Capítulo 29
Ahhh, nossa lua de mel...
Estava sendo perfeita, em todos os sentidos. Após passarmos dois dias no iate do meu sogro, voltamos para a casa na vila de Oia. Aproveitamos cada dia da melhor forma possível. Andamos de jet ski; visitamos Fira, a capital da ilha; fomos em diversos pontos turísticos do local, entre eles algumas igrejas de cúpula azul e os três sinos; andamos de teleférico para chegarmos até o antigo porto; fomos em quase todas as praias de Santorini; e visitamos também diversos restaurantes em Oia.
Foram dez dias de muito amor, intimidade e memórias sendo construídas. Dez dias assistindo ao pôr do sol mais lindo que já vi em toda minha vida ao lado do homem que caminharia comigo enquanto houvesse fôlego em nossas narinas.
Era nossa última noite na Grécia, meu coração estava apertado por ter que deixar este lugar tão prematuramente. Roy, percebendo meu estado de espírito, propôs um banho relaxante de banheira. E cá estávamos nós, agarradinhos dentro da banheira cheia de espuma, em silêncio, assistindo ao último pôr do sol da nossa incrível viagem de lua de mel.
Solto um suspiro triste e me acomodo um pouco mais nos braços do meu esposo.
— Eu não queria deixar esse lugar. Meu coração está partido por ter que voltarmos para casa. — desabafo.
— Confesso que também queria ficar mais um pouco. Principalmente porque a rotina voltará ao normal. — comenta massageando as palmas de minhas mãos.
— Por favor, não fale de rotina. Não ainda. — fecho os olhos com força — Só de pensar que não terei mais o casamento para ocupar minha mente e me livrar dos problemas da Chanel, eu fico angustiada.
— Mon amour. — Roy me vira ficando de frente para ele.
— Viu, — aponto para o meu rosto — é só falar sobre isso que já me sinto mal. E eu que pensei já ter superado isso. — meus olhos ardem e eu controlo as lágrimas acumuladas para que elas não caiam.
— Vai dar tudo certo, você vai ver! Pense que nesses últimos dez dias Alain já deve ter conseguido algumas provas contra a Lina. — seu olhar preocupado me desmonta.
Acaricio seu rosto, coberto pela barba crescida, e encosto nossas testas.
— O que me conforta é que todas as noites terei você ao meu lado. — sussurro.
— Estamos juntos nessa, Clara! Jamais irei te deixar sozinha. — beija minha testa demoradamente.
— Eu sei! Obrigada! — afasto-me e forço um sorriso — A água esfriou e o sol já se pôs. Está na hora de sairmos. Estou começando a ficar com frio.
— Acho que sei uma forma de te aquecer, minha linda. — dá um sorriso lateral antes de unir nossos lábios.
***
— RO! CLARINHA! — a voz de Emily sobressai a todo falatório dentro do aeroporto de Paris.
Meus olhos ardem ao vê-la correr em nossa direção. Um dos principais incentivos para a minha volta tinha nome e sobrenome: Emily Carter. Estava morrendo de saudades da minha pequena.
— Em! — Roy diz com um sorriso bobo no rosto e os olhos brilhando ao deixar as bagagens no chão. Ele se abaixa para pegar a irmã no colo e a mesma se joga em seus braços. A cena é emocionante. Porém mal tenho tempo de admira-los. Emily se afasta um pouco do irmão e agarra meu pescoço, unindo-me ao abraço apertado.
— Que bom que voltaram!
— Sentimos tanto a sua falta, Em! — Roy se afasta enxugando as lágrimas da irmã.
— Eu também! E a vovó! E o papai! — ria animadamente antes de voltar a agarrar o pescoço do irmão.
— E eu! — David se aproxima. Com um sorriso divertido se vira para mim e ergue as mãos — Vim em paz! Prometo!
Afasto-me dos dois e o abraço. David era um pouco mais alto do que Roy, desta forma minha cabeça batia abaixo de seu ombro. Ele ficou surpreso com minha reação.
— Também sentimos saudades, Dav! Nossos dias não foram os mesmos sem seus comentários ridículos e irritantes.
— Bom saber que a lua de mel melhorou seu humor, priminha! — afastamo-nos com sorrisos sinceros — Como foi a viagem? Se divertiram muito? — lança um olhar sugestivo ao primo, que se aproxima de nós com as bagagens e com uma Emily eufórica ao seu lado.
Não presto atenção na resposta do meu esposo, pois Em vem para o meu lado com olhos cheios de expectativas.
— O que foi, querida? — seguro sua mão enquanto caminhamos para o estacionamento.
— Eu já poderei ir para casa com vocês? — suas enormes bolas de gude verdes brilham — Vovó disse que assim que voltassem de viagem eu moraria com vocês.
— É claro que sim, Em! Será nossa casa agora. — acaricio sua bochecha e a puxo para um abraço lateral — É impressão minha ou você cresceu um pouco mais nesses últimos dias?
Ela ri animadamente e dá de ombros.
— Sejam bem-vindos ao lar, pombinhos! — David comenta ao entrar com uma das bagagens — Vovó deixou comida pronta na geladeira caso estejam com fome.
— Glória a Deus! — Roy diz indo até a cozinha.
— As roupas da Em estão organizadas no quarto dela, assim como o material escolar para amanhã. — suspira e apoia as mãos na cintura — Enfim! Bem-vindos de volta a realidade!
— Obrigada por me lembrar, David! — sussurro apenas para que ele escute.
— Disponha! — pisca se jogando no sofá da sala de estar.
— Clarinha! — olho para o alto da escada, de onde Emily desce com seu querido bichinho de estimação — Olha quem também sentiu a falta de vocês...
— Hey, ursino de pelúcia! — pego Cookie dos braços dela e acaricio seus pelos macios — Cuidaram bem de você? — como resposta recebo uma cabeçada em meu peito.
— Ei, garotão, — Roy se aproxima com dois copos de suco em mãos — essa área é restrita!
— Roy! — repreendo-o fazendo o primo rir.
— Desculpe, querida, mas é mais forte do que eu. — abre um sorriso amarelo e me entrega um dos copos.
— Obrigada! — aceito-o.
— O que é isso? — Em pergunta ao pegar o outro copo oferecido pelo irmão.
— Suco de morango. Está uma delícia!
Roy convidou o primo para jantar conosco. Como sempre, Dav não negou o convite, visto que este envolvia comida. Uma hora e meia depois saio do banho e vejo Roy organizando nossas roupas no closet com a ajuda da irmã.
— Estão fazendo um excelente trabalho. — cruzo os braços e encosto meu corpo no batente da porta do banheiro. Os dois sorriem para mim.
— Deixei apenas esta mala para você organizar. — aponta com a cabeça para a bolsa onde estão as minhas peças íntimas, camisolas e robes.
— Obrigada! — sibilo e ele responde com uma piscada.
Roy entra no banheiro enquanto Emily e eu terminamos de organizar o closet.
— Falta essa. — aponta para a bagagem com conteúdo comprometedor.
— Er... essa eu organizo depois, Em! Estou bem cansada — a pequena concorda e dá um bocejo — Acho que não sou a única. — sorrio acariciando sua cabeleira loira.
— É. — sorri envergonhada, cruzando as mãos em frente ao corpo — Você poderia me fazer dormir?
— Que tal uma historinha sobre princesas? — seus olhos brilham e o sorriso alarga.
Chegamos em seu quarto, bem mais enfeitado do que há dez dias. A decoração era semelhante ao seu antigo aposento em New York, porém um pouco menor.
— O que achou do seu quarto, querida? — pergunto ao deitarmos na cama.
— É lindo, mas acho que vovó abusou do rosa. — solta mais um bocejo antes de apoiar a cabeça em meu peito e enlaçar minha cintura com seus bracinhos finos.
— Podemos dar um jeito nisso. — abro o livro da bela adormecida e começo a ler — Era uma vez um rei e uma rainha que desejavam muito ter filhos. O nascimento de uma menina trouxe uma enorme alegria às suas vidas e, por isso, resolveram fazer uma festa para comemorar...
Não levou muito tempo para que nós duas caíssemos em um sono profundo, como a princesa Aurora.
Sou despertada após sentir algo quente e macio em meus lábios. Abro os olhos e encontro o rosto de um Roy sorridente a poucos centímetros do meu.
— Não é que essa história do beijo de amor verdadeiro funciona mesmo... — comenta com diversão.
— Bobo! — sussurro para não acordarmos a princesa adormecida — Há quanto tempo estou dormindo?
— Não muito. Acabei de sair do banho. Apenas fui lá embaixo conferir se estava tudo fechado antes de passar aqui. — sorri sem mostrar os dentes.
— Ah sim!
— Será que agora posso levar a minha princesa para o palácio Carter? — faz graça acariciando meu nariz.
— Lá tem uma cama bem grande e macia para sua princesa repousar tranquilamente?
— Acho que a senhorita deu sorte. Temos isso e mais um pouco. — sorrimos antes de ele me ajudar a levantar.
Roy ajeita a irmã na cama enquanto eu verifico se o uniforme e o material escolar da pequena estão separados para amanhã.
— Cansado? — pergunto ao repousar minha cabeça em seu peito, já na cama.
— Exausto! — seu corpo vibra com a risada — Mas estou muito feliz de estar em casa, com minha bela esposa em meus braços e minha pequena dormindo no quarto ao lado.
— Está falando como um verdadeiro pai de família. — apoio o queixo em seu peitoral fitando seus olhos.
— Agora eu sou. — segura minha mão e brinca com a aliança no dedo anelar.
— Não posso negar. — ele me analisa alguns segundos.
— Isso te incomoda? — nego com a cabeça.
— De forma alguma. — pressiono os lábios e fito nossas mãos unidas — Mas isso me faz uma mãe de família também, correto? — arrisco um olhar em sua direção.
Seu sorriso me desmonta.
— Se você assim desejar... — aperto de leve nossas mãos.
— Eu darei o meu melhor. — sussurro fitando seus olhos com intensidade.
— Eu sei que vai! — uno nossos lábios demoradamente e volto a me acomodar em seus braços, para em seguida pegar no sono novamente.
>>>><<<<
De volta ao laaaaar! ♥️ Consequentemente, de volta à vida real...
Por favor, não esqueçam de votar no capítulo.
Att.
NAP 😘
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