𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 : 𝟎𝟒

A mansão Nakamura era o espaço ideal para realizar um dos eventos mais lucrativos do submundo do crime e recepcionar personalidades ameaçadoras, capazes de desencadear um belo desastre com apenas um olhar desafiador errado.

Muitos carros de luxo ocupavam a passagem, denotando a elevada posição social daqueles indivíduos arrogantes. Mulheres vestidas com trajes elegantes se reuniam na suntuosa escadaria, adicionando o charme perfeito para atuar como acompanhantes, embora também parecessem capazes de causar danos. 

Snipers altamente capacitados vigiavam a área circundante, ocultos em locais estratégicos por ordem de seus respectivos chefes, cada um com sua peculiaridade.

Eu ainda possuía um instinto aguçado para o perigo eminente, e podia sentir claramente que eles estavam posicionados próximos à entrada. Eram mais do que qualquer dispositivo de detecção poderia captar. Em conclusão, estava entrando em uma cova de leões famintos, prontos para devorar até os meus ossos a qualquer sinal de fraqueza.

Antes da limousine ser estacionada apropriadamente para que nós pudéssemos explorar essa cova, Senju se mexe inquieta e, com uma ação ágil, retira do bolso dois convites com símbolos distintos, os erguendo para cima.

─ Convidados, hein? ─ arqueio uma sobrancelha quando a platinada me entrega um deles.

─ Temos os contatos, lembra? ─ ela sorri de maneira presunçosa, voltando a se concentrar no que estava fazendo anteriormente.

─ Mas falando sério agora, que maquiagem é essa? Ninguém avisou que seria um espetáculo ─ reclamei com incredulidade, sentindo Senju deslizar a ponta do batom vermelho em meus lábios.

─ E não é mesmo, mas você sabe como os chefes gostam de lisonjear mulheres com aparência chamativa. Essa é a única maneira de se misturar lá dentro em segurança ─ ela se afasta para analisar como havia ficado, parecendo satisfeita com o resultado ─ Aliás, a gente só precisa identificar quem vai dar o maior lance, então não se sinta pressionada.

─ Claro, como se lidar com criminosos perigos não fosse tenso o suficient-

A conversa é imediatamente interrompida quando percebemos pela janela que um homem esguio de terno se aproximava do veículo, provavelmente para averiguar e recepcionar os novos convidados.

─ As outras já foram, vou deixar o resto com você ─ ela sussurra rapidamente e abre a porta da limousine, se esgueirando pelo outro lado.

Estando sozinha, a negatividade encontra o momento certo para despejar as incertezas em minha mente conturbada. A responsabilidade pelo plano e suas irregularidades era toda minha e de mais ninguém. Esse era o preço a se pagar sendo um líder. 

Aquelas inseguranças do que poderia acontecer e as lembranças do que já acontecera; todas elas formam nuvens pesadas e se unem de uma vez para romperem em uma forte tempestade. Não poderia falhar dessa vez, não deveria, a gente definitivamente iria conseguir.

A porta do meu lado é subitamente aberta, revelando o rapaz de antes que me esperava com um sorriso educado e uma postura ereta, o que me fez acordar para a realidade. Nenhuma tempestade podia me parar agora, pois estava na hora de interpretar o meu papel como uma integrante da alta classe.

─ Senhorita... ─ ele começa, sugerindo que eu completasse.

─ Akashi ─ entrego o convite usando uma voz severa, fazendo com que o rapaz aceite o documento com certo receio.

A executiva autoritária. Essa era a personalidade que havia escolhido para a noite, afinal, precisava ser tão convincente quanto as outras mulheres que sabiam exatamente de seus lugares naquele tipo de ambiente.

O sobrenome que estava marcado no convite era o mesmo da família de Senju, então provavelmente estaria segura usando ele. No entanto, ainda suspeitava de que tipo de contatos a platinada possuía para conseguir algo relacionado a única ligação que tinha com os irmãos, mas preferi não perguntar, já que ela não deixou nenhum sinal de que daria uma resposta apropriada.

─ Ah, sim ─ o homem se pronuncia após confirmar a veracidade ─ Você é muito bem-vinda aqui, senhorita Akashi. Por favor, entre.

Alívio percorre o meu corpo quando ele segura a minha mão delicadamente para me ajudar a sair do carro e me guia até a escadaria, deixando que siga por conta própria a partir daquele ponto para se conter na entrada enquanto se curva.

Tento caminhar com a melhor elegância possível assim que diversos olhares estranhos recaem sobre mim e sussurros começam a surgir. Era difícil saber se eles estavam impressionados com a minha beleza ou se me achavam suspeita demais para estar ali.

A segunda opção era muito mais plausível na minha cabeça, então apertei o passo para sair rapidamente do campo de visão deles, me encostando em um pilar qualquer e tomando um tempo para respirar fundo quando consigo chegar dentro da mansão sem interrupções.

Isso era loucura.

Quando ergui o olhar, o cenário me recebeu com outros elementos para analisar e a situação só parece piorar. A abrangência daquele leilão ia desde lindas joias raras até perigosas armas do mais alto calibre, e muitos desses itens exóticos estavam dispostos em caixas de vidro laminado, organizados em fileiras em um grande salão iluminado por lustres graciosos que se encontravam espalhados por toda a extensão do espaço.

Inúmeras figuras conhecidas passavam por mim enquanto explorava o salão, eram sujeitos que cometiam crimes hediondos e que mereciam a pior das penas, mas que ainda circulavam livremente enquanto desfrutavam de uma vida digna do status. Apesar de sentir repulsa deles, eu precisava cumprimentar todos com cortesia e fingir ser a dama perfeita que queriam que eu fosse.

─ Seu rosto é novo, me pergunto de onde veio ─ um estranho rapaz de bigode e sobrancelhas arqueadas se interessa em ponderar após ter segurado a minha mão, permanecendo com o aperto enquanto me analisa com curiosidade.

Com grande esforço, controlei o intenso impulso de agarrar a faca serrilhada da mesa de aperitivos para cortar o pescoço dele e optei por mascarar qualquer vestígio de raiva ou hostilidade ao gentilmente estampar um sorriso meigo em resposta.

─ Sou da família Akashi, você não deve me conhecer ainda.

─ Mas nem fudendo ─ ele ri com deboche, soltando minha mão com rispidez ─ A família do anfitrião? Deveria escolher melhor as suas mentiras, linda. Conheço cada um dos membros Akashi, e sinto informar que você não é um deles.

O meu instinto imediatamente entra em alerta enquanto alterno o olhar entre a faca e o homem, e os meus dedos se contraem quando nós dois nos encaramos ferozmente depois da acusação. Aquilo parecia um verdadeiro desafio de resistência para punir quem tivesse a coragem de ceder aos impulsos primeiro, logo eu o mantenho por longos minutos antes de me pronunciar.

─ Eu-

─ Não se preocupe ─ ele ergue a palma da mão, me interrompendo antes de qualquer coisa ─ Independente de quem seja, você deve ser realmente muito boa no que faz para conseguir entrar aqui, então não vou te entregar, seria um desperdício. Vai ser divertido ver quanto tempo consegue sobreviver sem saber quais são as regras do jogo.

Antes de tentar continuar a explicação ou exterminar meu alvo ali mesmo, percebo que o garçom que passeava graciosamente entre os convidados pelo salão, oferecendo uma taça do que aparentemente seria vinho para todos com uma educação impecável, começa a se aproximar de onde estávamos.

─ Mestre Mochi? ─ ele oferece uma taça para o estranho, que aceita de bom grado com um aceno de cabeça.

─ Aliás, vamos fazer um brinde à nova era da criminalidade ─ ele ergue a taça para mim, sorrindo com malícia.

Assim que chega ao meu encontro, o garçom também abaixa a bandeja para que eu possa pegar a bebida, mas o recuso gentilmente com um gesto. Precisava estar bem consciente a essa altura do campeonato, e nenhum tipo de álcool ajudaria nesse quesito. Não poderia se dar ao luxo de ser levada pela sensação momentânea da bebida.

─ Ah, me perdoe, eu não bebo.

O homem recua a bandeja lentamente, me encarando com desconfiança enquanto ergue a sobrancelha em confusão. Em contrapartida, a minha companhia temporária alarga ainda mais o sorriso, como se esse fosse o ponto que tentava provar, e se afasta para se misturar com o restante das pessoas.

Naquele momento, finalmente entendo o meu erro e sabia que ele havia entendido também. Todos os outros convidados pegaram uma taça, sem nenhuma exceção, mesmo que não estivessem bebendo do conteúdo. É claro que teria um padrão em suas ações, qualquer organização usa esse esquema para identificar intrusos, mas estava tão concentrada em não falhar que não prestei atenção nos detalhes.

─ Senhorita, permita-me perguntar... ─ ele enrijece a postura, me perfurando com o olhar em busca de alguma falha ─ Você é a acompanhante de qual mestre?

─ Mestre? ─ questionei receosa, começando a suar frio.

─ Aí está você, eu estive te procurando ─ uma voz masculina me interrompe em um momento oportuno, surgindo atrás de mim ─ Ela está comigo.

Algo muito familiar naquela voz chama a minha atenção, mas eu ainda não me atrevo a virar para conferir quem seria a pessoa que estava parada a uma distância razoável. Ao invés disso, fechei os olhos com força e foquei apenas em planejar qual seria o seu próximo passo caso precisasse fugir daquele lugar depois de ser descoberta.

─ Entendo, me perdoem ─ o garçom alterna o olhar entre nós e inclina levemente a cabeça, colocando a mão atrás das costas como um pedido de desculpa ─ Com sua licença.

Respirei fundo e abri os olhos novamente, o seguindo visualmente enquanto ele se distanciava com a mesma graciosidade de sempre. É o fim, foi o que pensei. Tantos anos de experiência com missões de infiltração durante a adolescência para deixar a desejar na minha primeira estreia como uma jovem adulta. Uma verdadeira vergonha. 

Continuava tentando me enganar com o pensamento de que estava decepcionada com o meu próprio desempenho, mas a verdade é que eu não estava decepcionada, eu estava com medo.

─ Quando o garçom oferecer, apenas aceite a bebida ─ o homem alerta em um tom relativamente baixo, permanecendo no mesmo lugar ─ Seja mais esperta da próxima vez, você costumava ser melhor.

Em um movimento ágil, eu me viro e me deparo com a presença de uma figura conhecida, olhando fixamente para mim com olhos sombrios e soturnos. Como consegui ser tão tola a ponto de não o reconhecer antes? Certamente ele havia mudado, mas não havia dúvidas de que ainda era Manjiro Sano em carne e osso, o mesmo menino que liderava a Toman no passado e com quem eu compartilhava uma bagagem cheia de memórias.

─ Não haverá uma próxima vez, Mikey ─ estreitei os olhos, erguendo a cabeça com confiança ─ Isso termina hoje.

─ Ótimo, então estarei te esperando ─ ele estende os braços para os lados como um desafio, inclinando a cabeça ─ Pegue-me se puder, senhorita Akashi.

Nesse exato instante, uma sensação familiar percorre cada centímetro das minhas veias, ecoando em cada batida do meu coração acelerado. Adrenalina. Era exatamente disso que estava falando quando aceitei entrar nessa loucura. E pelos céus, a sensação de senti-la tão intensamente era simplesmente indescritível. 

Encontrar o líder da Bonten, aquele que personifica a essência da organização e que comanda o submundo, logo de cara, sem nenhum obstáculo entre nós, certamente havia sido o auge da minha noite.

─ Senhores, o leilão irá se iniciar nesse momento! ─ o cerimonialista anuncia ao fundo, chamando a atenção de todos.

Essa foi a ocasião perfeita para voltar a restabelecer o meu objetivo. Lancei um último olhar desconfiado para o Sano antes de seguir em direção ao espaço reservado para o evento com a determinação renovada. 

Faltava muito pouco para encerrar o plano, e as garotas provavelmente também estavam terminando o processo no andar de cima enquanto eu continuava atenta na parte de baixo a qualquer movimento que pudesse as prejudicar.

O cerimonialista estava de pé em uma espécie de plataforma elevada, segurando o martelo de leilão em uma mão e usando a outra para apontar para a caixa que repousava nas mãos de sua ajudante, uma elegante mulher vestida de preto.

O objeto em destaque no leilão era um anel de prata composto por três pedras de jade de origem chinesa. A plateia de compradores ansiosos se aglomerou em torno da plataforma e eu me esgueirei rapidamente entre eles para ficar na frente para ter uma visão ampla.

─ Essa preciosidade será a nossa primeira peça, o lance inicial começará em setecentos mil ienes ─ o homem declara, aguardando as propostas.

─ Dou setecentos e dez mil ─ levanto a mão como resposta, iniciando a negociação.

─ Setecentos e dez mil para a senhorita... ─ ele trava, parecendo não me reconhecer até que a ajudante o informe em um sussurro ─ Akashi!

Manjiro decide me acompanhar e abre um caminho através da multidão. A sua presença silencia o ambiente quase que imediatamente, deixando-os temerosos em agir de forma inapropriada, e todos parecem reconhecê-lo. Chegava a ser assustador como um frágil sujeito de estatura baixa conseguia impor tamanho respeito.

─ Dou oitocentos mil ienes ─ ele rebate com os olhos negros fixados nos meus, sem nenhum sinal de hesitação.

─ Oitocentos e quarenta mil ─ o desafio, com a intenção de descobrir se daria um lance maior.

Ninguém ousa interromper a nossa disputa pelo item, pois todos sabiam das consequências de atrapalhar algum interesse do chefe mais perigoso presente naquele evento. Logo, eles apenas observam a cena com cautela.

─ Novecentos mil ─ Mikey aumenta, assim como eu esperava.

─ Novecentos e quarenta mil.

─ Dou um milhão de ienes ─ ele finge um bocejo entediado após declarar esse valor.

─ Um milhão e quatrocentos! ─ a minha voz se eleva, irritada pelo gesto descontraído dele, mesmo não tendo alguma necessidade.

─ Uau, senhorita Akashi, isso é muito dinheiro para alguém como você ─ Manjiro sorri minimamente, alfinetando a minha verdadeira identidade ─ Tudo bem, é todo seu ─ ele desiste, finalmente quebrando o contato visual.

─ O que? ─ permaneci confusa, não esperando que fosse terminar assim.

─ Não se distraia, querida ─ Mikey passa novamente por mim e sussurra no meu ouvido.

Ao vê-lo desaparecer na multidão, meus olhos se atentam a cada detalhe dele e uma verdadeira sensação de terror percorre todo o meu corpo, assim como o sangue gela completamente em minhas veias. A razão para o meu pavor era inegavelmente clara: ele possuía uma tatuagem na nuca. E não era uma tatuagem qualquer, mas uma réplica exata do símbolo do brinco de Izana, o que trazia à tona uma enxurrada de pensamentos.

─ Vendido para a senhorita Akashi! ─ o cerimonialista bate o martelo repetidamente enquanto os outros apenas aplaudem.

─ Merda, merda! ─ reclamei com frustração, mordendo os lábios.

Diante dessa situação, eu não pensei duas vezes para correr na mesma direção que o maldito Sano, tentando me camuflar entre os elementos ao redor enquanto todos estavam distraídos.

No fim, até consigo realizar uma boa saída para procurar pela cabeleira branca entre as pessoas, mas não restava mais nada lá. A figura misteriosa que havia visto chegou sem fazer barulho, e agora desapareceu da mesma forma, se dispersando como fumaça.

Em meio a esse cenário já problemático, surge uma nova complicação quando o telefone que eu havia guardado cuidadosamente em meu sutiã começa a vibrar de forma persistente. O incômodo me faz estalar a língua em desaprovação, mas me movimento com rapidez para retirar o aparelho e atender à chamada de forma urgente.

─ [Nome], temos um problema ─ Hinata respirava de forma ofegante, e eu logo percebo que ela poderia estar em perigo.

─ Hina? O que aconteceu!? ─ perguntei com preocupação.

─ A yuzuha... ─ ela faz uma pequena pausa para provavelmente pular uma janela ou um lugar alto pelo barulho, voltando ao mesmo estado de antes em seguida ─ Ela sumiu.

O impacto da declaração faz o tempo parecer parar e eu quase deixo o celular cair enquanto meus olhos se arregalam em surpresa. Era realmente difícil aceitar a realidade, mas a verdade é que a gente não conseguiu completar o objetivo, afinal.




. . .

A vista do outro lado do salão era um tanto quanto diferente, e provavelmente era a melhor que eu poderia ter depois de sobreviver mais uma vez ao que vim fazer aqui nesse ninho de cobras peçonhentas. 

[Nome] continuava no meu campo de visão mesmo que não conseguisse me encontrar com aqueles olhos curiosos, e a expressão que possuía em seu rosto no momento, combinada com a previsível mancha de sangue na luva de Sanzu, demonstrava que o plano realmente saiu de acordo com o planejado em uma perfeita execução.

─ Sanzu, você fez o que mandei? ─ retirei a gravata de minha vestimenta abruptamente, visivelmente incomodado com o acessório.

Particularmente, eu odiava eventos assim com todas as forças existentes em meu corpo e eram raros os que eu comparecia por genuína vontade. Isso era patético, essas pessoas eram patéticas. O verdadeiro submundo não precisava de festas ou exposições para demonstrar poder, mas parecia que nenhum desses idiotas conseguia entender esse fato ainda.

─ Sim, senhor. Aquele fotógrafo informou que havia instalado o aparelho antes que eles entrassem no camarim, mas eu não estava acreditando muito até que encontrasse a mulher exatamente onde deveria estar ─ ele coloca as luvas ensanguentadas no bolso da calça, franzindo o cenho pelo mesmo incômodo de usar aquilo.

─ Eu não sabia que traidores poderiam ser tão úteis ─ ponderei, brincando com o chip contendo a cópia da gravação da conversa deles entre os dedos ─ Já se livrou da evidência?

─ Precisa mesmo perguntar, chefe? ─ Sanzu assopra o cano da arma, sorrindo confiante.

─ Perfeito, odeio esse tipo de pessoa ─ voltei a olhar para o lugar onde estava ao seu lado anteriormente no momento do leilão ─ Mas é uma pena, eu realmente queria tanto aquele anel e-

Parei de falar imediatamente quando observei [Nome] se locomover com agitação pelo salão, segurando a saia do lindo vestido que usava para correr mais rápido. Ela parecia mais desesperada do que o normal, e o seu salto alto batendo no chão de mármore criava um som estridente que anunciava a sua angústia a quilômetros de distância, ecoando o sentimento por todo o espaço.

─ Bom, talvez eu possa me satisfazer com outra joia ─ sorri discretamente, finalmente quebrando o chip em um impulso e apagando qualquer vestígio de sua localização atual.

Se eu mantivesse esse artigo comigo, os outros executivos exigiriam a posse dele para rastrearem as demais figuras que estavam presentes na gravação, mesmo que meu comando fosse absoluto. E eu não queria que eles a descobrissem, não agora. 

Apenas Sanzu estava comigo na operação, então eu confiava que ele ficaria em silêncio sobre o ocorrido e sobre nosso próximo passo. Não poderia cometer o mesmo erro que acabaria com a principal etapa disso tudo.

Além do mais, não importava o que tivesse que cumprir para alcançar novamente a mulher pela a qual tanto esperei. Até mataria se fosse preciso, visto que já levei dezenas ou centenas de homens por muito menos. 

[Nome] com certeza seria minha dessa vez, assim como deveria ter sido a muitos anos atrás, e não havia nada que ela pudesse fazer a respeito.

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