⠀⠀⠀𝟬𝟬𝟱 : apenas mais uma chance.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀NO DIA anterior, Rine não havia ido visitar Hanbin, ele precisava ficar em repouso, e também Rine estava com Junhyun em casa, não poderia levá-lo pois temia que aquilo estressasse Hanbin. Porém, foi exatamente o contrário, quando Hanbin soube dos motivos de ela não ter ido lhe visitar pediu para que viesse mesmo trazendo Junhyun. Ver aquela criança tão animada e feliz com a vida fez com que Hanbin se sentisse um pouco melhor no dia em que o conheceu, mesmo estando tão debilitado, e um dia depois já estava se sentindo um pouco melhor.
Estava ansioso para vê-la, ao ponto de que bem cedinho pediu para uma enfermeira ajudar a ajeitar seu cabelo, que estava bem mais curto mas ainda assim dava para fazer alguma coisa. Até tomou um banho mais cedo, precisou de ajuda pois não conseguia andar sem a cadeira de rodas, porém nada além do que já não estivesse acostumado, não seria a primeira nem a última vez que tinha uma piora súbita em seu quadro. E já agora, deitado sobre a cama, tentava distrair sua mente folheando uma revista que uma enfermeira lhe trouxe, ele estava tão agitado que aquela pareceu uma boa distração. Apesar de que a cada dois minutos olhasse para o relógio que ficava pendurado na parede branca do quarto.
Quando ouviu o som da porta se abrir, Hanbin se virou bruscamente, não contendo o sorriso que se formou em seus lábios quando Rine cruzou a porta junto de Junhyun. O pequeno garotinho estava escondido atrás de sua mãe, mas assim que a porta do quarto foi fechada ele praticamente correu até a cama de Hanbin, dando alguns pulinhos animado.
⸺ A mamãe disse que vamos fazer um piquenique! ⸺ anunciou o garotinho eufórico. Hanbin olhou para Rine, e por pouco não riu ao vê-la com as mãos na cintura.
⸺ Yah, Junhyun! Falei para não fofocar! ⸺ Junhyun acabou rindo, fazendo com que Hanbin risse também.
⸺ Fofoqueiro como a mãe. ⸺ Hanbin bagunçou os cabelos pouco longos do pequeno, Rine se aproximou de Hanbin, sentando-se sobre a cama dele.
⸺ As enfermeiras me disseram que está melhor hoje, repousou direitinho, não é? ⸺ Rine estava preocupada, e ficava nítido pelo tom de voz dela, para tranquiliza-la, Hanbin assentiu com um pequeno sorriso de lado.
⸺ Poderia ter vindo ontem, eu não estava tão mal. Sinceramente, me sinto melhor quando você está aqui ⸺ admitiu, olhando para Junhyun que estava entretido com a luminária da mesa de cabeceira. ⸺ E também gosto de Junhyun, ele é divertido. ⸺ Um sorriso carinhoso tomou os lábios de Rine enquanto olhava para Hanbin, pensando no passado, talvez se tivesse ficado ao lado dele poderia ter lhe salvado. Ou talvez não, Hanbin não queria ser salvo, ele havia se afundado naquele vício, e agora em seus últimos dias via o quão errado esteve em todo aquele tempo.
⸺ A sua enfermeira me disse que você estava tão animado que até se preparou para a nossa visita, então pensei em fazer algo especial. Você precisa sair mais desse quarto e pegar um pouco de sol!
⸺ A forma como você se preocupa comigo é tão fofa, sabia, noona? ⸺ Rine ficou sem jeito quando Hanbin lhe olhou, com aquele pequeno sorriso ladino e com seus olhos escuros cintilantes. Ela sentiu seu rosto se ruborizar um pouco e desviou o olhar rapidamente, porém, Hanbin já havia percebido tudo.
⸺ Bem, vou pegar a sua cadeira de rodas, as enfermeiras prepararam tudo lá fora. ⸺ Rine desviou do assunto e levantou-se indo até o lado de fora, Hanbin riu fraco, mesmo depois de tanto tempo algumas coisas nunca mudam.
⸺ A mamãe gosta mesmo de você. ⸺ Junhyun sussurrou, logo depois de conseguir finalmente ligar a luminária.
⸺ Eu sei, e você garotinho, não mexa nisso aí. ⸺ Junhyun pôs suas mãos para trás de seu corpo, dando apenas um sorriso amarelo. Hanbin pode perceber que até o jeitinho curioso do pequeno se assemelhava ao de sua mãe, mas principalmente o sorriso, era idêntico ao dela.
Não conseguia imaginar o que Rine havia passado tendo que criar Junhyun sozinha, e não conseguia imaginar como ela ainda lidava com aquilo. Mesmo que não tivesse nada a ver com aquela história, Hanbin se sentia culpado, tanto pelo destino cruel que condenou sua vida, quanto pelo que aconteceu com Rine. Se estivesse ao lado dela tudo aquilo jamais teria acontecido, todavia não poderia mudar o passado. Hanbin queria apenas uma chance para sobreviver, que fosse um milagre ou qualquer coisa, ele cuidaria de Rine e de Junhyun sem reclamar, ele teria sua família que tanto havia sonhado, e finalmente seria feliz ao lado da mulher que amava.
Era só uma chance, apenas uma, ele não iria desperdiçá-la de forma alguma, seria um bom marido e um bom pai, seria um bom amigo, seria um bom vizinho, o que tivesse que ser, seria uma pessoa melhor. Se lhe dessem apenas uma chance, faria aquela chance valer a pena.
Rine voltou para o quarto junto de um enfermeiro, que ajudou a por Hanbin na cadeira de rodas. Enquanto desciam para o andar do saguão, Junhyun tagarelava sem parar contando sobre seu sonho na noite anterior, sem vergonha alguma de dizer a Hanbin que havia sonhado que tinha um pai, e aquele sorriso sugestivo do garotinho quando o olhou fez com que caísse na risada. Junhyun era a cópia escrita da personalidade de Rine, porém com bem menos filtro do que ela.
No jardim do hospital uma bela mesa os aguardava, com duas jarras de suco natural de laranja e vários petiscos. Junhyun foi o primeiro a chegar na mesa, sentando-se em uma cadeira o pequeno não demorou nem meio minuto para começar a comer. Rine até tentou chamar a atenção de seu filho, mas Hanbin lhe pediu para que apenas deixasse o garotinho se divertir, e depois de comerem, Junhyun foi correndo brincar com algumas crianças que ali estavam.
Hanbin estranhou que algumas crianças conheciam Junhyun, e mesmo que estivesse curioso, decidiu não fazer nenhuma pergunta no momento.
⸺ Está se sentindo bem? ⸺ Rine perguntou, quebrando o silêncio que durava até então. Hanbin deu um último gole em seu suco de laranja, e então se virou para ela.
⸺ Estou ótimo, faz tempo que não me sinto assim ⸺ olhou para as plantas verdinhas, uma brisa leve derrubava algumas folhas, e as risadas das crianças que ali brincavam parecia deixar o momento ainda mais leve.
⸺ Você está muito bonito hoje. ⸺ Rine comentou sem nem perceber, e ao se dar conta do que havia dito, virou seu rosto tentando esconder suas bochechas suavemente vermelhas. Entretanto, Hanbin segurou seu queixo, virando o rosto dela para si.
⸺ Você está linda todos os dias. ⸺ Hanbin deslizou seus dedos pela bochecha de Rine, por pouco não tocando os lábios vermelhos dela. Seu olhar recaiu sobre eles, recordando-se da sensação que sentia quando os tocava com os seus, sentiu seu corpo se inclinar para mais perto dela, no entanto, Rine segurou seu rosto com as mãos.
⸺ Senti sua falta. ⸺ Ela admitiu, com um brilho único em seu olhar, enquanto acariciava o rosto dele.
Apenas uma chance, era tudo o que Hanbin pedia. Ele amava aquela mulher, e precisava de apenas uma chance para poder ser feliz ao lado dela.
⸺ Eu também senti de você. ⸺ Os olhos dela estavam levemente lacrimejados, Rine não conseguiu esconder naquele momento a dor que estava sentindo, pois ela não queria que Hanbin partisse para sempre.
Sem qualquer hesitação ela o abraçou com força, e sentiu ele lhe corresponder aquele abraço da mesma forma. Rine fechou seus olhos, deixando algumas lágrimas teimosas caírem pelo seu rosto, enquanto sentia Hanbin lhe segurar com força e carinho. Estavam ambos sentindo a mesma dor, e mesmo que Hanbin não tivesse a visto chorar, sabia que aquilo a machucava, e o machucava também. Tudo que ele queria era uma oportunidade de ter sua vida de volta.
Hmmm as coisas estão ficando tensas, próximo capítulo é o penúltimo 👀 será que algo vai salvar o Hanbin?
Enfim, espero que tenham gostado! Sentem o dedo na estrela e deixem comentários cheirosos! Até a próxima e bye 😼
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