CAPÍTULO CINCO

   Um grupo de adolescentes me olhavam discretamente, aos menos era o que eles achavam. Porque eu tinha percebido isso á muito tempo, os hambúrgueres deles chegaram. Respirei fundo e arrumei meu short e a mine saia, lavei minhas mãos e fui levar vossos pedidos.

O sorriso do loiro aumentou quando me viu aproximando, sorri gentilmente para eles. O moreno barbudo me comia com os olhos, secava todo meu corpo com os olhos parando na minha bunda. Pressionei os lábios, o sino ressoou me alertando de um novo cliente.

Eu estava sozinha no restaurante, Suho tinha pegado uma virose e não pode comparecer. Estava segurando as pontas aqui, visto que outros funcionários só vinham em horário de pico.

— Está aqui o pedido de vocês. — Tentei ser o mais simpática possível, tentando evitar o total desconforto que era todos me secando.

— Obrigada, gatinha. – Falou o loiro, ele lançou-me uma piscadela.

O moreno barbudo levantou a mão, cerrei a mandíbula. Antes que pudesse acontecer alguma coisa Jeongguk segurou sua mão, olhei para ele assustada.

— Onde você pensa que ia bater? — Jeongguk falou com os olhos fixos no meu cliente, soltei a respiração que estava prendendo sem notar.

— Eu... me desculpe cara, não sabia que ela tinha namorado. — Arqueei a sobrancelha, ele estava pedindo desculpas ao Jeongguk?

— Qual é o seu problema? — Indagou perplexo, coloquei todos os hambúrgueres na mesa. — Não é a mim que você deve pedir desculpas, faça isso direito ou eu cortarei sua mão suja.

Espantei-me com a ameaça, ele estava com o semblante sério. Vi o rosto do moço vacilar, toquei no ombro de Jeongguk.

— Qual é cara, não é nada demais. — Um de seus amigos falaram, tentei empurrar Jeongguk que estava com os olhos fixos no homem barbudo.

— Você parece um merdinha mimado, é bancado pelo papai não é? — Jeongguk falou, sua íris ficou mais escura. Nem sabia que isso sequer era possível. — Típico padrão estadunidense, mas as coisas não funcionam assim cara. Peça desculpas a ela agora!

O cara me olhou pedindo socorro, pressionei os lábios. Eu tinha ficado realmente ofendida, queria essa desculpa. Por isso eu me calei, ele não tinha o direito de sequer olhar para meu corpo. Muito menos bater no meu bumbum!

— Me.. me desculpe, não tinha intenção de desrespeita-lá. — Falou com a voz trêmula, eu apenas assenti. Então Jeongguk soltou sua mão, vi o alívio em sua face.

Puxei Jeongguk para o balcão comigo, sem chances de receber minha gorjeta. Eu sei, isso é péssimo. Mas eu realmente preciso do dinheiro, caso contrário teria enfiado essa bandeja na sua fuça.

— Obrigada. — Murmurrei, soltei o braço do Jeongguk e entrei no balcão. — Por que veio aqui?

— Você esqueceu suas chaves quando saiu, não sei que horas vou chegar em casa. Então vim lhe entregar. — Falou, ele pegou o bolo de chaves e me entregou.

— Como sabe onde eu trabalho? — Indaguei, não me lembro de ter citado o local.

— Liguei para a senhor McCal, você recebe quanto para usar esse uniforme ridículo? — Perguntou, peguei minhas chaves.

— Estou trabalhando, não posso conversar. — Disse secamente, meu chefe me mataria se visse eu de papo furado. Jeongguk olhou para o restaurante vazio, apontei para o cardápio. — Se quiser ficar, ao menos peça alguma coisa.

— O que tem aqui de bom? — Ele folheou o cardápio, revirei os olhos.

— Nossos pães do céu são os melhores, também o hambúrguer é divino! — Sugeri, lambi os lábios lembrando do delicioso hambúrguer. — Oh, o milkshake também é maravilhoso.

— Me vê dois de cada um desses, por gentileza. — Arregalei os olhos, Jeongguk sorriu docemente.

— Você vai conseguir comer tudo? É sério, o hambúrguer é bem grande.

— Quando é a sua pausa? — Indagou, fiquei frustrada com o fato dele ter ignorado minha pergunta.

— Se não tiver cliente, eu estou livre para comer alguma coisa. — Falei, escrevi seu pedido e entreguei para o cozinheiro.

— Já comeu, não é? — Virei para ele, não sei de onde tinha vindo tá tá preocupação. — Não quero que você passe mal, eles vão ligar para meu número.

Ah, está explicado agora.

— Comi, mas foi apenas um pão do céu. Não posso pegar muita coisa, como só no almoço. — Falei simplesmente, eu tinha direto a um almoço e a um belisco durante o período da manhã. — Vou preparar seus milkshakes, já volto.

Então eu percebi que não tinha perguntado qual sabor ele queria, quando voltei ele estava sorrindo.

— Me vê um do seu preferido e um de prestígio, Lalisa. — Disse como se pudesse ler minha mente, acenei para ele.

Preparei um de morango e o outro de prestígio como bem pedido, amava misturar o milkshake de morango com cobertura de chocolate. Coloquei ambos milkshakes na bandeja e levei até Jeongguk, ele bebericou o de prestígio. Confesso que estava ansiosa para vê-lo provar o meu predileto, ao mesmo tempo que me dava água na boca.

O cheiro dos deliciosos hambúrgueres inundaram minhas narinas, inalei e escutei minha barriga roncar. Jeongguk soltou uma risadinha, os seis meninos levantaram. Peguei o lanche de Jeongguk, junto com os dois pães do céu.

Eu me virei, para pegar a bandeja. Escutei alguns múrmuros, mas não senti ninguém me olhando. Quando virei novamente os meninos olhavam Jeongguk, enquanto ele me observava sorrindo.

— Tá aqui, Jeongguk. — Falei simpática, fui até o caixa atender os meninos. — A conta, seis hambúrgueres e seis copos de refrigerante. Deu no total, cento e oitenta e cinco.

— É débito. — O moreno barbudo me passou o cartão black, digitei a quantia na maquininha e inseri o cartão.

— Sua senha. — Virei a maquininha para ele.

— 12...

— Não! Digite, por favor. — Interrompi, ele arregalou os olhos e digitou a senha. — Sua via, obrigada.

Devolvi o cartão, mas o seis ficaram parados me encarando. Então cada um tirou uma nota de dez e me entregaram, eu estava boquiaberta.

— Sua gorjeta, obrigada e desculpa novamente. — O homem loiro falou, peguei o dinheiro e observei eles saindo.

— Lisa? — Jeongguk me chamou, olhei para ele que estava com um sorriso arrogante no rosto.

— Você viu isso? — Levantei o dinheiro, joguei o comprovante no potinho e coloquei o dinheiro no bolso da saia.

— Eu vi, era o mínimo que podiam fazer. — Falou tranquilamente, ele empurrou o hambúrguer para mim. — Coma.

— Perdão?

— Você precisa se alimentar. — Arregalei os olhos, não tinha dinheiro para pagar isso. — É por minha conta.

Ele lê mentes?!

— Obrigada? — Ele riu do meu agradecimento confuso, sabia que tinha soado como uma pergunta.

🩰

Eu tinha chegado a tempo, sem atrasos e aliviada por isso. Infelizmente cheguei cedo, a Eliza ainda não estava na sala o que dava total abertura para Suzy e suas capangas me atormentarem.

— Estão sentindo esse cheiro de gordura? — Suzy perguntou alto, suas amigas riram e outras entortavam o nariz.

— Claro, a garçonete fedorenta chegou. — Uma de suas capangas falou, elas riam alto. As outras alunas reviraram os olhos, nenhuma delas me defendiam. Até porque se fizessem isso também seria atormentadas.

Mas as provocações da Suzy é tão de quinta série, sinceramente.

— E pelo visto chegou cedo, será que dormiu com seu chefe para conseguir sair mais cedo? — Fez um comentário maldoso, cerrei os punhos.

Calcei minha sapatilha de ponta toda desgastada, peguei meus fones bluetooth e comecei a me aquecer. O som da porta abrindo-se fez eu tirar os fones, Eliza entrou animada.

— Bom dia meninas! — Falou sorridente, ela me encarava orgulhosa. — Se aqueçam! Lisa, vem aqui.

Todas começaram a se aquecer, caminhei até ela. Ela pegou um folheto e me entregou, li o título "inscrições para o papel principal".

— Não sabia que tinham começado. — Peguei o folheto ansiosa, mas então franzi o cenho. — Dupla?

— Irei explicar, guarde em sua mochila. Sei que Suzy não quer que você se inscreva, então peguei um folheto para ter certeza que você se inscreveria. — dobrei o papel, senti vontade de abraçá-la.

— Obrigada, isso significa muito para mim.

Ela apenas assentiu, fui até minha mochila e guardei o papel. Suzy me encarou, mas voltou seu olhar para a professora.

— Ok meninas, preciso informá-las sobre a grande apresentação. — Me juntei as outras, todas estavam sussurrando empolgadas. — Silêncio! — Todas se calaram. — Quero informar que as inscrições abriram hoje, cada um pegará um folheto e terão até a semana que vem para me entregar.

— Aí meu Deus! — Gritou uma, todas bateram palmas.

— Ok, ok. — A professora Eliza falou, todas calaram-se. — Mas essa audição será em duplas!

As meninas desanimaram, mordi o lábio. Suzy sorriu vitoriosa, claro que ela estaria confiante. Os meninos das outras turmas babam nela, conseguiria um par facilmente.

— Não desanimem, iremos juntar algumas turmas. A nossa se juntará com a do Joey, vocês irão conhecer os meninos e formarem duplas para aula de hoje. — Ela falou, o ânimo de algumas voltaram. — A dupla que ganhar vai ficar com o papel principal, tendo mais destaque na apresentação original!

Apresentação ORIGINAL? Uau, não me lembro da última vez que fizemos um espetáculo original.

— Professora como irá funcionar a audição? — Suzy perguntou com seu nariz empinado, resisti a vontade de revirar os olhos.

— Como assim? Você diz da coreografia? — A professora perguntou, Suzy assentiu. — Como não temos muito tempo, vocês poderiam usar coreografias prontas! Ou caso queiram arriscar, podem criar a própria. Não desanimem, muitos meninos querem o papel também. Basta ver quem quer e se aceitam ser o parceiro de vocês, vai dar tudo certo!

Talvez para as outras, Suzy faria a cabeça de todos para não se juntarem a mim. Sem chances de eu pegar o papel desta forma.

— Vamos sair da sala, por favor fiquem em silêncio. Vamos para o salão, lá é mais espaçoso.

Peguei minha mochila e segui Eliza em silêncio, escutava algumas das meninas murmurando. Entretanto eu estava pensando em uma solução para conseguir pegar o papel, precisa dele. O papel poderia alavancar minha carreira de vez, fora o aumento no meu salário.

Quando entramos na sala, os meninos já estavam lá. Joey se aproximou, então escutei Suzy sussurrar.

— Ouvi dizer que ele é transsexual. — Falou, revirei os olhos. Suzy era totalmente preconceituosa, isso era visível.

— Ótimo, podem se juntar aos meninos. Eu e o Joey iremos conversar antes da aula, não quero nada quebrado!

Ela saiu com o professor, fui até os meninos. Suzy me empurrou e eu quase caí, então vi ela parando abruptamente.

— Uau! Quem é esse novato gatinho? — Escutei-a perguntar, ótimo ela tinha um novo pretendente. Olhei por cima do seu ombro, para minha total supresa meus olhos encontraram com os de

— Jeongguk? — Indaguei, falando um pouco mais alto que pretendia. Ele sorriu gentilmente, acenou para mim.

— Que supresa, Lalisa. — Disse simpático, passou por Suzy e ficou na minha frente. Ela bufou, eu acabei de me por em um problemão!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top