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Kin Daikichi

Ir em um jogo sem o Chota para poder conseguirmos nos habituar melhor nessa cidade maluca e salvar o Chota, mas isso não vai servir muita coisa se nós morrermos aqui no próximo jogo, não? O jogo mais próximo iria ocorrer no Edifício Shikura. Haviam umas dez pessoas já esperando ao redor da mesa com os celulares. Karube e Arisu entraram no edifício sem pensar duas vezes ansiosos demais para terminar logo com isso. Respirei fundo antes de atravessar o limite demarcado pelos lasers eletrônicos e ir ao encontro do meu irmão e amigo. Algumas pessoas pareciam assustadas, já outros, confiantes. É tranquilizador observar cada pessoa aqui.

Dois executivos provavelmente egoístas e grosseiros que olham para todos ao seu redor com desprezo. Vão ser os primeiros a pedir socorro. Duas meninas que são amigas, a julgar o jeito que estão fofocando e se vestem com um estilo parecido. Uma esportista se alongando, pode ser útil dependendo do jogo. Um militar marrento e um menino com uma faixa na cabeça tentando imitar a pose intimidadora e descontraída do militar, estão usando a mesma pulseira então são amigos. Um cara de chapéu sorrindo feito um idiota, esse eu não sei nem o que dizer. Um rapaz de boné que andava de um lado para o outro com o celular na mão e um menino misterioso que ignorava todos ao seu redor.

- Com licença. - o rapaz com provavelmente a minha idade se aproximou de nós três. - O que é tudo isso? Vim parar aqui e não entendo o que está acontecendo.

- É um jogo. - Arisu começou a explicar antes que Karube começasse a sussurrar em seu ouvido.

- Não faça isso. Ele é um iniciante e vai nos atrapalhar. - Meu irmão não falou baixo o suficiente para que eu não pudesse escutar.

- Você é um idiota, Karube. Se esqueceu que só jogamos um jogo? Que nós éramos iniciantes e que se não fosse pela Shibuki, nós estaríamos mortos igual aquela garota com roupas do colegial? Vocês dois podem compactuar e não contar nada para ele, mas eu não vou ser cruel a esse ponto. - Dei as costas à Arisu e Karube e puxei o rapaz pelo braço até um canto longe dos dois e perto do menino misterioso. - Me chamo Kin. - estendi minha mão para um cumprimento formal e o rapaz pegou na minha mão. - Estamos em um tipo de Tokyo e aqui temos que jogar toda vez que o visto estiver no fim. Esse é o seu primeiro jogo, certo?

- Sim. - Ele respondeu atento.

- Você vai receber um visto hoje depois do jogo e quando estiver no último dia terá de renovar o visto jogando mais uma vez. Me compreendeu até aqui? - O rapaz assentiu. - Eu sei que isso tudo é demais, mas preciso que você absorva tudo que eu estou te contando. - O menino misterioso ergueu a cabeça e encarava nós dois com uma expressão neutra. Me afastei dele por dois passos. - Cada jogo é diferente e imprevisível, você tem que completar os jogos se quiser continuar vivo, sabe? Se não jogar você morre. - O rapaz engoliu em seco e assentiu mais uma vez.

- Obrigada.

- Me agradeça depois que sairmos daqui com vida. Você consegue. - Sorri amigavelmente e esperei que o rapaz se afastasse. Quando olhei para minha direita percebi que o menino de cabelos loiros me olhava ainda com a mesma expressão. - Tá olhando o que? - Revirei os olhos quando ele não me respondeu.

Caminhei novamente até Arisu e Karube com uma expressão reprovadora.

- Se coloquem no lugar dele seus idiotas. - Dei um tapa de leve na cabeça de cada um.

- Desculpa Kimmy. - Os dois responderam em um uníssono.

De repente todos os celulares começaram a apitar e uma voz virtual começou a dar instruções.

- Inscrições encerradas. Jogo: jogo dos símbolos. - A voz computadorizada dizia. - Objetivo é encontrar a área segura e evitar que a bomba relógio explodia. Tempo limite do jogo: vinte minutos. Evitem encontrar
"o coisa" . Dificuldade cinco de espadas.

- Cinco de espadas? - Perguntei para mim mesma.

- É, é um jogo físico. Sou o Nitobe. - O homem disse já me puxando para um aperto de mão. - Muito prazer. - Não demorou muito e o homem já estava apertando a mão do Arisu partindo para a do Karube.

- Cada naipe tem um significado diferente? - Arisu perguntou.

- Sim. Espadas são jogos onde tudo se resume a força, paus é uma batalha em equipe, ouros, intelecto e copas... O pior estilo de jogo de todos.

- O que copas significa? - Perguntei impaciente com a demora.

- Traição. - engoli em seco com a resposta.

- O cinco significa o que? - Dessa vez foi Karube quem perguntou.

- É a dificuldade do jogo e varia de um a dez. Igual nas cartas.

- Podem entrar no edifício. - a voz eletrônica se fez presente mais uma vez. - O jogo será iniciado em um minuto.

Todos os jogadores entraram no prédio esbaforidos e começaram a se dividir pelos andares. Sete andares no total. Karube e Arisu decidiram subir pelas escadas e eu fui logo atrás deles.

- Ei! EI! - Nitobi gritava atrás da gente.

- Pare de nos seguir. - Karube usou o tom de voz que ele usava com os meninos que tentavam se aproximar de mim.

- Não.

- O que diabos você está fazendo? Não tem coisa melhor para fazer? - as vezes o temperamento do meu irmão é contagiante, talvez seja de família.

- Estou avaliando os três. Talvez vocês possam ser meus aliados.

- Jura... - Karube e eu falamos ao mesmo tempo. - Olha, tem outros participantes para você avaliar. - continuei a falar. - Você pode muito bem parar de ser um grude e... - Fui interrompida pelo som de disparos.

- Vocês ouviram? - Arisu perguntou baixinho.

- Sim. O problema é que... os disparos não foram tão longe assim.

Arisu, Nitobe e Karube fizeram uma fileira para bisbilhotar o que estava acontecendo no sexto andar. Karube disse que eu era nova demais para bisbilhotar. Idiota. Antes que eu pudesse tentar bisbilhotar, Nitobe começou a empurrar Arisu para cima de mim.

- Corram! - Karube gritou assustado.

Comecei a descer as escadas correndo sem ligar para a probabilidade de eu cair e me machucar. Nitobe começou a nos empurrar para passar a nossa frente e continuou descendo os lances da escada. Arisu me puxou pela camisa antes que eu pudesse continuar descendo para o quarto andar. Karube correu até uma pilastra entre uma porta e a outra e pediu para que eu e Arisu nos escondessemos ali rápido. Karube ficou encostado na pilar enquanto me abraçava nervoso, Arisu ficou atrás de mim em uma posição completamente desconfortável. Se não fosse por essa situação Karube iria esmurrar o Arisu. Passos de botas ressoavam pelo corredor me fazendo estremecer. Me inclinei um pouco para o lado tentando enxergar o que estava persiguindo a gente e pude ver um cara usando uma máscara de cavalo. Ótimo! Estou presa em um filme estilo "Noite do crime" e não é nem um pouco divertido.

- Tudo limpo. - Falei já saindo dos braços do meu irmão. Arisu se desiquilibrou e caiu de cara no ombro do Karube que o olhou com certa reprovação.

- Suba as escadas e tente observar os andares de baixo, se o cabeça de cavalo subir até o seu andar a gente te avisa. - Karube disse já me empurrando de volta para as escadas.

- Você é doido? Eu vou ficar com vocês!

- O Karube está certo Kin, por favor.

- Eu odeio vocês. Acho bom vocês saírem daqui vivos para eu dar uns bons cascudos em vocês. - Falei enquanto abraçava Arisu e depois meu irmão. - Se cuidem.

Subi as escadas correndo até o sétimo andar. Cheguei um tanto que ofegante e fui caminhando até o final do corredor onde eu teria uma boa visão dos andares de baixo.

- Você. - Falei ao ver o menino loiro de mais cedo. Ele acenou para mim me fazendo bufar. - Não me respondeu lá em baixo e você de repente resolve ser legal comigo?

- Estava tentando ser legal. - O menino parou de acenar e se debruçou na coluna.

- Chega pro lado. - Falei antes de empurrar ele pro lado com o quadril e me debruçar na coluna assim como ele. - O que você conseguiu ver até agora?

- Duas meninas mortas, um executivo tentou fugir do jogo e morreu com o laser.

- E o outro?

- Sumiu. Então deve estar...

- Morto.

- Todos escutem! - Pude ouvir Arisu gritar. - Vamos nos ajudar gritando onde "o coisa" está!

- Bom plano. Uma pena que ninguém vai responder.

- O cabeça de cavalo está no quinto andar! - alguém gritou de volta.

- O que você estava dizendo mesmo? - Perguntei com certo deboche.

- Olhe para o terceiro andar. - Ele apontou para uma mancha de sangue na parede. - Aquele ali foi o do chapéu e blusa vermelha.

Nitobe.

- A ginasta?

- Está mais para uma alpinista. Desceu para o andar de baixo do coisa através do cano.

- Interessante. - o menino ainda estava com a mesma expressão neutra de mais cedo. Ele é absurdamente familiar. - Já vi você alguma vez?

O menino olhou de um lado para o outro tentando achar uma resposta. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, tiros foram disparados em direção do quarto andar.

- Aí. É o menino iniciante. Achei que ele já estaria morto a essa altura.

- Aposto que ele morre.

"O coisa" atirava longe demais do menino do boné que já estava abaixado no chão. Por que ele atirou tão longe quando preferia atacar de perto. A área secreta. Saí de perto do menino de cabelos loiros.

- A área segura é no 404, quarto andar! - Arisu gritou.

Comecei a correr nas escadas e logo vi o menino misterioso correndo atrás de mim também. Revirei os olhos. Logo chegamos no quarto andar enquanto tiros vinham do andar de baixo. O menino esperou eu entrar primeiro da sala.

- Babaca. - murmurei comigo mesma.

Arisu estava esperando atrás da porta com medo de seguir. Fiz uma leve massagem em seu ombro e sorri. Arisu inclinou a cabeça sem jeito. Mesmo assim eu comecei a me sentir tensa, mesmo na área segura. Foi fácil demais entrar aqui. De repente outro "coisa" apareceu e ergueu o braço em direção do Arisu.

- CUIDADO! - gritei.

O cara de cavalo caiu no chão. O menino estava com uma arma de choque na mão e fez o cabeça de cavalo cair. Entrei na sala ao lado correndo e achei dois botões.

- Alguém aperta o outro botão!

Arisu entrou na sala afobado e apertou o outro botão.

- Jogo completo. - a voz digital se fez presente mais uma vez.

Saí da sala e esbarrei no loiro. A mesma sensação percorreu pelo meu corpo quando eu saí do trabalho. Era ele.

- Era você, não era?

- Eu...

Arisu apareceu atrás de mim e retirou a máscara do cabeça de cavalo. Era uma mulher. Ela parecia horrorizada. Uma coleira eletrônica que estava ao redor do seu pescoço começou a piscar. A coleira explodiu, sujando o meu rosto de sangue e todos que estavam à minha volta.

- Puta que pariu. - Arisu deixou escapulir.

- Karube. Temos que achar o meu irmão.

eu amo o nome das listas de leitura de vocês, são os nomes mais inusitados e diferentes de todos 🥺🥺🥺 aliás, muito obrigada por estarem adicionando a história na lista de vocês e votando♥️♥️♥️

Rói... Eu tenho uma fanfic do niragi Tb... (não compactuo nem apoio nenhuma atitude do personagem, porém eu amo o dori e vejo o niragi como um personagem que ainda pode ser salvo ou então alguém que pode parar de agir como um completo escroto)

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