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50 comentários para o próximo. O capítulo tá grande gente, interajam por favor...

                        𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀

Eu já havia saído do banho, me trocado e agora estava deitada em minha cama, a mesma que fui chupada pela primeira vez na minha vida a uma hora atrás.

Eu estava tão arrependida. Aonde que eu estava com a cabeça? Isso só deu mais razão pro louco do Victor ter mais possessividade em mim.

Mas foi tão bom...tão intenso. Mas isso não foi certo. Eu não deveria ter deixado chegar até esse ponto!

Me viro na cama novamente, já se passava da 00h e a minha ansiedade por ter feito merda não estava me deixando dormir.

Acendi meu abajur e abri uma das gavetas da minha escrivaninha, pegando meu trabalho da faculdade, um lápis e meus óculos.

Comecei a fazer o trabalho, estava complicado mas consegui fazer. Por volta das 2h da manhã a porta do dormitório é aberta e Carolina entra, acendendo a luz do quarto e se apoiando na parede.

——— O que você faz acordada, Babi? Sempre dorme cedo...——— ela diz embolado.

Carolina estava bêbada.

——— É madrugada de terça feira e você está bêbada?! Meu Deus, Carol! ——— guardo meu trabalho novamente na gaveta e cruzo os braços.

——— Me deixa, estou triste...——— a loira cambaleia até o meio do quarto e eu bufo, me levantando e indo até ela.

——— Triste por que? ——— seguro em seus braços para firmá-la.

——— Vi o meu ex com outra...——— sua voz falha e ela abaixa a cabeça.

——— Ué, mas você está com garotos diferentes todos os dias. ——— franzo os lábios.

——— É diferente. ——— ela fecha os olhos e leva a mão até a testa. ——— Tudo está girando.

——— Você deixaria eu te ajudar a tomar banho? Vai fazer você melhorar e poder dormir um pouco mais tranquila. ——— sugiro.

——— Pode ser. ——— ótimo. Era capaz dela cair se fosse tomar banho sozinha.

A guiei até o banheiro e a coloquei sentada no vaso.

Já cuidei de pessoas bêbadas antes, as minhas primas mais velhas viviam ficando bêbadas na casa da nossa avó e eu as ajudava para que a vovó não descobrisse.

Ajudo Carolina tirar cada peça de roupa e depois puxo ela pelos braços a levantando e colocando dentro do box do chuveiro.

——— Tenta se manter de pé, se você cair, vai se machucar, certo? ——— pergunto e a loira confirma com a cabeça.

——— Eu amo o Arthur, Bárbara...——— Carol fala embolado e encosta a cabeça na parede.

Ligo o chuveiro e a água cai em seu corpo.

——— Por que não volta com ele? Pelo pouco que eu observei, ele parece gostar de você ainda. ——— coloquei shampoo na minha mão e comecei a lavar seu cabelo.

——— Ele gosta, gosta muito. Quando terminamos, ele me mandava mensagens sempre que bebia. ——— terminei de lavar seu cabelo e a ajudei a enxaguar. ——— Mas sou muito orgulhosa e odeio ser assim. Simplesmente não consigo falar que o amo e que quero ele novamente.

——— Quando você é orgulhosa, se perde muito da vida. ——— falo para ela e começo a passar o creme nas pontas do seu cabelo.

——— Eu sei...——— ela diz somente isso.

O banheiro fica em completo silêncio. Terminei de dar banho nela, ajudei ela a sair do banheiro e coloquei um baby-doll em seu corpo.

No momento, Carol estava sentada na sua cama enquanto eu penteava seu cabelo. Quando terminei, pedi para que Carolina se deitasse e assim ela fez, cobri ela e fui para a minha cama.

A única luz que estava acesa era a do meu abajur, então desliguei e rapidamente peguei no sono.

De manhã, quando meu despertador tocou para que eu me arrumasse pra aula, desliguei com o pensamento de dormir mais cinco minutinhos -o que claramente não rolou-.

Meu celular tocou embaixo do meu travesseiro, peguei ele meio atordoada e atendi, colocando na orelha. Era a minha mãe, conversei com ela um pouco e logo desliguei.

Olhei o horário e era 12h20. Eu dormi pra caralho e ainda por cima cima perdi as aulas da parte da manhã!

Me levantei e Carolina não estava mais no dormitório. Abri a janela e comecei a arrumar minha cama e mais algumas coisas que estavam fora do lugar.

Abri o frigobar e peguei uma lasanha congelada que tinha lá, coloquei no microondas e quando ficou pronto comi enquanto assistia série pelo notebook.

Enrolei mais um tempinho e depois fui tomar banho e me arrumar para as aulas do período da tarde.

Era por volta das 18h00 e somente agora voltei para o dormitório, depois que as aulas acabaram, eu e meus amigos fomos tomar café em uma padaria aqui perto.

Entrei no quarto e Carol estava na sua cama, ela me olhou e sorriu de lado como cumprimento. Retribui.

Tirei meus tênis e me deitei na cama, começando a mexer no celular.

——— Babi. ——— Carolina me chamou e eu olhei para ela. ——— Por que me ajudou ontem?

Dou de ombros. ——— Eu não podia te deixar naquele estado. Só quis ajudar, desculpa se achou ruim...

——— Não. Claro que eu não achei ruim. Na verdade, eu queria te agradecer por ter me ajudado.

——— Não foi nada demais. ——— sorri de lado e ela também, voltando a escrever em seu caderno.

O restante da noite foi normal. Fiz minhas lições, tomei banho e jantei.

Por incrível que pareça Victor não havia enchido o meu saco hoje, eu nem cheguei a vê-ló -graças a Deus-, eu ficaria super envergonha em ter que olhar pra cara dele depois de ontem.

Quinta feira foi feriado aqui, a faculdade emendou com sexta e não tivemos aula. Decidi ir visitar os meus pais, eu estava com muita saudade deles.

Hoje já era sábado à noite e eu havia acabado de chegar New Haven. Decidi vir no sábado porque meus pais estavam com viagem marcada para domingo e não compensaria eu ficar lá se eles não iam está.

Muitas pessoas de Yale foram para suas casas nesse feriado, a faculdade estava bastante vazia, a maioria vai chegar somente amanhã.

Entrei no meu dormitório e deixei minha mochila em cima da cama. A viagem havia sido cansativa, são cinco horas até aqui.

Fui de ônibus e voltei com o meu carro que eu não havia trago no meu primeiro dia aqui porque vim com os meus pais.

Tomei um banho e coloquei um short de moletom e uma blusa de frio. Pedi comida japonesa pelo ifood e quando notificou que estava chegando, fui até a porta.

Com a minha comida em mão e mexendo no celular, quando fui virar um corredor trombei em alguém.

——— Aí. ——— reclamei e olhei para cima. Era Victor.

Ele estava com os olhos agitados e lágrimas descendo pelas bochechas, as quais ele secou rapidamente.

——— Victor...O que aconteceu? ——— perguntei e guardei o celular no bolso.

——— Eu...——— sua voz falhou. ——— Não é nada.

Ele desvia o olhar e sai andando rapidamente, só volto a andar para meu dormitório quando ele vira um corredor e some das minhas vistas.

Chego no meu quarto e me sento para comer.

O que será que aconteceu com ele? Ele parecia está desesperado, triste e bravo ao mesmo tempo. Eu nunca havia visto ele assim.

Ele parecia precisar de ajuda...

Tento tirar a ideia de ir até ele e continuo comendo, porém os meus pensamentos não me deixam em paz e ficam me atormentando, então me levanto e vou.

Eu me lembro onde fica o dormitório dele e acho que ele está lá.

Quando cheguei abri a porta devagar, Victor estava com as mãos apoiadas sobre uma cômoda e de costas para mim. Ele não percebeu que entrei.

Meus olhos pararam nos machucados em suas costas, por toda parte. Fechei a porta atrás de mim e com o barulho ele olhou para trás por cima do ombro.

Seus olhos vermelhos, vermelhos demais!

——— O que você está fazendo aqui? ——— ele perguntou, com a voz embargada.

——— Quem fez isso com as suas costas? Alguém machucou você? ——— me aproximei em passos lentos.

——— Sai, Bárbara! ——— Victor mandou, porém ignorei e me aproximei mais. ——— Que merda...——— ele se afastou da cômoda, indo para o outro lado do quarto.

Tinha cocaína em cima da cômoda, estava dentro de um saquinho transparente. Preferi não comentar nada sobre...

——— Quem machucou você? ——— perguntei novamente.

Victor não me olhava, ele mantinha seu olhar no chão o tempo todo.

——— Por que quer saber disso, Bárbara? Você nem liga. Vaza daqui! ——— ele manda mais uma vez.

——— Eu não vou sair, como vou deixar você desse jeito? Olha como você está! ——— toquei seus braços marcados com as pontas dos dedos. ——— Você ficou aqui no feriado? Não foi pra casa?

Ele riu e eu não entendi o motivo da risada, então franzi o cenho.

——— Fui, claro que fui. Estou desse jeito por que fui! ——— Victor disse, enquanto as lágrimas rolavam pelas suas bochechas.

——— Como assim? ——— segurei seu queixo e fiz ele olhar para mim. ——— Conversa comigo, me deixa te ajudar.

——— Chateei o meu pai, isso que aconteceu, Bee.——— ele riu de lado.

——— Seu pai que fez isso com você? ——— levantei as sobrancelhas e ele confirmou com a cabeça. ——— Victor, meu Deus!

Ele mordeu o lábio tentando conter o choro, o que claro, não estava dando certo. Victor se afastou de mim novamente e foi até a cômoda, pegando a cocaína nas mãos.

——— Não usa isso! ——— fui até ele e tirei de suas mãos.

——— Que saco, Bárbara. Manda eu ficar longe e agora tá aqui no meu quarto me enchendo, me dá isso! ——— ele tenta pegar mas eu não deixo.

——— Isso aqui não vai te ajudar com os seus problemas. ——— balanço a droga. ——— Ele te bateu muito e com certeza não foi com a mão.

——— Não, ele me bateu com um pedaço de madeira que na hora da discussão ele achou no escritório dele. ——— abro a boca, completamente assustada. ——— Me da a coca logo, preciso dela!

——— Não! ——— guardei no bolso da minha blusa e fui até sua cama, começando a organizar porque estava uma bagunça total.

——— O que você está fazendo, enxerida?

——— Vai tomar um banho para se acalmar, vou arrumar a cama pra você poder deitar quando terminar.

——— Pelo amor Deus. ——— Victor passa a mão pela cabeça, bravo. ——— Tem como me deixar cuidar dos meus problemas do meu jeito?

——— Seu jeito é errado e ilegal. Me escuta, por favor, eu estou te ajudando, um banho vai te ajudar.

Ele suspirou cansado e entrou para dentro do banheiro, fechando a porta.

Arrumei sua cama direitinho, tirando toda a bagunça e estiquei as duas cobertas, deixando tudo pronto para deitar.

Victor demorou bastante no banho, quando saiu estava usando uma toalha. Ele caminhou até o guarda roupa, pegou uma cueca e simplesmente tirou a toalha.

Desviei o olhar na hora, focando em qualquer coisa que não fosse ele. Arrisquei olhar para saber se ele já tinha colocado e felizmente tinha.

——— Você com certeza está com dor. Você tem remédio para dor aqui? ——— perguntei.

——— Não. ——— ele se deitou na cama e gemeu de dor quando fez isso.

——— Sabe se seu amigo tem?

——— Provavelmente.

——— Ele vai achar ruim se eu procurar nas coisas dele?

——— Faz o que você quiser, Bárbara! ——— ele retrucou e colocou as mãos no rosto.

Fui até a escrivaninha do colega de quarto dele e comecei a abrir as gavetas. Na última tinha alguns remédios, li o nome de cada procurando por um de dor e achei.

Fui até o frigobar e peguei uma garrafa d'água, depois levei para Victor, que tomou o remédio sem reclamar.

——— Você já atrapalhou minha noite não deixando eu me drogar, será que pode pelo menos me deixar dormir? ——— ele perguntou e se cobriu.

——— Vai dormir mesmo? Ou vai sair para comprar mais drogas e se drogar e se embebedar?

——— Vou dormir mesmo, Bee...——— Victor revirou os olhos.

——— Okay...——— caminhei até a porta e abri ela, olhei Victor por cima do ombro e ele estava encarando o nada, com os olhos tristes e cheios de lágrimas.

Respirei fundo e fechei a porta, caminhando até a cama, tirando meus chinelos e me deitando ao seu lado.

Victor me olhou e levou a mão até o interruptor que ficava ao lado da sua cama, apagando a luz.

Tirei a cocaína do meu bolso e coloquei no chão, no cantinho da cama para eu dar descarga nela amanhã. Depois me cubro e me aconchego na cama.

——— Eu sinto muito, Victor...——— falei.

——— Não tem que sentir, não é sua culpa.

——— Eu sei mas...passar por isso deve ser uma merda.

——— E é, mas eu já me acostumei, meu pai sempre foi assim, se alguma coisa não acontece como ele quer, a gente discute e ele acaba fazendo isso. Normalmente são socos, mas a discussão de hoje foi feia e ele apelou mais.

Eu não fazia ideia que ele passava por isso, pensei que ele fosse mais um mimadinho pelo pai, mas as coisas não são assim...

——— Isso é muito triste...——— cochichei. É triste demais.

Ver Victor chorando me deixou triste. Ele está tão mau...

Senti sua mão tocar minha cintura e acariciar.

——— Não se abale com isso, está tudo bem, apenas mais um dia normal na minha vida.

——— Não é certo, você não pode aceitar isso.

——— Não se preocupe...——— ele cochichou e me puxou para mais perto dele. ——— Você disse que dormir ia me fazer bem, então vamos parar de falar disso e dormir?

——— Tá.

Ficamos em silêncio, no quarto completamente escuro. Eu não estava conseguindo dormir, porém Victor sim e estava agarrado na minha cintura.

Demorei um pouco para pegar no sono, mas finalmente consegui.

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