da minha sala de aula novamente. Eu estava no último horário antes da hora do almoço, então em menos de 20 minutos a aula acabou.
Como de costume Tainá me encontrou na mesa que sempre nos sentávamos no gramado.
——— Vamos almoçar? O pessoal já deve está indo para lá. ——— ela fala e passa seu braço pelo meu.
——— Não vou almoçar com vocês hoje. ——— aviso e ela me olha com a sobrancelha erguida.
——— Ué, por que?
——— Tenho um compromisso. ——— deixo um beijo no rosto dela. ——— Nos vemos mais tarde. ——— saio logo, antes que ela começa a me encher de perguntas.
ZINC era um restaurante que ficava um pouco longe de faculdade, então peguei o meu carro e fui até ele.
Quando entrei no restaurante, passei os olhos pelo local procurando pelo Victor. Ele estava em uma mesa no canto do restaurante.
Caminhei até lá e me sentei de frente para ele.
——— Olha só quem veio! ——— Victor fala, sorrindo de lado.
——— Fui praticamente ameaçada. Estou aqui por livre e espontânea pressão. ——— digo e cruzo os braços.
——— Até parece que não estava com saudades de mim. ——— ele diz e ergue as sobrancelhas.
——— Com certeza, Victor...——— revirei meus olhos e peguei o cardápio em minhas mãos. Estou faminta! ——— Não sei o motivo de você querer conversar comigo, nunca mais vai rolar absolutamente nada entre nós dois.
——— Nem você acredita nessas suas palavras, você sempre faz totalmente o oposto de "nunca". ——— olho ele por cima do cardápio e Victor está com seu sorrisinho sarcástico de sempre.
——— Fala logo o que você quer! ——— grunhi.
O garçom chegou interrompendo nossa conversa. Ele anotou os nossos pedidos e logo saiu.
Olhei pro Victor esperando ele responder.
——— Você se sentiu mau por eu ter te mandado sair depois que transamos? Parece que você ficou bem zangada...
Ele está realmente me perguntando isso? A pergunta em si já mostra o quão foi ridículo o que ele fez.
——— Claro que fiquei, você me tratou feito lixo. ——— cruzei meus braços sobre o peito e desviei o olhar.
——— Nunca continuei com a mulher na cama depois de transar, acho íntimo demais. Eu não sabia que você queria esse nível de intimidade.
——— O problema foi que eu me entreguei pra você, perdi a minha virgindade com você, você foi todo carinhoso na hora do sexo e depois mudou sua personalidade rápido demais, voltando a ser o babaca de sempre.
——— Ser "carinhoso" com você na hora da foda já foi muito difícil para mim, Bee. É complicado.
——— Não falo só de domingo, falo de tudo, até do básico. Victor, você não sabe nada sobre mim, não sabe o nome dos meus pais, não sabe o meu sobrenome, não sabe o que eu gosto de fazer, que filmes gosto de assistir, muito menos minha cor preferida. Nunca conversamos sem discutir ou provocar. Pra mim, dessa forma não funciona. ——— subo meu olhar para o dele.
——— Nunca conversei nesse nível com outra garota...
——— Victor, eu não quero saber o que você fez ou não com outras garotas. Estou falando o que eu acho e o motivo de seja lá o que for isso entre a gente ter que acabar agora!
——— Não é assim que as coisas funcionam, já te falei que você não vai se livrar de mim.
——— Pelo jeito, não vou mesmo. ——— falei baixo.
——— Vamos sair, eu e você, pra algum lugar. ——— ele fala e apoia os cotovelos na mesa. ——— Aí nós podemos conversar.
——— Não.
——— Bárbara, eu estou tentando...
——— Tarde demais. Você nunca vai mudar, Victor. Você é um maluco que logo logo vai enjoar de mim. Eu não sou como você, não sou desapegada. Se a gente continuar nessa merda sem nexo, vai acabar de um jeito onde apenas eu vou sair machucada.
——— Eu nunca...——— ele abaixou a cabeça e suspirou. ——— Nunca tive nenhum tipo de carinho, de ninguém. Meus pais trabalhavam demais na minha infância, praticamente fui criado por empregados. Eu não sei o que é o carinho. Pra você ter noção, no dia que você cuidou de mim, já me senti acolhido demais, de uma forma que eu nunca havia me sentido antes.
——— Isso nã-.
——— Me deixa falar, pode não parecer mas admitir essas coisas pra você está sendo muito complicado, então cala a boca e me deixa falar! ——— fiquei em silêncio e encostei minhas costas no encosto da cadeira. ——— O sexo com você foi...diferente. No outro dia, me fechei e fui grosso com você.
O garçom chegou com a nossa comida e começamos a comer.
——— E por que? Por que você se priva disso? ——— perguntei. ——— É medo?
——— Talvez. ——— ele da de ombros.
Medo?
Como que alguém tem medo de receber carinho ou demonstrar carinho? Isso é tão triste.
——— Sai comigo! ——— ele fala novamente, com seu jeito autoritário de sempre.
——— Tá, Victor. Vou te dar uma chance pra tentar mostrar que você consegue ser uma pessoa legal. ——— sorrio de lado.
——— Tá.
O restante do almoço foi um silêncio, um pouco constrangedor. Nenhum de nós dois tinha nada para falar.
Quando terminamos de comer, abri minha bolsa e peguei o dinheiro lá dentro, depois levei até a direção do Victor.
——— Vou pagar! ——— ele se levantou e colocou a mão no bolso, tirando de lá sua carteira e negando meu dinheiro.
——— Odeio que as pessoas paguem as coisas para mim, pega o dinheiro, por favor.
Ele me ignorou e foi em direção ao caixa. Bufei e guardei meu dinheiro na bolsa novamente.
Quando Victor terminou de pagar, veio até mim, com as mãos no bolso da sua calça.
——— Você veio de carro? ——— perguntou e eu confirmei com a cabeça. ——— Beleza. Me encontra na porta da faculdade hoje as 22h30. ——— falou e caminhou para fora do restaurante, sem me deixar argumentar.
Hoje? Eu achei que fosse ser depois. Ainda mais as 22h30, esse horário eu pretendia estar deitada na minha cama, assistido série.
Me levanto e saio do restaurante, indo até o meu carro.
Tainá entrega o café para mim e Nate e apoia os cotovelos no balcão da ilha, me encarando.
——— Que compromisso você tinha hoje na hora do almoço. ——— ela pergunta, franzindo o cenho.
——— É mesmo, eu ia te perguntar isso mas acabei esquecendo. ——— Nate fala.
——— Nada muito importante gente, foi assuntos pessoais.——— dei de ombros e sorri de lado.
A resposta convenceu Nate, porém Tainá me encarava desconfiada.
——— Preciso ir treinar, meninas. Nos vemos depois. ——— Nate deixou um beijo no meu rosto e depois no da Tainá, saindo em seguida.
——— Foi se encontrar com o Victor na hora do almoço, né? ——— ela pergunta e eu quase me engasgo com meu café.
——— Claro que não, da onde você tirou isso? ——— me fingi de boba.
——— Qual é, Babi, eu não sou burra. O que eu te disse? Pedi para ficar longe dele. Victor é perigoso e vai acabar machucando pra caralho você.
Desviei o olhar. ——— Nós dois não temos nada, Tainá. Nós só fomos almoçar juntos.
——— Você é boa demais e ele está te enganando. Não confie em nada do que ele falar ou prometer para você!
——— Maria Tainá, eu não te pago para ficar batendo papo com os clientes. ——— o chefe da Tainá briga com ela e ela revira os olhos para mim.
——— Vou trabalhar, nos falamos depois.
Confirmo com a cabeça e saio da ilha dela.
É claro que eu tinha noção de cada palavra que Tainá me disse, não sou idiota, sei a pessoa que Victor é e sei a burrada que me meti quando deixe-me ser dominada por ele!
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