⟢.ᐟ 𝟬𝟰 𝗠𝗨𝗡𝗔 𝗞𝗨𝗢𝗥𝗜𝗨𝗧𝗨𝗠𝗜𝗡𝗘𝗡

𝘊𝘈𝘗𝘐́𝘛𝘜𝘓𝘖 𝘛𝘙𝘌̂𝘚: 𝘖 𝘖𝘝𝘖 𝘌𝘊𝘓𝘖𝘋𝘐𝘜

𝖮 𝖲𝖮𝖫 𝖣𝖮𝖬𝖨𝖭𝖠𝖵𝖠 o céu sobre Pedra do Dragão, derramando sua luz dourada sobre as pedras cinzentas ancestrais, anunciando um dia de clareza. No pátio, uma pequena figura ágil movia-se entre as sombras, seus cabelos ruivos esvoaçando atrás dela como uma bandeira ao vento. Ela pausou, seus olhos verdes varrendo o horizonte. No ar, uma mudança palpável, algo que ela sentia em sua essência. A menina sabia que aquele dia não seria ordinário.

— Bom dia, Sir Harwin! — cumprimentou a menina, abraçando a cintura do cavaleiro, que retribuiu com um sorriso afetuoso.

— Bom dia, Astrid! — ele respondeu, inclinando-se para retribuir o abraço — Não deverias estar com tua mãe nos aposentos da princesa?

— Ela me concedeu permissão para assistir ao treino dos rapazes. — a ruiva explicou, vibrante — Terei a oportunidade de ver Luke!

— Estás com saudades dele? — o homem perguntou enquanto caminhavam juntos, um sorriso suave adornando seu rosto.

— Que pergunta! Claro que sinto falta do meu melhor amigo! — ela respondeu, cruzando os braços em um gesto de descontentamento — Minha mãe não me permitiu falar com ele esta semana.

— E por que ela faria isso?

— Ela disse que eu e o príncipe não devemos ser tão próximos. Sou uma criada, ele é um príncipe; nossa amizade não é conveniente. — explicou Astrid — Mas não compreendo o que a coroa tem a ver com a amizade.

— Com o tempo entenderás, estrelinha. — ele sorriu, desarrumando os cabelos da menina, que expressou seu desagrado com um bufar.

A caminhada logo chegou ao fim, e Astrid encontrou-se observando o treino, apoiada nas madeiras, enquanto Sir Criston convocava Aegon e Aemond, negligenciando Lucerys e Jacaerys.

— Por que Sir Criston ignora Jace e Luke, Sir Harwin? — a ruiva indagou, sua testa franzida em desaprovação.

— Creio que ele não nutre a mesma afeição por eles. — Harwin respondeu honestamente, ciente de que não valeria a pena dissimular para a jovem

— Portanto, é um erro de julgamento. — Astrid observou, enquanto Sir Criston treinava com Aemond e Aegon, deixando Lucerys e Jacaerys à margem. — Caso eles amadureçam e busquem retribuição exigindo sua cabeça, não me furtarei de reconhecer a justiça de suas ações e festejar. — Ela murmurou para si, um sorriso astuto nos lábios.

— Tais reflexões não lhe convêm, Astrid! Uma dama, e mais ainda, uma criança, não deve albergar tais pensamentos. — Harwin advertiu. — Se tua mãe tomar conhecimento, estarás sujeita a punição.

— Então é uma fortuna que não mencionarás, correto? — Ela inquiriu, com um sorriso que buscava inocência, arrancando um riso abafado de Strong.

— Observe o treino em silêncio. — ele recomendou, enquanto novamente desordenava os cabelos cor de fogo de Astrid.

Ela franziu o cenho e exalou um suspiro de frustração, cutucando Sir Harwin levemente.

— Deverias ao menos instruí-los adequadamente. Os futuros soberanos não devem demonstrar tal inaptidão com as armas. — ela sugeriu. — Não basta a deficiência em valiriano, serão também ineptos na esgrima? Que horror!

— Astrid! — ele repreendeu, mas logo suspirou. — Tão jovem e já tão perspicaz, e com uma língua tão afiada.

— Obrigada. — ela agradeceu, inchada de orgulho.

— Não era um elogio. — ele respondeu, rindo, o que fez a menina voltar a se mostrar contrariada.

Não tardou para que Sir Harwin chamasse Luke e Jace, instruindo-os a manterem suas armas erguidas, para não oferecerem vantagem aos adversários.

Isso levou Astrid a acenar para Lucerys, contida pelas instruções de sua mãe.
O jovem sorriu, suas bochechas corando, enquanto retribuía o aceno.

— Os mais jovens se beneficiariam de maior atenção, Sir Criston. — Sir Harwin comentou, percorrendo o pátio onde se desenrolava o treinamento.

— Questiona meus métodos de instrução? — indagou Sir Criston, com seriedade.

— Apenas sugeri que seu método fosse aplicado a todos os seus pupilos, — respondeu Sir Harwin.

Astrid, Lucerys, Aegon, Aemond e Jacaerys observavam a discussão entre os dois.
— Ele merecia uma surra, — murmurou Astrid para si mesma, mas Jacaerys pareceu ouvir, pois soltou uma risada, atraindo a atenção de Sir Criston.

— Muito bem, Jacaerys, — disse Astrid, franzindo as sobrancelhas ao ver Sir Criston agarrar a armadura do príncipe e puxá-lo agressivamente para longe. — Lute contra Aegon, — ordenou ao menino, que parecia perdido, provocando risadas nos Targaryen. — Filho mais velho contra filho mais velho, — nomeou Sir Criston.

— Não é uma luta muito justa, — comentou Astrid em voz alta.

— Não cabe a você decidir isso, — retrucou Sir Criston, fazendo com que a menina bufasse, sentindo a ira crescer.

— A menina tem razão, não é uma luta justa, — defendeu Sir Harwin.

— Nunca viu uma batalha de verdade, mas quando sacamos espadas, luta justa não é o que vemos, — justificou o escudo juramentado da rainha, e Astrid não pôde deixar de imitá-lo em voz baixa. — Preparem-se. Lutem!

E assim, começou o duelo entre Jacaerys e Aegon. Astrid riu quando Jacaerys foi facilmente derrubado por Aegon, mas se calou ao receber um olhar repreendedor de seu melhor amigo.

— Não me culpe, Lucerys. Foi engraçado, — defendeu-se, mas o mais novo apenas revirou os olhos.

A ruiva arregalou os olhos quando Aegon se virou para trás para se gabar e, rapidamente, Jacaerys se levantou e correu em direção ao mais velho.

Jacaerys investia com rapidez e, ao perceber que não poderia escapar, Aegon empurrou um boneco de treinamento em sua direção.

— Golpe baixo! — apontou Sir Harwin.

— Eu resolvo com ele.

— Resolve uma ova! — bufou novamente Astrid.

— VOCÊ! — gritou Aegon para Jacaerys. Agora, quem atacava brutalmente era Aegon, enquanto Jacaerys apenas tentava se defender.

— Aproxime-se. Faça-o recuar! — instruía Sir Criston, observando Sir Harwin. — Aproxime-se. Use o ataque. Use os pés!

— Em uma guerra de verdade, terá instrutores para ordenar o que fazer? — questionou Astrid, com ironia, mas foi ignorada.

A ruiva viu Aegon chutar Jacaerys para o chão.

— Não o deixe levantar, — instruiu Sir Criston.
Aegon continuava tentando acertar Jacaerys covardemente, mal deixando seu sobrinho se defender. — Fique no ataque!

— Chega! — exclamou Sir Harwin, mas não foi obedecido.

Astrid se revoltou e correu até os meninos, e, ignorando os protestos de Sir Criston, puxou a armadura de Aegon com toda sua força, fazendo com que o menino caísse.

— COMO OUSA TOCAR EM MIM? — berrou Aegon, levantando-se, mas Astrid apenas revirou os olhos.

— Aegon! — repreendeu Viserys, e só agora a menina notou o rei observando.

— Ele é o príncipe e você uma criada! Não pense que sairá sem punições, — ameaçou Sir Criston, agarrando o braço da ruiva antes de jogá-la no chão. Ela, porém, não perdeu tempo e chutou a canela dele, recebendo um olhar incrédulo.

— É isso que ensina, Col? Crueldade contra os mais fracos? — perguntou Harwin, ajudando Astrid a se levantar. Ele passou por Sir Criston e voltou a pegar as armas que haviam caído pelo pátio.

— Seu interesse pelo treinamento dos Príncipes é bem incomum, Comandante, — comentou Sir Criston, sem se virar para Harwin. — A maioria dos homens só teria tanta devoção para com um primo, ou um irmão, ou um filho.

Lucerys agiu rapidamente, afastando Astrid dos homens quando Sir Harwin se ergueu e avançou sobre Sir Criston, derrubando-o no chão e desferindo golpes contínuos em seu rosto.

As crianças no pátio observavam a cena, visivelmente assustadas, enquanto Astrid exibia um sorriso de satisfação.

Posteriormente, Astrid relatou a mãe com entusiasmo que foram necessários quatro guardas para remover Harwin Strong de cima de Sir Criston.

— FALE DE NOVO! FALE DE NOVO! — exclamava Harwin, lutando para se libertar dos guardas. — FALE DE NOVO!

Astrid observou Sir Criston rindo, ainda prostrado no chão, o rosto coberto de sangue. Ela rapidamente fechou os olhos com força ao perceber a satisfação do escudeiro da rainha, consciente das punições que se seguiriam.


𝖨𝖭𝖣𝖨𝖥𝖤𝖱𝖤𝖭𝖳𝖤 𝖠𝖮 𝖲𝖤𝖴 status de criada, Astrid adentrou os aposentos da princesa Rhaenyra sem bater. Lágrimas incessantes marcavam seu rosto, e sua entrada abrupta, que fez as portas se abrirem com um estrondo, capturou a atenção da princesa, dos príncipes e do ex-comandante.

— É verdade que partirá? — perguntou Astrid, com a voz embargada, dirigindo-se ao homem e desconsiderando os demais. — Vai me deixar?

— Jamais, minha estrela, — respondeu ele, ajoelhando-se diante dela, com o coração pesado ao ver a tristeza da jovem. — Manteremos contato por correspondência.

— Mas não desejo apenas escrever cartas; quero conversar com você! — protestou ela, chorando ainda mais. — Quem me ensinará a ler, escrever e a manejar o arco e flecha? Mal consigo acertar o alvo; você não pode partir agora! — insistiu.

— Não se preocupe, Astrid. Ordenarei que treine com os rapazes, — tentou tranquilizá-la Rhaenyra, recebendo um olhar agradecido de Strong.

— Que os sete me protejam! Imaginar passar o dia inteiro com aquele sujeito amargo? — exclamou Astrid, chocada, fazendo Rhaenyra sorrir com o comentário.

— Eu retornarei, — assegurou Harwin à jovem, após um riso contido.

— Mas sei que levará tempo. Não sou ingênua. — murmurou ela. — Mas promete? Promete que voltará? — suplicou, beijando os dedos e estendendo-os ao homem, que imitou o gesto.

— Eu prometo, — ele afirmou. — Você mal terá tempo de sentir minha falta.

— Estarei à sua espera, Strong! — apontou ela para o rosto do homem, repreendendo-o.

— E eu retornarei, minha estrela! — prometeu ele, antes de desarrumar carinhosamente os cabelos da jovem pela última vez e levantar-se após abraçá-la.

Astrid fungou antes de deixar o aposento, sem se despedir dos outros. Com a visão embaçada pelas lágrimas, ela esbarrou em algo sólido, recuando dois passos.

Levantando o olhar, viu Aemond a três corredores de distância do quarto de Rhaenyra.
— O que fazia ali, criada? — indagou ele, com desdém.

— Não lhe diz respeito, — respondeu ela, antes de seguir seu caminho, esbarrando de propósito em seu ombro.

— Não tolero que fale assim comigo, — disse ele entre dentes cerrados, segurando o braço dela com força e sacudindo-a levemente, demonstrando seu desagrado.

— Acredita que tem poder, não é? — desafiou ela, sem se intimidar. — Mas esquece que não possui nada além de cabelos brancos, nem mesmo um dragão. A coroa pertence a Jacaerys, Driftmark a Lucerys e o trono a Rhaenyra. Você não passa de uma sombra dos legítimos. — declarou com raiva.

— Se continuar, sofrerá consequências, — ameaçou ele. — Não se manterá agarrada aos bastardos para sempre!

— E como me punirá? — questionou ela, irônica. — Não passa de um menino mimado que se esconde atrás da mãe. — afirmou ela, descaradamente. — Já é hora de amadurecer e aceitar que não possui nenhum poder neste castelo, Aemond. — a menina disse óbvia ━━ Eu diria que uma coroa não oferece proteção, mas então me lembrei que você não possui uma. — concluiu antes de se desvencilhar e afastar-se rapidamente dele.

Astrid se afastou de Aemond com uma fúria que parecia palpável, cada passo um eco de sua indignação.

Enquanto ela se distanciava, os corredores do castelo vibravam com uma energia invisível, como se as próprias pedras sentissem a tempestade em seu coração.

Em um lugar secreto, longe dos olhares curiosos e das disputas de poder, um ovo de dragão repousava silenciosamente.
Era um espetáculo de cores, com escamas azuis que capturavam a luz e a transformavam em mil tons diferentes.

Por cem anos, ele permanecera imóvel, mas naquele momento, algo extraordinário aconteceu.
A ira de Astrid, embora desconhecida para ela, reverberou através das paredes do castelo e alcançou o coração adormecido do ovo.
As emoções intensas agiram como um catalisador, despertando a vida que jazia dentro.

Com um som sutil, quase inaudível, pequenas rachaduras começaram a se formar na superfície do ovo. Elas se espalharam como teias de aranha, crescendo e se entrelaçando até que, com um estalo final, o ovo se partiu.

De dentro da casca quebrada, emergiu um filhote de dragão, tão pequeno que poderia caber na palma de uma mão.
Suas escamas azuis brilhavam intensamente, e sua barriga e olhos eram de um branco puro, quase translúcido.
O filhote sacudiu a cabeça, livrando-se dos últimos fragmentos da casca, e olhou para o mundo pela primeira vez com uma curiosidade inocente.
Então, para a surpresa de todos os presentes, o filhote baforou uma chama azul-celeste, iluminando o espaço com uma mínima luz etérea.

O fogo não era de destruição, mas de nascimento, de começo, um sinal de que uma nova era estava prestes a começar.

Aquele dragão, nascido da ira e do desejo de liberdade, estava destinado a Astrid, embora ela ainda não soubesse.
Ele era a manifestação física de sua força interior, um companheiro que um dia voaria ao seu lado, enfrentando os desafios do mundo juntos.

Enquanto Astrid continuava seu caminho, o filhote de dragão ergueu suas pequenas asas pela primeira vez, preparando-se para o dia em que os céus seriam seu lar e sairia em busca da menina que inspirou sua eclosão, sua verdadeira parceira.




𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗤𝗨𝗔𝗧𝗥𝗢 𝗣𝗢𝗦𝗧𝗔𝗗𝗢!
O ovo eclodiu, quem amou?
A escrita foi feita com preguiça, não vou
mentir nãoKKKKK peço desculpas por isso!
Entre escola, trabalho e organizar a casa eu estou tentando continuar com a escrita, mas acho que está boazinha.

Enfim, espero que tenham gostado!
Penúltimo capítulo deles piticos 😭
Tchau! 💕

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