𝐈𝐍𝐕𝐈𝐒𝐈𝐁𝐋𝐄 𝐒𝐓𝐑𝐈𝐍𝐆 🌾

🥞Capítulo Onze;🥂
❛todo esse tempo havia uma corda invisível amarrando você em mim❜

Betty e Augustine, depois daquele verão.
Verde era a cor da grama, está que trazia algum incômodo para Betty que estava sentada sobre o chão enquanto lia, como sempre costumava fazer no parque central da cidade. A garota gostava de momentos assim em que ela podia fingir que não conhecia ninguém lá.

Do outro lado da rua atrás da vitrine de uma loja de iogurtes, Augustine a observava dava para ver que a loira estava lutando para se concentrar enquanto a grama estava roçando sua pele.

A primeira coisa que Betty viu quando Augustine atravessou a rua para chegar até ela foi a camisa verde água que fazia parte do uniforme de atendente. A garota ficou sabendo que a Williams estava trabalhando lá para ganhar um pouco mais de dinheiro — ou para ocupar sua mente.

— August! — A garota sorriu abrindo os braços para Augustine para abraçá-la, podia parecer estranho para os outros depois de tudo que aconteceu, mas não era para elas. — Como está o trabalho?

Quando elas voltaram a sentar no chão, Augustine entendeu porque Betty parecia tão incomodada com a grama, causou uma grande coceira.

— Bem, é bom para ganhar uma graninha a mais — Ela sorriu e então olhou para a bolsa que Betty carregava, havia uma garrafa bem marcada ali, parecia água mas Augustine tinha certeza que não era. — Você não quer entrar? A grama não parece muito confortável.

— Eu adoraria na verdade, mas não trouxe nenhum dinheiro — Betty até chegou a checar seus bolsos e também a bolsa, mas realmente não encontrou nada.

— Tudo bem, você ganha um por conta da casa — Ela ofereceu.

— Por conta da "casa Augustine" ?

— Basicamente. — Augustine respondeu e Betty riu.

— Tem certeza que não vou incomodar?

— É uma loja de iogurtes, não é o lugar mais frequentado. — Augustine levantou e estendeu a mão para a garota que juntou suas coisas e logo segurou a mão dela.

O tempo era curioso, não deu direções, não deu sinais, e se alguém tivesse dito a ela a alguns meses que sua mais nova amiga seria a garota que passou o verão com seu namorado, ela teria tido uma crise de risos.

Será que este tempo todo haviam pistas que ela não viu?

Chegava a ser muito bonito pensar que todo esse tempo existia alguma corda invisível traçando seus destinos. Bem, poderia ter acontecido de maneira diferente é claro, isso iria diminuir muito a conta da terapia das duas garotas.

Betty entrou, ela passou a tarde ali com Augustine, contou a ela sobre todo o livro que estava lendo, contou sobre os que tinha lido antes deste e ouviu Augustine dizer que o último livro que havia lido era Harry Potter, animada a garota contou que sua casa de Hogwarts era Sonserina e Betty explicou como sempre fazia o texte e metade das vezes dava Lufa - Lufa e na outra metade Grifinória.

Augustine falou pouco sobre os livros, até que Betty tocou no assunto Percy Jackson e então Augustine pareceu explodir em extroversão, contando a ela sobre a história do livro e sobre como o filme era uma péssima adaptação com os bons atores. Ela falou por no mínimo uma hora sobre isso, ela falava de maneira tão alegre que Betty sequer sentiu o tempo passar.

— Banda pop favorita? — Betty perguntou em um jogo de perguntas que elas estavam fazendo a algum tempo.

— Não sei se encaixa exatamente nessa posição mas... — Ela fez uma pausa para trancar a loja, já era tarde. — 5 seconds of summer.

— Sério?! Que incrível!

— E a sua? — Augustine perguntou andando ao lado de Betty pela calçada, seus braços se esbarraram algumas vezes e sempre que isso acontecia elas olhavam uma para outra e sorriam.

— Não vale rir. — Betty disse.

— Por que eu iria rir?

— Porque é previsível. — A Brooks colocou a mão sobre o rosto com vergonha.

— Então me deixe adivinhar — Augustine saltou entrando na frente dela. Betty assentiu olhando para os olhos castanhos da garota esperando seu palpite. — Hum... me deixe pensar... One direction?

Betty correu para longe da garota, as mãos sobre a bochecha enquanto ria Augustine a seguiu, também rindo da reação da garota, era mesmo muito previsível que Betty Brooks fosse uma fã da One Direction, ela provavelmente era uma daquelas fãs que tinha um Harry Styles de papelão em seu quarto.

— Você disse que não ia rir! — Betty sentou em um banco no meio do parque e Augustine correu para sentar ao seu lado. — Vai, eles são lindos e super talentosos.

— Eu sei, eles são muito bons — Augustine não conseguia parar de rir. — Mas é que isso é tão você que chega a ser engraçado.

Por mais um longo tempo as duas conversaram sobre aquelas coisas consideradas fúteis, mas Augustine sentia que estava sempre correndo em volta de algo que tinha medo de enfrentar.

— Da primeira vez que fui para Los Angeles estava tocando uma música horrível no taxi, foi bem ruim o começo da viagem mas depois melhorou e eu acabei indo comer no Dirty French. — Contou Betty olhando para o céu que já escurecia.

— Você comeu no Dirty French? — Augustine perguntou desacreditada e viu Betty concordar com a cabeça. — Você comeu no meu lugar favorito para jantar.

— Você tem bom gosto —Betty disse e então sugeriu. — Deveríamos ir até lá juntas alguma vez!

— Sim, daqui três anos — Augustine riu mas Betty não pareceu entender a piada. — É o tempo que eu vou levar para juntar o dinheiro.

Betty riu, era assim que passava a maior parte do tempo com Augustine, ela era divertida. Mesmo sem querer pensar sobre isso, Betty não podia evitar o pensamento de que talvez tenha sido isso que chamou a atenção de James, ele gostava de pessoas com bom humor.

O tempo parecia ser místico, não passava enquanto elas sentiam sempre que deveriam falar, mas ninguém queria começar o assunto. Por fim voltaram a andar, falando sobre qualquer coisa que não fosse o que deveriam falar, e então de repente já estavam em casa, se despediram e mudaram de lado na calçada.

₍🌿 𓏲࣪⋆ ꒰

Com o tempo que passava, Betty ia curando suas feridas, as vezes chegava a se sentir completamente curada.

Cada vez mais se aproximava de Augustine Williams, depois da escola elas estudavam juntas, a garota até ensinou Betty a preparar uma das famosas tortas de sua família. Gostava de passar tempo com a garota, e dizia isso para todos os seus amigos, que ainda achavam essa amizade mais que estranha.

Mas Betty não precisava que nenhum deles estendesse, ela sabia como se sentia e isso era o suficiente. Gostava de Augustine.

Augustine por sua vez, sentia que quando estava perto dela algo parecia envolver todos os seus erros do passado em arame farpado. Betty era literalmente um anjo, jogando correntes ao redor dos meus demônios. Parecia ser uma dessas pessoas que estaria lá para enfrentar todas as situações com ela.

Mas elas não podiam continuar evitando o assunto, que de certa forma acabou as unindo.

— Como você não me odeia? — Augustine perguntou de repente enquanto estava sentada sobre o parapeito da janela, um cigarro entre os dedos.

Betty ergueu a cabeça, estava lendo, uma taça de vinho ao seu lado, já era a terceira. Augustine achava engraçado no começo, como a garota agia como uma mulher muito mais velha, mas agora começava a se preocupar com a quantidade de bebidas que ela tinha em sua bolsa.

— Eu acho que odiei  por um bom tempo, mas não gostava de admitir nem para mim. — Ela deu de ombros. — Sabe quando te vi chorando naquele banheiro fiquei com tanta raiva.

— Por que? — Augustine franziu as sobrancelhas.

— Não me orgulho disso, mas pensei... — Ela fez uma pausa para sentar sobre o tapete. — "Por que essa garota está aí chorando  depois de roubar meu namorado?"

— Meu deus. — Augustine piscou para absorver a resposta. — É engraçado porque eu pensei o mesmo. Achei que não tinha direito de chorar depois que você me viu ali.

Betty balançou a cabeça discordando do próprio pensamento.

— Não deveria pensar isso de você mesma — Betty respondeu seus pensamentos vagando entre as antigas memórias. — Eu pensei porque não sabia a história toda.

Augustine saiu do parapeito da janela e caminhou até o tapete sentando ao lado da garota.

— Que história você sabe?

— Sei a história toda, sobre os encontros secretos, sobre James na minha casa... sobre o fim de agosto. — Ela respondeu com calma, o medo de falar algo errado estava explícito em seu rosto.

— Como você sabe? — Augustine perguntou depois de alguns segundos, seu rosto estava estranho, triste talvez.

— Inez — Betty respondeu. E então olhou para além da janela como se estivesse procurando algo para dizer também, por fim cedeu a sua curiosidade. — Você não me odiou?

— Odiei. Bem antes do verão, quando você se aproximou de James. — Augustine confessou, já que elas estavam sendo sinceras ali. — O tempo todo até você ver ele na minha casa naquele dia.

Betty congelou, Augustine conseguiu perceber, aquila ainda não parecia ser uma memória fácil de lidar, mas a morena não sabia disso.

— Talvez eu estivesse com inveja... você sabe, Betty Brooks a garota perfeita, com notas perfeitas, um namorado perfeito e muito, muito linda. — Augustine continuou sem saber como reagir.

— Entendi. — Betty colocou os braços para trás, se apoiando neles e sorrindo para a garota. — Você tinha uma quedinha por mim.

Augustine se afogou com o ar, Betty gargalhou jogando a cabeça para trás enquanto via a morena ficar vermelha como uma cereja. A loira chegou a ficar sem ar de tanto rir enquanto Augustine tentava de todas as maneiras negar o que Betty tinha dito. Por fim Betty conseguiu finalmente se recuperar e parar de rir, e então a Williams  parou de negar.

— Tudo bem, talvez eu tivesse uma quedinha por você — Augustine admitiu e a Brooks deu a ela um sorriso maroto. — Mas passou agora que eu sei que você gosta de One direction.

— Você não vai esquecer isso?!

— Não, não vou — Augustine riu da expressão mal humorada de Betty.

Elas voltaram sua atenção para o assunto inicial e então a mesma pergunta vagou pela mente das duas garotas, e então uma delas finalmente teve coragem para perguntar.

Você ainda ama o James?

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