𝕮𝖆𝖕 1

Cap 1: Fora da cidade

Beatrice estava fora de casa, havia saído para almoçar fora com sua mãe.

Tinha se passado já duas semanas depois da tragédia da luta na escola que traumatizou a vida de Beatrice que apenas torcia para que Miguel ficasse bem logo.

Depois que Beatrice saiu do hospital um dia depois daquilo, ela e sua mãe fizeram as malas, Morgan se demitiu de seu trabalho após juntar uma boa quantia de dinheiro e finalmente conseguirem voltar para sua cidade natal.

A Raynott mais nova estava tentando esquecer, o que era bem difícil já que em tão pouco tempo o caratê marcou sua vida de uma tal maneira.

— Beatrice, você mal tocou na comida, está ruim? Quer que eu peço para o garçom trocar? — pergunta Morgan colocando a mão sob a de sua filha

— a comida está boa...eu só não estou com muita fome...

— você mal comeu direito desde que saímos da outra cidade, achei que nos mudando você voltaria a ficar bem...mais parece pior que antes..

— eu só...não quero falar sobre isso agora..— disse a loira antes de olhar para o lado onde tinha uma televisão

Mas acho que o destino queria muito ver Beatrice mal, pois estava passando exatamente o jornal que dizia sobre o Miguel.

— "Já fazem duas semanas da tragédia que ocorreu no colégio West Valley. Um episódio violento de caratê que acabou com Robby Keene foragido após jogar Miguel Diaz do 2° andar" — dizia a mulher do jornal

Ela olha novamente para sua mãe, entretanto agora com lágrimas nos olhos, pois isso havia se tornado um assunto sensível para a mesma.

— oh querida, logo mais ele ficará bem

— mãe...os médicos dizem que depois de duas semanas em coma é muito grande a chance de morte...— informa Beatrice já não segurando as lágrimas que caiam de seu rosto

— mais temos que ter fé! Jajá Carmen irá me mandar uma mensagem dizendo que Miguel acordou, tenho certeza! Basta acreditar!

— eu não sei...não acredito em absolutamente mais nada...

— quer ir embora? Podemos almoçar em casa mesmo se quiser

— não precisa, já estamos aqui mesmo...— disse a menor pegando no garfo e voltando a brincar com a comida

Assim que ia colocar uma garfada na boca, passou algumas pessoas murmurando coisas que Beatrice não fez muito esforço para ouvir já que pareciam que era exatamente o que ela queriam; provoca-la.

— ela não é a garota do caratê? — murmura uma das garotas

— ela mesmo, fiquei sabendo que ela quase matou uma colega dela e ainda saiu com um corte bem profundo na barriga — murmurou a outra

Beatrice colocou a mão sob o corte que já estava cicatrizando, entretanto, mesmo que não doía fisicamente, olhar para aquela cicatriz sempre iria a lembrar de seu trauma de ver sangue em suas mãos, do corte em sua barriga e o pior...lembrar da cena de seu melhor amigo caindo do 2° andar nas escadas.

— vamos embora mãe, pra mim não dá mais...— disse se levantando e saindo do restaurante

Morgan deixou uma quantia para pagar a comida e saiu seguindo Beatrice até sua antiga casa que era onde elas estavam passando essas duas semanas.

[...]

Beatrice achou que saindo daquele restaurante melhoraria, entretanto ela havia esquecido que a casa onde estava agora era a mesma casa que passou os últimos dias de seu pai.

A loira passou por tantos traumas em sua vida mesmo tendo apenas 17 anos. Ela se deitou em sua cama e não demorou muito para passar um flashback de seu pai entrando em seu quarto quando ainda era bem pequena.

Ela sentia tanta falta do mesmo, não que fosse ingratidão de Beatrice para sua mãe, mas talvez ele saberia como ajuda-la nessa situação.

Ela pega um travesseiro e coloca em seu rosto para abafar seu choro que já não segurava mais.

Ao fechar os olhos, novamente sentiu uma dor em seu peito, porém agora era por saudades de Eli, não da imagem violenta de Falcão, mas sim do antigo Eli, aquele que ela tanto amava.

Não que ela não tivesse gostado do novo visual do garoto, muito menos da autoconfiança que ele tinha, mas ela odiava o valentão que seu ex namorado havia se tornado.

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J

á era de noite, Beatrice ainda não havia conseguido conversar com sua mãe, muito menos com seus vizinhos que a conheciam desde pequena.

Para falar a verdade, essas duas semanas foram difíceis para a loira que não conseguia sair do quarto, até passava por sua cabeça de voltar para Reseda, mas logo em seguida vinha em sua mente a cena de seu amigo na escada.

Isso sinceramente estava passando de todos os limites, a Raynott nunca havia a visto desta forma.

Cansada de estar deitada o dia inteiro, ela resolveu sair de seu quarto logo encontrando com sua mãe que assistia na tv.

— mãe?...

— oh meu bem, sente-se aqui — diz dando espaço para a mais nova se sentar

Beatrice se aproximou e se sentou ao lado de sua mãe.

— acho melhor voltarmos para Reseda...

— sério?

— não adianta eu fugir assim agindo como se nada tivesse acontecido, tenho que ir visitar o Miguel...não dá mais para fingir que o caratê não existe

— está bem filha...vou comprar duas passagens de avião amanhã mesmo

— me desculpa...eu sei que as coisas estão complicadas e agora está sem emprego novamente...

— está tudo bem, tenho certeza que os LaRussos não são os únicos que contratam por lá, vou achar outro emprego rapidinho

— se quiser pode voltar a trabalhar na concessionaria do LaRusso, não estou mais no cobra Kai...não vou trazer mais confusão

— a culpa não é sua meu amor, e se não se sentir mal, eu volto a trabalhar lá

Beatrice da um sorriso para a mais velha que retribui com outro.

Morgan abraça fortemente sua filha, entretanto o momento foi atrapalhado após um barulho de notificação no celular de Beatrice.

Morgan se separa do abraço e olha para o celular da mais nova que não teve o esforço de ver a mensagem.

— não vai abrir a mensagem? — pergunta Morgan

— não, a Aisha não me mandou mais mensagens desde os pais dela mudaram ela de escola. Deve ser só o pessoal querendo saber de mim mesmo...

— então responda seus amigos, querida. Eles devem sentir sua falta

— eu não sei não...

— está bem, você quem escolhe, mas acho que eles adorariam se você mandasse uma mensagem para eles

Depois de muita insistência, a loira finalmente criou coragem para abrir a mensagem. Porém ela não esperava ler o que léu, suas mãos começaram a tremer na mesma hora e seus olhos encheram de lágrimas, porém agora eram lágrimas de alegria.

— mãe...a senhora não vai acreditar...

— o que aconteceu?

— a Carmen acabou de me mandar uma mensagem...o Miguel acordou do coma!

Continua...

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1144 palavras...

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