A final da Copinha Sicredi tinha sido inesquecível. Felipe e o restante do elenco do São Paulo levantaram a taça com garra, suor e, claro, muita festa. Gabrielli estava lá, torcendo por ele como sempre fazia desde criança. Melhor amiga, confidente, a pessoa que mais conhecia cada detalhe da vida dele.

Mas naquela noite, tudo mudou.

Entre comemoração, risadas e alguns goles a mais, os dois se deixaram levar pelo momento. Não era algo planejado, nem esperado, mas também não havia arrependimento. Era como se algo que sempre esteve ali, escondido entre olhares e brincadeiras, finalmente tivesse vindo à tona.

— Eu não consigo acreditar que você ganhou essa final! — Gabrielli disse, abraçando Felipe com força.

Ele sorriu, ainda com a adrenalina do jogo no corpo.

— E eu não consigo acreditar que você gritou mais que a torcida inteira!

Os dois riram. Ela rolou os olhos e empurrou levemente o ombro dele.

— Você mereceu, Fe. Sempre sonhou com isso.

— Não teria sido o mesmo sem você lá. — Ele olhou para ela por um instante mais longo que o normal. — Sempre comigo.

O silêncio veio logo depois, um daqueles que diz mais do que palavras. Até que, sem pensar muito, sem nenhum aviso, eles se beijaram. E foi assim que aquela noite terminou.

Ou melhor, foi assim que uma nova história começou.

Agora, três meses depois, Gabrielli segurava o teste de gravidez nas mãos, sentindo o coração bater acelerado. Positivo. Três meses.

Três meses desde a noite em que tudo mudou.

Ela respirou fundo, pegou o celular e digitou rápido.

— Fe, preciso falar com você.