Liam Dunbar🌸

Enrolei uma toalha na cintura e corri de volta para o meu quarto, olhei pela janela e lá pra fora está ainda mais escuro.

Ai meu Deus, se algum animal aparecer para me atacar agora eu não posso nem me proteger porque não consigo ver nada.

Me assusto quando ouço uma batida na minha porta, saio correndo em direção ao som e acabo batendo o dedinho na cama.

— Puta que- Ah, olá Theo. — eu disse envergonhado quando abri a porta e vi Theo parado na minha frente com duas velas.

— Seu pai me pediu pra trazer isso aqui procê — ele me entrega uma das velas.

Espero que eu não queime a casa.

— Ai, Theozinho, você é um anjo que caiu do céu. — digo. Vejo ele descer o olhar ligeiramente pelo meu peitoral.

Eu ainda estou de toalha, tinha me esquecido completamente disso.

— Eu vou indo. — ele disse, mas eu o parei.

— Espera, você pode ficar comigo? Tenho medo de ficar no escuro, especialmente sozinho — eu disse.

— Tá todo mundo na sala, ocê pode descer e ficar com o pessoal lá embaixo.

— Eu não quero ficar com eles, você viu como o Joseph falou comigo lá embaixo… — digo, Theo coça a nuca e depois suspira.

— Mas eles são sua família, ocês há de se revolver.

— Eu não sei não, eu fiquei tão triste com o que ele disse…

Um pouco de manha sempre me ajuda a ter o que eu quero.

— Tá, eu num vou deixar ocê sozinho, veste uma roupa e vamo dar uma volta.

Eu não disse?

— Tudo bem, espera um segundo… talvez dois. — digo e ele riu anasalado.

Fecho a porta e involuntariamente um sorriso se forma nos meus lábios, não acredito que ele me chamou pra dar uma volta.

Coloquei a vela em cima da mesinha e peguei uma roupa qualquer dentro do armário e vesti rapidamente, tenho que ser rápido antes que o cowboy desista. Ajeito um pouco meu cabelo e sinto um vento frio vir lá de fora e isso acaba apagando a vela e deixando tudo escuro.

Abro a porta novamente e Theo estava ali parado do mesmo jeitinho que antes.

— A vela apagou, me bateu um leve desespero e eu saí correndo. — digo.

— Ocê é muito medroso.

— Você que tem muita coragem.

Eu digo, Theo ri um pouco.

Adoro quando ele sorri pra mim.

— Vamo logo, amanhã eu preciso acorda cedo pra fazer os serviço aqui da roça. — ele sai andando na frente e vou atrás dele dando pulinhos.

Nós descemos a escada e Theo dá a volta na casa para sairmos pela porta da cozinha.

Ai meu Deus, está ainda mais escuro aqui fora.

Nós saimos e ele fecha a porta e começa a andar pela fazenda.

— Será que dá pra esperar, cowboy? — digo, ele para de andar e olha para tras.

— Cowboy? — ele da um sorrisinho de canto.

— Você precisa me esperar, se eu me perco de você no meio desse breu eu vou ficar traumatizado pelo resto da minha vida. —  eu vou até ele e me agarro em seu braço. — Agora podemos ir.

Theo nega com a cabeça e dá um sorrisinho enquanto voltamos a andar.

— Theo, posso fazer uma pergunta?

— Depende.

— Você namora? — olho para ele que continua olhando para frente.

— Por que quer saber? — ele pergunta.

— Porque não sei nada sobre você ainda — digo.

Só que você é um baita de um gostoso.

— E por que quer saber?

— Pode só responder a minha pergunta?

Ele fica calado por um instante.

— Não — Theo responde depois de um tempo. — e ocê?

— Não. — eu digo.

— Eu nunca namorei na verdade — o cowboy parece tímido em dizer.

— Eu tive um namorado uma vez quando era mais novo, mas ambos eram imaturos, não sabíamos direito o que estávamos fazendo.

— Namorado? — ele olha para mim.

— Sim. Eu sou gay e isso está estampado na minha blusa, por favor não finja surpresa.

— O que seu pai acha disso? — Theo me pergunta.

— Papai sempre esteve lá para mim e minha sexualidade não mudou nada entre nós.— eu disse. — Claro, tem uma parte chata da família que é preconceituosa, mas eu não ligo para o que eles pensam, nunca tenho vergonha de quem eu realmente sou, as outras pessoas não têm nada a ver com isso.

— Ocê é tão novo e tão desbocado.

— O que quer dizer com isso?

— Ocê parece que faz tudo o que quer na hora que quer, e não tem medo do que pode acontecer ou do que as outras pessoas vão pensar… ocê é corajoso. — Theo falou.

— Às vezes as pessoas nos fazem pensar que não podemos fazer o que queremos, mas não podemos deixá-los fazer isso, na verdade devemos mandá-las pra-

— Tudo bem, eu já entendi. — Theo me interrompeu.

Ele olhou pra mim e nós dois começamos a rir.

— É… Liam. — Theo ficou sério de repente e falou um pouco tenso.

— Sim…?

O vento frio me atingiu, me fazendo encolher um pouco, inclinando-me ao lado dele. Eu ainda segurava seu braço enquanto caminhávamos.

— Como que ocê descobriu que gostava de outros garotos? — ele perguntou sem jeito.

— Ah, foi no ensino fundamental. Eu espiava os garotos mais velhos tomando banho no vestiário da escola e ficava excitado. — eu rio, me lembrando disso. — Eu sempre soube que não gostava de garotas, na verdade.

— Ah… eu… entendi.

Theo limpou a garganta e olhou ao redor, parecendo nervoso.

— Se eu te contar uma coisa ocê tem que prometer não falar pra ninguém.

— O que é? — pergunto curioso.

— Ocê promete?

— Tá, tá, eu prometo. — digo.

— É só que eu não tenho certeza se gosto de mulheres.

— Oh sério?

Minha resposta surpresa parece convincente?

— Por que está me contando isso? — pergunto. Theo para de andar e afastei meu braço.

— Porque ocê parece saber mais disso do que eu, ocê é o único garoto que eu conheço que gosta de garotos.

— Então você precisa de ajuda? — perguntei. Theo estava vermelho como pimenta.

— Que tipo de ajuda? — ele pergunta.

— Eu te ajudo no que você quiser, Theozinho… — me aproximo um pouco dele. — Você acha que não gosta de mulheres… então eu te ajudo a saber se gosta mesmo de homens.

Theo engoliu em seco enquanto eu me aproximava dele.

— E como ocê pode me ajudar nisso?

Sorri de lado e o surpreendi o puxando pela cintura.

O cowboy é grande mas eu dei conta.

Theo estava prestes a dizer alguma coisa quando eu fiquei na ponta dos pés o surpreendi com um beijo. Nossos lábios se tocaram e senti como ele estava tenso, comecei a mexer meus lábios devagar sobre o dele, ainda com as mãos em sua cintura eu senti ele mexer seu lábio com timidez.

Eu fui indo devagar, o beijo foi tomando sincronia e pedi passagem com a língua e esse cowboy safado sugou a minha língua com vontade, colei ainda mais nossos corpos e a minha língua explorava cada centímetro de sua boca enquanto a sua fazia o mesmo comigo.

Levei minhas mãos para a sua nuca, entrelaçando meus dedos em seus fios de cabelo macios e Theo finalmente levou sua mão até minha cintura e não consegui evitar sorrir sobre seus lábios.

Em sua outra mão ele ainda segura a vela e eu espero que esse cowboy não queime meu cabelo.

O beijo vai se tornando mais intenso, meu membro está despertando aos poucos, desci minha mão de seus fios de cabelo e parei em seu abdômen, comecei a descer minha mão até onde eu queria e Theo se afastou de mim bruscamente se desfazendo do beijo.

— Por que fez isso? — ele diz bravo se afastando ainda mais de mim.

— Eu só… — ele me interrompe.

— Não… não faça isso de novo. Fica longe de mim.

Ele sai praticamente correndo pra longe mim, me deixando sozinho sem entender nada, e pior, no escuro.

…⌛…

No dia seguinte 👨🏼‍🌾📅

Eu tô péssimo.

Ontem depois que nos beijamos o Theo meio que fugiu de mim e agora eu me sinto um pouco culpado.

Ele correspondeu o beijo, claro que ele queria também porque se não quisesse não teria feito o que fez.

Mas eu sinto que talvez tenha forçado ele, ele ainda está se descobrindo e eu simplesmente tasquei um beijo nele sem mais nem menos. Isso deveria ter acontecido no tempo dele, e eu devo ter assustado o pobre do garoto com aquela mão boba.

— Ocês não sabe o que aconteceu!!! — Isaac correu para dentro de casa gritando.

— Quem morreu? — perguntou Malia, parando de ler um livro em sua mão.

— O que foi? — Kira pergunta curiosa.

— Adivinha quem me convidou pro aniversário dela. — Isaac pergunta com um sorriso bobo.

— A mãe do Mário. — Malia diz, Isaac franziu o cenho.

— Que Mário? — o loiro pergunta.

— Que te comeu atrás do armário. — ela falou e começou a rir assim como Nolan.

— Malia, num tem graça, eu vou chamar o pai. — Isaac diz irritado e rio anasalado.

— Fala logo quem foi, Isaac. — Nolan diz.

— Foi a Allison, hoje é aniversário dela e ela chamou nois tudo pra festança que vai ter lá na quitanda hoje a noite. — ele diz.

— É sério? Ah, até que enfim eu vou ter um lugar pra usar meu vestido novo — Kira diz.

— Eu vou sair pra compra um presente bem bonito pra ela. — Isaac diz colocando seu chapéu na cabeça.

— Você vai, né Liam? — Nolan me pergunta.

— Não sei não gente, não tô muito no clima de festa. — digo.

— O que cê tem? Tá calado desde o café da manhã e com essa cara de quem comeu pamonha estragada. — Kira diz.

— Estou bem, só estou com saudades de casa. — eu disse.

Não vejo Theo desde ontem, ele não tomou café da manhã aqui, e tio Joseph disse que saiu cedo para comprar ração para os animais, mas até agora não voltou.

Tá na cara que ele não quer me ver.

— Então vamos na festa, você vai se distrair um pouco. — Nolan falou.

— Aposto que ocê nunca foi numa festança da roça. — Malia falou.

— Vai ser legal, tem tanta comida boa. — Kira diz.

— Tudo bem, eu vou. — digo.

— Ocê pode me ajudar a fazer uma maquiagem bem bonita? Quem sabe eu arrumo até um namorado hoje. — Kira falou sorridente.

— Ocê nem tem idade pra isso menina, deixa de rolo. — Isaac diz cruzando os braços.

— Eu sou um ano mais nova que ocê, eu já sei o que é um encontro, e Malia disse que eu posso beijar com a língua agora. — Kira mostra a língua para Isaac.

— Sua irmã tá certa, ela já tem idade pra namorar. — eu o provoco um pouco.

— É mesmo, e os meninos vivem de olho na Kira. — Nolan faz o mesmo.

— Tá com medo de perder sua irmãzinha pra um daqueles caipiras da escola? — Malia diz, Isaac está cerrando os olhos para nós.

— Ele só não quer aceitar que a irmãzinha dele cresceu e agora quer um namorado, ele é muito protetor. — Nolan diz e nós começamos a rir.

— Eu sou mais alto que ocês tudo, é melhor me respeitar. — Isaac falou. — e o que a Kira faz é problema dela, eu num ligo. — ele deu de ombros, mas tá na cara que está com ciúmes da irmã.

Os dois vivem brigando mas Isaac é um bom irmão para a Kira, está sempre cuidando dela e é normal que se preocupe.

— Vem Liam, quero que ocê me deixa bem bonita. — Kira se levanta e me puxa pelo braço.

Eu só espero que essa festa seja boa mesmo, aquele cowboy não sai da minha cabeça.

…⌛…

Esse lugar tem cheiro de milho e refrigerante barato.

Eles me convenceram a vir nessa tal festa então cá estou eu. Os cheiros misturados são estranhos, mas o lugar até que é bonitinho.

A festa está sendo dada em frente a um mercadinho, nós não demoramos muito pra chegar mas foi horrível andar pela estrada de terra com meus tênis brancos.

Eu tenho que parar de usar tênis branco nesse lugar.

O lugar está sendo iluminado por várias luzes brilhantes, tem algumas mesas de plástico pelo lugar e tem um monte de gente.

A música é horrorosa.

— Ocês vierem! — uma garota falou animada vindo em nossa direção assim que nos viu. Ela usa um batom vermelho nos lábios.

— Nois num ia perder sua festa. Feliz aniversário, Allison. — Kira disse entregando um presente pra ela e a abraçando.

— Ah, muito obrigada fofa. — ela diz — Ocê eu não conheço, como vai? — ela olha para mim com um sorriso simpático.

— Muito prazer, eu sou Liam. — estendo a mão para ela e a mesma me puxa para um abraço.

Assim você vai amassar minha roupa, meu bem.

— Feliz aniversário, Allison. — Isaac diz sem jeito enquanto se aproxima dela e lhe entrega um presente.

— Obrigada, Isaac. — ela abre um sorriso amigável.

— Você parece mais alta desde a última vez que te vi. — Nolan diz a ela que começa a rir. — Feliz aniversário, amiga — os dois se abraçam.

— Muito obrigada gente, sério. — ela diz. — a Malia não veio?

— Ele deve ter ido comer alguma coisa, ocê sabe como ela é. — Kira diz.

— Bom, fiquem a vontade, falo com vocês depois. — ela diz, saindo com seus presentes nas mãos.

— Ela tá tão linda com esse batom vermeio nos beiço. — Isaac diz depois de um longo suspiro.

— Vamo cumê! — Kira segura na minha mão e seguro na mão do Nolan, nós três saímos juntos enquanto Kira nos guiava.

— Olha só quem tá aqui. — Kira diz parando em frente a um bar improvisado, onde Theo está conversando com um cara enquanto segura um copo.

Droga, ele tá ainda mais lindo.

— Vamo falar com ele. — Kira diz.

— Kira, eu não que-

— Theo!!

Merda.

Theo olha em nossa direção e ela acena para ele, ela nos puxa para perto dele e olho para Nolan pedindo socorro apenas com um olhar.

— Ei, por onde ocê tava? Num vi ocê o dia inteiro. — Kira diz.

— Eu tive um problema na estrada, não consegui voltar pra casa. — Theo explica.

Ele olha brevemente pra mim e desvia o olhar.

— Eu vou pegar alguma coisa pra comer. — Nolan diz.

— Eu vou com você. — digo rapidamente.

— Não quero ficar sozinha. Tchau, Theo. — Kira diz, indo atrás de mim e do Nolan.

…⌛…

— Para de rir, Kira. — Isaac repreende a irmã que está rindo dele.

— Ocê é muito ruim na dança. — ela diz ainda rindo.

Já se passaram algumas horas, está chegando cada vez mais gente e Isaac decidiu chamar Allison pra dançar e ele acabou pisando no pé dela.

Foi engraçado porque ele definitivamente não sabe dançar.

— Está tudo bem, isso acontece. — Nolan tenta o confortar.

— Eu paguei o maior mico, ela não vai querer mais olhar na minha cara depois disso.

— Desencana, ela é legal demais pra ficar brava com você por uma coisa tão boba assim — digo.

— E aí. — Malia chega perto de nós ofegante e com o cabelo bagunçado, seu lábio está um pouco sujo de batom.

— O que rolou, mana? — eu pergunto.

— O que?

— O que é isso na sua boca? Ocê tava beijando algum menino? — Kira pergunta empolgada.

— Que? Claro que não. — Malia diz.

Três meninas passam em frente a nós e acenam pra mim com um sorriso.

Elas estão me secando desde que eu cheguei, eu tô fugindo delas desde que cheguei.

Céus, pensei que era bem óbvio que eu não gosto da fruta.

— Eu preciso ir ao banheiro, tomei muito suco de morango. — digo, Nolan ri fraco.

— Vê se não demora, tem uma menina que quer te conhecer. — Isaac falou.

Meu Deus, agora eu vou demorar muito.

Ando em direção ao banheiro e entro no banheiro masculino, parece que está vazio, as cabines estão todas abertas.

Me assusto e quase deixo escapar o que eu estava segurando, quando alguém me puxa pelo braço e me coloca contra a parede.

Minha nossa senhora do caipira.

— Theo?

Ele está bem na minha frente.

Tão perto.

Tão cheiroso.

Tão lindo.

— Eu tentei fugir docê, mas ocê tá me deixando louco, mauricinho. — Theo disse antes de me beijar.

Ai meu Deus.

Ele me beija com vontade, ele invade minha boca com sua língua e lhe dou passagem, suas mãos agarrando minha cintura e... meu senhor, que pegada.

Sua língua tem gosto de suco de uva.

Pelo menos ele não está bêbado.

Levo minhas mãos até sua nunca e Theo deixa o beijo cada vez mais intenso, me beijando com ferocidade.

Ele mexe seu quadril e consigo sentir que ele está ficando excitado.

Eu não sei o que deu nesse cowboy, mas espero que ele continue.

— Eu acho que quero a sua ajuda. — Theo sussurrou sobre os meus lábios.

— Você acha? — passei minha mão levemente por sua ereção para provoca-lo. Puta merda, ele é enorme.

— Eu com toda certeza quero a sua ajuda. — ele disse, me fazendo sorrir e apertar seu pau coberto pelo seu jeans apertado. — Meu senhor...

Theo gemeu baixinho em meu ouvido.

Você vai me fazer gozar só com seus gemidos, cowboy...

Voltamos a nos beijar e Theo começou a tirar seu cinto, assim como ele eu estou excitado.

Abro o zíper de sua calça e quando eu estava prestes a colocar minha mão lá dentro eu me assusto com algo atrás de mim.

— Santo Cristo Nazareno! Ocês dois... — olho para trás e vejo Kira parada com a boca aberta olhando para nós.

— Kira, não gri-

Eu fui interrompido por um grito da Kira e em seguida ela saiu correndo do banheiro.

Olhei para o Theo e ele olhou para mim rapidamente enquanto arrumava sua calça.

Nós dois saímos correndo do banheiro a procura dela.

•🐄•

Oii como vocês estão?

Santo Cristo nazareno, a Kira pegou os dois no pulo!😅

Me contem o que acharam do capítulo e deixem o seu voto.🥰

Vejo vocês no próximo capítulo.🌈

;; Um beijo procês, tchauu🤠