O restante do dia foi extremamente agitado, unha, cabelo, muito falatório entre as mulheres das nossas famílias e amigas. Não preciso dizer que os nervos estavam a flor da pele. Não conseguia nem raciocinar direito com tanta agitação. Um contraste gigantesco comparado com a minha rotina de poucos meses.

O único momento que consegui ficar em paz, colocando minha mente nos eixos novamente, foi quando decidi arrumar a mala para a lua de mel. Estava saindo do quarto quando encontro seu Samuel no corredor.

— Ocupada?

— Não mais! — sorrio e vou ao seu encontro contornando sua cintura com os braços — Senti tanto a sua falta, papai!

— E eu a sua, querida! — envolve-me em seus braços acolhedores — Será que podemos conversar? De preferência longe dessa confusão toda. — aponta para o andar inferior, onde a maioria das mulheres conversavam animadamente sobre suas roupas, maquiagem e acessórios.

— Claro! Tenho um lugar perfeito. — seguro sua mão e o guio até a sacada.

Assim como todas as pessoas que conheceram a varanda do meu quarto, papai também ficou um tempo em silêncio apenas admirando a paisagem parisiense.

— Clara, minha filha, — sua voz embargada chama minha atenção — Deus sabe como o meu coração se alegra em ver toda a bondade do Criador em sua vida! — assinto, também emocionada — Isso — ponta para a paisagem — não se compara com tudo o que Ele ainda tem preparado para você e para a sua nova família! O Roy é um rapaz de ouro e é com muita convicção e felicidade que entregarei a sua mão a ele amanhã. Tenho certeza que ele é o escolhido do Senhor para você!

— Amém, papai! Obrigada! — seguro suas mãos.

— Mas não é apenas sobre isso que eu gostaria de falar com vocês. Já conversei com o meu novo filho mais cedo. Agora é a sua hora. — sorrio — Eu, como pai, fiz tudo o que pude para ensinar você e sua irmã no caminho correto, conforme a palavra nos instrui. Hoje consigo ver os resultados positivos desta orientação preciosa dada por Salomão em provérbios 22.6.

— E eu sou grata a isso! — interrompo-o rapidamente.

— Você é uma mulher virtuosa, mesmo com suas imperfeições e batalhas diárias para permanecer firme na presença do Altíssimo. E tenho certeza que você tem consciência de seus deveres como esposa. — assinto — Mas como pai, e pastor, me vejo na obrigação de orientá-la. — sorri documente.

Seguimos para a mesa localizado no centro da varanda. Seu Samuel apoia os braços no tampo de vidro e me observa antes de começar os seus aconselhamentos preciosos.

— As principais responsabilidades de uma mulher no casamento são: ser ajudadora, ser submissa, ser administradora do lar e ser amante.

Concordo mais uma vez.

— Ser ajudadora em que sentido? — pergunta retoricamente — Embora muitos maridos de cabeça-dura — faz aspas com as mãos — não entendam isto, Deus criou a mulher para ajudá-lo em tudo, até no governo do lar. Obviamente não usurpando sua autoridade, mas contribuindo com a sugestão de bons conselhos. É preciso desenvolver no lar a visão de equipe, minha filha. E o maior modelo para nós, é a Trindade.

— A visão bíblica do homem como cabeça do lar não é algo do tipo "o homem sabe tudo e a mulher fique de boca fechada". — digo — Pelo contrário, a Palavra de Deus nos mostra claramente que o homem não está sempre certo, e precisa de conselhos, obviamente não de uma mulher que tome as rédeas do lar. Se Nabal tivesse ouvido sua mulher Abigail, não teria experimentado o fim trágico que teve por ser tão cabeça-dura. — dou o exemplo encontrado em 1 Samuel 25.37,38 — Penso que esta é a razão pela qual temos tantos exemplos bíblicos neste sentido que nos foram registrados.

— Exatamente! — sorri orgulhoso — O papel de ajudadora da mulher é mais do que participar na distribuição de tarefas. Envolve também, além da função de conselheira, o aspecto de encorajadora. Algo que a mulher, na condição de ajudadora, deve entender é que ela tem uma grande capacidade de edificar ou derrubar sua casa O marido não pode edificar seu lar sozinho, isso é algo muito claro na Palavra de Deus: A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.

— Provérbios 14.1

— Isso! Um dos deveres claramente abordados na Palavra de Deus é o de que a esposa deve submeter-se ao seu marido. E isto envolve mais do que respeito, reflete o entendimento de governo do lar e da cadeia de comando estabelecida pelo Senhor: As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Efésios 5.22-24

— Esse assunto é um cadinho polêmico. — brinco antes de deixa-lo continuar.

— Põe polêmico nisso. — concorda — A expressão "cabeça" aponta para a questão da liderança. E nós, que tememos a Deus e sabemos que devemos andar na Sua Palavra, não podemos nos moldar aos valores mundanos de nossos dias, de que não há distinção entre o homem e a mulher no casamento. Há uma forma correta de andar no Senhor e Paulo em Colossenses 3.18 diz assim: Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor. — concordo mais uma vez — Entrando na polêmica, quando olhamos para o conceito da palavra submissão, pode parecer exagerado e até assustador. Mais para as mulheres, obviamente, do que para os homens. Porém devemos lembrar que a mulher deve se sujeitar ao marido como a Igreja se sujeita à Cristo.

— Em contrapartida, o marido deve governar e exercer sua autoridade como Cristo! — complemento.

— E é aí que está a beleza da submissão. Quando olhamos para a liderança de Jesus não vemos uma atitude de domínio, mas uma liderança servidora. Assim como Pedro advertiu os presbíteros a não serem dominadores do povo que governam, entendo que também o marido não deve ser um controlador. Autoridade é liderança funcional, não domínio. E o Roy me pareceu entender sobre isso muito bem. — pisca para mim.

— É verdade! — sorrio. Em meu íntimo agradeço mais uma vez pelo homem abençoado que Deus colocou em minha vida.

— Nesta parceria do casamento temos o homem como cabeça e a mulher como sua ajudadora. Isto significa não apenas o auxilio da esposa por meio de conselhos, como também envolve distribuição de tarefas a cada um dos cônjuges. O fato do homem ser o responsável pelas decisões não significa que ele tenha que centralizar as tarefas. Algumas delas são claramente designadas às mulheres. Por exemplo, de quem é a responsabilidade de administrar o lar?

— Nossa! O trabalho da mulher sempre foi uma parceria com o homem. Ele caça e pesca, ela cozinha. Ele apascenta o rebanho e ela cuida da tosquia e de recolher o leite. Ele colhe o fruto da terra e ela prepara. Ele traz tecido ou couro e ela confecciona as roupas. Provérbios 31 apresenta uma mulher que conduz com maestria a administração de seu lar, e esse é o meu alvo. Eu sei que os detalhes da economia, do funcionamento da indústria e do ganho do pão diário mudaram muito ao longo dos anos, mas a ideia divina de parceria permanece a mesma!

— Como disse anteriormente, você é preciosa, Clara! É uma mulher virtuosa e cumprirá com maestria seu papel de esposa, tenho certeza disso. — aperta minha mão nas suas — Você tem o seu trabalho e suas responsabilidades, entretanto, não permita que isso atrapalhe os seus deveres como esposa e, futuramente, mãe. Bom... — papai começa a ficar desconcertado, e eu em estado alerta.

— O que foi, seu Samuel?

— Bom, esse assunto deveria ser abordado por sua mãe, mas já que estou aqui... — dá de ombros e abre um sorriso amarelo. Sexo não! Sexo não! — O apóstolo Paulo ensina que uma das coisas mais importantes para proteger o matrimônio, do adultério e outras formas de impureza, é ter uma vida sexual saudável, com fidelidade e também com intensidade. Com qualidade e também com quantidade.

— Jesus! — tapo o rosto com as mãos.

— Desculpe, querida, mas precisamos abordar este assunto. — dá uma pequena risada antes de prosseguir — Paulo diz em 1 Coríntios 7.5: Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência. Negligenciar a intimidade é dar brecha para que o inimigo entre num casamento. Mas muitas mulheres acham que devem decidir se o marido merece o momento de intimidade.

— Já ouvi muitas pessoas dizendo que sexo não é dever, é dívida!

— Pois é! Mas vemos na palavra que é um dever. Há um texto em provérbios também que diz que a alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce. Se você mantém seu cônjuge saciado, suprido, pode surgir as mais tentadoras propostas de infidelidade e ele certamente vai pisá-las. Entretanto, para aquele que não tem sido suprido, qualquer oportunidade de pecado que surgir, e digo qualquer mesmo, pode ser muito atraente e sedutora! — papai desvia o olhar para a paisagem — Eu sei que esse último tópico foi um pouco constrangedor, mas necessário.

— Tudo bem, papai! Fico feliz por ter o senhor para me dar os melhores conselhos! Eu te amo tanto! — abraço-o com força, e o mesmo retribui.

— Eu também amo você, minha filha!

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Voltei, pessoal!! Ainda não estou 100%. Porém me sinto bem melhor. Para quem não sabe, não me segue aqui ou no Instagram do @escrevacmg, eu compartilhei sobre meu estado de saúde e do meu esposo. O que acabou me impossibilitando de escrever por uns bons dias. Contudo dentro de alguns dias estaremos com nossa programação de volta ☺️

Voltando à história, como são preciosos os conselhos do seu Samuel. Desde o primeiro livro eu amo cada aparição desde sábio pai nesta história.

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Até breve!!

Att.
NAP 😘