♥︎Twelve

♡Liam Dunbar♡

Que tipo de pessoa toma refrigerante e come cereal no café da manhã? Theodore Karl Raeken.

Faz exatamente quatro dias que Theo está aqui em casa, nós estamos dividindo o mesmo quarto, ele dorme num colchão no chão e eu na minha cama quentinha, nós vamos pra escola juntos, voltamos da escola juntos, comemos juntos, estamos juntos até demais.

O meu plano de tentar me manter longe obviamente não está funcionando, mas pelo menos ele parou com as provocações, pelo menos é o que parece. Eu evito manter contato visual, as vezes eu me pego pensando como seria acordar todos os dias com o Theo descabelado e cara amassada todos os dias, ou aturar ele cantarolar uma musiquinha chata enquanto escova os dentes, ou quando ele tem algum sonho enquanto dorme e começa a falar sobre cachorro quente. Mas logo eu caio na real e volto a prestar atenção nele falando sobre sua série preferida.

O Theo não é insuportável, é até agradável ter sua companhia, gosto quando ele diz alguma coisa boba e depois ri da sua própria piada, as vezes ele esquece a toalha molhada em cima da minha cama mas é uma coisa que dá pra relevar.

Por mais que eu tente fugir ou negar, eu não consigo mais ficar longe dele, me dói não poder tocar seu rosto e sentir sua barba rala, ou não poder beijar seus lábios macios e sempre doce. Mas estou me controlando dessa vez, claro que não é nada fácil com o bonitão do Raeken passeando de cueca pelo meu quarto sempre que sai do banho.

— Não, Theo, você não pode comprar uma máquina de sorvete que viu na televisão — digo tirando a nossa comida do microondas

— Mas você não viu como ela era legal, Liam — Theo diz se sentando na mesa

— É, eu aposto que era sim — coloco a embalagem em cima da mesa

Meus pais foram até a casa de alguns amigos e nos deixou sozinhos aqui, eu e Theo não tivemos aula hoje mais cedo pela falta de luz que teve na escola, então passamos a manhã jogados no sofá da sala assistindo filmes. Nós decidimos almoçar agora, eu encontrei uma embalagem risotto congelado na geladeira e é isso que vai ser.

— Aposto que você ia gostar também — ele diz enquanto me sento em sua frente

— As vezes você consegue ser mais bobo do que eu — digo servindo um pouco de risotto num prato pra ele

— Isso é impossível — ele diz sorrindo pegando o prato

Coloco um pouco de risotto no meu prato também e começamos a comer.

— Eu estava pensando…

— Você pensando? — fingi estar surpreso e ele revirou os olhos

— Continuando — ele faz uma pausa — você podia sair comigo uma hora dessas

— Não começa — digo

— É sério, a gente podia ir comer em algum lugar que você gosta, qual o seu restaurante preferido?

— California Burger — respondi — mas não acho que seria uma boa ideia — digo receoso

— Eu estou te convidando pra sair, não estou te pedindo em casamento ainda, Liam — Theo toma um gole do suco de laranja que ele pegou mais cedo — vai ser apenas dois amigos saindo pra comerem hambúrguer

— Como assim "ainda", Theodore? — Theo ri

— Aceita ou não?

— Me casar com você ou sair?

— Os dois

— Sim. Quero dizer, não — balanço a cabeça — Aceito sair, mas casar não.

— Tudo bem, já é um começo — reviro os olhos e ele sorri

Caralho, para de sorrir assim pra mim, Theo.

Terminamos de comer e Theo lavou a louça, até que ele é um menino prendado. Nós subimos para o meu quarto e ele se jogou na minha cama enquanto eu arrumava o meu guarda roupa.

— Por que não levanta essa bunda daí e vem me ajudar? — digo dobrando uma camisa

— Não, obrigado — Theo responde — Li, eu posso te fazer uma pergunta?

— Depende — olho para ele que que continuava deitado olhando para o teto

— Você já se apaixonou alguma vez? — voltei minha atenção para minhas roupas bagunçadas tentando ignorar meu coração que acelerou assim tão rápido

— Por que isso agora? — limpei a garganta

— Sei lá, curiosidade… — ficamos em silêncio

— Você já? — pergunto apenas por curiosidade também

— Sim — ele responde depois de um tempo — eu nunca fui de me apegar a ninguém, mas quando aconteceu foi diferente de tudo que eu já senti antes — Theo se sentou na cama — eu já fiquei com muitos caras, mas quando se está apaixonado é diferente… — me sento na cama vendo seu pequeno sorriso enquanto ele fala — você é capaz de fazer coisas que jamais imaginaria fazer, é um sentimento tão forte que as vezes chega doer, quando você vê a outra pessoa sorrindo é como se nada no mundo mais importasse, é como se o mundo parasse só pra apreciar aquele momento, e quando chegamos perto o nosso coração bate tão rápido… é uma coisa maluca

— Nossa… eu não sabia que você podia ser… assim — Theo ri

— Tem muitos lados meus que você ainda não conhece, Liam — ele pisca para mim e nego com a cabeça

— Estar apaixonado também pode doer — digo encarando o chão

— As vezes não precisa doer, basta seguirmos nosso coração — Theo disse se deitando na cama novamente

— Bom, eu… eu… estou com sede — me levanto da cama rapidamente e saio do quarto indo para a cozinha

Vou ignorar a grande possibilidade do Theo ter acabado de se declarar pra mim, ele não pode estar falando sério, né?! Com certeza não era sobre mim que ele estava falando, foi apenas uma coincidência ele ter tocado no assunto justamente comigo…

Ai meu Deus.

Depois de beber um pouco de água, voltei para o quarto e Theo estava no banheiro, agradeci mentalmente por isso, não quero que ele pense que eu estou vermelho só por causa do que ele disse.

— Liam, tem alguma coisa de errado — ouço ele dizer de dentro do banheiro

— Errado? Não tem nada de errado — digo apreensivo

— Não, Liam, tem alguma coisa de errado comigo — Theo sai do banheiro e quando olho para ele vejo sua pele avermelhada e seu rosto da mesma forma — o que tinha naquele risotto? — pergunta coçando seu braço

— Eu não sei, eu não li os ingredientes, talvez o camarão estava estragado — digo indo até ele preocupado

— Camarão? Liam, você disse que era de frango — Theo agora coçava sua barriga

— Eu disse que era de camarão, tinha pedaços de camarão também, como você não percebeu?

— Merda, Liam, eu sou alérgico a camarão — ele diz se coçando ainda mais

— Ai meu Deus, você não vai morrer, né? — pergunto preocupado

— Se você me levar pro hospital, não — disse voltando para o banheiro

— Como eu vou te levar pro hospital? Eu não tenho carro, nem carteira de motorista . Ai meu Deus, eu te envenenei? Eu juro que não foi minha intenção, eu te disse que era camarão e- — enquanto eu ando de um lado para o outro Theo me interrompe

— Liam, para de surtar e pede um Uber — ele saiu do banheiro e agora sua pele estava com mais manchas vermelhas e ele continuava se coçando

— Tudo bem — rapidamente pego o meu celular — você já teve isso antes?

— Uma vez na sexta série, eu comi uma torta e minutos depois comecei a me coçar, meus olhos começaram a lacrimejar e eu comecei a ficar sem ar. Foi quando descobrimos que eu era alérgico a camarão, eu pensei que ia morrer — Theo explica

— Ok, o carro está chegando, como você se sente? — perguntei indo até ele que estava sentado na cama, seu rosto está começando a inchar também, isso é preocupante?

— Bom, pelo menos se eu morrer, vou ter o prazer de morrer no quarto de Liam Dunbar

— Para de falar besteira, vamos descer — seguro sua mão e ele se levanta

Nós descemos as escadas enquanto eu mandava um milhão de mensagens pros meus pais, nós chegamos na sala e Theo se sentou no sofá. Eu preciso me manter calmo pra ele não se preocupar também, mas como eu faço isso? Ele ta todo inchado e se ele parar de respirar eu literalmente vou surtar aqui.

— Não precisa surtar  — Theo disse com um pequeno sorriso

— Você vai ficar bem, né? — me sento ao seu lado. Ok, eu confesso que estou preocupado, mas como eu não estaria??

— Não se preocupe, baby — ele sorriu com seus lábios inchado — eu sei que meus lábios ainda são convidativos, Li — rio

— Bobo — ele ri — o carro chegou, vamos — nos levantamos saindo de casa indo rumo ao hospital

…{🏥}...

Quando chegamos no hospital eu arrumei uma pequena briga com a moça da recepção que não queria atender o Theo imediatamente, mas depois de alguns seguranças e discussões, tudo correu bem pois ele foi atendido. Eu não saí do lado dele em nenhum minuto sequer, consegui avisar meus pais que disseram que viriam para cá imediatamente também, Theo não me deixou falar com os pais dele porque não queria preocupá-los já que estão tão longe, eu não concordei com isso mas respeitei sua decisão.

— Mas vai doer? — Theo pergunta para a enfermeira que está preparando seu medicamento

— Não, querido. Você não vai nem sentir — a senhora simpática afirmou para ele

O médico passou uma medicação que o Theo terá que tomar na veia, mas o bebezão está morrendo de medo.

— Desse tamanho todo, com medo de uma agulha tão pequena, Theodore? — digo e ele faz um biquinho, seus lábios não estão mais inchados como antes

— Eu tenho medo, e daí?

— Você é um bebezão — digo vendo ele mostrar a língua

— Pronto? — ela pergunta com a seringa na mão e Theo me olha com uma carinha de um bebê inocente

— Segura minha mão, Li?

— Cresce, Theo — chego mais perto segurando sua mão e ele dá um pequeno sorriso

— Você tem sorte de ter um namorado tão bonito pra segurar sua mão — a moça distraia Theo enquanto aplicava o medicamento em seu braço ele fechava os olhos apertando minha mão

— Ele não é meu- Obrigado, moça. Ele não é meu namorado — digo e Theo abre os olhos minimamente para ver se já acabou

— Quanto tempo vou ter que ficar com isso no meu braço? — pergunta

— Assim que o medicamento acabar eu volto e você pode ir pra casa, querido — disse — se precisar de alguma coisa pode me chamar — ela sai da sala

— Se sente melhor? — me sento ao seu lado

— Me sentiria melhor se você fizesse algo por mim — ele me encarou com seus olhos verdes

— O que?

— Um beijo? — ele desce o olhar para os meus lábios

— Beijo?

— Beijo…

— Hum… — olho em volta vendo que só tem nós dois nessa sala — só pra você melhorar — me aproximo vendo Theo sorrir

Colo nossos lábios devagar, nosso beijo é lento e aos poucos ele mexe seus lábios, levo minha mão em sua nuca e peço passagem com a língua, o beijo se torna sincronizado e ainda lento. Caralho, como eu estava com saudade desses do seu beijo, a forma que o Theo mexe comigo é surreal, a forma que eu me sinto quando nos beijamos é ainda melhor… eu só queria poder fazer isso sem sentir culpa.

— Melhor? — pergunto separando nossos lábios e vendo Theo negar com a cabeça

— Acho que vamos ter que fazer mais uma vez, me sinto tão doente… — rio e Theo junta nossos lábios mais uma vez

Sua língua invade minha boca e puxo levemente os fios de sua nuca, nossas línguas se entrelaçam em um beijo calmo, um beijo cheio de saudade e talvez algo a mais que isso.

— Richard, você é insupor- — me afastei de Theo ao ouvir alguém entrar na sala e vejo que são meus pais — é, essa é a sala certa… — minha mãe diz segurado o riso e meu pai com os olhos arregalados atrás dela

Puta merda, eles viram…

— O-Oi, gente — digo sem graça

— Bom, pelo que parece o Theo não está mais morrendo como você disse no telefone — a minha mãe diz e sinto meu rosto todo arder com essa vergonha, de novo nós fomos pegos no flagra

— Talvez eu tenha exagerado um pouco — digo sem jeito — eu estava assustado

— Como você está? — o meu pai pergunta entrando completamente na sala

— Agora eu estou melhor, não se preocupem — Theo diz

— O Liam cuidou muito bem de você, né?! — meu pai diz sorrindo e sinto vontade de esconder minha cabeça num buraco agora

— Nós tomamos um susto, o Richard quase atropelou um garoto de bicicleta na rua vindo pra cá — Theo ri juntom com meu pai, esses dois são malucos

Em alguns minutos de conversa, a enfermeira voltou e o medicamento de Theo já havia acabado. Ela liberou o mesmo para ir pra casa, mesmo Theo insistindo para que não, os meus pais pagaram a conta do hospital e voltamos pra casa de carona com eles.

Eu e Theo fomos no banco de trás, meu pai dirigindo e minha mãe ao seu lado no banco de passageiro. Lá fora está começando a escurecer, ficamos um longo tempo no hospital e Theo está cansado, ele deita a cabeça em meu ombro e entrelaça nossos dedos.

Faço carinho com o polegar em sua mão, sinto sua respiração leve bater em meu pescoço. Hoje ele me deu um baita susto, eu fiquei muito preocupado com esse idiota.

— Obrigado — ouço ele sussurrar

Dou um pequeno sorriso e ele se ajeita ao meu lado.

Eu sempre ouvi que quando estamos apaixonados, nós sentimos como se tivessem borboletas em nosso estômago.

Parece tão bobo e tão clichê…

Mas eu sinto muitas borboletas no estômago quando estou com o Theo, talvez eu esteja apaixonado.

Perdidamente apaixonado pelo Theo Raeken.

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