04

Interagem por favor...

                         𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗖𝗮𝗺𝗶𝗹𝗼

Com certeza o meu dia preferido da semana é a sexta feira porque posso aproveitar as festas sem ter que acordar no outro dia de manhã.

Sem contar que as festas de sexta são sempre as melhores e mais radicais.

A de hoje era na fraternidade Sigma Phi Kappa. As festas deles são as melhores e mais loucas de Yale.

A casa já estava lotada, apenas com luzes coloridas iluminando o lugar, bebidas a vontade para todo canto e diversas pessoas na piscina.

Assim que avistei meu amigos, andei até eles e quando cheguei lá cumprimentei todos eles com toques de mãos.

——— Isso aqui está uma loucura. ——— falo em um tom alto para o meu amigo Marcos-mais conhecido como Mob.

——— A primeira festa sempre tem que ser a melhor. ——— Mob sorri. ——— Temos que dar as boas vindas para a calourada', principalmente para as calouras gostosas.

Dou risada. ——— Vou pegar uma cerveja.

Me afasto deles e caminho até o freezer, pegando uma cerveja e indo para o quintal da casa, onde encontrei Arthur sentado em um sofá e me sentei com ele.

——— Que solidão é essa? ——— perguntei e bebi um gole da minha cerveja.

——— Parece que desaprendi a pegar mulheres. ——— ele olha para a piscina e cruza os braços. ——— Sacanagem isso.

——— Desaprendeu nada, só fica pensando demais na loirinha maluca. Deixa a Carol de lado e vai aproveitar, uma hora ou outra vocês vão voltar.

——— E se não voltarmos? ——— ele pergunta.

——— Aí pelo menos você vai ter outras. ——— aponto para um grupo de garotas para que ele fosse até lá.

Arthur se levanta e vai até as garotas, não demora muito para ele sair do quintal acompanhado por uma delas.

De longe vejo Tainá entrando no quintal, me levanto e caminho até ela que revira os olhos assim que me vê.

——— Cai fora, Camilo! ——— ela tenta passar por mim mas seguro o braço dela.

——— Ah qual é, por que toda essa marra? Pelo o que eu me lembre, a um ano atrás você não reclamava de me ter por perto, né?! ——— a garota solta seu braço com um arranco.

——— É, isso foi antes de você ter feito merda, igual sempre faz! ——— Tainá cruza os braços.

——— Aí meu Deus, até quando você vai ficar remoendo isso?

——— Victor, você pregou fotos minhas de lingerie por todo vestiário masculino apenas porque transei com outro.

——— "Apenas"?

——— Sim, não tínhamos nada, nunca tivemos, mas você tem síndrome de exclusividade e cismou comigo por conta de uma noite que ficamos!

——— Só não curto dividir. ——— sorrio de lado e dou de ombros. ——— Vi você andando por aí com a sua nova amiguinha. Gostosinha, não?

Tainá aponta o dedo na minha cara.

——— Não se atreva a mexer com ela, procura outro brinquedinho para você maltratar e quebrar, ela não!

——— Eu faço o que eu quiser. ——— olho por cima do ombro dela. ——— Falando no diabo...

Bárbara havia acabado de entrar no quintal e estava passando os olhos pelo lugar, provavelmente procurando por Tainá.

Tainá olha para trás e depois olha para mim novamente.

——— Fica longe! ——— ela virou de costas e caminhou até Bárbara, a pegando pelo braço e puxando para dentro da casa novamente.

                        𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀

Tainá conseguiu me arrastar para mais uma festa. Ela merece um prêmio porque até eu estou surpresa com isso.

Bebo um gole de uma bebida colorida que eu não sabia o que era, porém era bem saborosa e me encosto na parede.

——— Eu acho que já vou ir embora, Tainá.

——— Ah, mas aqui está tão de boa, espera mais um pouquinho ——— minha amiga diz.

——— Eu já estou aqui a um tempão, estou começando a ficar com sono...

——— Você quer que eu te acompanhe até a faculdade? ——— ela perguntou. ——— Está tarde.

Nego com a cabeça. ——— Não precisa, é aqui do lado.

——— Certeza? ——— ela pergunta e eu confirmo com a cabeça. ——— Tudo bem, me manda uma mensagem quando chegar.

——— Tá bom. ——— sorrio e nós duas nos abraçamos para despedir.

Deixei o copo que eu estava em cima de um balcão e sai da casa, abracei meu próprio corpo quando a brisa gelada bateu em mim.

Tinha pessoas do lado de fora, sentadas na varanda, na rua e sentadas na grama.

Comecei a andar em direção a faculdade, quando senti um braço passar pelos meus ombros.

——— Aonde está indo, Bee? ——— cochichou no meu ouvido.

Era Victor. Olhei para ele, que estava com o rosto próximo do meu.

——— O que você quer? ——— perguntei e tirei seu braço de mim.

——— Percebi que estava indo embora sozinha e pensei "meu Deus, uma dama andando na rua tarde da noite assim, eu acho que devo acompanhá-la" ——— ele respondeu com um tomzinho' de deboche.

——— Acho que fico melhor sem você, é mais seguro! ——— eu falo e ele joga a cabeça para trás, rindo.

——— Tem sempre uma resposta na ponta da língua, né? Quem te vê, não imagina o quanto é atrevida. ——— Victor bebe um gole da sua cerveja.

——— Normalmente sou assim com quem merece! ——— tento apressar meus passos mas ele me alcança e coloca o braço no meu ombro novamente.

——— Por que fica se fazendo de difícil?

——— Eu não estou me fazendo de difícil, apenas não quero nada com você, isso é tão difícil de entender? ——— pergunto exausta, esse garoto já está acabando com todas as minhas energias.

——— As outras garotas de Yale não dizem a mesma coisa...——— ele cochichou no meu ouvido, me fazendo arrepiar um pouco.

——— Então vai ficar no pé delas, por que ainda insiste em mim? ——— olhei para ele, com as sobrancelhas erguidas e Victor fica em silêncio.

Nós tínhamos acabado de entrar no gramado de Yale quando Victor parou de andar e me virou de frente para ele.

Fiquei encarando ele com os braços cruzados enquanto seus olhos intervalavam entre minha boca e meus olhos, me causando uma certa palpitação que não gostei.

——— Um beijo e eu te faço mudar de ideia rapidinho...——— ele leva sua mão até minha bochecha e automaticamente meus olhos descem para seus lábios.

Victor joga a garrafa de cerveja no gramado e segura minha cintura com a outra mão.

——— Só um beijo, o que impede você?

Passo a língua pelos menos lábios e subo o olhar para seus olhos. Minha respiração estava ficando pesada. Eu nunca havia me sentido assim.

——— E dar mais munição para aquele seu papo estranho de "se eu quero, é meu"? Eu tô fora. ——— tiro suas mãos de mim e dou as costas para ele, começando a caminhar.

——— Você já é minha, Bee. ——— Victor fala e eu olho para ele por cima do ombro.

——— Vai se tratar, ridículo! ——— ele ri e anda rapidamente até mim, segurando meu braço e me fazendo trombar nele. ——— Me solta!

Tento soltar meu braço mas não consigo. Ele é muito mais forte que eu. Victor empurra meu corpo para trás e eu me encosto em uma árvore.

——— Você é maluco ou o que? ——— perguntei e ele roçou nossos narizes.

——— Cala a boca por um minuto e para de ficar rebatendo tudo que eu faço. ——— ele
cochichou nos meus lábios e soltou meu braço.

Seu corpo estava prensando o meu.

Estávamos muito próximos.

Isso não é ficar longe dele, igual Tainá aconselhou!

Eu queria empurra-lo para longe mas simplesmente não conseguia. E por que eu não conseguia? Ele me encurralou aqui contra a minha vontade, isso é errado.

Por que olho tanto para seus lábios? Ele é possessivo e louco. Definitivamente não faz o meu tipo!

Sei que a partir do momento que eu deixar ele me beijar, vou estar deixando ele me dominar.

Aproximo mais nossos lábios, fazendo eles se encostarem.

——— Me esquece! ——— cochicho e empurro ele para longe. ——— Não sou sua e nunca vou ser.

Victor me encarou com um olhar diferente, tinha raiva ali e depois travou o maxilar. Ele muda tão rápido de humor.

——— Não brinca, Bárbara! ——— ele tentou se aproximar novamente mas vozes se manifestaram perto da gente.

Olhei na direção e era um grupo de pessoas chegando no gramado.

Me apressei em entrar para dentro da faculdade, olhei para trás e Victor estava andando na direção oposta, provavelmente voltando para a festa.

Victor é perigoso, envolver com ele é suicídio, sei disso!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top