epílogo
A perda de Amadahy havia deixado uma marca profunda em todos que a conheciam. Mas em ninguém a dor parecia tão crua quanto em Zuko e Sokka. Enquanto Zuko se isolava, preso em um ciclo de luto e culpa, Sokka lutava para encontrar sentido na tragédia. Amadahy não era apenas uma aliada; ela era uma amiga próxima, alguém que o fazia rir até em momentos de tensão.
Porém, semanas após sua morte, algo inesperado aconteceu.
O Sonho de Sokka
Era uma noite comum no acampamento improvisado do grupo. O Avatar, ainda se recuperando de seu ferimento, dormia próximo ao fogo, enquanto Katara e Toph estavam envoltas em seus cobertores. Sokka, no entanto, não conseguia dormir.
Quando finalmente cedeu ao cansaço, sua mente foi tomada por um sonho tão vívido que parecia real.
Ele estava em uma praia desconhecida, as ondas quebrando suavemente na areia branca. A brisa trazia um cheiro de sal e flores, e ao longe, ele ouviu uma risada familiar.
— Amadahy? — ele chamou, confuso, mas esperançoso.
A figura apareceu lentamente, como se emergisse da própria luz do amanhecer. Era ela, sem dúvida. Amadahy estava lá, usando roupas simples, mas sua presença era quase luminosa.
— Sokka — disse ela, sorrindo com a mesma suavidade que ele lembrava.
— Você está viva? — Ele correu em sua direção, mas antes que pudesse tocá-la, ela ergueu a mão.
— Não posso voltar ainda — ela disse, sua voz ecoando como o vento. — Mas preciso que você saiba que estou aqui. Em algum lugar.
Sokka olhou ao redor, confuso. — Onde? Onde você está?
Amadahy apontou para o horizonte, onde uma ilha coberta de vegetação densa se destacava no meio do oceano. — Me encontre... quando for a hora certa.
Antes que ele pudesse perguntar mais, ela desapareceu, deixando apenas o som das ondas e um vazio crescente.
Sokka acordou com um sobressalto, suando e com o coração acelerado.
— Foi apenas um sonho... — ele murmurou, mas algo dentro dele dizia que era mais do que isso.
A Esperança de Sokka
Na manhã seguinte, Sokka não conseguiu conter sua ansiedade e contou aos outros sobre o sonho.
— Foi tão real — insistiu ele, gesticulando enquanto andava de um lado para o outro. — Eu juro, era como se ela estivesse lá, falando comigo.
— Sokka — Katara disse suavemente, tentando não magoá-lo. — Você sabe que Amadahy se foi. Todos nós vimos...
— Não, você não entende! — ele interrompeu, sua voz mais alta do que pretendia. — Eu sei que parece loucura, mas algo nesse sonho... eu senti que ela estava viva.
Toph, que havia ficado em silêncio até então, cruzou os braços. — Talvez ele esteja certo. A vibração de alguém pode ser difícil de apagar completamente. Se ele sentiu algo, pode haver verdade nisso.
Zuko, que ouvia a conversa à distância, finalmente se aproximou. Seus olhos estavam fundos, marcados pelo luto e pelo peso de suas decisões. — Eu quero acreditar, mas... e se for só esperança vazia?
— Não sei — respondeu Sokka, seus ombros caindo. — Mas não posso ignorar isso.
Apesar de seu fervor, os dias seguintes foram marcados por uma busca infrutífera. O grupo tentou rastrear ilhas próximas ao local do confronto, mas nenhuma pista de Amadahy apareceu.
Em Uma Ilha Distante
Enquanto isso, em uma ilha esquecida no meio do oceano, Amadahy abriu os olhos pela primeira vez desde o confronto. A luz do sol penetrava pelas árvores altas, e o som de pássaros preenchia o ar.
Seu corpo doía como se tivesse sido partido ao meio, mas, ao mesmo tempo, uma estranha energia pulsava dentro dela. Era algo diferente, algo... poderoso.
Lentamente, ela se sentou, observando o ambiente ao redor. Estava cercada por uma selva densa, com plantas que nunca havia visto antes. Ao longe, podia ouvir o som das ondas quebrando contra as rochas.
— Onde eu estou? — ela sussurrou para si mesma.
Tentou se lembrar do que havia acontecido. A última coisa que vinha à mente era o relâmpago de Azula. A dor, a escuridão... e depois, nada.
Ela olhou para as mãos, que pareciam diferentes. Quando as ergueu, algo estranho aconteceu: as pontas de seus dedos começaram a brilhar com uma luz azulada.
Amadahy deu um passo para trás, assustada, mas o brilho continuou, crescendo até envolver todo o seu corpo. Sentiu uma onda de calor percorrer suas veias, seguida por um frio intenso. Era como se todas as forças da natureza estivessem dentro dela, clamando por controle.
De repente, uma explosão de energia saiu de seu corpo, derrubando as árvores ao redor e abrindo um pequeno círculo na selva. Amadahy caiu de joelhos, respirando com dificuldade, mas ao mesmo tempo sentindo-se... inteira.
— O que está acontecendo comigo?
### **O Despertar da Ethereal**
Amadahy passou dias tentando entender o que havia mudado. Seu corpo parecia diferente, mais forte, mais conectado ao mundo ao seu redor. Era como se ela pudesse sentir a pulsação da própria terra, a respiração do vento e o fluxo da água ao longe.
Conforme os dias se transformaram em semanas, ela começou a explorar a ilha, descobrindo que estava completamente sozinha. Mas, com o tempo, a solidão trouxe clareza.
Ela percebeu que o ataque de Azula não apenas a ferira; havia ativado algo dentro dela. Um poder que ela sabia estar ligado ao Avatar, mas que agora parecia independente, algo único.
Uma noite, enquanto meditava sob o céu estrelado, uma figura etérea apareceu diante dela. Era o espírito azul que ela havia encontrado no limbo anos atrás.
— Você sobreviveu — disse o espírito, sua voz ecoando como o som de uma cachoeira.
— O que está acontecendo comigo? — Amadahy perguntou, sua voz cheia de incerteza.
— Você despertou — respondeu o espírito. — O que Azula tentou destruir apenas fortaleceu sua conexão com o mundo. Agora, você é mais do que era antes.
Amadahy olhou para suas mãos novamente, sentindo a energia pulsar. — Mas por quê? Por que eu?
— Porque você é Ethereal, a ponte entre o físico e o espiritual. E o mundo ainda precisa de você.
Antes que ela pudesse perguntar mais, a figura desapareceu, deixando-a sozinha com seus pensamentos.
O Futuro Incerto
Enquanto Sokka e os outros continuavam a buscar por ela sem sucesso, Amadahy começou a aceitar sua nova realidade. Ela sabia que um dia precisaria sair daquela ilha, encontrar seus amigos e entender completamente o que havia se tornado.
Mas por enquanto, ela precisava se preparar. Porque, mesmo à distância, podia sentir que as trevas ainda se aproximavam – e que seu papel na luta estava longe de terminar.
E assim, no silêncio de uma ilha desconhecida, Amadahy começou a treinar, determinada a dominar o poder que agora fluía por suas veias. Determinada a retornar ao mundo quando a hora certa chegasse.
FIM!
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