𝗕𝗘𝗦𝗧 𝗪𝗢𝗠𝗔𝗡 - 𝟮𝟰
𝟮𝟰/𝟮𝟲
𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗠𝗶𝗹𝗹𝗲𝗿
"I gotta find a way to take it off"
Uma semana. Uma semana e três dias que eu não via, ouvia ou sabia nada sobre Bárbara. Seus últimos dias na empresa provavelmente foram corridos e agora ela estava de férias, me impossibilitando de encontrá-la por acaso.
Liguei e mandei várias mensagens, mas ela estava me ignorando. Tentei ir ao apartamento dela, mas sem sucesso. Pensei por vários dias no que eu tinha feito, eu realmente agi como um merda e fiz ela pensar que eu duvidava dela, o que não era verdade.
Eu era a droga de um homem inseguro e ver
Bruno Goes flertando descaradamente em cima dela me deixou mais inseguro ainda. Eu ainda não acreditava que Bárbara estava comigo e que disse que me amava, por isso disse coisas absurdas para ela, o que foi completamente tosco da minha parte.
Eu quase morri por sua causa, Victor.
As palavras dela ainda ecoam em minha cabeça. Era verdade, ela quase tinha morrido por minha causa, pois se não fosse pelo meu pai nós não teríamos passado por aquela barbaridade de alguns meses atrás.
Arthur voltou a invadir a minha sala e eu precisava da ajuda dele para poder decidir o que eu poderia fazer para reconquistá-la.
Assim que contei tudo o que tinha acontecido, o moreno me olhou como se eu tivesse cometido um crime terrível.
——— Você é idiota, Victor? ——— Ele perguntou e se levantou do sofá, andando de um lado para o outro. ——— Aliás, não responda, eu sei que você é e tenho certeza de que Bárbara acha a mesma coisa.
——— Não está ajudando, Campbell. ———Falei e tirei os óculos do rosto, esfregando as têmporas em seguida.
——— Victor, você tem que ser homem o suficiente para consertar a merda que você fez, e não foi pequena, você sabe.
——— Eu sei, mas ela não me atende e nem responde nenhuma das minhas mensagens. ——— Suspirei e peguei meu celular na esperança de ver alguma resposta da morena. Nada.
Comecei a digitar rapidamente no teclado e mandei mais algumas mensagens.
[15:22] Bárbara, podemos conversar? Por favor.
[15:23] Você pode me encontrar no café do lado da empresa? É importante.
Bloqueei a tela do celular e voltei minha atenção para o meu amigo.
——— ... você sabe, não é? ——— Ele terminou de falar algo que eu não consegui ouvir, por causa da minha distração.
——— Desculpa, pode repetir? Eu não ouvi nada do que você falou.
Arthur respirou fundo e me olhou impaciente.
——— Eu disse para você tentar contato com ela outra vez.
——— Eu já fiz isso. Acabei de mandar duas mensagens para ela, mas é a mesma coisa de sempre.
——— Tenta descobrir algo pela Lara, vai que ela sabe onde a Bárbara está. ——— O moreno sugeriu e um sorriso se abriu no meu rosto.
——— Arthur, você é um gênio! ——— Levantei da cadeira rapidamente e fui até o setor de Bárbara, varrendo o local com os olhos até encontrar a ruiva entretida em seu computador.
Andei em sua direção e ao notar minha presença, Lara colocou os fones no ouvido e voltou sua atenção para o computador.
——— Lara, por favor. ——— Praticamente implorei por sua atenção, mas a ruiva continuou me ignorando. Tirei os fones de seu ouvido com as mãos e ela me lançou um olhar furioso.
——— Sem chance, Victor Miller. Eu não vou te falar nada sobre a Bárbara, se quiser, descubra sozinho. - Lara falou e passou a me ignorar.
——— Lara , por favor. ——— Pedi e ela revirou os olhos. ——— Eu preciso consertar as coisas com ela, sei que fui um babaca e que falei várias coisas idiotas, mas eu preciso recuperá-la. Por favor. ——— Ajoelhei em sua frente e ela arregalou os olhos.
——— Levanta daí, homem. - Ela pediu e eu obedeci. ——— Alguém já te falou que você é tão perspicaz que chega a ser chato?
Perspicaz. Foi assim que Bárbara me chamou quando nos beijamos pela primeira vez no elevador.
——— Bárbara não está em Nova York.
——— O quê? ——— Perguntei nervoso e ela continuou a me encarar sem nenhuma expressão.
——— Carol conseguiu convencê-la a passar alguns dias em Las Vegas, e elas foram hoje
de manhã.
Bárbara estava em Las Vegas. Ela provavelmente nem se lembrava mais de mim, e iria curtir as noites com sua amiga em boates e talvez tentar a sorte em cassinos.
——— Você pode me dar o endereço do hotel que elas estão hospedadas?
——— O quê? Não! Você não vai atrás da Bárbara em Las Vegas, Victor. Isso é injusto, ela está lá justamente para aproveitar um pouquinho das férias e tenho certeza de que Carol está ajudando-a a se livrar do estado crítico que esteve nessa semana inteira por sua causa. ——— A ruiva apontou o dedo indicador no meu peito. ——— Você vai esperar ela voltar e se ela quiser te ver, você vai. Ao contrário disso você vai sentar sua bunda na cadeira da sua sala e trabalhar, que é o que você tem que fazer.
Prestei atenção em suas palavras completamente atônito. Lara me colocou no lugar em apenas alguns minutos, e eu não tinha mais argumentos para poder contestá-la.
——— Obrigado. ——— Falei e saí dali o mais rápido que pude, a vergonha me consumindo.
Passei mais de seis meses desejando com que
Bárbara fosse minha, e quando finalmente ela estava comigo, consegui estragar tudo. Eu amo aquela mulher, preciso dela para estar ao meu lado.
Quando voltei para a minha sala, Arthur ainda estava lá, só que dessa vez estava lendo alguns textos impressos.
——— E então? ——— Ele perguntou assim que me viu.
——— Não muita coisa. Bárbara está em Las Vegas com a amiga, e Lara me proibiu de ir atrás dela ou entrar em contato com ela nesse tempo. Não sei quando elas voltam, mas vou ter que me concentrar em outras coisas. ——— Respondi e sentei na cadeira, sem vontade alguma de continuar o meu trabalho.
——— Você fez merda, meu amigo. Toda vez que fazemos alguma merda, as consequências vêm depois, querendo ou não. ——— Arthur disse e se levantou. ———Espero que vocês possam se resolver logo.
——— Eu também espero. ——— Suspirei.
Cinco dias depois, recebi a resposta de Bárbara em forma de mensagem. Ela disse que estaria no café às 16h em ponto. Eu fui antes e me sentei em uma das mesas, com dois copos sobre o tampo de madeira e olhei o relógio em meu pulso, marcando 16h. O sininho da porta balançou, indicando a chegada de alguém, e era Bárbara.
Seus cabelos morenos estavam no ombro e ela estava com um semblante diferente. Estava usando uma calça jeans rasgada, camisa vermelha que ia até os ombros, tênis nos pés e óculos escuros, que os afastou do rosto assim que pisou os pés no estabelecimento.
Ela olhou para os lados provavelmente me procurando e assim que me viu, veio andando lentamente em minha direção.
——— Oi. ——— Falei e lancei um sorriso leve, que não foi retribuído e tratei de fechar a cara.
——— Oi. ——— Ela respondeu e sentou na cadeira de frente a mim, se acomodando e me encarando.
——— Peguei um café para você. Sem leite e com açúcar. ——— Arrastei o copo de isopor em sua direção e ela me olhou surpresa, talvez por eu lembrar da sua preferência da bebida.
——— Obrigada!
Tomei um gole do meu cappuccino antes de começar a falar.
——— Bárbara, eu... ——— Suspirei. ——— Eu fui um idiota, e tenho total consciência disso. Eu não deveria ter te falado aquelas coisas horríveis, sei que você sempre foi transparente com os seus sentimentos, mesmo antes de estarmos juntos e assumirmos que nos amamos. Eu me senti inseguro ao ver aquele cara dar em cima de você na minha frente e o pensamento que vinha invadindo minha mente há vários dias veio à tona. Eu me perguntei o porquê de uma mulher tão incrível como você estar com um cara como eu.
Comecei a falar e ela me olhava atentamente. Fez menção de me interromper, mas eu fiz um sinal com a mão para que me deixasse continuar.
——— Eu percebi nesses dias em que passei sem notícias suas que você é importante demais para mim, Bárbara. Eu me acostumei com a sua presença e com o fato de saber que você estaria lá por mim assim como eu estaria para você. Eu te amo, coelhinha...
——— Posso falar? ——— Ela perguntou e eu assenti com a cabeça. ——— Eu não estou com raiva de você, Victor. Claro, no dia eu fiquei furiosa com a sua atitude mesquinha e as suas palavras me machucaram, mas eu não estou com raiva. Quando eu estava em Las Vegas, Carol tentou fazer com que eu fosse a Bárbara antiga, que não gostava de relacionamentos e que só queria curtição, mas eu percebi que eu só quero você, Victor. Você me mostrou de que posso confiar em um relacionamento, desde que ele seja reciproco.
Eu só preciso que você tenha certeza e de que enfie nessa sua cabeça de que eu te amo, e nada vai mudar isso.
Quando ela terminou de falar, meu sorriso já estava indo de orelha a orelha.
——— Se você fizer algo do tipo outra vez eu juro que não tem mais volta. É sério.
Ri da sua última frase.
——— Eu não vou, te garanto. ——— Estendi minha mão sobre a mesa e ela pegou, entrelaçando nossos dedos. ——— A propósito, gostei do cabelo.
As bochechas dela coraram com o elogio e ela sorriu para mim.
——— Cortei no dia seguinte que cheguei de Las Vegas. Me achei estranha no início, mas já estou me acostumando. ——— Bárbara respondeu e bebeu o último gole do seu café. ——— Você quer sair daqui? ——— Me olhou maliciosa.
——— Você não tem noção. ——— Levantei, puxando-a comigo com nossas mãos ainda entrelaçadas e joguei o copo vazio de café no lixo, e ela fez o mesmo.
Eu e Bárbara chegamos em casa e matamos toda a saudade desses últimos dias da melhor forma possível. Assim que ela adormeceu no meu peito, tive a certeza de estar tranquilo, pois eu amava a melhor mulher do mundo e a melhor mulher do mundo me amava.
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