Rhysand estava mais focado do que nunca no que fazia, Cassian estava esperando apenas uma ordem para finalmente sair daquele lugar que o deixava inquieto, Azriel estava parado sem falar nada, apenas encostado na parede ao lado dos irmãos.

— Desde o começo alertei que seria uma grande emboscada dar a festança – Morrigan afirmou de seu lugar – mesmo sendo a pedido da Feyre, a corte dos pesadelos não é um bom local.

—Amren esta tomando com ela agora Mor – falei – Podiam pelo menos ter nos avisado sobre o ataque, estaríamos preparadas.

—Não era necessário no momento – Cassian disse

—Não sabíamos que seríamos atacados – Rhys disse – não na minha corte, Keir já pagou pela grande emboscada que planejou.

—ainda acho que não era boa ideia – Mor afirmou

—Parem – Azriel disse – se querem resolver problemas, não são com pequenas discussões aqui dentro que vão realizar isso.

               Os barulhos de ataque da noite passada ficavam cada vez mais altos na minha cabeça. Cassian havia me treinado por dias e finalmente estava na hora de fazer alguma coisa. Mas mesmo assim, me mantive quieta dentro da sala.

—Eles estão se aproximando cada vez mais, tem certeza de que ainda não conseguimos fazer algo? – Cassian perguntou – faz meses desde o último ataque.

—Precisamos ter cuidado – Rhysand afirmou – qualquer coisa estúpida que fizermos pode resultar na morte de todos nós.

—Tudo de mim, por todos nós – falei – esse é seu mantra? Ele assentiu.

               Respirei fundo e sai dali correndo, ignorando a voz de Rhysand me chamando de dentro da sala. Voltei para o meu quarto com a intenção de fazer com que aqueles barulhos dentro da minha cabeça desaparecessem. Eu me deitei na cama e tentei fechar os olhos.

《 ✮ 》

              Corri tanto sem parar em direção a parte externa do castelo, percebi os dois e mais alguns guardas correndo junto porém não parei para encara-los nitidamente.

               Corri o mais rápido que pude, com os ataques em direção a corte me tornei escuridão, e sombra, e vento.

               Atravessei para o limite das árvores à frente da casa quando os primeiros soldados vestidos de preto corriam atrás de mim de uma distância afastada, disparando para a floresta próxima que agora eu me encontrava, destruindo tudo que viam pela frente de onde passavam. Não me viram até que eu estivesse sobre eles.

               Até que minha espada dada por Cassian partisse suas cabeças, uma após a outra. Seis caíram atrás de mim, e, quando parei ao pé da maior árvore ali, encarando o fogo e o sangue e a morte... Muitos. Soldados demais. Jamais conseguiria, jamais mataria todos...

              Azriel surgiu em cima de mim voando com asas um pouco maiores que de morcegos, talvez um tamanho bem grande, atirando com o arco e flecha novo que deixei para trás quando sai correndo. Cassian por sua vez vinha atras com soldados também atirando flechas porem com sua espada fácil de sacar se precisasse.

               O combate foi em conjunto para derrubar o restante de soldados que ali se encontravam. Um por um caindo quando as flechas e as espadas trabalhavam em uníssono.

               Quando o último soldado caiu, o sol já não estava raiando como antes. Meus cabelos estavam embaraçados junto do sangue dos inimigos que agora estavam caídos sobre a mais verde grama do local.

               Meus joelhos estavam fracos e temendo conforme eu tentava andar um pouco mais para frente, até dobrarem e me deixarem ajoelhada no chão.
Coloquei a espada de lado e fitando o chão respirei fundo. Senti uma mão em meu ombro, tendo forças apenas para erguer a cabeça, vi o rosto de Azriel fechar em uma ordem para que eu me erguesse com sua ajuda.

               Azriel me colocou em volta dele ainda voando e seguiu caminho de volta para a casa quando ordenou alguma coisa para os soldados.

《 ✮ 》

               Acordei assustada com o quarto todo escuro, apenas vendo uma única sombra a minha frente. A luz se acendeu revelando o macho belo encostado na parede.

—Estava tendo pesadelo com o que? – ele falou vindo e minha direção

—Como sabe que era um pesadelo? – perguntei

—Esta suando, acordou assustada – ele disse limpando o suor do meu rosto – quer dizer, é só um palpite.

— um ataque – falei e ele me olhou estranho – sonhei que estávamos sendo atacados e... respirei fundo. Que quase morri mesmo com todo treinamento de Cassian, achei que daria conta mas não consegui.

—Foi só um sonho Aurore, você está treinada o suficiente e acredito que se houvesse algo do tipo, você daria o melhor de si – ele falou – você dormiu a tarde toda, talvez precise levantar e se distrair um pouco.

               Não falei nada, apenas me deitei novamente enquanto o mesmo me observava. Ficamos em silêncio por segundos.

—Se ainda esta com medo pela noite de ontem, saiba que de qualquer forma acabou, o pior passou e temos que nos preparar para estarmos mais fortes na próxima – ele disse – mas não se preocupe com isso.

               Ele caminhou até a porta e deu uma última olhada para mim, não retribui e então assim ele deixou o meu quarto. Respirei fundo fitando o teto, deixando que uma única lagrima escorresse pelo meu rosto.

《 ✮ 》

               No dia seguinte, na mesa do café da manhã, o silêncio ecoava por todo lugar. Nem sequer uma palavra vinda de nenhum que se encontrava ali. O silêncio era tão absoluto que, mesmo tendo pessoas reunidas a mesa, o lugar parecia vazio, como se não houvesse ninguém presente ali.

—Não sei o que de fato aconteceu, sinto muito por ter proposto o baile – Feyre foi a primeira a quebrar o silêncio

—Não é culpa sua, a corte dos pesadelos é um lugar cruel e devíamos ter ficado de olho a todo momento – Cassian falou intercalando seu olhar de mim para Rhysand e Azriel.

—Devíamos ter tomado cuidado com tudo, antes de qualquer coisa – Amren afirmou

—Tivemos pequenas distrações, peço desculpas por isso – Rhysand ergueu o olhar da mesa para o círculo em sua volta – não voltara a se repetir coisas como essas.

               Eu me levantei da mesa delicadamente e segui caminho para o corredor do meu quarto enquanto sentia todos os olhares daquele lugar sobre mim.

               Entrei no meu quarto e fechei a porta, me posicionei na frente da janela e respirei fundo tentando digerir tudo que havia acontecido. Mal tinha dormido a noite, pesadelos com o homem de capuz preto dominava minha mente sempre que fechava os olhos. E, quando me encontrava acordada, memórias do sangue derramado naquela corte martelavam em minha mente.

               Estava tão focada em meus pensamentos que me consumiam que nem havia notado a presença de alguém atrás de mim.

—Não se sente melhor, não é mesmo? – ele perguntou e eu assenti – Você está segura Aurore, essa casa não é como a corte dos pesadelos.

—Porque Mor tem tanto ódio por aquele lugar? – perguntei

—Porque lá e aquilo que você viu, como ela ja disse é sempre daquele jeito – ele disse seguindo direção até mim – não é como a nossa casa. Mas está tudo bem, você está bem.

               Azriel colocou suas mãos sobre meus ombros e delicadamente as deslizou para meus braços, acariciando os mesmos. Senti seu corpo aproximar e o meu respondeu com um arrepio.

—Sinto muito por se sentir mal– ele sussurrou depositando um beijo no topo de minha cabeça.

nota da autora:

oi oi gente, como vocês estão?
Demorei um pouco para postar
esse, eu sei, mas é que eu estava
sem ideias.
Enfim, muito fofo o Az com a Aurore
depois de tudo que aconteceu na
corte dos pesadelos, eles são tão
nenens.
Bebam água!!!